Aécio defende compromisso do PSDB com aprovação de mudanças

“Temos um papel extremamente relevante nesse momento difícil porque passa o país”, diz senador de Minas Gerais.

O senador Aécio Neves afirmou, nesta quinta-feira (24), que as divergências internas do PSDB devem ser superadas em favor da agenda de reformas que o partido considera centrais para o país vencer a recessão e o desemprego gerados pelo governo Dilma Rousseff.

Em entrevista, após participar em Brasília de reunião dos dirigentes estaduais do PSDB, Aécio ressaltou que todos os esforços do partido devem ser dirigidos agora à aprovação no Congresso Nacional das reformas, em especial a reforma política, considerada fundamental para reconstruir a legitimidade dos partidos junto à sociedade.

“O PSDB tem uma marca que é a responsabilidade. Temos um papel extremamente relevante nesse momento difícil porque passa o país. O que vamos fazer é nos empenhar para liderar a agenda de reformas que está em andamento no Congresso, apresentada pelo próprio PSDB. Entre elas, e com uma urgência enorme, a reforma política”, afirmou Aécio.

O senador informou que os dirigentes e as bancadas tucanas fecharam apoio à PEC 282, que acaba com as coligações proporcionais já nas eleições do ano que vem e regula o acesso de legendas aos recursos do Fundo Partidário e ao tempo de rádio e TV a partir do resultado obtido nas urnas. O objetivo é evitar que legendas com baixíssima votação utilizem verbas públicas.

A PEC 282 tem origem numa proposta de Aécio Neves e do senador Ricardo Ferraço, aprovada ano passado pelo Senado. A previsão é de ir à votação no plenário da Câmara dos Deputados na próxima terça-feira (29).

“Tomamos hoje a decisão de apoiar integralmente a proposta que estabelece a cláusula de desempenho de 1,5% (dos votos válidos), a partir da eleição do ano que vem, acrescida de 0,5% a cada nova eleição nacional. E a antecipação já para o ano que vem do fim das coligações nas eleições para as Casas Legislativas”, explicou Aécio sobre as mudanças que já têm consenso no Congresso.

Fundo partidário

Aécio Neves afirmou que o PSDB rejeitou a proposta que destina R$ 3,6 bilhões para as eleições, tendo como base recursos do Orçamento, e que as bancadas apoiarão o projeto que prevê a constituição de um fundo custeado pela compensação financeira hoje dada às emissoras de rádio e TV na veiculação dos programas eleitorais.

“Vamos apoiar a proposta apresentada pelo senador (Ronaldo) Caiado, inclusive sob inspiração do ex-deputado João Almeida, que é o secretário-executivo do PSDB, que estabelece que o fundo eleitoral será alimentado por recursos da compensação que os meios de comunicação recebem em razão do tempo disponibilizado para os programas partidários. Acabaríamos com os programas partidários fora do ambiente eleitoral e essa compensação hoje feita pelo governo poderia alimentar esse fundo, sem que haja necessidade de recursos orçamentários para isso”, afirmou Aécio Neves.

PSDB e PMDB fecham entendimento na votação da reforma trabalhista no Senado, anuncia Aécio

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou, nesta terça-feira (16/05), após reunião com o presidente Michel Temer e líderes partidários, no Palácio do Planalto, que a base aliada do governo fechou acordo para a reta final de votação da Reforma Trabalhista, no Senado.

Em entrevista coletiva após a reunião, Aécio disse que o entendimento fechado é de que ajustes e flexibilizações no texto da reforma já aprovado na Câmara dos Deputados serão feitos no Senado de forma conjunta pelos partidos que sustentam o governo.

“O PSDB tem um compromisso histórico com essas reformas, elas fizeram parte do nosso programa partidário inclusive nas últimas eleições presidenciais e no documento que apresentamos ao presidente Temer, quando hipotecamos a ele apoio nessa travessia. O que de fundo ocorreu nessa conversa foi um sentimento de que avanços e eventuais flexibilizações que possam vir ainda a ocorrer têm que ser compartilhadas pelo conjunto da base de sustentação do presidente no Congresso Nacional”, ressaltou o senador Aécio Neves.

O encontro que reuniu o presidente da República, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, o presidente do PMDB e líder do governo, Romero Jucá, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), relator da reforma trabalhista no Senado, e o líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (PSDB-SC), além do vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), e o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO).

Trabalhadoras gestantes

Aécio Neves destacou que já há um entendimento defendido pelo PSDB de alteração no Senado do texto aprovado que trata das condições de trabalho para gestantes em atividades consideradas insalubres.

“A nossa intenção é não fazer modificações no texto que veio da Câmara, para que não haja necessidade de seu retorno à Câmara. Mas apresentarmos, na justificativa para aprovação da proposta, sugestões pontuais de algumas modificações, como na questão relativa à mulher e ao trabalho insalubre, no momento em que ela estiver grávida ou lactante”, ressaltou Aécio Neves.

Nesta quarta-feira (17), haverá nova reunião dos líderes partidários com o presidente Michel Temer para acertar os detalhes da tramitação do projeto na Casa. Antes de ser votada no plenário do Senado, a reforma passará por três comissões: de Assuntos Sociais (CAS), Assuntos Econômicos (CAE) e Constituição e Justiça (CCJ).

“O que queremos é que sugestões e flexibilizações ocorram, não só de um partido político ou do próprio PSDB, mas que possam todas elas serem compartilhadas e enfrentadas pela base de apoio. O PSDB se incorpora a esse esforço de votação da reforma, como ela está, para que não haja necessidade de seu retorno à Câmara dos Deputados, e queremos que na reforma Previdenciária possamos fazer o mesmo”, destacou.

A melhor chance

Folha de São Paulo – 15/05/2017

Foi aprovada, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara da semana passada, uma PEC de minha autoria e do senador Ricardo Ferraço que estabelece novas regras para funcionamento dos partidos políticos e veda a possibilidade de coligações partidárias nas eleições proporcionais. Buscar maior legitimidade da representação político-partidária é um dos passos fundamentais para resgatarmos, aos olhos de muitos brasileiros, a importância da atividade política como pilar de defesa da democracia.

Falo sobre isso em meu artigo de hoje para a Folha de S.Paulo.

Entrevista coletiva Aécio Neves – PEC 282 reforma política, cláusula de desempenho, financiamento de campanha.

Brasília – 11/05/2017

Trechos de entrevista

Sobre reunião realizada hoje no Congresso para discutir a PEC da reforma política

Tivemos uma reunião acho que histórica, até pelo seu ineditismo, com os presidentes dos principais partidos políticos, os presidentes da Câmara e do Senado em exercício, e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral. E construímos alguns conceitos. O primeiro deles um acordo em torno da PEC de minha autoria que já foi aprovada no Senado e que acaba com as coligações proporcionais a partir de 2020 e já, em 2018, estabelece uma cláusula de desempenho.

Fizemos um entendimento onde haverá uma flexibilização um pouco maior. Foi necessário para que pudesse ser aprovada, e a cláusula começará em 1,5% (dos votos válidos) já em 2018, chegando a 3% em 2030. Ela aumenta paulatinamente a cada nova eleição. E sairemos dos 14 estados, inicialmente propostos, no Senado, para nove estados.

Com isso, o PCdoB e o PT que haviam votado contrariamente no Senado, assumiram o compromisso de votarem favoravelmente (na Câmara). Então, esse é o primeiro avanço objetivo, concreto. E o presidente da Câmara, Rodrigo (Maia), assumiu o compromisso de hoje ainda indicar a comissão especial que usará apenas as 11 sessões regimentais para discutir a matéria, que, em seguida, será submetida ao plenário.

Isso significa dizer que poderemos, em três semanas, estar votando quase que uma reforma política porque significa que dos atuais 28 partidos que funcionam no Congresso, dentre os 35 existentes, vamos reduzir para algo em torno de 15 partidos. Ainda é um excesso na minha avaliação, mas é um avanço considerável em relação ao quadro atual.

Isso é já para 2018?

Já para 2018. Os partidos que obtiverem 1,5% (dos votos válidos em nove estados) é que terão acesso à TV, ao Fundo Partidário e ao funcionamento parlamentar.

Em nove estados?

Em nove estados. Foi um acordo que fizemos. Acho que foi positivo porque garante a aprovação consensual na Câmara e, com isso, assumimos o compromisso de não alterar no Senado. Porque aí retornará ao Senado com a mudança desses dois itens, o percentual da cláusula de barreira e o número de estados necessários para o alcance dessa cláusula.

Com isso vamos manter o texto intocável no Senado, o que significa, repito, que poderemos ter uma nova legislação já a partir das próximas três semanas.

E ficamos de avançar em uma outra construção. Esta sob a relatoria do deputado Vicente Cândido, que diz respeito a um novo sistema eleitoral. Defendemos o distrital misto com alguma transição e o financiamento de campanhas que precisa também ser discutido. Separamos as coisas. É a forma, a meu ver, mais eficiente para que possamos aprovar ambas.

Então, já há um consenso que em 11 sessões vamos votar o fim da coligação proporcional e a cláusula de desempenho, e vamos avançar na outra PEC sob a relatoria do deputado Vicente Cândido, para definir sistema eleitoral. Defendemos voto distrital misto e o fundo eleitoral.

O senhor fala avançar nessa proposta do Vicente Cândido porque financiamento de campanha é um dos temas mais polêmicos?

Exato. Mas já foi um avanço muito grande que conquistamos aqui, hoje. Obviamente queremos continuar conversando. O que foi consensual também é de que a eventual criação de um fundo eleitoral, já que não há mais a permissão de financiamento privado. É preciso que as eleições sejam financiadas de alguma forma, até porque a democracia tem um custo, é assim em qualquer país do mundo, ou ele é privado ou ele é público.

Temos que escolher qual alternativa na qual o Brasil vai investir. Mas há um consenso de que um eventual fundo público teria que vir acompanhado pela alteração no sistema eleitoral hoje. Porque você deixa de individualizar a distribuição desses recursos, passando, obviamente, os recursos para os partidos, e não individualmente para candidatos.

A criação de um fundo para as eleições também já é consenso?

Condicionado à mudança do sistema eleitoral, eu diria que é um sentimento majoritário, se não consensual, porque resolvemos fixar naquilo que é consensual, que é a aprovação da PEC e isso vai ocorrer, repito, em 11 semanas, e o deputado Vicente tem a nossa delegação para construir uma maioria necessária à alteração do sistema eleitoral, mesmo que vigorando a partir de 2022.

Acho que aí também há um consenso, porque não pode ser uma alteração abrupta, já para a próxima eleição, porque tem que se respeitar as circunstâncias nas quais os atuais parlamentares foram eleitos.

O sr. acompanhou a aprovação da sua PEC na CCJ e houve uma resistência muito grande de partidos pequenos que não estavam aqui. O PSOL, PPS. Há realmente a garantia de que a PEC vai passar pela Câmara?

Com o que nós vimos aqui hoje, principalmente com a posição tomada pelo PCdoB e pelo PT, e essa nova concessão, essa nova flexibilização que concordamos em fazer, é exatamente para agrupar esses partidos no campo daqueles que querem uma reforma política.
Quem vai decidir qual partido que vai ter funcionamento parlamentar, que vai ter acesso à televisão, ao Fundo Partidário, não são os partidos, não são os presidentes de partidos, e sim a população, votando ou deixando de votar nesses partidos.

Não teremos unanimidade, obviamente, mas há um consenso que possibilita a aprovação por ampla margem de votos na Câmara dos Deputados, e o nosso compromisso de manter inalterada no Senado. E a federação de partidos também mantida, porque essa é, vamos dizer assim, uma forma de esses partidos que não alcançarem esses percentuais mínimos funcionarem. Mas terão que funcionar dentro de uma federação ao longo de todos os quatro anos.

Trabalho na berlinda

Aécio Neves – Folha de São Paulo – 01/05/2017

Na semana passada, o IBGE deu a dimensão da calamidade social que se abate sobre as famílias brasileiras.

São 14,2 milhões de desempregados, um recorde gestado no governo anterior e, sem dúvida, o principal desafio atual do Brasil. Acrescente-se a precariedade das relações contratuais. No setor privado, o país tem mais de 10 milhões de pessoas sem carteira assinada. Além disso, grande parte da mão de obra não dispõe de benefícios complementares.

Falo sobre isso em meu artigo de hoje para a Folha de S.Paulo.

Entrevista – Proposta do PSDB para Reforma da Previdência

Entrevista – senador Aécio Neves – Brasília 23/03/2017

Me reuni hoje com o relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Maia, e com dirigentes do PSB e do PPS. A nossa ideia é melhorarmos a reforma. É protegermos setores da sociedade brasileira que não têm como se proteger sem a ajuda do Estado. A reforma é necessária, o Brasil precisa ter a sua previdência equilibrada em favor exatamente dos beneficiários daqueles que precisarão receber amanhã as suas aposentadorias.

O mundo inteiro fez essa reforma, mas o que queremos apresentar ao presidente Michel Temer, na semana que vem, é um conjunto de sugestões que, por exemplo, preserve o Benefício de Prestação Continuada (BPC), aquele benefício que recebe apenas os idosos com mais de 65 anos ou os portadores de deficiência que tenham uma renda familiar per capita menor de 1/4 do salário mínimo.

Queremos manter esse benefício que inclusive foi regulamentado pelo PSDB para esses brasileiros. Queremos também proteger os trabalhadores rurais mantendo a idade hoje existente de 60 anos e permitindo que eles possam ter uma aposentadoria precoce em razão das peculiaridades da atividade que desenvolvem.

Outras questões como a regra de transição serão discutidas. Temos que compreender que a reforma precisa ser feita. A questão da idade mínima precisa ocorrer. Ocorreu em todos os países do mundo. O papel do PSDB, ao lado do PSB, ao lado do PPS, e de outros partidos com os quais nos reuniremos, é fazer com que ela seja mais palatável, flexibilizando alguns dos seus pontos.