Aécio Neves e bancada do PSDB protestam contra manobra que deixou partidos de oposição sem assento na Mesa do Senado

A bancada do PSDB no Senado Federal retirou-se nessa noite do plenário em protesto contra as articulações feitas para impedir que os partidos da oposição tivessem assento na Mesa Diretora da Casa, responsável pela formulação de políticas, pauta de votação, bem como supervisão e fiscalização dos atos administrativos do Senado.

O senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, e outros líderes tucanos e de outros partidos de oposição defendiam que fosse respeitado o critério da proporcionalidade, que garante aos partidos representação na Mesa Diretora proporcional ao tamanho de suas bancadas.

Ao deixar o plenário ao lado dos senadores do PSDB, após fazer dois discursos (leia abaixo), protestando contra a manobra comandada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, e a base do governo, o senador Aécio Neves concedeu entrevista à imprensa.

 

Leia a transcrição da entrevista:

Senador, como fica o clima depois dessa discussão que o senhor teve?

O senador Renan fez a opção por ser presidente de uma parte do parlamento.  Na verdade a degradação que tomou conta do governo federal infelizmente chega a essa Casa. Isso é absolutamente inaceitável.  Agora, nós do PSDB não precisamos de lugar na mesa, não precisamos de cargos nessa Casa para exercermos a oposição que temos que exercer a tudo isso que está aí.

A nossa responsabilidade é sermos intérpretes, sermos porta-vozes do sentimento de indignação da população brasileira com o descumprimento dos compromissos pela presidente da República que está dando aos brasileiros uma receita amarga de aumento de tributos por um lado e supressão de direitos trabalhistas por outro. Esse é o nosso papel.

Infelizmente, o presidente eleito do Congresso Nacional não compreendeu a dimensão do cargo que ocupa. Acha que o Senado Federal pode ser instrumento de uma aliança. Até quem sabe para protegê-lo. Hoje, dissemos de forma absolutamente clara que defenderemos a instituição sem qualquer cargo, por isso não participamos da votação. O senador Paulo Bauer retira o seu nome.

Vamos exercer, no limite das nossas forças, oposição àqueles que não respeitam a democracia. Um grupo de líderes partidários opta por subverter a vontade da população brasileira, que nos trouxe aqui nesse momento com 11 senadores da República. É lamentável, é triste, mas felizmente estamos mais unidos do que nunca para combater esse tipo arcaico, atrasado e inaceitável de prática política.

 

Como vai ficar a relação da oposição com o Renan e no andamento dos trabalhos?

Quem rompeu as relações foi o presidente Renan ao expelir da mesa partidos que, legitimamente, tinham o direito de dela participar para democraticamente conduzir a Casa, estabelecer a pauta. Este rolo compressor será rejeitado não apenas por nós da oposição, mas pela opinião pública brasileira. Eles esquecem que estamos sintonizados com o sentimento dos brasileiros que não aceitam mais esta velha e carcomida prática política da imposição, da violência, do conchavo, da falta da verdade, da ausência de transparência que conduziu todo este processo. O PSDB sai mais fortalecido e mais unido do que nunca deste episódio.

 

Os senhores não participam das reuniões de líderes, por exemplo?

Esta é uma outra questão. Mas certamente, as dificuldades para construir consensos na Casa serão muito maiores no momento em que o presidente, talvez para cumprir compromissos assumidos na sua campanha, subverte a ordem natural das coisas nesta Casa e violenta a posição, a vontade dos brasileiros que trouxe o PSDB como uma bancada muito sólida. Ao não respeitar a proporcionalidade, na verdade, ele desrespeita o conjunto da instituição.

 

Primeiro discurso do senador Aécio Neves no plenário do Senado Federal:

Algo de muito grave está acontecendo aqui hoje e é fundamental que os Srs. Parlamentares e que a sociedade brasileira saibam aquilo que está sendo construído e busquem compreender as suas razões.

Somos, senador Renan Calheiros, homens públicos experientes. Recebi, com muito prazer, V. Exª no meu gabinete, poucas horas antes da votação que o consagrou mais uma vez Presidente desta Casa. Disse-lhe, com todas as letras, inclusive na condição de Presidente Nacional do PSDB, e é nessa condição que também me dirijo a V. Exª, que votaríamos com o Senador Luiz Henrique; e V. Exª compreendeu. Disse ainda a V. Exª, na presença do Senador Jucá, que o acompanhava, que V. Exª tinha uma oportunidade única de iniciar essa nova Legislatura buscando respeitar a democracia interna, olhando para o sentimento da sociedade brasileira, percebendo que aquilo que esperam de nós é muito mais do que essa funesta disputa por espaços administrativos na Casa.

Senador Renan Calheiros, lamentavelmente, tenho que dizer que V. Exª me surpreendeu e surpreendeu negativamente. Falo com todo o respeito. O que está aqui sendo construído é uma articulação e que certamente não ocorreria sem o beneplácito, sem a concordância pelo menos de V. Exª, de excluir da Mesa Diretora do Senado Federal os partidos que não sufragaram o seu nome na eleição para a Presidência.

Sabemos todos, Senador Renan Calheiros, que a eleição para a Presidência é uma disputa política, e V. Exª compreendeu lá, de forma muito clara, a nossa posição, como compreendeu dois anos atrás, quando apoiamos a candidatura do Senador Pedro Taques, e da mesma forma apoiamos a candidatura do Senador Randolfe dois anos antes. Fizemos isso para manifestar a nossa discordância em relação à condução da Casa, em relação à independência que ela não alcançava. Essa é a grande verdade. Isso acontece corriqueiramente no Parlamento e obviamente essa questão não pode ser transferida para os cargos administrativos desta Casa.

Eu corrijo, com enorme respeito, uma informação equivocada do Líder do PT, Humberto Costa, que disse que quando disputei a Presidência da Câmara dos Deputados não tinha a maior bancada e tive o apoio do PT. Duas informações desencontradas. Era, sim, o representante do maior bloco partidário, já que a aliança nossa era com o PTB naquela época, o que me fez o candidato da proporcionalidade.

Mas nem por isso, Senador Humberto Costa, o seu companheiro de partido, hoje Ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, deixou de disputar. Disputou comigo, teve 90 votos. Foram nove candidatos. Ganhei no 1º turno. O meu primeiro gesto foi garantir a composição da Mesa da Câmara dos Deputados, respeitando a proporcionalidade.

Se houve lá algo que incomoda V. Exª – o PT ter ficado em uma suplência –, se houve algum equívoco – não conheço em profundidade essa distribuição dos cargos na Câmara –, não podemos trazer esse equívoco para o Senado Federal.

Permita-me, Senador Renan Calheiros, não se trata – como disse V. Exª agora há pouco – de candidaturas avulsas que a Mesa da Câmara e V. Exª não podem inibir. Não é isso que aqui está em jogo. Tanto que as candidaturas avulsas buscam exatamente retirar da Mesa Diretora o PSDB e o PSB, violentando uma proporcionalidade, que nós não alcançamos aqui pela benevolência de V. Exª ou de quem quer que seja. Alcançamos, a partir dos votos que os Parlamentares do PSDB obtiveram nas urnas nas duas últimas eleições.

O que se trata, Presidente Renan Calheiros, é de que V. Exª opta por constituir uma Mesa Diretora com aqueles que o apoiaram na última eleição. Lamentavelmente – e digo isso ao Brasil que esperava de nós aqui um tratamento de questões relevantes –, se engendrada essa grande articulação, lamentavelmente, Presidente Renan Calheiros, V. Exª deixará de ser o Presidente de toda esta Casa e será o presidente daqueles que o apoiaram.

É um gesto de violência inusitado nesta Casa, sem precedentes. E que fique aqui muito claro, neste instante. Em nome dos companheiros do PSDB, da brava companheira Lúcia Vânia, desprendida, que aceitou uma ponderação da Bancada, que nunca duvidou do seu voto e retirou o seu nome, quero dizer que não haverá disputa, Senador Renan Calheiros. Não haverá disputa, porque o PSDB, se apresentado um outro nome que desrespeite a proporcionalidade para a 1ª Secretaria, o PSDB se retirará dessa disputa e deixará claro que V. Exª governará com aqueles que o apoiaram – dignos Parlamentares, honrados Parlamentares –, mas perde a oportunidade histórica de reconciliar o Senado Federal com a sociedade brasileira.

Deus lhe deu, Senador Renan, inúmeras oportunidades na vida e agora mais uma que, lamentavelmente, V. Exª joga fora. Não espere das oposições a compreensão que nós tivemos ao longo destes últimos anos, quando solicitados por V. Exª. O que nós aqui buscamos é o respeito à proporcionalidade, é a representação que nós alcançamos pelo voto dos brasileiros.

Não nos interessa ter cargos na Mesa, mas essa proporcionalidade é fundamental para o bom andamento das relações entre Parlamentares. Estamos numa Casa que dialoga, onde as pessoas se comunicam, e V. Exª, lamentavelmente, neste momento, não se coloca à altura da Casa de Rui Barbosa, ao optar por ser Presidente dos 62% que lideram o seu voto.

Portanto, Senador Renan Calheiros, ao final, peço uma reflexão, porque não se trata – e fique aqui muito claro – de candidaturas avulsas, isoladas, mas de uma chapa construída sob os auspícios da Mesa Diretora e de V. Exª, que pune a proporcionalidade, alija aqueles que tiveram uma posição contrária à de V. Exª, não respeita a democracia interna.

Hoje, Presidente Renan Calheiros, se engendrada essa articulação, infelizmente viveremos mais uma triste tarde nesta Casa e, em nome do PSDB, com a licença do Líder Cássio Cunha Lima, em nome do bravo Senador Paulo Bauer, nome indicado com todos os méritos para participar da Mesa Diretora, e da Senadora Lúcia Vânia, assim como de nossos demais Pares, nós não disputaremos esse cargo e que V. Exª governe, se achar que isso é melhor para o País, com aqueles que o elegeram.

 

Segundo discurso do senador Aécio Neves

Serei bastante breve, presidente Renan, mas é preciso que fique aqui explicitada, de forma absolutamente clara para a população brasileira a manobra que acaba de ser conduzida no Senado Federal, com beneplácito de V. Exª, Presidente Renan Calheiros.

Um grupo de Líderes representativo, como diz o ex-presidente Collor – 15, 10, 12; não importa quantos –, está subvertendo a vontade da população brasileira ao construir aqui um acordo de aliados políticos que fere a essência do funcionamento do Parlamento, que é o respeito à proporcionalidade. As portas estão, Presidente Renan, escancaradas para que V. Exª conduza isso também, por exemplo, na indicação das comissões. Olha, veja bem o que está acontecendo.

Por que o Regimento do Senado, da Câmara e dos parlamentos espalhados pelo mundo inteiro prega a proporcionalidade? Porque é um parlamento, uma casa onde se deve parlamentar, discutir, divergir e, às vezes, fazer entendimentos.

Lamento, Presidente Renan Calheiros. V. Exª sabe do apreço pessoal que lhe tenho, mas – sei lá por quais razões, talvez pelos compromissos que assumiu durante a sua campanha eleitoral e que têm, agora, necessariamente, que ser honrados –, Presidente Renan, nenhum compromisso de apoio que, eventualmente, V. Exª tenha recebido justifica fazer com que V. Exª se diminua e diminua o Senado da República.

Pois, a partir deste instante, o PSDB, neste instante, que indicaria para auxiliar a Mesa Diretora do Senado Federal o nome do digno e honrado Senador Paulo Bauer, não só retira o nome do Senador Paulo Bauer como se retira deste plenário, porque V. Exª, para atender a conveniências que nem consigo imaginar quais sejam, opta, neste instante, por ser Presidente apenas daqueles que o elegeram. Lamentavelmente, o Senado sai menor. E V. Exª, com a liderança que tem, não a colocou a serviço desta Instituição.

Eu disse, Presidente Renan Calheiros, e falo isso de forma absolutamente clara, como sabe V. Exa que é uma característica que tenho: V. Exa teve nas mãos uma oportunidade extraordinária de ser o Presidente da instituição, de ser o Presidente de um Poder, e V. Exa apequena esse Poder ao colocar a proporcionalidade abaixo, única e exclusivamente para atender aos entendimentos que eventualmente foram feitos na sua campanha eleitoral.

V. Exa será o Presidente dos ilustres Senadores que o apoiaram, mas V. Exa perde a legitimidade para ser Presidente dos partidos de oposição nesta Casa, Senador Renan Calheiros.

Trechos do discurso sobre votação do piso salarial para Agentes de Saúde

“Foi a mobilização de vocês, a luta de vocês e a seriedade no trabalho que vocês desenvolvem por todo Brasil que permitiu que essa questão fosse tratada como tem sido tratada nessa Casa”, disse o senador Aécio Neves ao cumprimentar os agentes de saúde, na noite desta quarta-feira (21/05), pela importante conquista da aprovação do piso salarial nacional de R$ 1.014, com jornada de 40 horas semanais.

 

Leia trechos discurso do senador Aécio Neves:

“Falo como presidente do PSDB. Para nós esse tema é extremamente caro. Um dos maiores avanços na área da saúde obtido pelos brasileiros ao longo das últimas décadas foi exatamente no governo do PSDB, no governo do presidente Fernando Henrique, com a expansão do programa Saúde da Família.

Em apenas oito meses, esse programa mudou o eixo das políticas públicas de saúde e trouxe o atendimento médico a inúmeras, milhares de residências e milhões de brasileiros, especialmente nas cidades menores espalhadas pelo interior do Brasil e também na periferia de grandes cidades.

Em 1994, o Brasil tinha apenas 328 equipes do PSF, número que saltou para 16.567 em 2002, um crescimento de impressionantes 4.978%. Em relação aos municípios atendidos, o salto foi ainda maior. De 55 municípios atendidos, e isso sim é política de saúde, sem discriminação, sem atentar contra a legislação trabalhista, saltamos para 4.132 municípios. Ou seja, chegamos muito próximos da totalidade dos municípios brasileiros.

Atrelado a ele, ao lado dele, outro programa que também ganhou densidade, dimensão no governo do PSDB, foi o de Agentes Comunitários de Saúde. Era um programa que já existia desde 1990, com a regulamentação vindo alguns anos depois, em 1997.  A partir daí, assistimos a esse programa efetivamente funcionar no Brasil. E é bom citar os números, para que as pessoas saibam exatamente quais foram as contribuições de cada período, de cada governo no fortalecimento do programa e do atendimento aos agentes comunitários.

Dos 29 mil agentes existentes em 1994, o número cresceu para 173 mil em 2002. Saltamos, de 29 para 173 mil agentes comunitários de saúde. Um aumento em torno 500% apenas naquele período.

Infelizmente, esse crescimento não ocorreu no período subsequente. Infelizmente entre os anos de 2002 e 2009 – o dado que tenho disponível é até 2009 – o programa Saúde da Família cresceu apenas 82%, e em relação aos agentes comunitários de saúde, o desempenho foi ainda pior. Nesse período mais recente, o número de agentes comunitários em municípios atendidos cresceu apenas 35% em agentes e apenas 6% dos municípios.

Faço esse registro histórico para dizer que essa construção feita por essa Casa, iniciando-se na Câmara dos Deputados, chegando agora no Senado Federal, faz justiça – não ainda toda ela – a profissionais que vêm, ao longo de suas vidas, salvando vidas por todas as partes, sobretudo das regiões mais pobres do país.

Poucos projetos têm o alcance social desse, que permite o estabelecimento de um piso salarial profissional para os agentes comunitários de saúde.

A todos aqueles que se envolveram, que participaram dessa discussão, mas em especial aos agentes comunitários de saúde e aos seus representantes, uma saudação e um cumprimento. Porque foi a mobilização de vocês, a luta de vocês e a seriedade no trabalho que vocês desenvolvem por todo Brasil que permitiu que essa questão fosse tratada como tem sido tratada nessa Casa.

E à senadora Lúcia Vânia, nossa guia e líder em questões que dizem respeito à área social, a nossa homenagem. Foi ela a grande orientadora do PSDB para que chegássemos hoje a esse bom momento.

Parabéns aos agentes comunitários de saúde. E essa é apenas uma etapa, porque nos próximos anos, estejam certos, nos próximos anos outras e valiosas etapas serão vencidas no sentido da valorização do trabalho dos senhores e das senhoras”.

Aécio Neves – Trechos do discurso sobre votação do piso salarial para Agentes de Saúde

“Foi a mobilização de vocês, a luta de vocês e a seriedade no trabalho que vocês desenvolvem por todo Brasil que permitiu que essa questão fosse tratada como tem sido tratada nessa Casa”, disse o senador Aécio Neves ao cumprimentar os agentes de saúde, na noite desta quarta-feira (21/05), pela importante conquista da aprovação do piso salarial nacional de R$ 1.014, com jornada de 40 horas semanais.

 

Leia trechos discurso do senador Aécio Neves:

“Falo como presidente do PSDB. Para nós esse tema é extremamente caro. Um dos maiores avanços na área da saúde obtido pelos brasileiros ao longo das últimas décadas foi exatamente no governo do PSDB, no governo do presidente Fernando Henrique, com a expansão do programa Saúde da Família.

Em apenas oito meses, esse programa mudou o eixo das políticas públicas de saúde e trouxe o atendimento médico a inúmeras, milhares de residências e milhões de brasileiros, especialmente nas cidades menores espalhadas pelo interior do Brasil e também na periferia de grandes cidades.

Em 1994, o Brasil tinha apenas 328 equipes do PSF, número que saltou para 16.567 em 2002, um crescimento de impressionantes 4.978%. Em relação aos municípios atendidos, o salto foi ainda maior. De 55 municípios atendidos, e isso sim é política de saúde, sem discriminação, sem atentar contra a legislação trabalhista, saltamos para 4.132 municípios. Ou seja, chegamos muito próximos da totalidade dos municípios brasileiros.

Atrelado a ele, ao lado dele, outro programa que também ganhou densidade, dimensão no governo do PSDB, foi o de Agentes Comunitários de Saúde. Era um programa que já existia desde 1990, com a regulamentação vindo alguns anos depois, em 1997.  A partir daí, assistimos a esse programa efetivamente funcionar no Brasil. E é bom citar os números, para que as pessoas saibam exatamente quais foram as contribuições de cada período, de cada governo no fortalecimento do programa e do atendimento aos agentes comunitários.

Dos 29 mil agentes existentes em 1994, o número cresceu para 173 mil em 2002. Saltamos, de 29 para 173 mil agentes comunitários de saúde. Um aumento em torno 500% apenas naquele período.

Infelizmente, esse crescimento não ocorreu no período subsequente. Infelizmente entre os anos de 2002 e 2009 – o dado que tenho disponível é até 2009 – o programa Saúde da Família cresceu apenas 82%, e em relação aos agentes comunitários de saúde, o desempenho foi ainda pior. Nesse período mais recente, o número de agentes comunitários em municípios atendidos cresceu apenas 35% em agentes e apenas 6% dos municípios.

Faço esse registro histórico para dizer que essa construção feita por essa Casa, iniciando-se na Câmara dos Deputados, chegando agora no Senado Federal, faz justiça – não ainda toda ela – a profissionais que vêm, ao longo de suas vidas, salvando vidas por todas as partes, sobretudo das regiões mais pobres do país.

Poucos projetos têm o alcance social desse, que permite o estabelecimento de um piso salarial profissional para os agentes comunitários de saúde.

A todos aqueles que se envolveram, que participaram dessa discussão, mas em especial aos agentes comunitários de saúde e aos seus representantes, uma saudação e um cumprimento. Porque foi a mobilização de vocês, a luta de vocês e a seriedade no trabalho que vocês desenvolvem por todo Brasil que permitiu que essa questão fosse tratada como tem sido tratada nessa Casa.

E à senadora Lúcia Vânia, nossa guia e líder em questões que dizem respeito à área social, a nossa homenagem. Foi ela a grande orientadora do PSDB para que chegássemos hoje a esse bom momento.

Parabéns aos agentes comunitários de saúde. E essa é apenas uma etapa, porque nos próximos anos, estejam certos, nos próximos anos outras e valiosas etapas serão vencidas no sentido da valorização do trabalho dos senhores e das senhoras”.

Proposta de Aécio Neves que garante avanços ao Bolsa Família será votada na próxima semana

A oposição de parlamentares do PT adiou mais uma vez, nesta quarta-feira (18/03), a votação no Senado do projeto de lei do senador Aécio Neves que estende por mais seis meses continuados o direito das famílias de permanecer no programa Bolsa Família. A proposta (PL 458) estabelece que no recadastramento do programa, realizado a cada dois anos, a família que acabou de superar a renda mensal fixada pelo governo possa ter um novo prazo de cobertura, dando, assim, maior segurança aos chefes de família que hoje preferem permanecer no mercado informal de trabalho por receio de perder o benefício.

A votação do projeto nesta manhã, na Comissão de Ação Social, foi adiada depois que senadores do PT fizeram oposição à proposta.

“Nossa proposta é que, mesmo com carteira assinada, durante seis meses, o pai ou a mãe chefe de família que consegue um emprego melhor possa continuar recebendo o Bolsa Família por mais seis meses.  É um estímulo para que esses trabalhadores possam se reinserir no mercado de trabalho. O projeto é de grande importância para milhares de famílias. Hoje muitos chefes de família, mesmo com uma oferta de trabalho, têm receio de que amanhã, se forem demitidos, não conseguirem rapidamente a reinserção no programa”, disse Aécio.

Os valores pagos hoje pelo Bolsa Família variam de R$ 32 a R$ 306, de acordo com a renda mensal da família por pessoa, número de crianças, jovens até 17 anos e de gestantes. Na prática, a data do recadastramento do programa tem funcionado como uma ameaça às famílias que, nos meses que antecedem o levantamento, acabam por evitar empregos formais que signifiquem maior renda, em razão da perda do beneficio.

“O trabalhador, a chefe de família muitas vezes não quer a regulamentação, a carteira assinada, com medo de perder o benefício. A burocracia para retornar ao programa  é grande e ela prefere ficar na informalidade”, disse o senador Cícero Lucena.

O projeto do senador Aécio Neves teve o apoio da relatora senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), e dos senadores Cícero Lucena (PSDB-PA), Cyro Miranda (PSDB-GO), Casildo Maldaner (PMDB-SC) e Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).

 

Falta generosidade ao PT

Aécio Neves lamentou que a bancada do PT venha discutindo um avanço na política social do país de forma eleitoral. Para ele, o tratamento dado ao projeto de lei seria outro caso a autoria fosse de um parlamentar do PT.

“Surpreende a forma pouco generosa para com os beneficiários do Bolsa Família com que o Partido dos Trabalhadores (PT) encara essa questão. Será que se essa proposta, que busca dar serenidade, tranquilidade, segurança aos beneficiários do Bolsa Família, sempre inquietos, sobretudo em períodos pré-eleitorais, se essa discussão se desse fora do ambiente eleitoral? Será que se essa proposta fosse apresentada por um líder do PT, ela estaria sendo tratada da mesma forma que está sendo tratada aqui?”, questionou Aécio.

O senador Aécio Neves destacou ainda que o governo age politicamente contra os avanços propostos por temer perder o controle sobre o Bolsa Família.

“Ninguém pode ter o monopólio da sensibilidade social. O governo do PT tem muitas falhas, mas a maior delas é a falta de generosidade, é a incapacidade de aceitar sugestões e contribuições para que não se perca a paternidade sobre o programa”, afirmou Aécio Neves.

 

Bolsa Família como política de Estado

O senador Aécio Neves é autor também do Projeto de Lei 448, de 2013, que incorpora o Bolsa Família ao conjunto de ações sociais do Estado garantidos pela Lei Orgânica de Assistência Social (Loas).

A inclusão à Loas garantirá o Bolsa Família dentro do conjunto de diretos assegurados às famílias, independentemente da vontade do governo, como os benefícios já garantidos de assistência à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice.

Para o senador a posição contrária da base do governo, liderada pelo PT, revela que a prioridade do partido é apenas o uso eleitoral do Bolsa Família.

“É aquilo que prevíamos: o uso desse programa como instrumento eleitoral. Ao buscar transformar o Bolsa Família em um programa de Estado, onde as assistentes sociais possam visitar anualmente cada uma das famílias beneficiárias, onde os detentores do benefício possam sim estar estimulados a buscar uma renda maior no próprio mercado de trabalho, queremos exatamente que esses brasileiros tenham a segurança de uma ação permanente, independentemente de governos ou de partidos”, concluiu Aécio Neves.

Tucanos prestam homenagem a Sérgio Guerra

O senador Aécio Neves (MG) e os principais líderes tucanos de todo país compareceram, nesta sexta-feira (07/03), em Recife (PE), ao velório do presidente do Instituto Teotônio Vilela (ITV) e ex-presidente nacional do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra. Vítima de uma pneumonia e em tratamento de câncer há dois anos, o ex-deputado morreu na manhã desta quinta-feira (6), em São Paulo.  O velório, aberto ao público, lotou o plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco.

Na chegada a Recife, Aécio Neves destacou a trajetória política do pernambucano e lamentou a perda de um amigo querido.

“Hoje é um dia da saudade, o dia das reverências. Estão aqui homens públicos do Brasil inteiro, demonstrando a enorme dimensão de Sérgio Guerra. Tive em Sérgio um dos meus mais queridos amigos ao longo desses últimos anos. Se sou hoje presidente nacional do PSDB é pela mão de Sérgio Guerra, que, terminando mais um mandato, achava que aquela era a hora da sucessão. Veio trabalhar ao meu lado como presidente do ITV. A política brasileira perde um dos seus mais dignos e corretos homens públicos”, afirmou Aécio, em entrevista.

O presidente do PSDB lembrou a coragem e a luta de Sérgio Guerra por seus ideais, entre outras características que o faziam se destacar entre os homens públicos.

“O PSDB perde um dos seus principais líderes e perde a política brasileira como um todo. Sérgio Guerra teve uma carreira de absoluta coerência em relação àquilo que pensava ser importante para o Brasil, e tinha uma característica que eu prezo e admiro e muito nos homens públicos, que é o destemor, a coragem para ir em frente, e uma capacidade de aglutinação, de convergência extremamente grande. Sérgio tinha três características raras nos homens públicos de hoje. Um homem altamente culto; idealista, lutava por aquilo em que acreditava; e corajoso. Era destemido. Não enfrentava qualquer um apenas por enfrentar, e sim aqueles que achava que o enfrentamento ajudaria a melhorar o Brasil”, afirmou Aécio.

 

O legado de Sérgio Guerra: a luta pelo Nordeste

Aécio Neves afirmou que o PSDB homenageará Sérgio Guerra mantendo vivos os ideais do tucano, nascido em Recife em 1947 e filiado ao partido desde 1999. Ele foi senador da República entre 2003 e 2011, quando assumiu mandato como deputado federal – cargo que já havia exercido de 1991 a 2003. Foi secretário de Estado de Pernambuco e deputado estadual. Presidiu o Diretório Nacional do PSDB entre 2007 e 2013.

“Um homem que pensava o Brasil na dimensão necessária. Tinha, em relação ao Nordeste, uma preocupação e uma formulação muito própria, que nos estimulava a mergulharmos, permanentemente, na busca da diminuição das enormes diferenças que ainda aviltam e envergonham os brasileiros. Essa  é talvez a maior das homenagens que eu, pessoalmente, mas o PSDB também e as oposições, podem fazer a ele: honrá-lo, mantendo vivos os seus ideais, sua disposição e sua coragem de mudar o Brasil”, destacou Aécio.

 

Adeus

Também prestaram homenagens a Sérgio Guerra em Recife os governadores tucanos Geraldo Alckmin (SP) e José Anchieta Jr. (RR); o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, o presidente regional do PSDB de São Paulo, Duarte Nogueira, os deputados federais Antônio Imbassahy (BA), líder do partido na Câmara, Bruno Araújo (PE), Luiz Pitiman (DF) e Rodrigo de Castro (MG), além dos senadores Aloysio Nunes (SP), líder do partido no Senado, Lucia Vânia e Cyro Miranda – ambos do PSDB de Goiás.

O ex-governador de São Paulo José Serra também prestou homenagens, assim como o vice-governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho, o presidente do ITV em Minas, Pimenta da Veiga, e o vereador de Recife pelo PPS Raul Jungmann, entre outros.

Aécio Neves – Discurso no Senado – Aparte da senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO)

Aécio Neves (PSDB-MG) aponta os caminhos para a oposição brasileira, em seu discurso inaugural no Senado.