Aécio Neves participa de homenagem a Eduardo Campos em Recife

Com a presença de familiares, amigos e políticos de diferentes partidos, o senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, participou nesta segunda-feira (10/08), em Recife, de homenagem ao ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que completaria 50 anos hoje. Ao lado de Renata Campos, viúva de Eduardo, e dos filhos Maria Eduarda, João, José, Pedro e Miguel, e da mãe de Eduardo, a ministra Ana Arraes, e do irmão Antônio, Aécio falou sobre sua admiração pelo ex-governador pernambucano e das influências que eles receberam de seus avôs, Tancredo Neves e Miguel Arraes.

“Eduardo e eu tivemos a nossa trajetória iluminada por duas árvores, e talvez de alguma forma também protegida pela sombra dessas mesmas árvores, muito frondosas: Miguel Arraes e Tancredo (Neves). Ao contrário do que se pudesse significar para alguns como alguma cobrança excessiva em relação aos nossos caminhos, e falávamos muito sobre isso, isso foi sempre inspiração, foi sempre energia”, destacou Aécio Neves.

O presidente do PSDB destacou a trajetória de Eduardo Campos na vida pública. “Eduardo, um homem que não se encantava pela liturgia do cargo e que sabia conviver com a responsabilidade das funções que executou e, ao mesmo tempo, com uma enorme alegria. Eduardo transbordava alegria. Permitia que a sua responsabilidade convivesse com algo que inspirava e inspira aqueles que de alguma forma tiveram o privilégio de conviver com ele”, afirmou.

A homenagem ao ex-governador que faleceu ano passado, em acidente aéreo, durante a disputa pela Presidência da República, reuniu em Recife os governadores de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), e da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB); o presidente do PSB, Carlos Siqueira, e do PPS, deputado Roberto Freire; o prefeito de Recife, Geraldo Júlio; a ex-candidata a presidente Marina Silva; além do presidente da Frente Nacional dos Prefeitos, o prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda; do ministro da Defesa, Jaques Wagner; ex-governadores, senadores e deputados.

Em seu pronunciamento, Aécio Neves lamentou a falta que Campos faz nos quadros da política nacional.

“Se em qualquer tempo, em qualquer país, homens das qualidades, da experiência e da responsabilidade de Eduardo fazem falta, hoje, no momento pelo qual o Brasil passa, e todos nós nos preocupamos cada dia mais com o futuro que está por vir, a ausência de Eduardo se torna ainda maior, quase que insubstituível. Não tenho dúvida de que a palavra dele não seria muito diferente da de muitos que aqui hoje falaram. De cobranças em relação àquilo que deve ser cobrado. De denúncias em relação àquilo que deve ser denunciado, até porque é pedagógico. Mas, acima de tudo, de absoluta responsabilidade para com o Brasil”, disse.

Aécio Neves também agradeceu a Marina Silva, vice de Campos na chapa que disputava as eleições presidenciais, pelo apoio recebido no segundo turno da campanha.

“Eu guardo com muito carinho as suas palavras, no momento da campanha, de dor imensa, você (Marina), me permitiu ter o privilégio e a responsabilidade de dar continuidade a aquele sonho que hoje é de todos nós. A política, se ela traz muitas frustrações, e elas são permanentes, a política também nos permite momentos e situações que talvez nenhuma outra atividade permitisse viver. Conhecer pessoas de gerações, de regiões, de atividades diferentes. E foi a política que me permitiu o privilégio de conviver com Eduardo e de lhe conhecer, Marina, um pouco mais por dentro da sua alma e dizer que alegria: que honra o Brasil ter uma mulher da sua fibra, da sua qualidade intelectual e do seu imensurável valor”, destacou Aécio.

Ato em Homenagem ao ex-governador Eduardo Campos

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, participou, nesta segunda-feira (10/08), em Recife (PE), de ato em homenagem ao ex-governador Eduardo Campos, que completaria hoje 50 anos. A solenidade ocorreu no Paço Alfândega, na capital pernambucana, e reuniu a esposa, Renata Campos, e os filhos do ex-governador.

George Gianni

George Gianni

Homenagem a Eduardo Campos

“Eduardo (Campos) ocupou um espaço definitivo na política nacional, como um homem que amava o Brasil, e tinha uma determinação e uma coragem enormes para ajudar a enfrentar e superar a crise, que já não é de hoje. Ela já estava constituída lá trás. Em todas as nossas conversas, percebíamos a necessidade de nos encontrarmos em determinado momento para construir um novo projeto para o Brasil.
Em homenagem aos milhões e milhões de brasileiros que estão decepcionados, amargurados, e angustiados com tudo que vem acontecendo no Brasil, vamos sim superar essa crise e dar ao Brasil um novo roteiro de crescimento, de retomada da justiça social e de maior generosidade para com todos. Faremos isso em homenagem também a Eduardo Campos”, disse o senador Aécio Neves, em entrevista, nesta segunda-feira (10/08), após participar de homenagem prestada em Recife (PE) ao ex-governador e ex-candidato a presidente Eduardo Campos.

Pronunciamento durante homenagem aos 50 anos de Eduardo Campos

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, participou, nesta segunda-feira (10/08), em Recife (PE), de ato em homenagem ao ex-governador Eduardo Campos, que completaria hoje 50 anos. A solenidade ocorreu no Paço Alfândega, na capital pernambucana, e reuniu a esposa, Renata Campos, e os filhos do ex-governador.

Leia os principais trechos do pronunciamento do senador:
Acredito que a homenagem maior que posso fazer a Eduardo (Campos) é dizer algumas palavras apenas com o coração, e a homenagem que posso fazer a todos vocês, que estão aqui hoje desde o início desta manhã, é fazer com que essas palavras sejam curtas. Lembrei muito do Eduardo ontem e disse isso agora há pouco. Lembrei de verdade, porque quase que como uma conspiração dos astros, as datas de Eduardo se misturam, porque a data sempre dolorosa da lembrança do seu trágico desaparecimento de alguma forma se aproxima da data de hoje, de comemoração da vida, e também se encontrou com o dia dos pais, ontem.

Talvez entre tantas qualidades que tinha Eduardo, várias aqui hoje contadas e cantadas em verso e prosa, esse do pai que ele foi é a que mais me saltava aos olhos. E eu dizia muito a ele, aquilo que muitos aqui hoje repetiram: conviver, mesmo que de forma circunstancial, com Eduardo, com Renata e com sua família era sempre um momento de muita inspiração.

Eduardo e eu tivemos a nossa trajetória iluminada por duas árvores, e talvez de alguma forma também protegida pela sombra dessas mesmas árvores, muito frondosas: Miguel Arraes e Tancredo (Neves). Ao contrário do que se pudesse significar para alguns como alguma cobrança excessiva em relação aos nossos caminhos, e nós falávamos muito sobre isso, isso foi sempre inspiração, foi sempre energia.

Eduardo, um homem que não se encantava pela liturgia do cargo e que sabia conviver com a responsabilidade das funções que executou e, ao mesmo tempo, com uma enorme alegria. Uma importante escritora americana dizia que alegria é a coisa mais séria que existe. Eduardo transbordava alegria. Permitia que a sua responsabilidade convivesse com algo que inspirava e inspira aqueles que de alguma forma tiveram o privilégio de conviver com ele.

Se em qualquer tempo, em qualquer país, um homem das qualidades, da experiência e da responsabilidade de Eduardo fazem falta, hoje, no momento pelo qual o Brasil passa, e todos nós nos preocupamos cada dia mais com o futuro que está por vir, a ausência de Eduardo se torna ainda maior, quase que insubstituível. Não tenho dúvida de que a palavra dele não seria muito diferente da de muitos que aqui hoje falaram. De cobranças em relação àquilo que deve ser cobrado. De denúncias em relação àquilo que deve ser denunciado, até porque é pedagógico. Mas, acima de tudo, de absoluta responsabilidade para com o Brasil.

Os governos são circunstanciais, efêmeros, passageiros. Por maior ou menor tempo, eles se vão, mas o Brasil não. O Brasil está para ser construído e será construído quando nós todos tivermos a capacidade de olhar para o futuro, e não apenas para o dia de hoje.

Eu me lembro e guardo com muito carinho as suas palavras, no momento da campanha de dor imensa, você (Marina Silva), me permitiu ter o privilégio e a responsabilidade de dar continuidade àquele sonho que hoje é de todos nós.

A política, se ela traz muitas frustrações, e elas são permanentes, a política também nos permite momentos e situações que talvez nenhuma outra atividade permitisse viver. Conhecer pessoas de gerações, de regiões, de atividades diferentes. E foi a política que me permitiu o privilégio de conviver com Eduardo e de lhe conhecer, Marina, um pouco mais por dentro da sua alma e dizer que alegria: que honra o Brasil ter uma mulher da sua fibra, da sua qualidade intelectual e do seu imensurável valor.

Encerro me lembrando de outra homenagem a Eduardo, em Brasília, algum tempo atrás. E é com essa lembrança que eu me despeço hoje de vocês, trazendo aqui, não apenas em meu nome, do meu partido, o PSDB, mas em nome da minha família, um sentimento de profundo pesar e ao mesmo tempo de profunda alegria de saber que Eduardo continua mais vivo do que nunca nos seus exemplos e na sua trajetória.

E eu me lembrava, e aqui hoje novamente, de um outro momento que aconteceu há 30 anos na vida do Brasil, há exatos 30 anos , quando numa solenidade não muito diferente do que essa, faziam as principais lideranças políticas do Brasil uma homenagem ao presidente Tancredo, que se fora. O presidente da transição, o presidente da redemocratização. E naquele evento que ocorreu em 1985, poucos meses depois do falecimento do presidente Tancredo, jamais me esqueci de uma frase que disse o grande Ulysses Guimarães para encerrar ali sua manifestação. Fez homenagens, falou da trajetória de Tancredo, deu uma parada, respirou fundo e disse a todos nós estávamos lá: “Eu amava, eu temia Tancredo”. Digo a vocês: “Eu amava, eu temia Eduardo”. E, em sua homenagem, Eduardo, nós não vamos jamais desistir do Brasil.

Muito obrigado.

George Gianni

George Gianni

Pronunciamento durante homenagem aos 50 anos de Eduardo Campos

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, participou, nesta segunda-feira (10/08), em Recife (PE), de ato em homenagem ao ex-governador Eduardo Campos, que completaria hoje 50 anos. A solenidade ocorreu no Paço Alfândega, na capital pernambucana, e reuniu a esposa, Renata Campos, e os filhos do ex-governador.

Leia os principais trechos do pronunciamento do senador:
Acredito que a homenagem maior que posso fazer a Eduardo (Campos) é dizer algumas palavras apenas com o coração, e a homenagem que posso fazer a todos vocês, que estão aqui hoje desde o início desta manhã, é fazer com que essas palavras sejam curtas. Lembrei muito do Eduardo ontem e disse isso agora há pouco. Lembrei de verdade, porque quase que como uma conspiração dos astros, as datas de Eduardo se misturam, porque a data sempre dolorosa da lembrança do seu trágico desaparecimento de alguma forma se aproxima da data de hoje, de comemoração da vida, e também se encontrou com o dia dos pais, ontem.

Talvez entre tantas qualidades que tinha Eduardo, várias aqui hoje contadas e cantadas em verso e prosa, esse do pai que ele foi é a que mais me saltava aos olhos. E eu dizia muito a ele, aquilo que muitos aqui hoje repetiram: conviver, mesmo que de forma circunstancial, com Eduardo, com Renata e com sua família era sempre um momento de muita inspiração.

Eduardo e eu tivemos a nossa trajetória iluminada por duas árvores, e talvez de alguma forma também protegida pela sombra dessas mesmas árvores, muito frondosas: Miguel Arraes e Tancredo (Neves). Ao contrário do que se pudesse significar para alguns como alguma cobrança excessiva em relação aos nossos caminhos, e nós falávamos muito sobre isso, isso foi sempre inspiração, foi sempre energia.

Eduardo, um homem que não se encantava pela liturgia do cargo e que sabia conviver com a responsabilidade das funções que executou e, ao mesmo tempo, com uma enorme alegria. Uma importante escritora americana dizia que alegria é a coisa mais séria que existe. Eduardo transbordava alegria. Permitia que a sua responsabilidade convivesse com algo que inspirava e inspira aqueles que de alguma forma tiveram o privilégio de conviver com ele.

Se em qualquer tempo, em qualquer país, um homem das qualidades, da experiência e da responsabilidade de Eduardo fazem falta, hoje, no momento pelo qual o Brasil passa, e todos nós nos preocupamos cada dia mais com o futuro que está por vir, a ausência de Eduardo se torna ainda maior, quase que insubstituível. Não tenho dúvida de que a palavra dele não seria muito diferente da de muitos que aqui hoje falaram. De cobranças em relação àquilo que deve ser cobrado. De denúncias em relação àquilo que deve ser denunciado, até porque é pedagógico. Mas, acima de tudo, de absoluta responsabilidade para com o Brasil.

Os governos são circunstanciais, efêmeros, passageiros. Por maior ou menor tempo, eles se vão, mas o Brasil não. O Brasil está para ser construído e será construído quando nós todos tivermos a capacidade de olhar para o futuro, e não apenas para o dia de hoje.

Eu me lembro e guardo com muito carinho as suas palavras, no momento da campanha de dor imensa, você (Marina Silva), me permitiu ter o privilégio e a responsabilidade de dar continuidade àquele sonho que hoje é de todos nós.

A política, se ela traz muitas frustrações, e elas são permanentes, a política também nos permite momentos e situações que talvez nenhuma outra atividade permitisse viver. Conhecer pessoas de gerações, de regiões, de atividades diferentes. E foi a política que me permitiu o privilégio de conviver com Eduardo e de lhe conhecer, Marina, um pouco mais por dentro da sua alma e dizer que alegria: que honra o Brasil ter uma mulher da sua fibra, da sua qualidade intelectual e do seu imensurável valor.

Encerro me lembrando de outra homenagem a Eduardo, em Brasília, algum tempo atrás. E é com essa lembrança que eu me despeço hoje de vocês, trazendo aqui, não apenas em meu nome, do meu partido, o PSDB, mas em nome da minha família, um sentimento de profundo pesar e ao mesmo tempo de profunda alegria de saber que Eduardo continua mais vivo do que nunca nos seus exemplos e na sua trajetória.

E eu me lembrava, e aqui hoje novamente, de um outro momento que aconteceu há 30 anos na vida do Brasil, há exatos 30 anos , quando numa solenidade não muito diferente do que essa, faziam as principais lideranças políticas do Brasil uma homenagem ao presidente Tancredo, que se fora. O presidente da transição, o presidente da redemocratização. E naquele evento que ocorreu em 1985, poucos meses depois do falecimento do presidente Tancredo, jamais me esqueci de uma frase que disse o grande Ulysses Guimarães para encerrar ali sua manifestação. Fez homenagens, falou da trajetória de Tancredo, deu uma parada, respirou fundo e disse a todos nós estávamos lá: “Eu amava, eu temia Tancredo”. Digo a vocês: “Eu amava, eu temia Eduardo”. E, em sua homenagem, Eduardo, nós não vamos jamais desistir do Brasil.

Muito obrigado.

Carta a Eduardo Campos

Aécio Neves – Folha de S. Paulo – 10/08/2015

Amigo, escrevo nesse domingo, Dia dos Pais.

Aqui, em Brasília, os dias secos chegaram e as crianças já sentem. Balde com água e toalha molhada no quarto têm sido a solução caseira, mas acho que já está na hora de comprar um umidificador.

Nesta segunda, em que você completaria 50 anos estarei na sua Recife. Quero muito dar um beijo na Renata e nos meninos e agradecer, mais uma vez, o carinho e a generosidade que tiveram comigo no ano passado, quando você, inexplicavelmente, nos deixou.

Amanheci pensando na falta que o seu abraço e seu sorriso largo fazem a eles. Aprendi com meu pai, Aécio, que para a educação dos filhos duas coisas são muito importantes: a presença, sempre que possível, e os bons exemplos. No seu caso, os bons exemplos estão por toda parte e os acompanharão para sempre.

Como deve estar vendo aí de cima, por aqui as coisas não vão nada bem.

Estava me lembrando da nossa conversa no apartamento de sua mãe, dona Ana, no fim de 2013, quando, após uma apetitosa carne de sol, falamos da necessidade da correção de rumos na economia. Lembro-me que chegamos à conclusão de que deveríamos concorrer à Presidência em trincheiras próprias, para fortalecer as oposições, e de que nos encontraríamos mais adiante, para somarmos forças em um novo projeto de Brasil, caso um de nós dois viesse a ser vitorioso.

Nesses dias de incertezas, Eduardo, sinto falta das nossas conversas francas, verdadeiras, em que falávamos do futuro com responsabilidade, mas também com alegria e com o bom humor que nunca lhe faltou. Disse a você, muitas vezes, como me chamava atenção a união da sua família e o afeto que toca a todos que têm o privilégio de conviver com ela. Nesse último ano, você não tem ideia dos exemplos que Renata e os meninos deram a todos os brasileiros.

Não me sai da cabeça um dos últimos jantares na sua casa, com carne de boi e frutos do mar à mesa, que naturalmente você não comeu. Após muitas histórias sobre Arraes e Tancredo (que adaptávamos ao sabor do ouvinte), nos reunimos em volta daquela máquina de música na varanda, que funciona com fichas, e que o José, até então seu caçula, com um sorriso no rosto, manejava como ninguém. Miguel ainda não havia chegado.

Após ouvirmos algumas vezes a sua preferida, “Evidências”, na voz dos amigos Chitãozinho e Xororó, colocamos “Tocando em frente”, de Renato Teixeira e Almir Sater: “Ando devagar, porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais”…

É isso que fica. A lembrança do seu sorriso franco e leal. Os nossos sonhos comuns. E uma amizade para toda vida.

Você faz muita falta ao Brasil, amigo.

O abraço do Aécio.

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