Senado aprova PEC de Aécio e Ferraço que muda importantes regras para partidos
O Senado aprovou, na noite desta quarta-feira (09/11), em 1º turno de votação, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 36/2016, que limita o acesso dos partidos aos recursos do Fundo Partidário e fortalece as legendas com representação na sociedade.
De autoria dos senadores Aécio Neves e Ricardo Ferraço, e relatada por Aloysio Nunes Ferreira, todos do PSDB, a proposta de reforma política prevê que os partidos só terão acesso aos recursos públicos do Fundo Partidário e ao tempo de propaganda na TV e rádio se atingirem um percentual mínimo de votos nas eleições.
A PEC também acaba com as coligações nas eleições para vereador e deputado estadual e federal.
“Hoje, no Brasil, existem 35 partidos políticos aprovados pelo TSE. Mais de 20 outros já estão com pedido de registro protocolado junto ao tribunal. A pergunta é: tem o Brasil 35, 45, 55 linhas de pensamento que justifiquem 55 partidos políticos? Ou alguns dessas de legendas, na verdade, servem a interesses muito particulares e até mesmo individuais? O que nós queremos com essa proposta é permitir que a sociedade brasileira, através da criação de uma cláusula de desempenho, possa definir quais são aqueles partidos que deverão ter o funcionamento parlamentar”, afirmou Aécio Neves ao defender a proposta na tribuna do Senado.
O texto foi aprovado por 58 votos a 13 e será votado em 2º turno pelo Senado. Aprovada, a PEC seguirá para a Câmara dos Deputados, onde também será votada em dois turnos para entrar em vigor.
Ao defender a PEC em plenário, o senador Aécio Neves ressaltou que um dos principais objetivos da medida é dificultar a criação de legendas sem representação junto aos eleitores e que buscam unicamente obter recursos do fundo e acesso ao tempo de TV e rádio.
De acordo com texto aprovado hoje, terão acesso ao Fundo Partidário e ao tempo no rádio e na TV os partidos que obtiverem percentual mínimo de 2% dos votos válidos, apurados nacionalmente, distribuídos em pelo menos 14 estados, com um mínimo de 2% dos votos válidos em cada unidade da Federação.
A regra será introduzida gradativamente a partir de 2018 e será totalmente incorporada em 2022, quando o percentual mínimo de votos a ser obtido por cada legenda subirá para 3%.
Novos partidos
Aécio Neves destacou que a PEC não impedirá a criação de partidos. A proposta possibilitará também que as legendas que não atingirem o percentual mínimo de votos atuem em conjunto, e com iguais direitos dos demais partidos, por meio do sistema de federação.
O modelo prevê a união de legendas com identidade ideológica e por tempo determinado para atuação em bloco de suas representações nos Legislativos federal, estadual e municipal, e também para acesso ao Fundo Partidário e horário eleitoral.
“A proposta tem a virtude de possibilitar que, através da federação de partidos, aqueles que não alcançaram o percentual determinado para seu funcionamento parlamentar possam fazê-lo, preservados também os seus acessos ao Fundo Partidário e à proporção do tempo de televisão. Portanto, é uma discussão que, a meu ver, não se restringe a um segmento de pensamento da sociedade brasileira, muito menos ao conjunto de partidos da base governista ou da oposição”, destacou Aécio Neves.
Reforma política – Saiba mais sobre a PEC 36/2016
Fundo Partidário: Pela regra atual todos os partidos registrados no TSE têm direito aos recursos do fundo, que é distribuído da seguinte forma: 5% em partes iguais para todos as legendas e 95% de acordo com a proporção de votos obtidos na última eleição para a Câmara dos Deputados. Com a aprovação da PEC, apenas os que atingirem a cláusula de desempenho terão acesso aos recursos do fundo.
Cláusula de desempenho: Terão direito aos recursos do fundo partidário e ao tempo no rádio e na TV os partidos que obtiverem percentual mínimo de 2% dos votos válidos, apurados nacionalmente, distribuídos em pelo menos 14 estados, com um mínimo de 2% dos votos válidos em cada unidade da Federação. A regra será introduzida gradativamente a partir de 2018 e será totalmente incorporada em 2022, quando o percentual mínimo de votos a ser obtido por cada legenda subirá para 3%.
Coligações proporcionais: Acaba em 2020 a coligação entre partidos nas eleições para vereador e deputado estadual ou federal. As pequenas e médias legendas poderão disputar eleições e atuar no Legislativo pelo sistema de federação, com regras novas.
Partidos em Federação: A PEC autoriza os partidos com identidade ideológica e programática a se unir no sistema de federação, devendo ser aprovada formalmente pelos diretórios e em convenção. A federação atuará nos Legislativos e terá, por tempo determinado, iguais direitos às demais legendas, quando alcançar o percentual mínimo nacional de votos. A divisão do fundo partidário e do tempo de TV e rádio será de acordo com a votação obtida por cada partido na federação.
Fidelidade partidária: Prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais, senadores, governadores e presidente da República, bem como seus vices e suplentes, perderão seus mandatos se mudarem do partido pelo qual foram eleitos. Exceto se houver comprovada mudança da linha programática e ideológica do partido.
Funcionamento parlamentar: A PEC não impede a criação de legendas, e sim o acesso livre a recursos públicos do fundo partidário e ao horário de rádio e TV. O candidato eleito por partido que não alcançar o mínimo nacional de votos terá garantido todos os direitos do exercício do mandato e poderá mudar de partido, mas a migração não terá efeito para fins de distribuição de recursos e ao tempo da propaganda.
Aprovação em 1º turno da PEC da reforma política
“Hoje existem 35 partidos aprovados pelo TSE, mais de vinte outros já com pedido de registro protocolado junto ao tribunal. É de se perguntar: tem o Brasil 35, 45, 55 linhas de pensamento que justifiquem 55 partidos políticos? Ou alguns desses talvez melhor seria chamá-los de legendas que servem a interesses muito particulares e até mesmo individuais?”, questionou o senador Aécio Neves em pronunciamento no Senado Federal, nesta quarta-feira (09/11), durante sessão em que foi aprovada em 1º turno a PEC 36.
De autoria dos senadores Aécio Neves e Ricardo Ferraço, a PEC foi aprovada por 58 votos a 13 e será votada em 2º turno ainda este mês. A proposta prevê que as legendas terão acesso aos recursos do Fundo Partidário e ao tempo no horário de TV e rádio se atingirem um percentual mínimo de votos nas eleições. A PEC também acaba com as coligações nas eleições para vereador e deputado estadual e federal.
“O que queremos com essa proposta é permitir que a sociedade brasileira, através da criação de uma cláusula de desempenho, possa definir quais são aqueles partidos que deverão ter o funcionamento parlamentar e, por consequência, acesso ao Fundo Parlamentar e ao tempo de televisão”, afirmou Aécio.
Entrevista coletiva sobre eleições e PEC da Reforma Política
Sobre resultados do 1º turno das eleições.
Em primeiro lugar quero reiterar, mais uma vez, que esta eleição de 2016, ainda em curso com várias cidades com 2º turno para ser disputado, já apresenta dois resultados absolutamente claros. Os dois, a meu ver, dignos de registro. O primeiro deles o vertiginoso crescimento do PSDB que se transforma no partido político que mais voto recebeu historicamente, contando aqueles que certamente receberemos no 2º turno, ultrapassando inclusive uma votação que o PMDB teve em 2008. Estaremos administrando um número de 17 milhões de eleitores já apenas no primeiro turno, sendo que 11 milhões ainda em curso, em discussão.
Então, a vitória do PSDB nas eleições, no geral e nas cidades maiores do Brasil, é algo extraordinário. O PSDB poderá mesmo em uma eleição pulverizada como esta, com mais de 30 partidos disputando e vencendo pelo menos uma prefeitura, nas cidades acima de 200 mil eleitores, elegemos 14 prefeitos e disputamos outras 19 eleições, podendo, portanto, chegar a 33 vitórias ou algo próximo disso que significa que um só partido estará governando algo em torno de um terço do conjunto das cidades com mais de 200 mil eleitores no país.
Um outro dado extremamente relevante do ponto de vista pessoal, e falo como presidente do partido, para mim, um sinalizador. Tivemos vitórias muito expressivas como a de São Paulo, mas o PSDB cresceu em todas as regiões do país, sem exceção, tanto em número de prefeituras quanto em população a ser administrada pelo partido. Por outro lado, o número de vereadores do PSDB teve também um crescimento extraordinário nessas últimas eleições. Somos um dos partidos que mais cresceu. Então, esse é o primeiro dado relevante eleição, o crescimento vertiginoso do PSDB.
E o outro, não menos importante, a derrocada do PT, que deixa de administrar algo em torno de 17 milhões de eleitores para algo em torno de 6 milhões de eleitores. Tem uma perda de prefeituras, e esse é um dado que mais me chama a atenção, de 59,4%. Enquanto o PSDB salta para mais de 800 prefeituras após o segundo turno, com o crescimento acima de 16%. Isso é mais relevante porque houve um crescimento enorme no número de partidos. Manter o que tinha já era extraordinário e ter um crescimento expressivo como este é mais extraordinário ainda. E o PT teve um decréscimo no número de prefeituras em torno de 60%. Um último dado também marcante no que diz respeito às cidades com mais de 200 mil eleitores, o PT venceu apenas uma, a capital do Acre, Rio Branco. Enquanto, o PSDB, como disse, venceu 14 e disputa outras 19.
É uma demonstração clara do fracasso, da derrocada, do falacioso discurso do golpe, do oportunista discurso da vitimização que o PT alardeou por todo o país. Não fomos nós do PSDB, a população brasileira rechaçou esse discurso. O PT terá que encontrar um novo caminho para reconciliar-se minimamente com setores da sociedade que dele já tiveram próximos.
A grande verdade é que o PT em várias regiões do país foi simplesmente dizimando nessas últimas eleições. Isso é uma demonstração de que a coerência do posicionamento do PSDB, desde as eleições de 14, quando já denunciávamos tudo que vinha acontecendo no Brasil na economia, na condução das nossas empresas públicas, na perda de poder aquisitivo da população, e a coerência com que mantivemos a nossa postura ao longo de todo esse último ano e meio, inclusive a nossa posição de apoio ao impeachment, por alguns questionada num primeiro momento, mas que apoiamos com responsabilidade para com o Brasil, por respeito à Constituição, e por fim, o nosso apoio às reformas que deverão ser implementadas ao governo Temer foram compreendidas pela maioria expressiva ou pela parcela mais expressiva da população brasileira como o caminho mais correto. Então o PSDB, realmente, com humildade, mas com muita firmeza, comemora o resultado dessas eleições como o seu melhor resultado nos seus 28 anos de existência.
Sobre projeto de reforma política.
Acabei de me reunir com o presidente Renan Calheiros e definimos a data do dia 8 de novembro, a primeira semana de trabalho congressual, após o segundo turno das eleições, porque queremos aqui uma presença maciça de parlamentares para a votação da primeira etapa da reforma política. O projeto de minha autoria e do senador Ricardo Ferraço, que restabelece a cláusula de desempenho, a chamada cláusula de barreira, e acaba com as coligações proporcionais, será votada o dia 8 de novembro. Amanhã, o presidente Renan e eu estaremos nos reunindo às 11 horas no gabinete do presidente da Câmara para definir com ele a data, em aprovada essa proposta no Senado, em que ela será levada ao plenário na Câmara dos Deputados.
Nada ficou mais claro nessas eleições do que a inviabilidade de continuarmos tendo um sistema político no Brasil onde mais de 30 siglas partidas, porque a grande maioria não são partidos políticos, disputam as eleições, se apropriando indevidamente, ao meu ver, de um fundo partidário e depois negociando o seu tempo de televisão, sem que tenha a conexão mínima com qualquer setor da sociedade brasileira.
O Brasil não tem 35 linhas de pensamento político que justifique esse número abissal, esse número eu diria quase que pornográfico de partidos políticos. Portanto é o primeiro gesto concreto, corajoso, que o Congresso Nacional deve tomar a partir de experiências pretéritas, mas, em especial, dessa última eleição. Acredito que há maioria para aprovarmos no Senado e acredito que construiremos com as lideranças da Câmara a maioria para que ainda no mês de novembro, esse é o objetivo final, ainda em novembro, possamos ter restabelecidos esses critérios onde o partido político para ter funcionamento parlamentar ele tem que ter sintonia, tem que ter conexão com algum segmento, tem que representar algum segmento de pensamento na sociedade brasileira.
Depois de uma ampla discussão, optamos por criar uma alternativa até para que isso facilite a aprovação para pequenos partidos que seria federação partidária. Nossa ideia é de que ela funcione temporariamente. Nas próximas eleições, aqueles partidos que não alcancem o quociente mínimo de votos possam funcionar em aliança. Portanto, a partir de uma federação de partidos com os quais eles tenham uma afinidade programática ou mesmo ideológica. Acho que é a primeira e a maior resposta que o Senado da República e a Câmara dos Deputados darão a esse sistema político falido, carcomido, ultrapassado é votarmos a cláusula de barreira e o fim das coligações proporcionais.
Sobre a prefeitura do Rio de Janeiro, já há uma definição de quem o PSDB vai apoiar?
Conversei hoje com nossas lideranças locais, com nosso candidato Osorio, a quem quero cumprimentar pelo belíssimo desempenho que teve. Mesmo não tendo sido considerado durante boa parte da eleição pelos principais institutos de pesquisa como um candidato competitivo, ele mostrou, ao final, pelo seu resultado muito acima do previsto, como um candidato extremamente competitivo. Conversei com o presidente local do partido, deputado Luiz Paulo Correa da Rocha e, agora há pouco, com o presidente Otávio Leite e, respeitando a posição local do partido, nosso caminho será de não apoio formal, oficial a qualquer uma das duas candidaturas.
Quero inclusive cumprimentá-las por terem chegado ao segundo turno, mas o candidato Freixo representa, do ponto de vista da sua visão política, a negação daquilo que o PSDB acredita e seu próprio discurso após a eleição, onde dedica sua vitória a aqueles que consideram que houve golpe no país, e nós assistimos o Brasil viver um processo constitucional, nos afasta de forma definitiva dessa opção.
E não há identidade entre a candidatura do PSDB apresentada no Rio de Janeiro, com o candidato Marcelo Crivella. Portanto, não haverá, no Rio de Janeiro, apoio formal do PSDB a qualquer uma das duas candidaturas, e os eleitores, espero, possam tomar a melhor decisão e fazer a melhor escolha para o Rio de Janeiro.
Sobre apoio em Recife.
Em relação ao Recife, onde da mesma forma o PSDB teve um extraordinário desempenho com o deputado Daniel Coelho, que se aproximou muito do segundo colocado, também durante a campanha colocado muito à distância dele, chegou muito próximo, o que mostrou que sua candidatura era competitiva.
Quero aqui afirmar oficialmente que o PSDB apoiará a candidatura do prefeito Geraldo Júlio (PSB) porque encontra com ela, não obstante os questionamentos e críticas naturais feitos durante a campanha, uma enorme identidade. Além disso, quero aqui anunciar que o PSDB estará apoiando em Olinda o candidato Antônio Campos, do PSB, já que, também por muito pouco, por fração, não chegamos ao segundo turno, uma forma de homenagear não apenas um partido que aqui no Congresso Nacional tem tido conosco uma enorme identidade e parceria, mas nesse caso específico, é também uma homenagem ao ex-governador Eduardo Campos, apoiando seu irmão Antonio Campos, e, de alguma forma, retribuindo o importante apoio que tivemos do PSB, em Pernambuco, no segundo turno das eleições presidenciais.
O Marcelo Crivella o procurou?
Não tive ainda conversa com o senador Crivella e não tive ainda notícia de que ele tenha me procurado. Respeito pessoalmente o senador. Não tenho dúvida de que setores que votaram em Osorio poderão – já que o voto do segundo turno pode ser também o voto da exclusão, e não da opção, é natural que setores do PSDB possam apoiá-lo. Mas depois de uma discussão madura, reflexiva, optamos por não formalizar o apoio a nenhuma das duas candidaturas (no Rio). Quero dizer aqui, reiterando o respeito pessoal pelo senador Crivella.
Que avaliação o sr. faz da pesquisa do governo Temer?
Estou sabendo dessa pesquisa agora. Mas quero repetir aqui uma frase que tenho dito desde o início do nosso apoio ao presidente Temer. O presidente Temer não tem que se preocupar com curvas de popularidade. O presidente Temer tem um compromisso com a história. O seu governo é um governo de transição. É um governo que veio para fazer as reformas absolutamente necessárias, a tirar o Brasil das profundezas, do abismo, no qual os governos do PT nos mergulharam.
As reformas que estão na pauta não são mais uma opção programática, ideológica. São uma necessidade imperiosa para que o Brasil volte a inspirar a confiança, a partir dessa confiança, investimentos, e a partir deles, emprego, que é o que nós queremos. Essa pauta que está aí colocada não é mais opção. O PT fez tão mal ao Brasil do ponto de vista ético, do ponto de vista econômico, e agora social, com o desemprego de mais de 12 milhões de brasileiros, com 60 milhões de brasileiros endividados com 10 milhões de famílias retornando às classes D e E, e nós temos a obrigação de apoiar o governo Temer para retirar o Brasil das profundezas na qual o governo do PT nos mergulhou.
Por isso, se eu pudesse dar aqui uma sugestão, um conselho ao presidente, seria esse: não se preocupe com curvas de popularidade. Preocupe-se em conduzir essas reformas que o PSDB estará ao seu lado, de forma muito clara, corajosa, para defendê-las no Congresso e junto à sociedade, sabendo que lá à frente haverá compreensão, se aprovadas essas medidas, de que ele fez o que precisava ser feito.
Voto em lista e financiamento de campanha entram na PEC da reforma?
Acho que essa pode ser a segunda etapa. O que estou defendendo junto ao presidente Renan e defenderei amanhã junto ao presidente Rodrigo é que seja votada, em primeiro lugar, a primeira etapa da reforma política, que seria essa: fim da coligação proporcional e cláusula de barreira. E, na sequência, iniciaríamos o debate em relação a, por exemplo, voto distrital misto, alguns defendem voto distrital misto com metade das vagas sendo preenchidas por lista, outros já defendem a lista pura. Eu, pessoalmente, e nós, do PSDB, historicamente, defendemos o voto distrital misto no modelo alemão, mas a minha experiência no Parlamento me orienta a defender a tese de que devemos votar separadamente essas questões, para que uma eventual oposição a um tema ou uma parte da reforma não acabe por inviabilizá-la na sua complexidade, na sua totalidade.
A proposta já está na mesa do presidente do Senado, já passou pela Comissão de Constituição e Justiça, e vamos acertar com o presidente Rodrigo para que ele possa colocá-la ainda no mês de novembro em votação, sem prejuízo de outras etapas da reforma que poderão ser votadas, inclusive a questão do voto em lista ou do voto distrital misto.
A fidelidade partidária também?
Também, mas na sequência. Quero separar as coisas. Se a gente fizer uma coisa muito ampla, como no passado, não passa nada.
Aécio Neves – Entrevista coletiva sobre eleições e PEC da Reforma Política
Sobre resultados do 1º turno das eleições.
Em primeiro lugar quero reiterar, mais uma vez, que esta eleição de 2016, ainda em curso com várias cidades com 2º turno para ser disputado, já apresenta dois resultados absolutamente claros. Os dois, a meu ver, dignos de registro. O primeiro deles o vertiginoso crescimento do PSDB que se transforma no partido político que mais voto recebeu historicamente, contando aqueles que certamente receberemos no 2º turno, ultrapassando inclusive uma votação que o PMDB teve em 2008. Estaremos administrando um número de 17 milhões de eleitores já apenas no primeiro turno, sendo que 11 milhões ainda em curso, em discussão.
Então, a vitória do PSDB nas eleições, no geral e nas cidades maiores do Brasil, é algo extraordinário. O PSDB poderá mesmo em uma eleição pulverizada como esta, com mais de 30 partidos disputando e vencendo pelo menos uma prefeitura, nas cidades acima de 200 mil eleitores, elegemos 14 prefeitos e disputamos outras 19 eleições, podendo, portanto, chegar a 33 vitórias ou algo próximo disso que significa que um só partido estará governando algo em torno de um terço do conjunto das cidades com mais de 200 mil eleitores no país.
Um outro dado extremamente relevante do ponto de vista pessoal, e falo como presidente do partido, para mim, um sinalizador. Tivemos vitórias muito expressivas como a de São Paulo, mas o PSDB cresceu em todas as regiões do país, sem exceção, tanto em número de prefeituras quanto em população a ser administrada pelo partido. Por outro lado, o número de vereadores do PSDB teve também um crescimento extraordinário nessas últimas eleições. Somos um dos partidos que mais cresceu. Então, esse é o primeiro dado relevante eleição, o crescimento vertiginoso do PSDB.
E o outro, não menos importante, a derrocada do PT, que deixa de administrar algo em torno de 17 milhões de eleitores para algo em torno de 6 milhões de eleitores. Tem uma perda de prefeituras, e esse é um dado que mais me chama a atenção, de 59,4%. Enquanto o PSDB salta para mais de 800 prefeituras após o segundo turno, com o crescimento acima de 16%. Isso é mais relevante porque houve um crescimento enorme no número de partidos. Manter o que tinha já era extraordinário e ter um crescimento expressivo como este é mais extraordinário ainda. E o PT teve um decréscimo no número de prefeituras em torno de 60%. Um último dado também marcante no que diz respeito às cidades com mais de 200 mil eleitores, o PT venceu apenas uma, a capital do Acre, Rio Branco. Enquanto, o PSDB, como disse, venceu 14 e disputa outras 19.
É uma demonstração clara do fracasso, da derrocada, do falacioso discurso do golpe, do oportunista discurso da vitimização que o PT alardeou por todo o país. Não fomos nós do PSDB, a população brasileira rechaçou esse discurso. O PT terá que encontrar um novo caminho para reconciliar-se minimamente com setores da sociedade que dele já tiveram próximos.
A grande verdade é que o PT em várias regiões do país foi simplesmente dizimando nessas últimas eleições. Isso é uma demonstração de que a coerência do posicionamento do PSDB, desde as eleições de 14, quando já denunciávamos tudo que vinha acontecendo no Brasil na economia, na condução das nossas empresas públicas, na perda de poder aquisitivo da população, e a coerência com que mantivemos a nossa postura ao longo de todo esse último ano e meio, inclusive a nossa posição de apoio ao impeachment, por alguns questionada num primeiro momento, mas que apoiamos com responsabilidade para com o Brasil, por respeito à Constituição, e por fim, o nosso apoio às reformas que deverão ser implementadas ao governo Temer foram compreendidas pela maioria expressiva ou pela parcela mais expressiva da população brasileira como o caminho mais correto. Então o PSDB, realmente, com humildade, mas com muita firmeza, comemora o resultado dessas eleições como o seu melhor resultado nos seus 28 anos de existência.
Sobre projeto de reforma política.
Acabei de me reunir com o presidente Renan Calheiros e definimos a data do dia 8 de novembro, a primeira semana de trabalho congressual, após o segundo turno das eleições, porque queremos aqui uma presença maciça de parlamentares para a votação da primeira etapa da reforma política. O projeto de minha autoria e do senador Ricardo Ferraço, que restabelece a cláusula de desempenho, a chamada cláusula de barreira, e acaba com as coligações proporcionais, será votada o dia 8 de novembro. Amanhã, o presidente Renan e eu estaremos nos reunindo às 11 horas no gabinete do presidente da Câmara para definir com ele a data, em aprovada essa proposta no Senado, em que ela será levada ao plenário na Câmara dos Deputados.
Nada ficou mais claro nessas eleições do que a inviabilidade de continuarmos tendo um sistema político no Brasil onde mais de 30 siglas partidas, porque a grande maioria não são partidos políticos, disputam as eleições, se apropriando indevidamente, ao meu ver, de um fundo partidário e depois negociando o seu tempo de televisão, sem que tenha a conexão mínima com qualquer setor da sociedade brasileira.
O Brasil não tem 35 linhas de pensamento político que justifique esse número abissal, esse número eu diria quase que pornográfico de partidos políticos. Portanto é o primeiro gesto concreto, corajoso, que o Congresso Nacional deve tomar a partir de experiências pretéritas, mas, em especial, dessa última eleição. Acredito que há maioria para aprovarmos no Senado e acredito que construiremos com as lideranças da Câmara a maioria para que ainda no mês de novembro, esse é o objetivo final, ainda em novembro, possamos ter restabelecidos esses critérios onde o partido político para ter funcionamento parlamentar ele tem que ter sintonia, tem que ter conexão com algum segmento, tem que representar algum segmento de pensamento na sociedade brasileira.
Depois de uma ampla discussão, optamos por criar uma alternativa até para que isso facilite a aprovação para pequenos partidos que seria federação partidária. Nossa ideia é de que ela funcione temporariamente. Nas próximas eleições, aqueles partidos que não alcancem o quociente mínimo de votos possam funcionar em aliança. Portanto, a partir de uma federação de partidos com os quais eles tenham uma afinidade programática ou mesmo ideológica. Acho que é a primeira e a maior resposta que o Senado da República e a Câmara dos Deputados darão a esse sistema político falido, carcomido, ultrapassado é votarmos a cláusula de barreira e o fim das coligações proporcionais.
Sobre a prefeitura do Rio de Janeiro, já há uma definição de quem o PSDB vai apoiar?
Conversei hoje com nossas lideranças locais, com nosso candidato Osorio, a quem quero cumprimentar pelo belíssimo desempenho que teve. Mesmo não tendo sido considerado durante boa parte da eleição pelos principais institutos de pesquisa como um candidato competitivo, ele mostrou, ao final, pelo seu resultado muito acima do previsto, como um candidato extremamente competitivo. Conversei com o presidente local do partido, deputado Luiz Paulo Correa da Rocha e, agora há pouco, com o presidente Otávio Leite e, respeitando a posição local do partido, nosso caminho será de não apoio formal, oficial a qualquer uma das duas candidaturas.
Quero inclusive cumprimentá-las por terem chegado ao segundo turno, mas o candidato Freixo representa, do ponto de vista da sua visão política, a negação daquilo que o PSDB acredita e seu próprio discurso após a eleição, onde dedica sua vitória a aqueles que consideram que houve golpe no país, e nós assistimos o Brasil viver um processo constitucional, nos afasta de forma definitiva dessa opção.
E não há identidade entre a candidatura do PSDB apresentada no Rio de Janeiro, com o candidato Marcelo Crivella. Portanto, não haverá, no Rio de Janeiro, apoio formal do PSDB a qualquer uma das duas candidaturas, e os eleitores, espero, possam tomar a melhor decisão e fazer a melhor escolha para o Rio de Janeiro.
Sobre apoio em Recife.
Em relação ao Recife, onde da mesma forma o PSDB teve um extraordinário desempenho com o deputado Daniel Coelho, que se aproximou muito do segundo colocado, também durante a campanha colocado muito à distância dele, chegou muito próximo, o que mostrou que sua candidatura era competitiva.
Quero aqui afirmar oficialmente que o PSDB apoiará a candidatura do prefeito Geraldo Júlio (PSB) porque encontra com ela, não obstante os questionamentos e críticas naturais feitos durante a campanha, uma enorme identidade. Além disso, quero aqui anunciar que o PSDB estará apoiando em Olinda o candidato Antônio Campos, do PSB, já que, também por muito pouco, por fração, não chegamos ao segundo turno, uma forma de homenagear não apenas um partido que aqui no Congresso Nacional tem tido conosco uma enorme identidade e parceria, mas nesse caso específico, é também uma homenagem ao ex-governador Eduardo Campos, apoiando seu irmão Antonio Campos, e, de alguma forma, retribuindo o importante apoio que tivemos do PSB, em Pernambuco, no segundo turno das eleições presidenciais.
O Marcelo Crivella o procurou?
Não tive ainda conversa com o senador Crivella e não tive ainda notícia de que ele tenha me procurado. Respeito pessoalmente o senador. Não tenho dúvida de que setores que votaram em Osorio poderão – já que o voto do segundo turno pode ser também o voto da exclusão, e não da opção, é natural que setores do PSDB possam apoiá-lo. Mas depois de uma discussão madura, reflexiva, optamos por não formalizar o apoio a nenhuma das duas candidaturas (no Rio). Quero dizer aqui, reiterando o respeito pessoal pelo senador Crivella.
Que avaliação o sr. faz da pesquisa do governo Temer?
Estou sabendo dessa pesquisa agora. Mas quero repetir aqui uma frase que tenho dito desde o início do nosso apoio ao presidente Temer. O presidente Temer não tem que se preocupar com curvas de popularidade. O presidente Temer tem um compromisso com a história. O seu governo é um governo de transição. É um governo que veio para fazer as reformas absolutamente necessárias, a tirar o Brasil das profundezas, do abismo, no qual os governos do PT nos mergulharam.
As reformas que estão na pauta não são mais uma opção programática, ideológica. São uma necessidade imperiosa para que o Brasil volte a inspirar a confiança, a partir dessa confiança, investimentos, e a partir deles, emprego, que é o que nós queremos. Essa pauta que está aí colocada não é mais opção. O PT fez tão mal ao Brasil do ponto de vista ético, do ponto de vista econômico, e agora social, com o desemprego de mais de 12 milhões de brasileiros, com 60 milhões de brasileiros endividados com 10 milhões de famílias retornando às classes D e E, e nós temos a obrigação de apoiar o governo Temer para retirar o Brasil das profundezas na qual o governo do PT nos mergulhou.
Por isso, se eu pudesse dar aqui uma sugestão, um conselho ao presidente, seria esse: não se preocupe com curvas de popularidade. Preocupe-se em conduzir essas reformas que o PSDB estará ao seu lado, de forma muito clara, corajosa, para defendê-las no Congresso e junto à sociedade, sabendo que lá à frente haverá compreensão, se aprovadas essas medidas, de que ele fez o que precisava ser feito.
Voto em lista e financiamento de campanha entram na PEC da reforma?
Acho que essa pode ser a segunda etapa. O que estou defendendo junto ao presidente Renan e defenderei amanhã junto ao presidente Rodrigo é que seja votada, em primeiro lugar, a primeira etapa da reforma política, que seria essa: fim da coligação proporcional e cláusula de barreira. E, na sequência, iniciaríamos o debate em relação a, por exemplo, voto distrital misto, alguns defendem voto distrital misto com metade das vagas sendo preenchidas por lista, outros já defendem a lista pura. Eu, pessoalmente, e nós, do PSDB, historicamente, defendemos o voto distrital misto no modelo alemão, mas a minha experiência no Parlamento me orienta a defender a tese de que devemos votar separadamente essas questões, para que uma eventual oposição a um tema ou uma parte da reforma não acabe por inviabilizá-la na sua complexidade, na sua totalidade.
A proposta já está na mesa do presidente do Senado, já passou pela Comissão de Constituição e Justiça, e vamos acertar com o presidente Rodrigo para que ele possa colocá-la ainda no mês de novembro em votação, sem prejuízo de outras etapas da reforma que poderão ser votadas, inclusive a questão do voto em lista ou do voto distrital misto.
A fidelidade partidária também?
Também, mas na sequência. Quero separar as coisas. Se a gente fizer uma coisa muito ampla, como no passado, não passa nada.
Ao avaliar eleições, Aécio constata que PSDB foi o maior vitorioso deste primeiro turno
REPÓRTER:
Em entrevista coletiva, nesta segunda-feira, em Belo Horizonte, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, apresentou um balanço com os resultados obtidos pelos candidatos tucanos no primeiro turno das eleições municipais. De acordo com Aécio, o PSDB recebeu mais de 17,6 milhões votos em todas as regiões do país. Aécio fez um comparativo entre o resultado do PSDB e o do PT, que registrou apenas cerca de seis milhões de votos. Com os candidatos a prefeito já eleitos no primeiro turno, os tucanos passarão a administrar em torno de 37 milhões de brasileiros. Ele atribuiu o resultado histórico do PSDB ao trabalho em favor de uma agenda de crescimento para o país e da boa gestão para as cidades.
SONORA DO SENADOR AÉCIO NEVES
“O PSDB, portanto, se transforma no partido político que maior volume de votos recebeu em todo o país, o partido político que o maior número de capitais irá administrar e maior número de prefeitos conseguiu proporcionalmente eleger em relação à eleição passada e passaremos a administrar uma população em torno de 37 milhões de brasileiros”.
REPÓRTER:
O tucano informou que a legenda teve um crescimento de mais de 15% no número de prefeituras que venceu em comparação às últimas eleições. O PSDB saltou de 686 para 791 prefeituras. Este aumento pode ultrapassar 16% a partir dos resultados das prefeituras que irão disputar no segundo turno. Aécio salientou que o bom resultado neste primeiro turno se deve a defesa de boas propostas nos municípios e ao trabalho do partido na esfera federal no combate à crise econômica e social que atinge o país.
SONORA DO SENADOR AÉCIO NEVES
“Essa foi a mais consagradora vitória que o PSDB teve desde 2004. Uma onda azul varreu o país. O PSDB se transforma no partido político que maior volume de votos recebeu em todo o país, que maior número de capitais irá administrar e maior número de prefeitos conseguiu proporcionalmente eleger em relação à eleição passada. Esses números ilustram, não apenas um resultado isolado de uma eleição, mas a consequência do que aconteceu no Brasil ao longo desses últimos anos.”
REPÓRTER:
O PSDB ainda irá disputar o segundo turno em 19 municípios. Entre esses, oito são capitais: Belo Horizonte, Cuiabá, Campo Grande, Manaus, Porto Velho, Maceió, Belém e Porto Alegre. Aécio afirmou que o partido está otimista e que pode vencer em 18 das 26 capitais. A presença do PSDB aumentou também nas Câmaras Municipais. A legenda saltou de 5.146 para 5.355 vereadores, um aumento de 4%.
De Brasília, Shirley Loiola.
Entrevista coletiva sobre o desemprenho do PSDB nas eleições
Quero, em primeiro lugar, na companhia do presidente estadual do partido, deputado Domingos Sávio, do presidente do PSDB municipal, Reinaldo, do Gustavo Valadares, fazer uma primeira análise do resultado das eleições no país e, em especial, no que diz respeito ao PSDB. Quero aqui afirmar que essa foi a mais consagradora vitória que o PSDB teve desde 2004, quando já não estávamos no governo federal. Na verdade, uma onda azul varreu o país. O PSDB teve um crescimento de mais de 15% no número de prefeituras que venceu nas últimas eleições e aqui faço um parêntese para ressaltar que houve uma pulverização maior dos partidos políticos. Cresceu, de forma muito expressiva, o número de partidos políticos de disputaram, que acabaram vencendo prefeituras, o que impactou nos partidos, vou chamar mais tradicionais, os partidos que têm uma história mais antiga.
Mesmo assim, o PSDB saltou – sem computar os cerca de 19 municípios onde estaremos disputando o segundo turno – de 686 para 791 prefeituras. Um aumento de 15,3%. Podendo este aumento ultrapassar 16% a partir dos resultados das prefeituras que estaremos disputando no segundo turno.
Neste mesmo levantamento, vale ressaltar que o PT caiu de 630 para 256 prefeituras. Uma queda de torno de 60%. Por outro lado, fazendo uma avaliação das capitais brasileiras, o PSDB – que já elegeu dois prefeitos em primeiro turno, e com ambos já conversei hoje, o prefeito João Dória, de São Paulo (SP) e o prefeito Firmino Filho, de Teresina (PI) – estará disputando com candidatos próprios em mais oito capitais. Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Maceió (AL), Manaus (AM), Porto Alegre (RS) e Porto Velho (RO).
Além disso estaremos – falando apenas das capitais – disputando, com candidatos a vice-prefeitos, o segundo turno em outras três capitais, Curitiba (PR), Goiânia (GO) e Florianópolis (SC). Portanto com candidatos a vice-prefeitos nessas coligações. E ainda participamos da coligação vencedora em Salvador (BA), com ACM Neto, em primeiro turno, e em João Pessoa (PB) com o prefeito [Luciano] Cartaxo. Ainda participaremos das alianças que estarão indo ao segundo turno em Fortaleza (CE) e Macapá (AP).
Faço esse resumo para dizer que o PSDB – claro que em uma previsão mais otimista – poderá vencer, ao final do segundo turno, em 18 das 26 capitais, entre candidaturas próprias, coligações com lançamento de candidato a vice-prefeito e coligação formal. Portanto, poderemos sair vencedores de 18 em 26 capitais.
Um outro dado extremamente expressivo, é também o aumento da presença do PSDB nas Câmaras Municipais. O PSDB saltou de 5146 para 5355 vereadores, um aumento de 4%, repito em razão da pulverização dos partidos –, mesmo assim crescemos, e o PT deve um decréscimo de 44.8%, cai de 5067 para 2795 vereadores.
Um outro dado extremamente relevante que gostaria de dividir diz respeito às cidades de mais de 200 mil eleitores, as cidades onde existem segundo turno, são 93 cidades nessa condição no país. Nessas cidades, já vencemos em 14 delas com candidaturas próprias, e disputamos o segundo turno em 19. Isso significa que o PSDB poderá, ao final, ter vencido em 33 das 93 maiores cidades do Brasil. Isso é algo inédito. Significa que um só partido chegar próximo – obviamente se vencermos as eleições no segundo turno – de um terço das maiores cidades do país em uma eleição em que mais de 30 partidos disputaram no Brasil inteiro.
Se acrescentarmos ainda nesse conjunto das 93 maiores cidades brasileiras – acima de 200 mil eleitores – as chapas onde o PSDB participa com vice e as coligações onde o PSDB participa, chegaremos à possibilidade de vencer em 55 das 93 cidades. Isso significa uma vitória em 60% das 93 maiores cidades do Brasil.
Em número de votos
Um outro dado extremamente relevante para nós diz respeito aos votos recebidos pelos PSDB. E chamo a atenção porque esse dado, a meu ver, traz um componente mais amplo do que a simples vitória desse ou daquele candidato. O PSDB recebeu dos brasileiros de todas as regiões do Brasil, no primeiro turno, de todos os candidatos do PSDB do primeiro turno somados receberam 17. 612.000 votos. Os candidatos do PT somados receberam 6.821.000 votos. O PSDB, portanto, se transforma no partido político que maior volume de votos recebeu em todo o país, o partido político que o maior número de capitais irá administrar e maior número de prefeitos conseguiu proporcionalmente eleger em relação à eleição passada e passaremos a administrar uma população em torno de 37 milhões de brasileiros. O PT 6 milhões.
Esses números por si só ilustram não apenas um resultado isolado de uma eleição, mas a consequência do que aconteceu no Brasil ao longo desses últimos anos. Quero dizer que hoje conversei desde o início da manhã com candidatos eleitos, outros que foram para o segundo turno com as principais lideranças políticas do país por todas as regiões, e há um consenso, há uma constatação de que a trajetória do PSDB a partir de 2014, quando obtivemos mais de 51 milhões de votos, quando continuamos a afirmar o nosso compromisso com o Brasil, com a estabilidade, com o ajuste das contas, com a retomada do crescimento e do emprego.
A nossa firmeza na defesa daquilo que acreditamos, a nossa contribuição para o afastamento da presidente Dilma por ter perdido ela todas as condições mínimas de governabilidade. O apoio que damos hoje sabendo da nossa responsabilidade, das nossas dificuldades, ao governo que constitucionalmente assume. Tudo isso foi compreendido pela população brasileira como a posição correta a ser tomada. Portanto, quero cumprimentar os meus companheiros tucanos e os nossos aliados em todas as partes do Brasil. Teremos ainda um segundo turno intenso de discussões políticas onde o PSDB sempre buscará defender ideias, propostas, fazer o debate, como dizia o velho Tancredo, onde não as pessoas, mas as ideias é que disputam, que brigam entre si.
Tenho absoluta convicção que tudo isso sinaliza para um PSDB cada vez mais fortalecido em busca daquele que sempre foi o nosso projeto e jamais abdicamos dele: apresentar a candidatura para a partir da via eleitoral, do voto da população brasileira podermos governar o Brasil e implementar uma agenda de desenvolvimento, de eficiência administrativa, de uma visão de país moderna, que possa integrar-nos ao comércio internacional e que permita que os brasileiros voltem a acreditar na política. Termino dizendo que esta eleição é uma eleição difícil para todos. Uma eleição onde houve claramente uma rejeição a partidos políticos, mas nesta eleição o que sai vitorioso foi aquele que manteve a sua coerência, os seus compromissos e, na verdade, isso nos permite uma perspectiva de futuro muito expressiva.
Não posso deixar ao final de dizer que aqui também em Minas Gerais nossos indicadores são extremamente positivos. Tivemos um excepcional resultado e estamos confiantes de que, no segundo turno, acrescentaremos mais duas importantes vitórias ao PSDB, a vitória em Belo Horizonte na nossa capital, no companheiro João Leite, e a vitória no município de Contagem com o nosso candidato Alex.
O sr. acredita que o resultado das eleições municipais aumenta a possibilidade de o PSDB ocupar a presidência da República em 2018?
O PSDB sai fortalecido. Sabemos que não há uma ligação direta objetiva entre o que acontece hoje e o que acontece em 2018, mas se há um sinal que se pode captar desta eleição é que o PSDB cresceu de forma extremamente vigorosa em todas as regiões, sem exceção. Ganhamos no Norte, ganhamos no Nordeste, ganhamos o Centro-Oeste, ganhamos no Sul do país, e ganhamos de forma muito expressiva no Sudeste. É claro que há uma caminhada até lá. Mas de um lado, a vitória do PSDB, a derrocada do PT, que se viu dizimado em inúmeras regiões do país, é um sinal claro que há uma conexão hoje muito forte da população ou de parte da população, da sociedade brasileira, com o PSDB.
E o nosso apoio ao governo Michel é um gesto de responsabilidade com o país. Já disse isso e posso repetir: o PSDB é essencial para que esta agenda de reformas fundamental para a estabilidade e a retomada do emprego dos investimentos e do emprego no país, ocorra. Mas o PSDB jamais abdicou do seu projeto. Para nós é muito importante a nossa visão e com a força que adquirimos, com qualidade das nossas gestões, com a coragem que temos tido de defender as nossas ideias, que em 2018 é natural que o PSDB se apresente com muita força para disputar as eleições presidenciais.
Apoiará inclusive as medidas impopulares?
As medidas necessárias. Não há nada mais impopular do que um desemprego de 12 milhões de brasileiros. Do que 60 milhões de brasileiros endividados. Cerca de 10 milhões de famílias retornando às classes D e E. Este é o legado do PT. Esta foi a perversidade que o PT em busca do seu projeto de poder fez com o país e hoje estão recebendo a resposta da população brasileira que não quer mais um partido político com estas características próximo do poder do Brasil. Então, de um lado a derrota do PT é tão expressiva quanto a vitória do PSDB. E vamos apoiar o governo Michel enquanto ele se mostrar disposto a implementar esta agenda. Porque não é uma agenda do PSDB, nem do PMDB, é uma agenda do Brasil..
O sr. apoiará prévias para a candidatura em 2018?
Eu acho que é um belo caminho. Acho que a prévia, desde que bem organizada, é um processo que também revitaliza um bom partido e permite também um conhecimento maior das candidaturas. No nosso estatuto estão previstas as prévias. A prévia pressupõe uma questão para que exista: mais de uma candidatura colocada formalmente. Se isso ocorrer, dentro do que estabelece o estatuto do partido, ela deve ser vista como uma oportunidade de um debate democrático.
Tanto eu, Geraldo (Alckmin), (José) Serra, todos nós estimulamos esse debate, e a prévia pode ser um bom caminho. Mas, neste momento, não é correto nem é justo com as nossas lideranças de todo o país anteciparmos 2018. Estamos aqui comemorando a vitória de um partido político que jamais abdicou do seu projeto de país, que agiu de forma correta, que pensou sempre no Brasil antes do seu próprio projeto.
Que projeção o sr. faz para o 2º. turno em BH?
Temos um caminho apenas: mostrar as nossas propostas, debatê-las com a população brasileira. Eu acabei de terminar uma reunião com o João Leite, com o ex-governador Anastasia, e a nossa campanha será focada em propostas. Nós temos projetos para Belo Horizonte, queremos aprimorar avanços que já foram construídos nas últimas administrações. Queremos inovar em inúmeras áreas. E vejo João Leite como um candidato que se preparou durante toda uma vida para esse momento.
A nossa campanha será respeitosa, será firme e será de afirmação de propostas para Belo Horizonte. É isso que a população da minha, da nossa cidade, espera e é dessa forma que estou muito otimista em relação às possibilidades de vitória do candidato João Leite. Na minha avaliação, a vitória de João Leite é boa para a população de Belo Horizonte porque ele tem demonstrado, além de um conhecimento muito profundo da realidade da cidade, e não de ouvir falar, , que conhece essa realidade ao longo de toda a sua militância, de mais de 25 anos de vida pública. Essa demonstração que ele tem dado de conhecimento da cidade, da sua capacidade de articulação, é essencial. Ninguém enfrenta os problemas de uma metrópole como Belo Horizonte sem articulação em todos os níveis, e vejo o João com essa condição, de fazer com que Belo Horizonte avance se integrando cada vez mais, em especial com o governo federal. Respeito o nosso adversário, e, o que eu espero, é que Belo Horizonte tenha uma campanha à altura das suas tradições, onde o debate de ideias possa prevalecer sobre quaisquer outras estratégias.
Nesse 2º. turno, qual vai ser a importância das alianças? Já está articulado com quem?
O protagonismo nesse processo, e eu tomei sempre esse cuidado, tem que ser do candidato João Leite. As pessoas vão votar no candidato a prefeito. Ele é está aqui, no dia a dia, para dar satisfações à população, para ser cobrado e para apresentar respostas às inúmeras demandas de Belo Horizonte. É claro que os apoios são todos eles bem-vindos, desde que sejam em torno de um programa, ou mesmo que possam aprimorar esse programa. Isso é absolutamente essencial. As alianças com partidos políticos, a meu ver, vêm num plano secundário. A minha intenção é ajudar o João a se conectar cada vez mais com os movimentos sociais, com os setores importantes da sociedade, inclusive que não participaram desse primeiro turno.
Tivemos uma abstenção muito grande no 1º turno, chamo atenção para isso em Belo Horizonte. Vamos tentar mobilizar esses eleitores que não participaram do 1º turno, não se apresentaram para votar, para que possam votar, porque não adianta acharmos que as soluções para os nossos problemas acontecem por geração espontânea. Jamais. Cada um tem responsabilidade em opinar, em participar, em decidir aquilo que é importante para a sua cidade, se é para Belo Horizonte, se é para outras cidades.
Nossa campanha vai ser de mobilização, de convencimento. E o João está muito preparado, muito espontâneo, portanto eu estou muito otimista de que teremos apoios importantes, além de partidos políticos, porque, no 2º turno, a conexão é muito direta. O eleitor não espera indicações para votar. No 2º turno os candidatos se apresentam como eles são, com clareza, com transparência.
A conexão mais importante nesse momento é com a sociedade, com a população de Belo Horizonte, em todas as suas regiões. Obviamente, se outros candidatos optarem por estar conosco, se outros candidatos optarem por trazer o seu apoio ao nosso projeto, esse apoio é bem-vindo, como o de qualquer cidadão de Belo Horizonte que tenha optado por um outro candidato no 1º turno. Nós queremos o apoio desses cidadãos, da população de Belo Horizonte.
O sr. teme racha com as prévias, como ocorreu em São Paulo? Lá o partido se dividiu.
É verdade, mas não temos que temer isso. Temos que aprimorar esse processo. A prévia pressupõe não haver convergência. Por exemplo, em 2014 falou-se muito de prévias, e não teve porque houve uma convergência em torno do meu nome em um determinado momento. Isso pode haver em torno de qualquer um dos nomes colocados pelo PSDB, mas se não houver, o que se faz? Consulta-se as bases do partido. Acho que não devemos temer as prévias, por mais que isso possa gerar algum tipo de disputa interna, pior do que isso é a opressão, pior do que isso é o cerceamento das oportunidades que todos os possíveis nomes devem ter. Falo com muita sinceridade, não temo isso.
Agora, acredito que a responsabilidade nossa é tão grande que é possível que um nome surja em uma convergência, que obviamente não precisa ser em torno do meu, do A, B ou C. Pode ser em torno de um outro nome que tenha melhores condições naquele momento, mas quando vamos ter essa avaliação é só em 2018. Há um compromisso de todos nós de não anteciparmos o processo eleitoral. Vamos deixar 2018 para ser tratado em 2018. Passada essa eleição, é esforço absoluto, concentração absoluta no Senado Federal e na Câmara dos Deputados para que essa agenda que vai salvar o Brasil, que vai tirar o Brasil do abismo no qual os governos do PT nos mergulharam possa ser viabilizada.
Apoiar a agenda impopular do governo Temer pressupõe alguma aliança para 2018?
Nós temos conversado muito com vários setores do PMDB, é a nossa obrigação. Acho que há uma aproximação natural do plano nacional do PSDB e de setores do PMDB que apostam nas reformas. É uma parte expressiva do PMDB, representada pelo próprio presidente Michel Temer, que compreende que sem essas reformas, o seu governo não terá qualquer chance de êxito.
Então essa aliança programática existe e temos ali que fazer o papel que temos feito: cobrar permanentemente que essa agenda se viabilize. O governo Michel Temer não pode governar preocupado com curvas de popularidade. Ele tem que ter a responsabilidade de governar pensando, quem sabe, no reconhecimento da história, e, para isso, estaremos ao seu lado para viabilizar as medidas necessárias a retirar o Brasil da mais profunda recessão da nossa história contemporânea, responsabilidade absoluta, exclusiva, do PT e dos governos Lula e Dilma.
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