Pronunciamento sobre a MP das usinas hidrelétricas

“Essa Medida Provisória busca corrigir em parte – por mais que o governo não admita isso – os gravíssimos equívocos daquela medida provisória e daquela intervenção sem planejamento, sem consistência, que desorganizou todo o setor elétrico brasileiro, com as consequências que estamos vivendo hoje.

O foco efetivo – é importante que isso fique claro –, a razão pela qual estamos votando neste instante essa Medida Provisória é o leilão marcado para o próximo dia 25 de novembro de vinte novas usinas. São usinas com prazo de concessão já expirado e que foram retomadas pelo poder concedente. Ali estão usinas do meu Estado da Cemig, da Cesp, da Copel e também da Celesc. Aquelas que não vieram a aderir, aquelas que resistiram à Medida Provisória 579.

Como são usinas amortizadas e, aí é a questão central e é preciso que os senhores senadores tenham consciência claro do que está acontecendo antes de darem aqui o seu voto, na verdade, o governo em razão hoje da gravíssima situação em que se encontra o Tesouro Nacional, estabeleceu a chamada bonificação de outorga. O governo quer obter R$ 17 bilhões com essas concessões, que serão revertidos não para investimentos no setor, mas para os cofres do Tesouro. É mais uma medida extrema do governo federal para repor algum recurso nos cofres do Tesouro federal baqueado, solapado pela ação irresponsável do governo ao longo do último ano. Então o governo busca agora arrecadar um determinado recurso para suprir a necessidade de caixa do Tesouro criada por ele próprio.

Mas vai fazer isso como? Esta que é a grande questão. Quem vai pagar esta conta ao final? E nós sabemos quem. Serão os consumidores”, alertou o senador Aécio Neves, esta noite (24/11), no plenário do Senado, ao anunciar seu voto contra a MP 688/15 do governo federal que faz nova intervenção no mercado de energia elétrica.

MP das usinas hidrelétricas

“Essa Medida Provisória busca corrigir em parte – por mais que o governo não admita isso – os gravíssimos equívocos daquela medida provisória e daquela intervenção sem planejamento, sem consistência, que desorganizou todo o setor elétrico brasileiro, com as consequências que estamos vivendo hoje.

O foco efetivo – é importante que isso fique claro –, a razão pela qual estamos votando neste instante essa Medida Provisória é o leilão marcado para o próximo dia 25 de novembro de vinte novas usinas. São usinas com prazo de concessão já expirado e que foram retomadas pelo poder concedente. Ali estão usinas do meu Estado da Cemig, da Cesp, da Copel e também da Celesc. Aquelas que não vieram a aderir, aquelas que resistiram à Medida Provisória 579.

Como são usinas amortizadas e, aí é a questão central e é preciso que os senhores senadores tenham consciência claro do que está acontecendo antes de darem aqui o seu voto, na verdade, o governo em razão hoje da gravíssima situação em que se encontra o Tesouro Nacional, estabeleceu a chamada bonificação de outorga. O governo quer obter R$ 17 bilhões com essas concessões, que serão revertidos não para investimentos no setor, mas para os cofres do Tesouro. É mais uma medida extrema do governo federal para repor algum recurso nos cofres do Tesouro federal baqueado, solapado pela ação irresponsável do governo ao longo do último ano. Então o governo busca agora arrecadar um determinado recurso para suprir a necessidade de caixa do Tesouro criada por ele próprio.

Mas vai fazer isso como? Esta que é a grande questão. Quem vai pagar esta conta ao final? E nós sabemos quem. Serão os consumidores”, alertou o senador Aécio Neves, esta noite (24/11), no plenário do Senado, ao anunciar seu voto contra a MP 688/15 do governo federal que faz nova intervenção no mercado de energia elétrica.

Aécio Neves – Pronunciamento no Senado sobre a MP 688/15

“É mais uma medida extrema do governo federal para repor algum recurso nos cofres do Tesouro federal baqueado, solapado pela ação irresponsável do governo ao longo do último ano. Então o governo busca agora arrecadar um determinado recurso para suprir a necessidade de caixa do Tesouro criada por ele próprio. Mas vai fazer isso como? Esta que é a grande questão. Quem vai pagar esta conta ao final? E sabemos quem. Serão os consumidores”, afirmou o senador Aécio Neves ao votar contra a MP 688 na qual governo federal faz nova intervenção no mercado de energia.


Pronunciamento do senador Aécio Neves – MP 688

Eu me lembro muito bem dos duros embates que nós tivemos aqui, no ano de 2012, quando da chegada a esta Casa da Medida Provisória nº 579, com a fórmula mágica de diminuir a tarifa de energia para as famílias, para as residências e também para a indústria no país. Demonstramos, a partir de trabalhos técnicos muito bem qualificados, a imprudência daquela medida. Não foram poucos os embates ocorridos aqui neste plenário e nas comissões desta Casa.

Infelizmente, fomos vencidos e taxados como os pessimistas, aqueles que não queriam que as tarifas de energia regredissem. Éramos os vilões da história. A presidente da República mais de uma vez foi à televisão, em cadeia nacional, para dizer que estava abaixando as tarifas de energia para os cidadãos brasileiros. Não preciso dizer o que ocorreu. Em algumas regiões do Brasil, o aumento da tarifa de energia, desde o ano passado, já chegou a cerca de 70%.

Faço esta rápida introdução para dizer que essa Medida Provisória (MP 688/15) busca corrigir em parte – por mais que o governo não admita isso – os gravíssimos equívocos daquela medida provisória e daquela intervenção sem planejamento, sem consistência, que desorganizou todo o setor elétrico brasileiro, com as consequências que estamos vivendo hoje.

O foco efetivo – é importante que isso fique claro –, a razão pela qual estamos votando neste instante essa medida provisória é o leilão marcado para o próximo dia 25 de novembro de 20 novas usinas. São usinas com prazo de concessão já expirado e que foram retomadas pelo poder concedente. Ali estão usinas do meu Estado, a Cemig, da Cesp, da Copel e também da Celesc. Aquelas que não vieram a aderir, aquelas que resistiram à MP 579.

Como são usinas amortizadas, e aí é a questão central, e é preciso que os senhores senadores tenham consciência claro do que está acontecendo antes de darem aqui o seu voto, o governo em razão hoje da gravíssima situação em que se encontra o Tesouro Nacional, estabeleceu a chamada bonificação de outorga. O governo quer obter R$ 17 bilhões com essas outorgas, com essas concessões, que serão revertidos não para investimentos no setor, mas para os cofres do Tesouro.

É mais uma medida extrema do governo federal para repor algum recurso nos cofres do Tesouro federal baqueado, solapado pela ação irresponsável do governo ao longo do último ano. Então o governo busca agora arrecadar um determinado recurso para suprir a necessidade de caixa do Tesouro criada por ele próprio. Mas vai fazer isso como? Esta que é a grande questão. Quem vai pagar esta conta ao final? E sabemos quem. Serão os consumidores.

Na verdade, em 2012, o discurso do governo era o da modicidade tarifária. O governo dizia o seguinte: “Olha, se essas empresas, se essas usinas estão amortizadas, portanto, nós podemos fazer as novas concessões [o que faz algum sentido, obviamente] a um custo muito menor, porque esse custo menor vai significar, por via de consequência, tarifas de energia menores para os cidadãos.”

Em dois anos, mudou tudo: não existe mais modicidade tarifária. O que o governo propõe agora é o oposto disso: uma bonificação de outorga. É aquilo que, lá na discussão dessa Medida Provisória nº 688 na Câmara dos Deputados, se estabeleceu chamar de “pedalada elétrica”.

O que o governo está cobrando é um novo imposto para transferir essas usinas sem preocupação, mais uma vez, com planejamento de longo prazo.

A tarifa – e é algo aqui didático, importante para aqueles que não estão tão familiarizados com essa questão –, a tarifa que deveria ser fixada com base na ideia anterior do governo era de R$ 36 o megawatt/hora. Essa foi a tarifa definida pelo governo na MP 579 – eu me lembro tanto disso. O governo dizia – não sou eu que estou dizendo – que essa era a tarifa justa, essa é a tarifa razoável para as operadoras operarem as hidrelétricas brasileiras: R$ 36 o MWh. Agora, com essa nova outorga, esse custo será de R$ 137 o MWh, um aumento de 300%!

O desacerto do governo, não vou dizer má-fé, mas a improvisação, aquela tentativa de ganhar em todos os campos a todo momento, uma visão imediatista de um resultado eleitoral, está fazendo com que esse custo, que deveria ser de R$ 36, fixado pelo próprio governo, seja de R$ 137.

E qual é a questão central que aqui fica? Essa tarifa, em razão, amanhã, de problemas de estiagem ou de quaisquer outros problemas que venham a ocorrer, poderá ser repassada ao consumidor. Essa é a questão central que aqui se coloca.

Se esta Medida Provisória, e quero aqui respeitar o trabalho sério feito pelo senador Eunício, que busca corrigir determinadas questões, trapalhadas feitas lá atrás, e tenho certeza que concordará comigo, mas a grande verdade é que nós estamos, por conta das irresponsabilidades e dos equívocos do governo, transferindo para o cidadão brasileiro de novo a conta dessa tentativa de ajuste.

Pronunciamento no Senado sobre a MP 688/15

“É mais uma medida extrema do governo federal para repor algum recurso nos cofres do Tesouro federal baqueado, solapado pela ação irresponsável do governo ao longo do último ano. Então o governo busca agora arrecadar um determinado recurso para suprir a necessidade de caixa do Tesouro criada por ele próprio. Mas vai fazer isso como? Esta que é a grande questão. Quem vai pagar esta conta ao final? E sabemos quem. Serão os consumidores”, afirmou o senador Aécio Neves ao votar contra a MP 688 na qual governo federal faz nova intervenção no mercado de energia.


Pronunciamento do senador Aécio Neves – MP 688

Eu me lembro muito bem dos duros embates que nós tivemos aqui, no ano de 2012, quando da chegada a esta Casa da Medida Provisória nº 579, com a fórmula mágica de diminuir a tarifa de energia para as famílias, para as residências e também para a indústria no país. Demonstramos, a partir de trabalhos técnicos muito bem qualificados, a imprudência daquela medida. Não foram poucos os embates ocorridos aqui neste plenário e nas comissões desta Casa.

Infelizmente, fomos vencidos e taxados como os pessimistas, aqueles que não queriam que as tarifas de energia regredissem. Éramos os vilões da história. A presidente da República mais de uma vez foi à televisão, em cadeia nacional, para dizer que estava abaixando as tarifas de energia para os cidadãos brasileiros. Não preciso dizer o que ocorreu. Em algumas regiões do Brasil, o aumento da tarifa de energia, desde o ano passado, já chegou a cerca de 70%.

Faço esta rápida introdução para dizer que essa Medida Provisória (MP 688/15) busca corrigir em parte – por mais que o governo não admita isso – os gravíssimos equívocos daquela medida provisória e daquela intervenção sem planejamento, sem consistência, que desorganizou todo o setor elétrico brasileiro, com as consequências que estamos vivendo hoje.

O foco efetivo – é importante que isso fique claro –, a razão pela qual estamos votando neste instante essa medida provisória é o leilão marcado para o próximo dia 25 de novembro de 20 novas usinas. São usinas com prazo de concessão já expirado e que foram retomadas pelo poder concedente. Ali estão usinas do meu Estado, a Cemig, da Cesp, da Copel e também da Celesc. Aquelas que não vieram a aderir, aquelas que resistiram à MP 579.

Como são usinas amortizadas, e aí é a questão central, e é preciso que os senhores senadores tenham consciência claro do que está acontecendo antes de darem aqui o seu voto, o governo em razão hoje da gravíssima situação em que se encontra o Tesouro Nacional, estabeleceu a chamada bonificação de outorga. O governo quer obter R$ 17 bilhões com essas outorgas, com essas concessões, que serão revertidos não para investimentos no setor, mas para os cofres do Tesouro.

É mais uma medida extrema do governo federal para repor algum recurso nos cofres do Tesouro federal baqueado, solapado pela ação irresponsável do governo ao longo do último ano. Então o governo busca agora arrecadar um determinado recurso para suprir a necessidade de caixa do Tesouro criada por ele próprio. Mas vai fazer isso como? Esta que é a grande questão. Quem vai pagar esta conta ao final? E sabemos quem. Serão os consumidores.

Na verdade, em 2012, o discurso do governo era o da modicidade tarifária. O governo dizia o seguinte: “Olha, se essas empresas, se essas usinas estão amortizadas, portanto, nós podemos fazer as novas concessões [o que faz algum sentido, obviamente] a um custo muito menor, porque esse custo menor vai significar, por via de consequência, tarifas de energia menores para os cidadãos.”

Em dois anos, mudou tudo: não existe mais modicidade tarifária. O que o governo propõe agora é o oposto disso: uma bonificação de outorga. É aquilo que, lá na discussão dessa Medida Provisória nº 688 na Câmara dos Deputados, se estabeleceu chamar de “pedalada elétrica”.

O que o governo está cobrando é um novo imposto para transferir essas usinas sem preocupação, mais uma vez, com planejamento de longo prazo.

A tarifa – e é algo aqui didático, importante para aqueles que não estão tão familiarizados com essa questão –, a tarifa que deveria ser fixada com base na ideia anterior do governo era de R$ 36 o megawatt/hora. Essa foi a tarifa definida pelo governo na MP 579 – eu me lembro tanto disso. O governo dizia – não sou eu que estou dizendo – que essa era a tarifa justa, essa é a tarifa razoável para as operadoras operarem as hidrelétricas brasileiras: R$ 36 o MWh. Agora, com essa nova outorga, esse custo será de R$ 137 o MWh, um aumento de 300%!

O desacerto do governo, não vou dizer má-fé, mas a improvisação, aquela tentativa de ganhar em todos os campos a todo momento, uma visão imediatista de um resultado eleitoral, está fazendo com que esse custo, que deveria ser de R$ 36, fixado pelo próprio governo, seja de R$ 137.

E qual é a questão central que aqui fica? Essa tarifa, em razão, amanhã, de problemas de estiagem ou de quaisquer outros problemas que venham a ocorrer, poderá ser repassada ao consumidor. Essa é a questão central que aqui se coloca.

Se esta Medida Provisória, e quero aqui respeitar o trabalho sério feito pelo senador Eunício, que busca corrigir determinadas questões, trapalhadas feitas lá atrás, e tenho certeza que concordará comigo, mas a grande verdade é que nós estamos, por conta das irresponsabilidades e dos equívocos do governo, transferindo para o cidadão brasileiro de novo a conta dessa tentativa de ajuste.

“Quem vai pagar esta conta ao final? Serão os consumidores”, diz Aécio sobre MP 688

“É mais uma medida extrema do governo federal para repor algum recurso nos cofres do Tesouro federal baqueado, solapado pela ação irresponsável do governo ao longo do último ano. Então o governo busca agora arrecadar um determinado recurso para suprir a necessidade de caixa do Tesouro criada por ele próprio. Mas vai fazer isso como? Esta que é a grande questão. Quem vai pagar esta conta ao final? E sabemos quem. Serão os consumidores”, afirmou o senador Aécio Neves ao votar contra a MP 688 na qual governo federal faz nova intervenção no mercado de energia.


Pronunciamento do senador Aécio Neves – MP 688

Eu me lembro muito bem dos duros embates que nós tivemos aqui, no ano de 2012, quando da chegada a esta Casa da Medida Provisória nº 579, com a fórmula mágica de diminuir a tarifa de energia para as famílias, para as residências e também para a indústria no país. Demonstramos, a partir de trabalhos técnicos muito bem qualificados, a imprudência daquela medida. Não foram poucos os embates ocorridos aqui neste plenário e nas comissões desta Casa.

Infelizmente, fomos vencidos e taxados como os pessimistas, aqueles que não queriam que as tarifas de energia regredissem. Éramos os vilões da história. A presidente da República mais de uma vez foi à televisão, em cadeia nacional, para dizer que estava abaixando as tarifas de energia para os cidadãos brasileiros. Não preciso dizer o que ocorreu. Em algumas regiões do Brasil, o aumento da tarifa de energia, desde o ano passado, já chegou a cerca de 70%.

Faço esta rápida introdução para dizer que essa Medida Provisória (MP 688/15) busca corrigir em parte – por mais que o governo não admita isso – os gravíssimos equívocos daquela medida provisória e daquela intervenção sem planejamento, sem consistência, que desorganizou todo o setor elétrico brasileiro, com as consequências que estamos vivendo hoje.

O foco efetivo – é importante que isso fique claro –, a razão pela qual estamos votando neste instante essa medida provisória é o leilão marcado para o próximo dia 25 de novembro de 20 novas usinas. São usinas com prazo de concessão já expirado e que foram retomadas pelo poder concedente. Ali estão usinas do meu Estado, a Cemig, da Cesp, da Copel e também da Celesc. Aquelas que não vieram a aderir, aquelas que resistiram à MP 579.

Como são usinas amortizadas, e aí é a questão central, e é preciso que os senhores senadores tenham consciência claro do que está acontecendo antes de darem aqui o seu voto, o governo em razão hoje da gravíssima situação em que se encontra o Tesouro Nacional, estabeleceu a chamada bonificação de outorga. O governo quer obter R$ 17 bilhões com essas outorgas, com essas concessões, que serão revertidos não para investimentos no setor, mas para os cofres do Tesouro.

É mais uma medida extrema do governo federal para repor algum recurso nos cofres do Tesouro federal baqueado, solapado pela ação irresponsável do governo ao longo do último ano. Então o governo busca agora arrecadar um determinado recurso para suprir a necessidade de caixa do Tesouro criada por ele próprio. Mas vai fazer isso como? Esta que é a grande questão. Quem vai pagar esta conta ao final? E sabemos quem. Serão os consumidores.

Na verdade, em 2012, o discurso do governo era o da modicidade tarifária. O governo dizia o seguinte: “Olha, se essas empresas, se essas usinas estão amortizadas, portanto, nós podemos fazer as novas concessões [o que faz algum sentido, obviamente] a um custo muito menor, porque esse custo menor vai significar, por via de consequência, tarifas de energia menores para os cidadãos.”

Em dois anos, mudou tudo: não existe mais modicidade tarifária. O que o governo propõe agora é o oposto disso: uma bonificação de outorga. É aquilo que, lá na discussão dessa Medida Provisória nº 688 na Câmara dos Deputados, se estabeleceu chamar de “pedalada elétrica”.

O que o governo está cobrando é um novo imposto para transferir essas usinas sem preocupação, mais uma vez, com planejamento de longo prazo.

A tarifa – e é algo aqui didático, importante para aqueles que não estão tão familiarizados com essa questão –, a tarifa que deveria ser fixada com base na ideia anterior do governo era de R$ 36 o megawatt/hora. Essa foi a tarifa definida pelo governo na MP 579 – eu me lembro tanto disso. O governo dizia – não sou eu que estou dizendo – que essa era a tarifa justa, essa é a tarifa razoável para as operadoras operarem as hidrelétricas brasileiras: R$ 36 o MWh. Agora, com essa nova outorga, esse custo será de R$ 137 o MWh, um aumento de 300%!

O desacerto do governo, não vou dizer má-fé, mas a improvisação, aquela tentativa de ganhar em todos os campos a todo momento, uma visão imediatista de um resultado eleitoral, está fazendo com que esse custo, que deveria ser de R$ 36, fixado pelo próprio governo, seja de R$ 137.

E qual é a questão central que aqui fica? Essa tarifa, em razão, amanhã, de problemas de estiagem ou de quaisquer outros problemas que venham a ocorrer, poderá ser repassada ao consumidor. Essa é a questão central que aqui se coloca.

Se esta Medida Provisória, e quero aqui respeitar o trabalho sério feito pelo senador Eunício, que busca corrigir determinadas questões, trapalhadas feitas lá atrás, e tenho certeza que concordará comigo, mas a grande verdade é que nós estamos, por conta das irresponsabilidades e dos equívocos do governo, transferindo para o cidadão brasileiro de novo a conta dessa tentativa de ajuste.

Aécio Neves – Entrevista em Brasília

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, nesta sexta-feira (30/01), em Brasília, onde participou de reunião da bancada do PSDB, no Congresso Nacional, para discutir a crise energética e a conjuntura política nacional.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre a eleição no Congresso, qual a orientação do PSDB?

A minha posição pessoal é muito clara e eu venho trazê-la hoje à nossa bancada como presidente do partido. No momento que existem duas candidaturas da base governista e uma candidatura que se coloca como independente e que surge a partir da iniciativa de um partido político que, inclusive no segundo turno esteve conosco na última eleição presidencial, o caminho natural do PSDB é fortalecer a candidatura do deputado Júlio Delgado. É a candidatura que, a meu ver, apresenta as melhores condições de garantir a independência fundamental que a Câmara dos Deputados não teve nos últimos anos.

E no Senado não é diferente. A candidatura do senador Luiz Henrique na verdade atende esta mesma aspiração: não termos um Legislativo acuado, submisso, e principalmente, submetido às vontades e às orientações do Palácio do Planalto, como assistimos durante todo este último período e de forma mais escancarada ainda no final do ano passado no momento em que, com uma violência enorme, o comando do Legislativo, atendendo a orientação do Palácio do Planalto, feriu de morte a Lei de Responsabilidade Fiscal ao operar a LDO.

Portanto, na minha visão, temos duas grandes oportunidades, em apoiar a candidatura de Julio Delgado na Câmara Federal, apresentando uma agenda para o Poder Legislativo que iniba mais uma vez a edição das medidas provisórias, que inclusive possa votar, e ele tem este compromisso, o projeto que relatei no Senado Federal, aprovado por unanimidade no Senado no início da legislatura passada e que ficou engavetado também por orientação do Palácio do Planalto na Câmara que impede que medidas provisórias possam tratar de temas não correlatos, criando uma mínima relação de respeitabilidade entre os poderes.

No Senado, da mesma forma, estaremos ao lado do senador Luiz Henrique. Inclusive, hoje à tarde, no ato de lançamento da sua candidatura que, a meu ver, é uma candidatura extremamente competitiva.

 

Os seus colegas de partido disseram que independentemente do que aconteça no domingo no Congresso, vai ser um ano muito difícil na Casa. O senhor concorda com eles, independentemente de quem estiver na presidência será um ano complicado para os parlamentares?

Acho que poderá ser um grande ano para o Poder Legislativo, sobretudo em razão da fragilização do governo federal. O que estamos assistindo no dia a dia é o atestado absoluto de falência do governo. Um governo que não tem sequer a hombridade, a dignidade de reconhecer os seus erros, que não se julga no dever de explicar à população brasileira o que o Brasil de hoje é tão diferente do Brasil cantado em verso e prosa na campanha eleitoral poucos meses atrás.

Este é o grande momento de afirmação do Poder Legislativo. Não podemos continuar submetidos única e exclusivamente como ocorreu ao longo dos últimos anos à agenda do governo federal. E mais do que isso, do ponto de vista das denúncias sucessivas, das denúncias que não cessam de irregularidades de corrupção no governo, devemos centrar fileiras para já, imediatamente, nesta semana colhermos as assinaturas necessárias à recriação da CPMI da Petrobras, além de outras que estão sendo também cogitadas.

Mas a prioridade deve ser o Congresso Nacional retomar as investigações em relação aos desvios na Petrobras porque estamos ainda vendo a ponto do iceberg. Acho que temos a responsabilidade enquanto poder fiscalizador das ações do Poder Executivo, de avançarmos nessas investigações que já vem sendo feitas com competência pelo Ministério Público, pela Polícia Federal, mas o Poder Legislativo não pode deixar de dar também a sua contribuição.

 

As últimas medidas da Petrobras impactam fortemente alguns investimentos inclusive no Nordeste, região em que a presidente Dilma teve grande votação. Como o senhor avalia?

É uma vergonha. Destruíram a nossa maior empresa e não tiveram sequer a capacidade de agora, reconhecendo os desvios, minimizar essas perdas. Hoje, a perda de grau de investimento feita pela Moody’s (de Baa2 para Baa3) é uma sinalização clara de como o mundo vê o Brasil e não é só a Petrobras. Infelizmente, o que o Brasil hoje está provando é o veneno, o fel de um governo que agiu irresponsavelmente ao longo de todos os últimos anos. Tudo que denunciamos durante a campanha eleitoral hoje aparece para a população brasileira de forma absolutamente cristalina. Seja com relação aos dados da economia, aos dados fiscais do governo, seja com relação à corrupção na Petrobras, às denúncias cada vez mais grave em relação aos desvios nos fundos de pensão e no BNDES. Portanto, cada vez mais vai ficando claro que quem venceu as eleições foi a mentira.

 

Sobre a saúde na economia, registra o primeiro déficit primário desde 2001. Como a oposição pode colaborar para mudar este quadro.

Quem tem a responsabilidade por esse quadro é exclusivamente o governo. Cabe à oposição denunciar, fiscalizar e impedir manobras fiscais, manobras contáveis que vieram sendo feitas sem qualquer constrangimento ao longo dos últimos anos. Mas isso não dura para a vida toda. Estamos percebendo, agora, de forma absolutamente clara, que o governo não priorizou o Brasil. O governo priorizou as eleições. E medidas que agora estão sendo tomadas, se tivessem sido tomadas de forma responsável, e não foram, ao longo do ano passado, ao longo dos últimos anos, certamente minimizariam seus efeitos para a população brasileira.

Quem vai pagar a conta da incompetência e irresponsabilidade do governo da presidente Dilma são os mais pobres. E estamos vendo aí. A receita do atual governo não é nossa receita. Vou falar sobre isso hoje aqui. A receita do atual governo é fazer o ajuste pelo aumento de impostos por um lado e a supressão dos direitos trabalhistas por outro.  Essa não é a receita do PSDB e não podemos deixar que isso seja confundido com ela.

 

O setor elétrico está tendo várias crises. A presidente Dilma falava tempos atrás em redução de tarifa e não é o que está acontecendo.

Mais um grande engodo. Me lembro muito bem que no Congresso Nacional quando eu alertava para os riscos da Medida Provisória nº 579 fui acusado diretamente pela presidente de pessimista e torcer contra o Brasil.

Não se faz redução de tarifas, sem que haja uma política fiscal responsável, sem que haja planejamento. O que a presidente fez com o setor elétrico é mais uma demonstração da marca autoritária do seu governo, do absoluto desconhecimento que ela tem sobre do setor, e isso se estende à Petrobras, comandada por ela com mãos de ferro, durante todos esses últimos 12 anos. E, mais uma vez, o preço está sendo pago pela população brasileira, pelo contribuinte  brasileiro, com a perspectiva de aumentos expressivos na conta de luz, mais de 20% agora já no início do ano.

Cada vez mais, a cada dia que passa, se comprova que os nossos alertas eram os alertas corretos. A presidente da República não permitiu que o Brasil debatesse, durante a campanha eleitoral, medidas para superação da crise. Ela vendeu o país da fantasia: do conto da Carochinha, onde tudo ia muito bem, o país crescia, do pleno emprego e não havia necessidade de qualquer ajuste.

Hoje o custo dos ajustes é muito mais alto pela irresponsabilidade do governo, que não tomou, no momento que deveria ter tomado, as providências para conter esses equívocos todos e, infelizmente vai sobrar, mais uma vez, para o bolso do cidadão brasileiro, do contribuinte brasileiro.

 

Sobre eleições na Câmara

Desde o final do ano passado, o PSDB assumiu compromisso com Júlio Delgado. O PSDB agirá como partido político. O PSDB não se permitirá cooptações individuais, qualquer candidato que acha que poderá fazê-lo irá se frustrar. O PSDB votará em Júlio Delgado na sua integralidade. É o que eu espero.