Em encontro com políticos venezuelanos, Aécio volta a defender a democracia

REPÓRTER:

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, recebeu nesta quarta-feira, em Brasília, o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Assembleia Venezuelana, deputado Luis Florido acompanhado de Carlos Vecchio, exilado político. O encontro contou com a presença do senador Aloysio Nunes, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, e do líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy. Os venezuelanos pediram apoio do PSDB às manifestações em favor do plebiscito que pode por fim ao regime de Nicolás Maduro na Venezuela. Em entrevista coletiva, Aécio destacou que o PSDB apoia que as liberdades democráticas voltem a se estabelecer no país venezuelano e que se solidariza com os presos políticos, como Leopoldo Lopez.

SONORA DO SENADOR AÉCIO NEVES

“É mais um apelo que fazem lideranças democráticas da Venezuela para que o PSDB se manifeste, como vem fazendo, em favor da garantia das liberdades dos presos políticos e do respeito à democracia na Venezuela. Pedem agora apoio do governo do presidente Michel Temer para que o referendo que foi aprovado pelo número constitucional de venezuelanos possa ocorrer. O Brasil, através do chanceler (José) Serra, tem feito esforços no sentido de retirar o caráter ideológico da nossa política externa.”

REPÓRTER:

Aécio Neves falou também sobre o encontro agendado com o presidente interino, Michel Temer, na noite desta quarta-feira. O presidente tucano defendeu que Temer terá mais condições de liderar uma agenda de reformas necessárias para retirar o país da crise.

SONORA DO SENADOR AÉCIO NEVES

“As reformas são compromisso desse governo e vamos estar apoiando, estimulando que elas possam ocorrer. Os alertas que o PSDB vem fazendo são alertas que devem ser recebidos pelo governo como uma extraordinária contribuição. O presidente Michel, acredito eu, a partir já do final desse mês, será confirmado como presidente da República para cumprir o mandato até o final de 2018 e vamos discutir agenda sim. Vamos falar do que é possível fazer esse ano. O que não for possível fazer esse ano, de que forma podemos deixar encaminhado para que ocorra no ano que vem.”

REPÓRTER:

Além do presidente tucano, outros líderes do PSDB participarão do encontro com Temer.

De Brasília, Shirley Loiola.

“Compreendemos importância da Venezuela, mas, neste momento, ela não tem as condições para presidir o Mercosul, diz Aécio.

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, voltou a defender, nesta quarta-feira (17/08), a posição do Itamaraty contrária à Venezuela assumir a presidência do Mercosul.

Em pronunciamento, no plenário do Senado, Aécio afirmou que o ministro das Relações Exteriores, José Serra, tem atuado com serenidade nas discussões sobre escolha do país que assumirá a presidência rotativa do bloco econômico. A situação do Mercosul será debatida pelos coordenadores do grupo dia 23.

Segue pronunciamento do senador Aécio Neves.

“A forma acalorada como os aliados da Presidente afastada Dilma Rousseff se manifestam em relação a esse tema, demonstra algo que é real, que é importante que fique cada vez mais claro: há uma profunda divergência em relação ao que nós pensamos em relação à política externa hoje conduzida pelo Brasil e o que pensavam e praticavam aqueles que governaram o Brasil até pouco tempo. O alinhamento ou a subordinação do governo brasileiro a interesses da Venezuela sempre foi combatido por nós com a mais absoluta clareza.

E os resultados, pelo menos o que constatamos até hoje, demonstram de forma clara, tanto os da Venezuela, quanto aqueles colhidos pelo Brasil, que estávamos no caminho certo. Mas pedi a palavra, apenas para fazer aqui uma correção, para que não fique um registro equivocado neste debate, que certamente terá ainda outras etapas pela frente. Uma ilustre senadora, ainda há pouco na tribuna, dizia que a oposição venezuelana defende a Venezuela na presidência do Mercosul. Não é verdade.

Pelo menos não foi isso que ouvimos hoje, eu e o senador Aloysio, de um dos principais líderes ou de alguns dos principais líderes da oposição venezuelana, entre eles o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento venezuelano, que está no Brasil e visitou hoje o Congresso, que defende a permanência da Venezuela no Mercosul, assim como nós compreendemos também a importância do Mercosul, mas acham, avaliam eles, que neste momento, a Venezuela não tem as condições básicas mínimas de presidir o Mercosul.

Portanto, diferentemente daquilo que foi aqui dito, a posição em relação à substituição do Uruguai na Presidência do Mercosul, da oposição venezuelana, não é essa que aqui foi dia”.

Aécio Neves – Entrevista sobre encontro com lideranças venezuelanas

Sobre o encontro com lideranças políticas da Venezuela.

É mais um apelo que fazem lideranças democráticas da Venezuela para que o PSDB se manifeste, como vem fazendo, em favor da garantia das liberdades dos presos políticos e do respeito à democracia na Venezuela. Pedem agora apoio do governo do presidente Michel Temer para que o referendo que foi aprovado pelo número constitucional de venezuelanos possa ocorrer. O referendo revogatório é uma previsão constitucional na Venezuela.

O Brasil, através do chanceler (José) Serra, tem feito esforços no sentido de retirar o caráter ideológico da nossa política externa, permitindo, obviamente, que cada povo defina o seu caminho com respeito às regras democráticas. É esta que é a posição do governo brasileiro e o PSDB se solidariza com Leopoldo Lopez, com os demais presos políticos que lá estão, e espera que, respeitada a constituição venezuelana, esse povo irmão possa encontrar um caminho para a superação das suas já insuportáveis dificuldades.

Eles pediram a reunião?

Eles estão fazendo um périplo pela região, não apenas pelo Brasil, solicitando a solidariedade dos partidos democráticos. O PSDB já havia se manifestado por outras vezes. Estivemos lá com outros partidos de oposição ao governo da presidente Dilma. Não conseguimos alcançar os objetivos da visita. Fomos impedidos de avançar. Sentimos ali na pele o pouco apreço à democracia, ao contraditório, do governo venezuelano. Mas agora há um tempo novo na região e acho que o chanceler Serra é que tem sido porta voz da nova política externa brasileira, a meu ver, uma política muito mais correta, muito mais afim às tradições brasileiras que foram rompidas durante esses últimos 13 anos, com a submissão absoluta ao chamado bolivarianismo. Uma política externa ideológica que isolou o Brasil do resto do mundo, inclusive da nossa região.

Vocês falaram sobre a questão do Mercosul, Venezuela/Uruguai/Brasil?

É o que eles têm dito aqui. Acho importante que a Venezuela continue a participar do Mercosul, mas também acho que não é o momento para que o governo venezuelano assuma a presidência do Mercosul. O que não teria sentido – foram palavras dele – assumir sem aquiescência, sem a solidariedade dos outros países. Portanto, é a posição muito parecida com a posição externada pelo chanceler José Serra e que nós apoiamos.

Sobre o jantar hoje com o presidente Michel Temer.

Acho que é uma conversa normal. Conversei com o Temer ontem. Converso com ele várias vezes. Não tem nada de novo. Criou-se uma expectativa de uma reunião. O presidente convidou alguns senadores para jantar, já fez isso outras vezes e eu aprendi que convite do presidente da República a gente não nega. É uma conversa para afinar um pouco as coisas. Não tem novidade.

O que o PSDB tem feito é defender o governo mais do que qualquer outra força política no país porque acredita que este governo tem um papel constitucional extremamente importante para o Brasil. E as reformas são compromisso desse governo e estamos apoiando, estimulando que elas possam ocorrer.

Os alertas que o PSDB vem fazendo são alertas que devem ser recebidos pelo governo como uma extraordinária contribuição para que se cumpra com as expectativas que existem. É uma conversa amena, entre amigos, entre brasileiros.

O presidente Michel, acredito eu, a partir já do final desse mês, será confirmado como presidente da República para cumprir o mandato até o final de 2018 e vamos discutir agenda sim. Vamos falar do que é possível fazer esse ano. O que não for possível fazer esse ano, de que forma podemos deixar encaminhado para que ocorra no ano que vem. Não tem novidades. O que acho é que, a partir da confirmação do afastamento definitivo da presidente Dilma, ele terá melhores condições para liderar a agenda de reformas, que é a principal razão do apoio do PSDB ao governo.

Isso tira o peso do Meirelles? Temer fica no comando?

Ele é o presidente. No presidencialismo, é quem lidera, quem comanda. Mas, obviamente, ele precisa comandar o seu time também.

Pronunciamento no Senado sobre a posição do Itamaraty contrária à do governo venezuelano

Compreendemos importância da Venezuela, mas, neste momento, ela não tem as condições mínimas para presidir o Mercosul, diz Aécio Neves, em pronunciamento esta noite (17/08), no Senado, quando voltou a defender a posição do Itamaraty contrária à Venezuela assumir a presidência do Mercosul.

Aécio Neves no Plenário do Senado

Foto: George Gianni

Pedido de apoio de deputados venezuelanos ao governo brasileiro

Aécio Neves e o senador Aloysio Nunes, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, se reuniram à tarde com o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Assembleia Venezuelana, deputado Luis Florido. Acompanhado de Carlos Vecchio, exilado político, eles pediram apoio do PSDB às manifestações em favor do plebiscito que pode por fim ao regime de Nicolás Maduro na Venezuela.

“É mais um apelo que fazem lideranças democráticas da Venezuela para que o PSDB se manifeste em favor da garantia das liberdades dos presos políticos e do respeito à democracia na Venezuela. Pedem agora apoio do governo do presidente Michel Temer para que o referendo que foi aprovado pelo número constitucional de venezuelanos possa ocorrer”, afirmou.

Encontro com líderes venezuelanos

“É mais um apelo que fazem lideranças democráticas da Venezuela para que o PSDB se manifeste, como vem fazendo historicamente, em favor da garantia das liberdades dos presos políticos e do respeito à democracia na Venezuela. Pedem agora apoio do governo do presidente Michel Temer para que o referendo que foi aprovado pelo número constitucional de venezuelanos, possa ocorrer”, afirmou o senador Aécio Neves, após receber, nesta quarta-feira (17/08), em seu gabinete no Senado, o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Assembleia Venezuelana, deputado Luis Florido, e o exilado político Carlos Vecchio. Eles estão no Brasil para pedir apoio internacional ao plebiscito que pode por fim ao governo de Nicolás Maduro. Os líderes venezuelanos convidaram as lideranças brasileiras para participar das manifestações marcadas para 1º de Setembro, em Caracas. A reunião teve a presença do senador Aloysio Nunes Ferreira, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado.

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Foto: George Gianni