Entrevista sobre as propostas do PMDB

“É absolutamente legítimo que um partido, como o PMDB, apresente propostas ao país, mas eu realmente as levaria mais a sério se o PMDB deixasse o governo, os sete ministérios e os cargos que ainda hoje nomeia para defender ao nosso lado essas propostas, até porque muitas delas têm convergência com aquilo que nós apresentamos durante a campanha eleitoral”, afirmou o presidente nacional do PSDB sobre medidas apresentadas ontem, pelo PMDB.

Em entrevista coletiva, nesta quarta-feira (18/11), em Brasília, o senador Aécio Neves destacou que as medidas agora defendidas pelo PMDB integraram o plano de governo proposto pelo PSDB nas eleições do ano passado.

“Fomos no ano passado para as ruas do país defender um ajuste fiscal, defender o estado eficiente, defender estabilidade no um ambiente econômico para que o país pudesse voltar a crescer. Lamentavelmente naquele instante nós não encontramos o PMDB, que optou por apoiar um projeto de país oposto àquele que hoje ele defende”, afirmou Aécio.

Aécio Neves – Entrevista coletiva em Brasília

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, nesta quarta-feira (18/11), em Brasília. Aécio falou sobre votações dos vetos, PMDB, presidente Dilma e crise social.

Leia a transcrição da entrevista do senador:
As questões que foram objeto de deliberação do Congresso Nacional já eram esperadas, mas a questão essencial, que é a melhoria do ambiente econômico, a recuperação da confiança para que os empregos voltem a ser gerados ao país, nós estamos longe de ver isso acontecer. Infelizmente o que nos aguarda, pela incapacidade e pelos equívocos sucessivos deste governo, é um quadro a partir do ano que vem do ponto de vista econômico ainda mais grave.

Nós vamos ter a inflação crescendo, o desemprego aumentando em todas as regiões do país, o endividamento das famílias também crescendo, São mais de 60 milhões de brasileiros hoje com dívidas atrasadas e uma perda da capacidade do Brasil de atrair investimentos. Lamentavelmente, a obra dos 13 anos do PT leva o Brasil a mais profunda recessão dos últimos 50 anos.


Sobre documento do PMDB com propostas para a economia.

É absolutamente legítimo que um partido, como o PMDB, apresente propostas ao país, mas eu realmente as levaria mais a sério se o PMDB deixasse o governo, os sete ministérios e os cargos que ainda hoje nomeia para defender ao nosso lado essas propostas. Até porque muitas delas têm convergência com aquilo que nós apresentamos durante a campanha eleitoral. Nós fomos, ano passado, para as ruas do país defender um ajuste fiscal, defender o estado eficiente e a estabilidade no ambiente econômico para que o país pudesse voltar a crescer. Lamentavelmente naquele instante, nós não encontramos o PMDB, que optou por apoiar um projeto de país oposto àquele que hoje ele defende.

Vejo com satisfação setores do PMDB buscando esse distanciamento do governo, porque um projeto apresentado por um partido deve vir acompanhado da sua disposição de defendê-lo, senão vai parecer uma peça meramente de marketing.


Devia ter vindo acompanhado de um rompimento do PMDB com a presidente Dilma Rousseff?

Enquanto o PMDB tiver como prioridade no seu conjunto sustentar este governo que aí está, que levou o Brasil a esta crise econômica e social sem precedentes, esse programa passa a ser algo secundário porque não vejo o PMDB disposto a defendê-lo.

O PSDB tem um projeto conhecido pelo Brasil. Foi amplamente debatido na campanha eleitoral. Vamos inclusive focar nas questões sociais porque queremos mostrar ao Brasil que a política social do governo, da mera distribuição de recursos, se mostrou absolutamente insuficiente. Na primeira crise que vem, aqueles que haviam ascendido socialmente são os primeiros a voltar à situação inclusive pior do que a que estavam antes.

O que queremos é chamar o PT e seus aliados – aqueles que defendem o seu governo – para um grande debate sobre a questão social, porque a crise chegou à casa das pessoas. Essa combinação dramática de desemprego, endividamento e inflação alta é a mais perversa que qualquer conjunto político já trouxe para o Brasil pelo menos na nossa história contemporânea. E a responsabilidade é do PT e daqueles que vêm até hoje apoiando essa proposta.


O placar nas votações no plenário ontem e hoje é um balde de água fria no pedido impeachment?

Acho que é um balde de água fria no governo, que usou de todos os instrumentos pouco republicanos possíveis, uma distribuição de cargos sem limites, sem qualquer qualificação. O que estamos vendo hoje na ocupação da máquina pública é algo perverso para com o Brasil, para com a qualidade dos serviços públicos.

E mesmo assim o governo não alcançou no placar 200 votos sequer para defender o seu ponto de vista, para defender a sua proposta.

Ontem tive a oportunidade de dizer ao ministro Levy, que me deu um telefonema sobre questões orçamentárias, de dizer que é preciso que o governo esteja atento para o preço, para o custo dessa apropriação da máquina pública para garantir votos do Congresso Nacional. Não há qualquer critério mais para nomear o segundo, terceiro, quarto, o quinto escalão do governo. O que estamos vendo é o retrocesso em relação inclusive ao início do governo da própria presidente Dilma Rousseff.

Esse é um preço muito caro que o Brasil está pagando para que a presidente possa ter alguns votos aqui no Congresso Nacional.


Qual a possibilidade de o PSDB apoiar o governo em algumas teses, como no caso da DRU. Existe essa possibilidade?

Não vamos apoiar o governo em tese alguma. Não acreditamos neste governo. É um governo da mentira, da incompetência, da falácia, da apropriação da máquina pública em torno do seu projeto. O que vamos fazer, e já estamos fazendo, é discutir cada matéria sob a ótica do interesse do país.

A questão da Desvinculação das Receitas da União (DRU) é um instrumento que nós consideramos hoje necessário à execução orçamentária, à melhoria da qualidade da saúde, da qualidade da área de transporte. Então há uma disposição nossa de no percentual de 20%, aquele que nós aplicávamos lá atrás, nós votarmos essa matéria. Nós somos oposição a esse governo e não somos oposição ao Brasil. Não contem conosco para aumento de carga tributária e para qualquer outra medida que aumente o quadro recessivo do país.


Não tem acordo sobre a volta da CMPF?

De forma alguma. Somos claramente contrários à criação da CPMF e de aumento de quaisquer outros tributos. O que nós estamos vendo a cada dia escancarado é o grande estelionato a que foi submetido o país. Porque aquelas mesmas lideranças e a própria presidente, que dizia com todas as letras que não haveria aumento da carga tributária e nem supressão dos direitos dos trabalhadores, hoje ela os patrocina sem qualquer constrangimento.

O que nós estamos vendo é que não há uma presidente que governa, há uma presidente hoje que é conduzida por uma política econômica na qual ela não confia e com a qual ela não tem a menor convergência. Que, por uma articulação política que já deixou o seu gabinete, é feita no Congresso Nacional.


Existe medo da concorrência do PMDB em 2018?

O PSDB dá as boas-vindas ao PMDB para discutir os problemas do país e se sente extremamente honrado de ver que muitas das propostas lançadas pelo PMDB se inspiram naquelas que historicamente o PSDB defende.

Gostaríamos de ter o PMDB ao nosso lado defendendo essas propostas. O que eu lastimo é que a maioria do PMDB ainda prefere nomear cargos nesse governo, que prega e pratica o oposto das propostas lançadas pelo PMDB. Mas o tempo é o senhor da razão e, quem sabe, no futuro o PMDB possa estar em praça pública com seu candidato, o que é absolutamente legítimo, defendendo as propostas que hoje ele lança mas que, obviamente, sem poder explicitamente defendê-las perante o país”.

Arnaldo Madeira assume coordenação do programa de governo

Arnaldo Madeira assume coordenação do programa de governo.

Diretrizes do Plano de Governo

O candidato do PSDB reuniu-se hoje (03/07), no Rio, com o coordenador do seu plano de governo, Antonio Anastasia, para revisão final das diretrizes que serão apresentadas à Justiça Eleitoral neste sábado.

Aécio Neves anuncia novos nomes para plano de governo do PSDB

O candidato à Presidência da República pelo PSDB, senador Aécio Neves, anunciou, nesta sexta-feira, novos nomes para o grupo de trabalho que fará a formulação do plano de governo que será apresentado aos brasileiros durante a campanha eleitoral. Em entrevista coletiva, Aécio destacou os princípios que irão nortear a construção da proposta do PSDB, coordenada pelo ex-governador de Minas Gerais Antonio Anastasia.

 

Sonora de Aécio Neves

“Esse é o início de um trabalho que tem como objetivo final mostrar o seguinte: Nós queremos construir um projeto de país ouvindo a sociedade brasileira. E nós precisamos descentralizar isso até porque os seis princípios que orientarão a nossa ação eu começaria falando de descentralização, eficiência, simplicidade, confiança, transparência e inovação”.

 

Na educação, a coordenação dos trabalhos será da socióloga Maria Helena Guimarães de Castro. NA área de segurança pública, do também sociólogo e professor da UFMG Cláudio Beato. O escritor Affonso Romano de Sant’Anna coordenará os trabalhos na área da cultura.  A professora e especialista Carminha Brant integrará o grupo responsável em reunir propostas de políticas sociais.  Já o fundador da ONG Afroreggae, José Junior, coordenará os trabalhos de políticas voltadas para a juventude. Em maio, o ex-deputado federal Fabio Feldmann foi anunciado como coordenador na área de Meio Ambiente e Sustentabilidade.

 

Boletim

Sonora

“Somos a mudança corajosa e segura que o Brasil espera”, diz Aécio Neves

O presidente nacional e candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves, destacou nesta sexta-feira (20) que o plano de governo que o partido apresentará aos eleitores durante a campanha será resultado de um debate amplo com a sociedade brasileira.

Ao anunciar os novos integrantes da equipe responsável pelo plano, Aécio disse que o PSDB tem a obrigação de apresentar um novo projeto para o país.

“Esse é o início de um trabalho que tem como objetivo final mostrar que nós queremos construir um projeto de país ouvindo a sociedade brasileira. Vamos entregar ao Brasil o que o Brasil almeja: um projeto ousado, eficiente, vanguardista, contemporâneo e  corajoso”, disse Aécio Neves ao reunir o grupo esta manhã.

O tucano apresentou no Rio de Janeiro sete novos nomes da equipe. Todos eles com reconhecido trabalho e atuação em suas áreas e que, a partir de agora, reunirão propostas e sugestões da sociedade. O plano tem a coordenação geral do ex-governador de Minas Gerais Antonio Anastasia.

 

Participação pela internet

Aécio Neves antecipou que o PSDB divulgará na internet as propostas em estudo para que possam ser debatidas e receber novas contribuições.

“Este projeto não é de um candidato ou de um partido político, vai muito além disso. É de um setor da sociedade brasileira que espera que um governo possa conciliar ética com eficiência e construir um caminho novo para o Brasil”, destacou o candidato do PSDB a presidente.

Na área de educação, os trabalhos serão coordenados pela socióloga e ex-secretária de Estado em São Paulo Maria Helena Guimarães de Castro. Na segurança pública pelo sociólogo e professor da UFMG Cláudio Beato. O escritor Affonso Romano de Sant’Anna coordenará os trabalhos na área da cultura.

 

Políticas sociais

Coordenada pelo deputado federal Eduardo Barbosa e pela ex-deputada Rita Camata, a área de políticas sociais reunirá especialistas e colaboradores de diversas regiões do país. Entre eles: a professora da PUC-SP Carminha Brant, ex-superintendente da ONG Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), entre 2000 a 2010.

Fundador do grupo cultural Afroreggae, José Júnior coordenará o debate de políticas associadas à juventude.

Aécio Neves disse que a pluralidade de ideias será uma das marcas do plano, que terá como princípios a descentralização, eficiência, simplicidade, confiança, transparência e a inovação.

“Isso é tudo o que está faltando ao Brasil hoje. Nós, cada vez mais, mostraremos que somos a mudança corajosa e segura que o Brasil espera”, reiterou Aécio.

A economista e ex-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Maria Silvia Bastos, e empresária e atriz Neila Tavares também prestarão colaboração ao plano de governo.

O candidato do PSDB anunciou que outros nomes serão apresentados nos próximos dias. Ele ressaltou que as diretrizes do trabalho serão feitas no início de julho, conforme determina a legislação eleitoral.

“Todas as lideranças que estão aqui terão a oportunidade de entrar em contato com outras representações de setores com ideias diferentes e complementares e que serão muito bem vindas nesta discussão”, disse Aécio.

Em maio passado, o PSDB já havia anunciado o ambientalista e ex-deputado Fabio Feldmann na coordenação das propostas na área de meio ambiente e sustentabilidade.

 

Conheça abaixo os colaboradores do programa de governo:

Affonso Romano de Sant’Anna

Professor, poeta, cronista, jornalista e administrador cultural, presidiu a Fundação Biblioteca Nacional de 1990 a 1996. Foi secretário-geral da Associação das Bibliotecas Nacionais Ibero-Americanas e presidente do Conselho do Centro Regional para o Fomento do Livro na América Latina e no Caribe (CERLALC). Lecionou em diversas universidades no país e no exterior e dirigiu o Departamento de Letras e Artes da PUC-RJ, onde foi o idealizador e organizador do encontro Expoesia, que reuniu cerca de 600 poetas, em 1973. Autor de mais de 40 livros publicados, além de poemas célebres, como “Que país é este?”.

 

Carminha Brant 

Maria do Carmo Brant de Carvalho possui trajetória como assistente social em órgãos públicos, professora na PUC-SP e no exterior, doutora em Serviço Social pela PUC-SP e pós-doutorada em Ciência Política Aplicada pela École des Hautes Études em Sciences Sociales de Paris. Superintendente do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) de 2000 a 2010. Atualmente desenvolve consultoria a diversos projetos nas áreas de Habitação, Assistência Social e Educação Públicas.

 

Cláudio Beato 

Professor titular do Departamento de Sociologia da UFMG, mestre e doutor pela Sociedade Brasileira de Instrução – SBI/IUPERJ, atualmente é coordenador do Centro de Estudos em Criminalidade e Segurança Pública (CRISP). Consultor em diversos países da América Latina para o desenvolvimento de programas e projetos de controle e prevenção da violência. Também atuou com o Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento e Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime. Coordenou o programa de governo do então candidato ao governo de Minas, Antonio Anastasia, em 2010.

 

José Júnior

Em agosto de 1993, os moradores de em Vigário Geral, no Rio de Janeiro, sofreram com uma chacina que matou 21 pessoas. No mês seguinte, José Júnior começou um trabalho que deu início a uma nova forma de educação e descriminalização da cidade. O Grupo Cultural AfroReggae, que Júnior coordena,  passou a oferecer oficinas de reciclagem de lixo, percussão e de dança afro na comunidade, no Núcleo Comunitário de Cultura. Júnior já atuou diversas vezes como mediador de conflitos. Hoje, o AfroReggae conta com quatro núcleos de atuação, mais de 30 projetos em andamento, 9 grupos artísticos, centro de informática e programas de TV. Suas oficinas já foram multiplicadas em vários países, a convite da ONU.

 

Maria Helena Guimarães de Castro

Socióloga especialista em Educação, mestre em Ciência Política pela Unicamp, na qual é professora aposentada e atua como pesquisadora. Durante o governo Fernando Henrique Cardoso, foi secretária-executiva do Ministério da Educação, em 2002, e presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) de 1995 e 2001. Foi secretária de Estado de Educação de São Paulo. No governo paulista, também foi secretária das pastas de Assistência e Desenvolvimento Social e Ciência e Tecnologia. Atualmente, é diretora-executiva da Fundação SEADE, de São Paulo. Participa de conselhos de entidades ligadas à educação, como a Todos pela Educação. Membro da Academia Brasileira de Educação desde 2005.

 

Fabio Feldmann

Deputado constituinte responsável por grande parte da legislação ambiental brasileira, com atuação destacada na sociedade civil, é fundador e foi o primeiro presidente da Fundação SOS Mata Atlântica, membro do Conselho do Greenpeace Internacional, da Conservation International (CI), do Global Reporting Initiative (GRI), entre diversas outras entidades ligadas ao tema. Criador e primeiro secretário-executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas e ex-secretário de Estado de Meio Ambiente de São Paulo. Como reconhecimento pelo seu trabalho, recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais, dentre eles o Prêmio Global 500 das Nações Unidas.