Aécio Neves – Pronunciamento no Encontro de Prefeitos Eleitos

Sei que não está fácil se deslocar hoje, principalmente depois de uma campanha. Todos que chegaram aqui fizeram um grande esforço para participar deste encontro que supera todas as nossas melhores expectativas pela sua representatividade. Mas acho, presidente Fernando Henrique, através de quem quero cumprimentar todos os companheiros que aqui estão, acho que tem uma coisa na política que é essencial, insubstituível, que é o contato, que é o olho no olho, que é a pele, é olhar para alguém e sentir ali a energia e acreditar nessa pessoa, sentir que ela é companheira de um projeto, um companheiro de um projeto. Por isso, de tempos em tempos, temos buscado fazer isso, nos conhecermos um pouco melhor.

Ontem fizemos, na Executiva Nacional do partido, um encontro com os presidentes estaduais do partido. Fiz questão que cada companheiro falasse um pouco. Do Acre, como é a realidade do partido lá, o nosso companheiro de São Paulo, de Minas contando como é a realidade para o nosso companheiro de Rondônia, de Roraima ou do Mato Grosso. Porque a nossa maior força haverá de ser sempre a nossa unidade. Não temos sequer o direito, pelas dificuldades porque passa o país, e pela responsabilidade que recai sobre os ombros do PSDB, sobretudo a partir das últimas eleições, não temos sequer o direito de pensar em projetos individuais e de colocá-los acima da nossa maior responsabilidade que é dar ao Brasil, no tempo certo, com um governo honrado, decente, operoso e que prossiga no esforço iniciado no governo de transição do presidente Michel Temer de tirar o Brasil do abismo, do cadafalso no qual os sucessivos governos do PT nos mergulharam.

Senhoras e senhores prefeitos que aqui estão, vocês enfrentarão nas suas administrações talvez um dos mais difíceis períodos de toda a nossa história republicana. Quem esteve atento aqui à palestra do Mansueto (secretário de Acompanhamento Econômico) se lembrará que ele disse, em determinado momento, que o discurso econômico é uma constatação da realidade. Esta crise que estamos vivendo com três anos consecutivos de recessão é maior, inclusive, que a crise que tivemos na década de 30 do século passado, quando houve dois anos consecutivos de grande recessão.

Não vou citar aqui muitos outros números, mas isso ilustra a gravidade do momento e as dificuldades que os senhores enfrentarão pela frente. Apenas três dados, e não vou longe neles, para ilustrar o que estou dizendo. Presidente Fernando Henrique, de 2010 para cá, os gastos das prefeituras apenas com pessoal, e essa é uma média nacional, aumentaram 31% acima da inflação. As despesas com inativos, ou seja, o pagamento de aposentadorias e pensões, apenas nesse período, em média, cresceram 52% acima da inflação. Essa é a realidade que os senhores encontrarão.

E o que aconteceu na outra ponta em contrapartida para sustentar essas despesas crescentes? Fico apenas no dado do ano de 2014 para o ano de 2015. Houve uma queda na média de todas as cinco mil, quinhentas e poucas prefeituras brasileiras de 13% dos investimentos. Para sustentar esse crescimento incontrolável de folha, de pensões e aposentadorias, na outra ponta teve que haver uma diminuição grave dos investimentos. Faço essa introdução para dizer que, mais do que nunca, os senhores terão que liderar e não apenas administrar.

Os prefeitos dessa safra, reeleitos ou novos prefeitos, terão que ousar, terão que ter uma criatividade que talvez não tivesse sido cobrada de outros prefeitos. Vocês vão ter que mobilizar suas comunidades, chamar o terceiro setor, construir – através da liderança que vocês demonstraram ter nas urnas – caminhos, e caminhos novos para atender minimamente às demandas que são crescentes em todos os municípios brasileiros.

Não se iludam. Não há como recorrer aos Estados porque os estados quebraram e uma outra herança, essa sim maldita, perversa, dos ciclos de governo do PT. A União busca se equilibrar com um conjunto de medidas que aqui têm sido votadas sob a liderança, e homenageio as nossas bancadas através do grande líder [Antônio] Imbassahy e do líder Paulo Bauer, porque não fosse a coragem do PSDB no Congresso Nacional não teria ajuste das contas no Brasil. Esse é o nosso papel.

Na ponta, no município, administrem com seriedade, com criatividade, fazendo aquilo que aqui já foi dito por vários companheiros muito experientes, organizando com planejamento, com quadros qualificados, cada uma das suas gestões.

E aqui, no plano nacional, sendo um farol de um novo projeto de Brasil, um projeto no qual nós sempre acreditamos. E para nós, prefeito Nelson [Marchezan] – você talvez seja uma das figuras mais emblemáticas nessa nova postura que vimos em várias candidaturas do PSDB, ao lado do João (Dória), do Rui (Palmeira) e de outros companheiros que estão aqui – é muito importante que o PSDB continue, no Congresso Nacional, tendo clareza daquilo que pensa. Já defendíamos essas medidas em 2014. Talvez para nós seja mais fácil ainda conduzi-las e liderá-las, mas não teremos facilidades.

A agenda que vem pela frente é uma agenda difícil que encontra o Brasil em profunda recessão, com desemprego de mais de 12 milhões de brasileiros, com 60 milhões de brasileiros endividados, com a perda média de renda dos trabalhadores de 3% nos últimos três anos, um momento de aguda crise. Exatamente neste momento será cobrada da população brasileira a compreensão para que possamos, a partir de um duro ajuste fiscal, reaquecer a nossa economia, trazer de volta os investimentos, pois só com eles traremos, também, de volta os empregos que foram perdidos.

Repito aqui com muita alegria aquilo que disse o governador Geraldo Alckmin, esse é o momento das cidades. E a partir da gestão dos senhores é que vamos demonstrar a um país desacreditado na política, um país distanciado da atividade que aqui exercemos, mostrar a esse Brasil que vale a pena, que acreditamos que é possível sim construir através da liderança política, do planejamento, da eficiência, caminhos que possam melhorar a vida dos brasileiros.
Quero citar aqui, me permitam, três ou quatro questões que dizem respeito à vida do país, talvez não diretamente à administração de cada um dos senhores, mas sobre elas terá reflexo.

Aprovamos essa semana, no Senado Federal, e espero rapidamente possamos aprovar na Câmara dos Deputados, uma proposta que é do PSDB, assinada pelo grande senador Ricardo Ferraço e por mim, que cria um instrumento que racionalizará o quadro político-partidário brasileiro. Aprovamos a PEC 36 que acaba com as coligações proporcionais e estabelece uma cláusula de desempenho mínima, mínima mesmo, de 2% agora em 2018 e de 3% em 2022.

E a coisa é muito simples, ou aprovamos isso companheiro ministro José Serra, ou em 2018, já está quase aparecendo ali na esquina, já estamos entrando em 2017 – teremos, anotem isso, além dos 35 partidos que já estão registrados, e que já disputaram essas eleições, mais 31 que estão em processo de regularização junto ao Tribunal Superior Eleitoral. Serão mais de 60 partidos políticos, imaginem, disputando as eleições, dividindo entre seus dirigentes o Fundo Partidário e negociando a sua fração de tempo de televisão durante o processo eleitoral.

O PSDB tem que ter a coragem para dizer: chega! Basta! Vamos sim aprovar a cláusula de desempenho e é a população brasileira que vai dizer quais os partidos políticos que terão funcionamento parlamentar e, portanto, acesso a esses benefícios da lei. Não preciso dizer que estamos em processo final na votação da PEC do Teto, que sinaliza, ela não resolve, mas sinaliza, de forma positiva, pra esse ajuste fiscal ao qual eu me referia.

Outras reformas terão que vir, teremos que enfrentar a questão previdenciária, não por compromisso programático ou não por uma decisão solitária de algum sábio, mas pela simples razão de que se não fizermos isso até o ano de 2030 e, talvez até antes disso, o Brasil estará arrecadando única e exclusivamente para pagar a folha dos seus servidores e aposentadoria dos inativos.

Isso significa esquecer qualquer outra ação, qualquer outra, na saúde, na educação, na mobilidade. Então conduzir essa reforma é um ato de responsabilidade e não há outro partido político no Brasil em condições de fazer isso, de liderar esse processo, que não o PSDB.

Quero aqui dizer a vocês, já terminando para passar a palavra ao presidente Fernando Henrique, somos conhecidos como bons gestores, pelas grandes administrações que os governadores que aqui estão, ex-governadores e inúmeros prefeitos já fizeram. Pelo o que significou as duas gestões do presidente Fernando Henrique. Mas não podemos esquecer e devemos ficar roucos de dizer que o êxito das nossas gestões não é uma coisa eminentemente econômica ou fiscalista. Ao contrário, foram as nossas gestões responsáveis que melhoraram a vida das pessoas.

Quero dizer isso porque nós temos que ter um cuidado enorme, a partir de agora, nesse momento de dureza que nós vamos enfrentar para que a questão social esteja permanentemente nas nossas preocupações e nos nossos discursos. Uma rede de proteção social nos municípios, principalmente, para os mais pobres é essencial para que nós possamos fazer a travessia que precisamos fazer.

Falarei algo aqui que possa parecer extremamente superficial, mas ouso dizer. Se os senhores conseguirem fazer obras, e acredito que conseguirão fazer algumas, façam a obra do posto de saúde na região mais pobre no município de vocês. Construam a melhor escolar na região mais pobre no município de vocês. Façam os melhores investimentos de maior mobilidade aonde estão as populações mais pobres. Não há outro caminho para administrar se não esse. E resistam, resistam às pressões, o tempo é outro.

As pessoas, e eu peço licença ao governador Alckmin mais uma vez para citar Mário Covas, elas estão preparadas para ouvir um não, quando esse não precisa ser dito. Melhor do que aquele sim falso que o tempo leva, como leva as palavras que não se podem cumprir. O tempo é de dureza, respeitados e exitosos serão os prefeitos que agirem com firmeza, que enxugarem a máquina administrativa. Que façam o processo, inclusive, de desinvestimento. Se existirem no município dos senhores e das senhoras atividades ou órgãos que não são essenciais, façam como já anunciou o governador, o prefeito João Dória, Nelson (Marchezan) e tantos outros. Vamos privatizar, vamos fazer concessões, vamos trazer parcerias do setor privado e vamos concentrar os nossos esforços naquilo que melhora efetivamente a vida das pessoas. Esse é o PSDB do nosso tempo, da responsabilidade fiscal e da sensibilidade social.

Escola virtual

E, ao final, quero anunciar de forma proposital, sequer consultei e menos ainda comuniquei ao presidente Fernando Henrique, mas falo em meu nome e do presidente do ITV, José Aníbal, a quem mais uma vez agradeço pelo empenho, pela dedicação na condução do Instituto e pela organização deste evento, nós estaremos criando, já a partir de 1° de janeiro, para que esta questão da preocupação com a área social saia das palavras e se transforme em ações, em projetos.

Estaremos criando uma escola virtual, a partir do ITV, que será acessada livremente por todos os nossos prefeitos. A Escola Social Ruth Cardoso. Que estará todas as semanas apresentando projetos exitosos, colhidos nas administrações de vocês, para que possam ser compartilhados com outras administrações. E, pelo menos dois dias por semana, técnicos altamente qualificados estarão à disposição online, na sede do partido, respondendo aos questionamentos dos seus secretários e dos seus assessores.

Vamos fazer diferente, vamos fazer o que ninguém jamais fez neste país. Vamos mostrar que a nossa vitória não foi apenas o extraordinário número de prefeituras ou os 49 milhões de cidadãos que o PSDB irá administrar. A nossa vitória será mostrada lá na frente, com o êxito, com os resultados diferenciados das administrações do PSDB. É nisso que eu acredito e, nesse momento de tanto descrédito em relação à atividade política, o nosso papel é ainda mais relevante.

Repito aquilo que disse agora há pouco, não há, isso não é demérito pra ninguém, mas é a mais pura, a mais cristalina verdade. Não há nenhum partido político no Brasil em condições de fazer o que precisa ser feito melhor do que o PSDB, com os quadros do PSDB, com a história do PSDB. Porque nós podemos, presidente Fernando Henrique, senador Tasso, olhar no retrovisor da história e nos orgulharmos de cada passo, de cada caminho que percorremos. Tropeçamos algumas vezes, quem não tropeçou na vida? Mas podemos olhar com muito orgulho tudo aquilo que nós construímos, ao lado dos cidadãos brasileiros.

Quero saudar, ao final, as mulheres do PSDB Solange (Jurema), pelo trabalho extraordinário que vocês vêm fazendo. A Juventude do PSDB, o PSDB Sindical, o Tucanafro, o PSDB Diversidade e todos os segmentos que vêm aproximando nosso partido cada vez mais do coração das pessoas.

Portanto, meus amigos e minhas amigas, a responsabilidade de vocês e de cada um de nós não é pequena, mas estaremos prontos, com responsabilidade e com desprendimento, para apoiar o atual governo nessa passagem, nessa transição a que se refere ao presidente Fernando Henrique ao momento de maior solidez e de alguma recuperação da nossa economia.

Nós estamos, a partir de 1° de janeiro, com a posse dos novos prefeitos e com a nossa atuação no Congresso Nacional nos preparando para fazer aquilo que é necessário para o Brasil: vencer as eleições e governar o Brasil com decência, com ética e com eficiência.

Viva o PSDB e a vitória dos nossos prefeitos em todo o Brasil!

Aécio pede a novos prefeitos prioridade para mais pobres

Aécio defendeu as reformas necessárias ao país, defendeu a proposta de reforma política apresentada pelos senadores do PSDB e destacou que a bancada do partido é hoje no Congresso a principal sustentação do governo Michel Temer.

O presidente tucano falou da importância do resgate da confiança dos brasileiros na política e convocou os 803 prefeitos eleitos pelo PSDB no país a dedicarem suas gestões aos mais pobres.

“Se conseguirem fazer obras, e acredito que conseguirão fazer, façam a obra do posto de saúde na região mais pobre no município de vocês. Construam a melhor escolar na região mais pobre no município de vocês. Façam os melhores investimentos de maior mobilidade aonde estão as populações mais pobres. Não há outro caminho para administrar se não esse”, destacou Aécio Neves.

Pronunciamento do senador Aécio Neves

Encontro de Prefeitos Eleitos – Brasília – 25/11/2016

Sei que não está fácil se deslocar hoje, principalmente depois de uma campanha. Todos que chegaram aqui fizeram um grande esforço para participar deste encontro que supera todas as nossas melhores expectativas pela sua representatividade. Mas acho, presidente Fernando Henrique, através de quem quero cumprimentar todos os companheiros que aqui estão, acho que tem uma coisa na política que é essencial, insubstituível, que é o contato, que é o olho no olho, que é a pele, é olhar para alguém e sentir ali a energia e acreditar nessa pessoa, sentir que ela é companheira de um projeto, um companheiro de um projeto. Por isso, de tempos em tempos, temos buscado fazer isso, nos conhecermos um pouco melhor.

Ontem fizemos, na Executiva Nacional do partido, um encontro com os presidentes estaduais do partido. Fiz questão que cada companheiro falasse um pouco. Do Acre, como é a realidade do partido lá, o nosso companheiro de São Paulo, de Minas contando como é a realidade para o nosso companheiro de Rondônia, de Roraima ou do Mato Grosso. Porque a nossa maior força haverá de ser sempre a nossa unidade. Não temos sequer o direito, pelas dificuldades porque passa o país, e pela responsabilidade que recai sobre os ombros do PSDB, sobretudo a partir das últimas eleições, não temos sequer o direito de pensar em projetos individuais e de colocá-los acima da nossa maior responsabilidade que é dar ao Brasil, no tempo certo, com um governo honrado, decente, operoso e que prossiga no esforço iniciado no governo de transição do presidente Michel Temer de tirar o Brasil do abismo, do cadafalso no qual os sucessivos governos do PT nos mergulharam.

Senhoras e senhores prefeitos que aqui estão, vocês enfrentarão nas suas administrações talvez um dos mais difíceis períodos de toda a nossa história republicana. Quem esteve atento aqui à palestra do Mansueto (secretário de Acompanhamento Econômico) se lembrará que ele disse, em determinado momento, que o discurso econômico é uma constatação da realidade. Esta crise que estamos vivendo com três anos consecutivos de recessão é maior, inclusive, que a crise que tivemos na década de 30 do século passado, quando houve dois anos consecutivos de grande recessão.

Não vou citar aqui muitos outros números, mas isso ilustra a gravidade do momento e as dificuldades que os senhores enfrentarão pela frente. Apenas três dados, e não vou longe neles, para ilustrar o que estou dizendo. Presidente Fernando Henrique, de 2010 para cá, os gastos das prefeituras apenas com pessoal, e essa é uma média nacional, aumentaram 31% acima da inflação. As despesas com inativos, ou seja, o pagamento de aposentadorias e pensões, apenas nesse período, em média, cresceram 52% acima da inflação. Essa é a realidade que os senhores encontrarão.

E o que aconteceu na outra ponta em contrapartida para sustentar essas despesas crescentes? Fico apenas no dado do ano de 2014 para o ano de 2015. Houve uma queda na média de todas as cinco mil, quinhentas e poucas prefeituras brasileiras de 13% dos investimentos. Para sustentar esse crescimento incontrolável de folha, de pensões e aposentadorias, na outra ponta teve que haver uma diminuição grave dos investimentos. Faço essa introdução para dizer que, mais do que nunca, os senhores terão que liderar e não apenas administrar.

Os prefeitos dessa safra, reeleitos ou novos prefeitos, terão que ousar, terão que ter uma criatividade que talvez não tivesse sido cobrada de outros prefeitos. Vocês vão ter que mobilizar suas comunidades, chamar o terceiro setor, construir – através da liderança que vocês demonstraram ter nas urnas – caminhos, e caminhos novos para atender minimamente às demandas que são crescentes em todos os municípios brasileiros.

Não se iludam. Não há como recorrer aos Estados porque os estados quebraram e uma outra herança, essa sim maldita, perversa, dos ciclos de governo do PT. A União busca se equilibrar com um conjunto de medidas que aqui têm sido votadas sob a liderança, e homenageio as nossas bancadas através do grande líder [Antônio] Imbassahy e do líder Paulo Bauer, porque não fosse a coragem do PSDB no Congresso Nacional não teria ajuste das contas no Brasil. Esse é o nosso papel.

Na ponta, no município, administrem com seriedade, com criatividade, fazendo aquilo que aqui já foi dito por vários companheiros muito experientes, organizando com planejamento, com quadros qualificados, cada uma das suas gestões.

E aqui, no plano nacional, sendo um farol de um novo projeto de Brasil, um projeto no qual nós sempre acreditamos. E para nós, prefeito Nelson [Marchezan] – você talvez seja uma das figuras mais emblemáticas nessa nova postura que vimos em várias candidaturas do PSDB, ao lado do João (Dória), do Rui (Palmeira) e de outros companheiros que estão aqui – é muito importante que o PSDB continue, no Congresso Nacional, tendo clareza daquilo que pensa. Já defendíamos essas medidas em 2014. Talvez para nós seja mais fácil ainda conduzi-las e liderá-las, mas não teremos facilidades.

A agenda que vem pela frente é uma agenda difícil que encontra o Brasil em profunda recessão, com desemprego de mais de 12 milhões de brasileiros, com 60 milhões de brasileiros endividados, com a perda média de renda dos trabalhadores de 3% nos últimos três anos, um momento de aguda crise. Exatamente neste momento será cobrada da população brasileira a compreensão para que possamos, a partir de um duro ajuste fiscal, reaquecer a nossa economia, trazer de volta os investimentos, pois só com eles traremos, também, de volta os empregos que foram perdidos.

Repito aqui com muita alegria aquilo que disse o governador Geraldo Alckmin, esse é o momento das cidades. E a partir da gestão dos senhores é que vamos demonstrar a um país desacreditado na política, um país distanciado da atividade que aqui exercemos, mostrar a esse Brasil que vale a pena, que acreditamos que é possível sim construir através da liderança política, do planejamento, da eficiência, caminhos que possam melhorar a vida dos brasileiros.

Quero citar aqui, me permitam, três ou quatro questões que dizem respeito à vida do país, talvez não diretamente à administração de cada um dos senhores, mas sobre elas terá reflexo.

Aprovamos essa semana, no Senado Federal, e espero rapidamente possamos aprovar na Câmara dos Deputados, uma proposta que é do PSDB, assinada pelo grande senador Ricardo Ferraço e por mim, que cria um instrumento que racionalizará o quadro político-partidário brasileiro. Aprovamos a PEC 36 que acaba com as coligações proporcionais e estabelece uma cláusula de desempenho mínima, mínima mesmo, de 2% agora em 2018 e de 3% em 2022.

E a coisa é muito simples, ou aprovamos isso companheiro ministro José Serra, ou em 2018, já está quase aparecendo ali na esquina, já estamos entrando em 2017 – teremos, anotem isso, além dos 35 partidos que já estão registrados, e que já disputaram essas eleições, mais 31 que estão em processo de regularização junto ao Tribunal Superior Eleitoral. Serão mais de 60 partidos políticos, imaginem, disputando as eleições, dividindo entre seus dirigentes o Fundo Partidário e negociando a sua fração de tempo de televisão durante o processo eleitoral.

O PSDB tem que ter a coragem para dizer: chega! Basta! Vamos sim aprovar a cláusula de desempenho e é a população brasileira que vai dizer quais os partidos políticos que terão funcionamento parlamentar e, portanto, acesso a esses benefícios da lei. Não preciso dizer que estamos em processo final na votação da PEC do Teto, que sinaliza, ela não resolve, mas sinaliza, de forma positiva, pra esse ajuste fiscal ao qual eu me referia.

Outras reformas terão que vir, teremos que enfrentar a questão previdenciária, não por compromisso programático ou não por uma decisão solitária de algum sábio, mas pela simples razão de que se não fizermos isso até o ano de 2030 e, talvez até antes disso, o Brasil estará arrecadando única e exclusivamente para pagar a folha dos seus servidores e aposentadoria dos inativos.

Isso significa esquecer qualquer outra ação, qualquer outra, na saúde, na educação, na mobilidade. Então conduzir essa reforma é um ato de responsabilidade e não há outro partido político no Brasil em condições de fazer isso, de liderar esse processo, que não o PSDB.

Quero aqui dizer a vocês, já terminando para passar a palavra ao presidente Fernando Henrique, somos conhecidos como bons gestores, pelas grandes administrações que os governadores que aqui estão, ex-governadores e inúmeros prefeitos já fizeram. Pelo o que significou as duas gestões do presidente Fernando Henrique. Mas não podemos esquecer e devemos ficar roucos de dizer que o êxito das nossas gestões não é uma coisa eminentemente econômica ou fiscalista. Ao contrário, foram as nossas gestões responsáveis que melhoraram a vida das pessoas.

Quero dizer isso porque nós temos que ter um cuidado enorme, a partir de agora, nesse momento de dureza que nós vamos enfrentar para que a questão social esteja permanentemente nas nossas preocupações e nos nossos discursos. Uma rede de proteção social nos municípios, principalmente, para os mais pobres é essencial para que nós possamos fazer a travessia que precisamos fazer.

Falarei algo aqui que possa parecer extremamente superficial, mas ouso dizer. Se os senhores conseguirem fazer obras, e acredito que conseguirão fazer algumas, façam a obra do posto de saúde na região mais pobre no município de vocês. Construam a melhor escolar na região mais pobre no município de vocês. Façam os melhores investimentos de maior mobilidade aonde estão as populações mais pobres. Não há outro caminho para administrar se não esse. E resistam, resistam às pressões, o tempo é outro.

As pessoas, e eu peço licença ao governador Alckmin mais uma vez para citar Mário Covas, elas estão preparadas para ouvir um não, quando esse não precisa ser dito. Melhor do que aquele sim falso que o tempo leva, como leva as palavras que não se podem cumprir. O tempo é de dureza, respeitados e exitosos serão os prefeitos que agirem com firmeza, que enxugarem a máquina administrativa. Que façam o processo, inclusive, de desinvestimento. Se existirem no município dos senhores e das senhoras atividades ou órgãos que não são essenciais, façam como já anunciou o governador, o prefeito João Dória, Nelson (Marchezan) e tantos outros. Vamos privatizar, vamos fazer concessões, vamos trazer parcerias do setor privado e vamos concentrar os nossos esforços naquilo que melhora efetivamente a vida das pessoas. Esse é o PSDB do nosso tempo, da responsabilidade fiscal e da sensibilidade social.

Escola virtual

E, ao final, quero anunciar de forma proposital, sequer consultei e menos ainda comuniquei ao presidente Fernando Henrique, mas falo em meu nome e do presidente do ITV, José Aníbal, a quem mais uma vez agradeço pelo empenho, pela dedicação na condução do Instituto e pela organização deste evento, nós estaremos criando, já a partir de 1° de janeiro, para que esta questão da preocupação com a área social saia das palavras e se transforme em ações, em projetos.

Estaremos criando uma escola virtual, a partir do ITV, que será acessada livremente por todos os nossos prefeitos. A Escola Social Ruth Cardoso. Que estará todas as semanas apresentando projetos exitosos, colhidos nas administrações de vocês, para que possam ser compartilhados com outras administrações. E, pelo menos dois dias por semana, técnicos altamente qualificados estarão à disposição online, na sede do partido, respondendo aos questionamentos dos seus secretários e dos seus assessores.

Vamos fazer diferente, vamos fazer o que ninguém jamais fez neste país. Vamos mostrar que a nossa vitória não foi apenas o extraordinário número de prefeituras ou os 49 milhões de cidadãos que o PSDB irá administrar. A nossa vitória será mostrada lá na frente, com o êxito, com os resultados diferenciados das administrações do PSDB. É nisso que eu acredito e, nesse momento de tanto descrédito em relação à atividade política, o nosso papel é ainda mais relevante.

Repito aquilo que disse agora há pouco, não há, isso não é demérito pra ninguém, mas é a mais pura, a mais cristalina verdade. Não há nenhum partido político no Brasil em condições de fazer o que precisa ser feito melhor do que o PSDB, com os quadros do PSDB, com a história do PSDB. Porque nós podemos, presidente Fernando Henrique, senador Tasso, olhar no retrovisor da história e nos orgulharmos de cada passo, de cada caminho que percorremos. Tropeçamos algumas vezes, quem não tropeçou na vida? Mas podemos olhar com muito orgulho tudo aquilo que nós construímos, ao lado dos cidadãos brasileiros.

Quero saudar, ao final, as mulheres do PSDB Solange (Jurema), pelo trabalho extraordinário que vocês vêm fazendo. A Juventude do PSDB, o PSDB Sindical, o Tucanafro, o PSDB Diversidade e todos os segmentos que vêm aproximando nosso partido cada vez mais do coração das pessoas.

Portanto, meus amigos e minhas amigas, a responsabilidade de vocês e de cada um de nós não é pequena, mas estaremos prontos, com responsabilidade e com desprendimento, para apoiar o atual governo nessa passagem, nessa transição a que se refere ao presidente Fernando Henrique ao momento de maior solidez e de alguma recuperação da nossa economia.

Nós estamos, a partir de 1° de janeiro, com a posse dos novos prefeitos e com a nossa atuação no Congresso Nacional nos preparando para fazer aquilo que é necessário para o Brasil: vencer as eleições e governar o Brasil com decência, com ética e com eficiência.

Viva o PSDB e a vitória dos nossos prefeitos em todo o Brasil.

Ao avaliar eleições, Aécio constata que PSDB foi o maior vitorioso deste primeiro turno

REPÓRTER:

Em entrevista coletiva, nesta segunda-feira, em Belo Horizonte, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, apresentou um balanço com os resultados obtidos pelos candidatos tucanos no primeiro turno das eleições municipais. De acordo com Aécio, o PSDB recebeu mais de 17,6 milhões votos em todas as regiões do país. Aécio fez um comparativo entre o resultado do PSDB e o do PT, que registrou apenas cerca de seis milhões de votos. Com os candidatos a prefeito já eleitos no primeiro turno, os tucanos passarão a administrar em torno de 37 milhões de brasileiros. Ele atribuiu o resultado histórico do PSDB ao trabalho em favor de uma agenda de crescimento para o país e da boa gestão para as cidades.

SONORA DO SENADOR AÉCIO NEVES

“O PSDB, portanto, se transforma no partido político que maior volume de votos recebeu em todo o país, o partido político que o maior número de capitais irá administrar e maior número de prefeitos conseguiu proporcionalmente eleger em relação à eleição passada e passaremos a administrar uma população em torno de 37 milhões de brasileiros”.

REPÓRTER:

O tucano informou que a legenda teve um crescimento de mais de 15% no número de prefeituras que venceu em comparação às últimas eleições. O PSDB saltou de 686 para 791 prefeituras. Este aumento pode ultrapassar 16% a partir dos resultados das prefeituras que irão disputar no segundo turno. Aécio salientou que o bom resultado neste primeiro turno se deve a defesa de boas propostas nos municípios e ao trabalho do partido na esfera federal no combate à crise econômica e social que atinge o país.

SONORA DO SENADOR AÉCIO NEVES

“Essa foi a mais consagradora vitória que o PSDB teve desde 2004. Uma onda azul varreu o país. O PSDB se transforma no partido político que maior volume de votos recebeu em todo o país, que maior número de capitais irá administrar e maior número de prefeitos conseguiu proporcionalmente eleger em relação à eleição passada. Esses números ilustram, não apenas um resultado isolado de uma eleição, mas a consequência do que aconteceu no Brasil ao longo desses últimos anos.”

REPÓRTER:

O PSDB ainda irá disputar o segundo turno em 19 municípios. Entre esses, oito são capitais: Belo Horizonte, Cuiabá, Campo Grande, Manaus, Porto Velho, Maceió, Belém e Porto Alegre. Aécio afirmou que o partido está otimista e que pode vencer em 18 das 26 capitais. A presença do PSDB aumentou também nas Câmaras Municipais. A legenda saltou de 5.146 para 5.355 vereadores, um aumento de 4%.

De Brasília, Shirley Loiola.

Entrevista coletiva sobre o desemprenho do PSDB nas eleições

Quero, em primeiro lugar, na companhia do presidente estadual do partido, deputado Domingos Sávio, do presidente do PSDB municipal, Reinaldo, do Gustavo Valadares, fazer uma primeira análise do resultado das eleições no país e, em especial, no que diz respeito ao PSDB. Quero aqui afirmar que essa foi a mais consagradora vitória que o PSDB teve desde 2004, quando já não estávamos no governo federal. Na verdade, uma onda azul varreu o país. O PSDB teve um crescimento de mais de 15% no número de prefeituras que venceu nas últimas eleições e aqui faço um parêntese para ressaltar que houve uma pulverização maior dos partidos políticos. Cresceu, de forma muito expressiva, o número de partidos políticos de disputaram, que acabaram vencendo prefeituras, o que impactou nos partidos, vou chamar mais tradicionais, os partidos que têm uma história mais antiga.

Mesmo assim, o PSDB saltou – sem computar os cerca de 19 municípios onde estaremos disputando o segundo turno – de 686 para 791 prefeituras. Um aumento de 15,3%. Podendo este aumento ultrapassar 16% a partir dos resultados das prefeituras que estaremos disputando no segundo turno.

Neste mesmo levantamento, vale ressaltar que o PT caiu de 630 para 256 prefeituras. Uma queda de torno de 60%. Por outro lado, fazendo uma avaliação das capitais brasileiras, o PSDB – que já elegeu dois prefeitos em primeiro turno, e com ambos já conversei hoje, o prefeito João Dória, de São Paulo (SP) e o prefeito Firmino Filho, de Teresina (PI) – estará disputando com candidatos próprios em mais oito capitais. Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Maceió (AL), Manaus (AM), Porto Alegre (RS) e Porto Velho (RO).

Além disso estaremos – falando apenas das capitais – disputando, com candidatos a vice-prefeitos, o segundo turno em outras três capitais, Curitiba (PR), Goiânia (GO) e Florianópolis (SC). Portanto com candidatos a vice-prefeitos nessas coligações. E ainda participamos da coligação vencedora em Salvador (BA), com ACM Neto, em primeiro turno, e em João Pessoa (PB) com o prefeito [Luciano] Cartaxo. Ainda participaremos das alianças que estarão indo ao segundo turno em Fortaleza (CE) e Macapá (AP).

Faço esse resumo para dizer que o PSDB – claro que em uma previsão mais otimista – poderá vencer, ao final do segundo turno, em 18 das 26 capitais, entre candidaturas próprias, coligações com lançamento de candidato a vice-prefeito e coligação formal. Portanto, poderemos sair vencedores de 18 em 26 capitais.

Um outro dado extremamente expressivo, é também o aumento da presença do PSDB nas Câmaras Municipais. O PSDB saltou de 5146 para 5355 vereadores, um aumento de 4%, repito em razão da pulverização dos partidos –, mesmo assim crescemos, e o PT deve um decréscimo de 44.8%, cai de 5067 para 2795 vereadores.

Um outro dado extremamente relevante que gostaria de dividir diz respeito às cidades de mais de 200 mil eleitores, as cidades onde existem segundo turno, são 93 cidades nessa condição no país. Nessas cidades, já vencemos em 14 delas com candidaturas próprias, e disputamos o segundo turno em 19. Isso significa que o PSDB poderá, ao final, ter vencido em 33 das 93 maiores cidades do Brasil. Isso é algo inédito. Significa que um só partido chegar próximo – obviamente se vencermos as eleições no segundo turno – de um terço das maiores cidades do país em uma eleição em que mais de 30 partidos disputaram no Brasil inteiro.

Se acrescentarmos ainda nesse conjunto das 93 maiores cidades brasileiras – acima de 200 mil eleitores – as chapas onde o PSDB participa com vice e as coligações onde o PSDB participa, chegaremos à possibilidade de vencer em 55 das 93 cidades. Isso significa uma vitória em 60% das 93 maiores cidades do Brasil.

Em número de votos

Um outro dado extremamente relevante para nós diz respeito aos votos recebidos pelos PSDB. E chamo a atenção porque esse dado, a meu ver, traz um componente mais amplo do que a simples vitória desse ou daquele candidato. O PSDB recebeu dos brasileiros de todas as regiões do Brasil, no primeiro turno, de todos os candidatos do PSDB do primeiro turno somados receberam 17. 612.000 votos. Os candidatos do PT somados receberam 6.821.000 votos. O PSDB, portanto, se transforma no partido político que maior volume de votos recebeu em todo o país, o partido político que o maior número de capitais irá administrar e maior número de prefeitos conseguiu proporcionalmente eleger em relação à eleição passada e passaremos a administrar uma população em torno de 37 milhões de brasileiros. O PT 6 milhões.

Esses números por si só ilustram não apenas um resultado isolado de uma eleição, mas a consequência do que aconteceu no Brasil ao longo desses últimos anos. Quero dizer que hoje conversei desde o início da manhã com candidatos eleitos, outros que foram para o segundo turno com as principais lideranças políticas do país por todas as regiões, e há um consenso, há uma constatação de que a trajetória do PSDB a partir de 2014, quando obtivemos mais de 51 milhões de votos, quando continuamos a afirmar o nosso compromisso com o Brasil, com a estabilidade, com o ajuste das contas, com a retomada do crescimento e do emprego.

A nossa firmeza na defesa daquilo que acreditamos, a nossa contribuição para o afastamento da presidente Dilma por ter perdido ela todas as condições mínimas de governabilidade. O apoio que damos hoje sabendo da nossa responsabilidade, das nossas dificuldades, ao governo que constitucionalmente assume. Tudo isso foi compreendido pela população brasileira como a posição correta a ser tomada. Portanto, quero cumprimentar os meus companheiros tucanos e os nossos aliados em todas as partes do Brasil. Teremos ainda um segundo turno intenso de discussões políticas onde o PSDB sempre buscará defender ideias, propostas, fazer o debate, como dizia o velho Tancredo, onde não as pessoas, mas as ideias é que disputam, que brigam entre si.

Tenho absoluta convicção que tudo isso sinaliza para um PSDB cada vez mais fortalecido em busca daquele que sempre foi o nosso projeto e jamais abdicamos dele: apresentar a candidatura para a partir da via eleitoral, do voto da população brasileira podermos governar o Brasil e implementar uma agenda de desenvolvimento, de eficiência administrativa, de uma visão de país moderna, que possa integrar-nos ao comércio internacional e que permita que os brasileiros voltem a acreditar na política. Termino dizendo que esta eleição é uma eleição difícil para todos. Uma eleição onde houve claramente uma rejeição a partidos políticos, mas nesta eleição o que sai vitorioso foi aquele que manteve a sua coerência, os seus compromissos e, na verdade, isso nos permite uma perspectiva de futuro muito expressiva.

Não posso deixar ao final de dizer que aqui também em Minas Gerais nossos indicadores são extremamente positivos. Tivemos um excepcional resultado e estamos confiantes de que, no segundo turno, acrescentaremos mais duas importantes vitórias ao PSDB, a vitória em Belo Horizonte na nossa capital, no companheiro João Leite, e a vitória no município de Contagem com o nosso candidato Alex.

O sr. acredita que o resultado das eleições municipais aumenta a possibilidade de o PSDB ocupar a presidência da República em 2018?

O PSDB sai fortalecido. Sabemos que não há uma ligação direta objetiva entre o que acontece hoje e o que acontece em 2018, mas se há um sinal que se pode captar desta eleição é que o PSDB cresceu de forma extremamente vigorosa em todas as regiões, sem exceção. Ganhamos no Norte, ganhamos no Nordeste, ganhamos o Centro-Oeste, ganhamos no Sul do país, e ganhamos de forma muito expressiva no Sudeste. É claro que há uma caminhada até lá. Mas de um lado, a vitória do PSDB, a derrocada do PT, que se viu dizimado em inúmeras regiões do país, é um sinal claro que há uma conexão hoje muito forte da população ou de parte da população, da sociedade brasileira, com o PSDB.

E o nosso apoio ao governo Michel é um gesto de responsabilidade com o país. Já disse isso e posso repetir: o PSDB é essencial para que esta agenda de reformas fundamental para a estabilidade e a retomada do emprego dos investimentos e do emprego no país, ocorra. Mas o PSDB jamais abdicou do seu projeto. Para nós é muito importante a nossa visão e com a força que adquirimos, com qualidade das nossas gestões, com a coragem que temos tido de defender as nossas ideias, que em 2018 é natural que o PSDB se apresente com muita força para disputar as eleições presidenciais.

Apoiará inclusive as medidas impopulares?

As medidas necessárias. Não há nada mais impopular do que um desemprego de 12 milhões de brasileiros. Do que 60 milhões de brasileiros endividados. Cerca de 10 milhões de famílias retornando às classes D e E. Este é o legado do PT. Esta foi a perversidade que o PT em busca do seu projeto de poder fez com o país e hoje estão recebendo a resposta da população brasileira que não quer mais um partido político com estas características próximo do poder do Brasil. Então, de um lado a derrota do PT é tão expressiva quanto a vitória do PSDB. E vamos apoiar o governo Michel enquanto ele se mostrar disposto a implementar esta agenda. Porque não é uma agenda do PSDB, nem do PMDB, é uma agenda do Brasil..

O sr. apoiará prévias para a candidatura em 2018?

Eu acho que é um belo caminho. Acho que a prévia, desde que bem organizada, é um processo que também revitaliza um bom partido e permite também um conhecimento maior das candidaturas. No nosso estatuto estão previstas as prévias. A prévia pressupõe uma questão para que exista: mais de uma candidatura colocada formalmente. Se isso ocorrer, dentro do que estabelece o estatuto do partido, ela deve ser vista como uma oportunidade de um debate democrático.

Tanto eu, Geraldo (Alckmin), (José) Serra, todos nós estimulamos esse debate, e a prévia pode ser um bom caminho. Mas, neste momento, não é correto nem é justo com as nossas lideranças de todo o país anteciparmos 2018. Estamos aqui comemorando a vitória de um partido político que jamais abdicou do seu projeto de país, que agiu de forma correta, que pensou sempre no Brasil antes do seu próprio projeto.

Que projeção o sr. faz para o 2º. turno em BH?

Temos um caminho apenas: mostrar as nossas propostas, debatê-las com a população brasileira. Eu acabei de terminar uma reunião com o João Leite, com o ex-governador Anastasia, e a nossa campanha será focada em propostas. Nós temos projetos para Belo Horizonte, queremos aprimorar avanços que já foram construídos nas últimas administrações. Queremos inovar em inúmeras áreas. E vejo João Leite como um candidato que se preparou durante toda uma vida para esse momento.

A nossa campanha será respeitosa, será firme e será de afirmação de propostas para Belo Horizonte. É isso que a população da minha, da nossa cidade, espera e é dessa forma que estou muito otimista em relação às possibilidades de vitória do candidato João Leite. Na minha avaliação, a vitória de João Leite é boa para a população de Belo Horizonte porque ele tem demonstrado, além de um conhecimento muito profundo da realidade da cidade, e não de ouvir falar, , que conhece essa realidade ao longo de toda a sua militância, de mais de 25 anos de vida pública. Essa demonstração que ele tem dado de conhecimento da cidade, da sua capacidade de articulação, é essencial. Ninguém enfrenta os problemas de uma metrópole como Belo Horizonte sem articulação em todos os níveis, e vejo o João com essa condição, de fazer com que Belo Horizonte avance se integrando cada vez mais, em especial com o governo federal. Respeito o nosso adversário, e, o que eu espero, é que Belo Horizonte tenha uma campanha à altura das suas tradições, onde o debate de ideias possa prevalecer sobre quaisquer outras estratégias.

Nesse 2º. turno, qual vai ser a importância das alianças? Já está articulado com quem?

O protagonismo nesse processo, e eu tomei sempre esse cuidado, tem que ser do candidato João Leite. As pessoas vão votar no candidato a prefeito. Ele é está aqui, no dia a dia, para dar satisfações à população, para ser cobrado e para apresentar respostas às inúmeras demandas de Belo Horizonte. É claro que os apoios são todos eles bem-vindos, desde que sejam em torno de um programa, ou mesmo que possam aprimorar esse programa. Isso é absolutamente essencial. As alianças com partidos políticos, a meu ver, vêm num plano secundário. A minha intenção é ajudar o João a se conectar cada vez mais com os movimentos sociais, com os setores importantes da sociedade, inclusive que não participaram desse primeiro turno.

Tivemos uma abstenção muito grande no 1º turno, chamo atenção para isso em Belo Horizonte. Vamos tentar mobilizar esses eleitores que não participaram do 1º turno, não se apresentaram para votar, para que possam votar, porque não adianta acharmos que as soluções para os nossos problemas acontecem por geração espontânea. Jamais. Cada um tem responsabilidade em opinar, em participar, em decidir aquilo que é importante para a sua cidade, se é para Belo Horizonte, se é para outras cidades.

Nossa campanha vai ser de mobilização, de convencimento. E o João está muito preparado, muito espontâneo, portanto eu estou muito otimista de que teremos apoios importantes, além de partidos políticos, porque, no 2º turno, a conexão é muito direta. O eleitor não espera indicações para votar. No 2º turno os candidatos se apresentam como eles são, com clareza, com transparência.

A conexão mais importante nesse momento é com a sociedade, com a população de Belo Horizonte, em todas as suas regiões. Obviamente, se outros candidatos optarem por estar conosco, se outros candidatos optarem por trazer o seu apoio ao nosso projeto, esse apoio é bem-vindo, como o de qualquer cidadão de Belo Horizonte que tenha optado por um outro candidato no 1º turno. Nós queremos o apoio desses cidadãos, da população de Belo Horizonte.

O sr. teme racha com as prévias, como ocorreu em São Paulo? Lá o partido se dividiu.

É verdade, mas não temos que temer isso. Temos que aprimorar esse processo. A prévia pressupõe não haver convergência. Por exemplo, em 2014 falou-se muito de prévias, e não teve porque houve uma convergência em torno do meu nome em um determinado momento. Isso pode haver em torno de qualquer um dos nomes colocados pelo PSDB, mas se não houver, o que se faz? Consulta-se as bases do partido. Acho que não devemos temer as prévias, por mais que isso possa gerar algum tipo de disputa interna, pior do que isso é a opressão, pior do que isso é o cerceamento das oportunidades que todos os possíveis nomes devem ter. Falo com muita sinceridade, não temo isso.

Agora, acredito que a responsabilidade nossa é tão grande que é possível que um nome surja em uma convergência, que obviamente não precisa ser em torno do meu, do A, B ou C. Pode ser em torno de um outro nome que tenha melhores condições naquele momento, mas quando vamos ter essa avaliação é só em 2018. Há um compromisso de todos nós de não anteciparmos o processo eleitoral. Vamos deixar 2018 para ser tratado em 2018. Passada essa eleição, é esforço absoluto, concentração absoluta no Senado Federal e na Câmara dos Deputados para que essa agenda que vai salvar o Brasil, que vai tirar o Brasil do abismo no qual os governos do PT nos mergulharam possa ser viabilizada.

Apoiar a agenda impopular do governo Temer pressupõe alguma aliança para 2018?

Nós temos conversado muito com vários setores do PMDB, é a nossa obrigação. Acho que há uma aproximação natural do plano nacional do PSDB e de setores do PMDB que apostam nas reformas. É uma parte expressiva do PMDB, representada pelo próprio presidente Michel Temer, que compreende que sem essas reformas, o seu governo não terá qualquer chance de êxito.

Então essa aliança programática existe e temos ali que fazer o papel que temos feito: cobrar permanentemente que essa agenda se viabilize. O governo Michel Temer não pode governar preocupado com curvas de popularidade. Ele tem que ter a responsabilidade de governar pensando, quem sabe, no reconhecimento da história, e, para isso, estaremos ao seu lado para viabilizar as medidas necessárias a retirar o Brasil da mais profunda recessão da nossa história contemporânea, responsabilidade absoluta, exclusiva, do PT e dos governos Lula e Dilma.

Eleições 2016

Viemos acompanhar e saudar o nosso candidato, mas quero, em primeiro lugar, como presidente nacional do PSDB, dizer do orgulho de ter aqui um companheiro como João Leite dizendo aquilo em que acredita, percorrendo toda Belo Horizonte e apostando no futuro da cidade. Em um projeto generoso para Belo Horizonte. E é natural que, agora, no segundo turno, essas visitas se intensifiquem. E, obviamente, aqueles que quiserem fortalecer esse projeto, esse projeto claro com propostas exequíveis, debatido com gente extremamente qualificada e com a população de Belo Horizonte, serão bem-vindos. Mas eu ressalto o que disse aqui, João Leite, a aliança fundamental, a aliança que devemos buscar é a aliança com a população de Belo Horizonte.

Quero cumprimentar todos aqueles que disputaram esta eleição e se dispuseram, num momento difícil para a política como esse, colocar seu nome e as suas ideias. Todos eles merecem o meu respeito independentemente da sua coloração partidária. Quero cumprimentar, de forma especial, o candidato Kalil que disputará o segundo turno esperando que possamos ter uma disputa eleitoral à altura das tradições de Belo Horizonte e de Minas Gerais, onde a briga seja de ideias e não de pessoas. Espero que possamos ter, portanto, uma campanha do mais alto nível e, agora, com dois candidatos é natural que a população possa compreender um pouco melhor o que cada um representa.

Quero, por outro lado, fazendo aqui este registro, agradecendo aqui mais uma vez a liderança dos governadores Antonio Anastasia e Alberto Pinto Coelho, e dizer que o PSDB está tendo no Brasil o melhor desempenho de toda a sua história nessas eleições. Não temos ainda o conjunto dos resultados. Amanhã pretendo voltar a conversar com vocês, quando farei uma análise mais detalhada dos avanços que tivemos, mas nesse instante posso afirmar aos senhores que o PSDB será o partido político que administrará o maior número de capitais e, muito provavelmente, entre aquelas cidades acima de 200 mil eleitores, teremos também o maior número de cidades administradas pelo PSDB.

É uma eleição pulverizada, onde cerca de 15 partidos poderão de alguma forma estar administrando algumas dessas grandes cidades. Mas o PSDB já estará elegendo, hoje, em primeiro turno o prefeito de São Paulo, João Dória, e aqui um cumprimento especial ao extraordinário desempenho do nosso candidato na maior capital do país e também ainda em primeiro turno o candidato Firmino, candidato à reeleição em Teresina, no Piauí. Além dessas duas vitórias já oficializadas hoje, estaremos, o PSDB, disputando o segundo turno claro, aqui em Belo Horizonte, mas também em Cuiabá, em Campo Grande, em Porto Velho, em Maceió, em Belém e em Porto Alegre.

Portanto, em todas as regiões do país, sem exceção, o PSDB estará disputando esse segundo turno. Manaus com o companheiro Arthur Virgílio. Portanto, acho que é uma demonstração clara de que a partir de todos esses acontecimentos que mexeram com a vida dos brasileiros e, obviamente, com a política, o PSDB se encontra fortalecido pela coerência das suas posições, pela clareza daquilo que defendia. E em Minas Gerais estamos tendo também em grandes cidades resultados muito expressivos. Portanto, apenas o PSDB poderá estar administrando 10 capitais do Brasil. Mas se formos incluir aí os nossos aliados, esse número cresce muito mais. Aliados como o extraordinário prefeito de Salvador (BA), ACM Neto, que teve uma vitória também consagradora e é um aliado político nosso desde o primeiro instante. E outras capitais onde estamos na coligação ou mesmo fazendo parte da chapa. Mas queria deixar, esse é o primeiro dado que tenho aqui para vocês. E obviamente amanhã poderemos detalhar esses números.

No segundo turno, o Sr. pretende participar mais da campanha em BH?

Sempre estive à disposição do João. Acho que essa é uma eleição em que os candidatos é que têm que demonstrar o que pensam, os candidatos é que têm que ir para as ruas. Minha participação será da forma que a campanha considerar mais adequada. Repito que estou extremamente feliz com a decisão de lançarmos João Leite, da qual claro participei intensamente, da aliança muito sólida – também agradeço aos partidos políticos que se somaram a nós nesse primeiro turno. Agora é arregaçar as mangas e cada um contribuindo da forma que puder para dar a Belo Horizonte um prefeito que tem experiência administrativa, um prefeito que tem a capacidade de diálogo e, sobretudo, um prefeito que tem a clareza de propostas e de projetos para a nossa cidade. Estou muito honrado e estarei à disposição de João Leite da forma que ele achar melhor.

De que forma o sr. vê a queda do principal adversário do PSDB nas últimas eleições, tanto municipais quanto nacionais, que é o PT?

Acho que são os dois resultados mais claros dessa eleição que se possa vislumbrar, pelo menos, neste instante. Uma vitória expressiva do PSDB em várias regiões do país, em todas as regiões do país, e em algumas das suas principais cidades, e a derrocada do PT. O PT em determinada regiões do país está sendo dizimado nessas eleições, com candidatos que sequer conseguiram disputar as eleições. Em muitos lugares não conseguiram sequer apresentar candidatos nessas eleições. E mesmo aqui em Belo Horizonte, onde o PT sempre teve – sempre respeitei isso – um espaço muito importante. O PT tem um resultado hoje muito pouco expressivo pelo que ele já representou. Acho que é um recado que população dá aos partidos políticos, em especial àqueles que se apoderaram do Estado Nacional para manter um projeto de poder. Essa é a resposta. O PT é, sem dúvida alguma, o grande derrotado dessas eleições. Não em Minas apenas, mas em todo Brasil.

Aécio Neves – Entrevista coletiva sobre o desemprenho do PSDB nas eleições

Quero, em primeiro lugar, na companhia do presidente estadual do partido, deputado Domingos Sávio, do presidente do PSDB municipal, Reinaldo, do Gustavo Valadares, fazer uma primeira análise do resultado das eleições no país e, em especial, no que diz respeito ao PSDB. Quero aqui afirmar que essa foi a mais consagradora vitória que o PSDB teve desde 2004, quando já não estávamos no governo federal. Na verdade, uma onda azul varreu o país. O PSDB teve um crescimento de mais de 15% no número de prefeituras que venceu nas últimas eleições e aqui faço um parêntese para ressaltar que houve uma pulverização maior dos partidos políticos. Cresceu, de forma muito expressiva, o número de partidos políticos de disputaram, que acabaram vencendo prefeituras, o que impactou nos partidos, vou chamar mais tradicionais, os partidos que têm uma história mais antiga.

Mesmo assim, o PSDB saltou – sem computar os cerca de 19 municípios onde estaremos disputando o segundo turno – de 686 para 791 prefeituras. Um aumento de 15,3%. Podendo este aumento ultrapassar 16% a partir dos resultados das prefeituras que estaremos disputando no segundo turno.

Neste mesmo levantamento, vale ressaltar que o PT caiu de 630 para 256 prefeituras. Uma queda de torno de 60%. Por outro lado, fazendo uma avaliação das capitais brasileiras, o PSDB – que já elegeu dois prefeitos em primeiro turno, e com ambos já conversei hoje, o prefeito João Dória, de São Paulo (SP) e o prefeito Firmino Filho, de Teresina (PI) – estará disputando com candidatos próprios em mais oito capitais. Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Maceió (AL), Manaus (AM), Porto Alegre (RS) e Porto Velho (RO).

Além disso estaremos – falando apenas das capitais – disputando, com candidatos a vice-prefeitos, o segundo turno em outras três capitais, Curitiba (PR), Goiânia (GO) e Florianópolis (SC). Portanto com candidatos a vice-prefeitos nessas coligações. E ainda participamos da coligação vencedora em Salvador (BA), com ACM Neto, em primeiro turno, e em João Pessoa (PB) com o prefeito [Luciano] Cartaxo. Ainda participaremos das alianças que estarão indo ao segundo turno em Fortaleza (CE) e Macapá (AP).

Faço esse resumo para dizer que o PSDB – claro que em uma previsão mais otimista – poderá vencer, ao final do segundo turno, em 18 das 26 capitais, entre candidaturas próprias, coligações com lançamento de candidato a vice-prefeito e coligação formal. Portanto, poderemos sair vencedores de 18 em 26 capitais.

Um outro dado extremamente expressivo, é também o aumento da presença do PSDB nas Câmaras Municipais. O PSDB saltou de 5146 para 5355 vereadores, um aumento de 4%, repito em razão da pulverização dos partidos –, mesmo assim crescemos, e o PT deve um decréscimo de 44.8%, cai de 5067 para 2795 vereadores.

Um outro dado extremamente relevante que gostaria de dividir diz respeito às cidades de mais de 200 mil eleitores, as cidades onde existem segundo turno, são 93 cidades nessa condição no país. Nessas cidades, já vencemos em 14 delas com candidaturas próprias, e disputamos o segundo turno em 19. Isso significa que o PSDB poderá, ao final, ter vencido em 33 das 93 maiores cidades do Brasil. Isso é algo inédito. Significa que um só partido chegar próximo – obviamente se vencermos as eleições no segundo turno – de um terço das maiores cidades do país em uma eleição em que mais de 30 partidos disputaram no Brasil inteiro.

Se acrescentarmos ainda nesse conjunto das 93 maiores cidades brasileiras – acima de 200 mil eleitores – as chapas onde o PSDB participa com vice e as coligações onde o PSDB participa, chegaremos à possibilidade de vencer em 55 das 93 cidades. Isso significa uma vitória em 60% das 93 maiores cidades do Brasil.

Em número de votos

Um outro dado extremamente relevante para nós diz respeito aos votos recebidos pelos PSDB. E chamo a atenção porque esse dado, a meu ver, traz um componente mais amplo do que a simples vitória desse ou daquele candidato. O PSDB recebeu dos brasileiros de todas as regiões do Brasil, no primeiro turno, de todos os candidatos do PSDB do primeiro turno somados receberam 17. 612.000 votos. Os candidatos do PT somados receberam 6.821.000 votos. O PSDB, portanto, se transforma no partido político que maior volume de votos recebeu em todo o país, o partido político que o maior número de capitais irá administrar e maior número de prefeitos conseguiu proporcionalmente eleger em relação à eleição passada e passaremos a administrar uma população em torno de 37 milhões de brasileiros. O PT 6 milhões.

Esses números por si só ilustram não apenas um resultado isolado de uma eleição, mas a consequência do que aconteceu no Brasil ao longo desses últimos anos. Quero dizer que hoje conversei desde o início da manhã com candidatos eleitos, outros que foram para o segundo turno com as principais lideranças políticas do país por todas as regiões, e há um consenso, há uma constatação de que a trajetória do PSDB a partir de 2014, quando obtivemos mais de 51 milhões de votos, quando continuamos a afirmar o nosso compromisso com o Brasil, com a estabilidade, com o ajuste das contas, com a retomada do crescimento e do emprego.

A nossa firmeza na defesa daquilo que acreditamos, a nossa contribuição para o afastamento da presidente Dilma por ter perdido ela todas as condições mínimas de governabilidade. O apoio que damos hoje sabendo da nossa responsabilidade, das nossas dificuldades, ao governo que constitucionalmente assume. Tudo isso foi compreendido pela população brasileira como a posição correta a ser tomada. Portanto, quero cumprimentar os meus companheiros tucanos e os nossos aliados em todas as partes do Brasil. Teremos ainda um segundo turno intenso de discussões políticas onde o PSDB sempre buscará defender ideias, propostas, fazer o debate, como dizia o velho Tancredo, onde não as pessoas, mas as ideias é que disputam, que brigam entre si.

Tenho absoluta convicção que tudo isso sinaliza para um PSDB cada vez mais fortalecido em busca daquele que sempre foi o nosso projeto e jamais abdicamos dele: apresentar a candidatura para a partir da via eleitoral, do voto da população brasileira podermos governar o Brasil e implementar uma agenda de desenvolvimento, de eficiência administrativa, de uma visão de país moderna, que possa integrar-nos ao comércio internacional e que permita que os brasileiros voltem a acreditar na política. Termino dizendo que esta eleição é uma eleição difícil para todos. Uma eleição onde houve claramente uma rejeição a partidos políticos, mas nesta eleição o que sai vitorioso foi aquele que manteve a sua coerência, os seus compromissos e, na verdade, isso nos permite uma perspectiva de futuro muito expressiva.

Não posso deixar ao final de dizer que aqui também em Minas Gerais nossos indicadores são extremamente positivos. Tivemos um excepcional resultado e estamos confiantes de que, no segundo turno, acrescentaremos mais duas importantes vitórias ao PSDB, a vitória em Belo Horizonte na nossa capital, no companheiro João Leite, e a vitória no município de Contagem com o nosso candidato Alex.

O sr. acredita que o resultado das eleições municipais aumenta a possibilidade de o PSDB ocupar a presidência da República em 2018?

O PSDB sai fortalecido. Sabemos que não há uma ligação direta objetiva entre o que acontece hoje e o que acontece em 2018, mas se há um sinal que se pode captar desta eleição é que o PSDB cresceu de forma extremamente vigorosa em todas as regiões, sem exceção. Ganhamos no Norte, ganhamos no Nordeste, ganhamos o Centro-Oeste, ganhamos no Sul do país, e ganhamos de forma muito expressiva no Sudeste. É claro que há uma caminhada até lá. Mas de um lado, a vitória do PSDB, a derrocada do PT, que se viu dizimado em inúmeras regiões do país, é um sinal claro que há uma conexão hoje muito forte da população ou de parte da população, da sociedade brasileira, com o PSDB.

E o nosso apoio ao governo Michel é um gesto de responsabilidade com o país. Já disse isso e posso repetir: o PSDB é essencial para que esta agenda de reformas fundamental para a estabilidade e a retomada do emprego dos investimentos e do emprego no país, ocorra. Mas o PSDB jamais abdicou do seu projeto. Para nós é muito importante a nossa visão e com a força que adquirimos, com qualidade das nossas gestões, com a coragem que temos tido de defender as nossas ideias, que em 2018 é natural que o PSDB se apresente com muita força para disputar as eleições presidenciais.

Apoiará inclusive as medidas impopulares?

As medidas necessárias. Não há nada mais impopular do que um desemprego de 12 milhões de brasileiros. Do que 60 milhões de brasileiros endividados. Cerca de 10 milhões de famílias retornando às classes D e E. Este é o legado do PT. Esta foi a perversidade que o PT em busca do seu projeto de poder fez com o país e hoje estão recebendo a resposta da população brasileira que não quer mais um partido político com estas características próximo do poder do Brasil. Então, de um lado a derrota do PT é tão expressiva quanto a vitória do PSDB. E vamos apoiar o governo Michel enquanto ele se mostrar disposto a implementar esta agenda. Porque não é uma agenda do PSDB, nem do PMDB, é uma agenda do Brasil..

O sr. apoiará prévias para a candidatura em 2018?

Eu acho que é um belo caminho. Acho que a prévia, desde que bem organizada, é um processo que também revitaliza um bom partido e permite também um conhecimento maior das candidaturas. No nosso estatuto estão previstas as prévias. A prévia pressupõe uma questão para que exista: mais de uma candidatura colocada formalmente. Se isso ocorrer, dentro do que estabelece o estatuto do partido, ela deve ser vista como uma oportunidade de um debate democrático.

Tanto eu, Geraldo (Alckmin), (José) Serra, todos nós estimulamos esse debate, e a prévia pode ser um bom caminho. Mas, neste momento, não é correto nem é justo com as nossas lideranças de todo o país anteciparmos 2018. Estamos aqui comemorando a vitória de um partido político que jamais abdicou do seu projeto de país, que agiu de forma correta, que pensou sempre no Brasil antes do seu próprio projeto.

Que projeção o sr. faz para o 2º. turno em BH?

Temos um caminho apenas: mostrar as nossas propostas, debatê-las com a população brasileira. Eu acabei de terminar uma reunião com o João Leite, com o ex-governador Anastasia, e a nossa campanha será focada em propostas. Nós temos projetos para Belo Horizonte, queremos aprimorar avanços que já foram construídos nas últimas administrações. Queremos inovar em inúmeras áreas. E vejo João Leite como um candidato que se preparou durante toda uma vida para esse momento.

A nossa campanha será respeitosa, será firme e será de afirmação de propostas para Belo Horizonte. É isso que a população da minha, da nossa cidade, espera e é dessa forma que estou muito otimista em relação às possibilidades de vitória do candidato João Leite. Na minha avaliação, a vitória de João Leite é boa para a população de Belo Horizonte porque ele tem demonstrado, além de um conhecimento muito profundo da realidade da cidade, e não de ouvir falar, , que conhece essa realidade ao longo de toda a sua militância, de mais de 25 anos de vida pública. Essa demonstração que ele tem dado de conhecimento da cidade, da sua capacidade de articulação, é essencial. Ninguém enfrenta os problemas de uma metrópole como Belo Horizonte sem articulação em todos os níveis, e vejo o João com essa condição, de fazer com que Belo Horizonte avance se integrando cada vez mais, em especial com o governo federal. Respeito o nosso adversário, e, o que eu espero, é que Belo Horizonte tenha uma campanha à altura das suas tradições, onde o debate de ideias possa prevalecer sobre quaisquer outras estratégias.

Nesse 2º. turno, qual vai ser a importância das alianças? Já está articulado com quem?

O protagonismo nesse processo, e eu tomei sempre esse cuidado, tem que ser do candidato João Leite. As pessoas vão votar no candidato a prefeito. Ele é está aqui, no dia a dia, para dar satisfações à população, para ser cobrado e para apresentar respostas às inúmeras demandas de Belo Horizonte. É claro que os apoios são todos eles bem-vindos, desde que sejam em torno de um programa, ou mesmo que possam aprimorar esse programa. Isso é absolutamente essencial. As alianças com partidos políticos, a meu ver, vêm num plano secundário. A minha intenção é ajudar o João a se conectar cada vez mais com os movimentos sociais, com os setores importantes da sociedade, inclusive que não participaram desse primeiro turno.

Tivemos uma abstenção muito grande no 1º turno, chamo atenção para isso em Belo Horizonte. Vamos tentar mobilizar esses eleitores que não participaram do 1º turno, não se apresentaram para votar, para que possam votar, porque não adianta acharmos que as soluções para os nossos problemas acontecem por geração espontânea. Jamais. Cada um tem responsabilidade em opinar, em participar, em decidir aquilo que é importante para a sua cidade, se é para Belo Horizonte, se é para outras cidades.

Nossa campanha vai ser de mobilização, de convencimento. E o João está muito preparado, muito espontâneo, portanto eu estou muito otimista de que teremos apoios importantes, além de partidos políticos, porque, no 2º turno, a conexão é muito direta. O eleitor não espera indicações para votar. No 2º turno os candidatos se apresentam como eles são, com clareza, com transparência.

A conexão mais importante nesse momento é com a sociedade, com a população de Belo Horizonte, em todas as suas regiões. Obviamente, se outros candidatos optarem por estar conosco, se outros candidatos optarem por trazer o seu apoio ao nosso projeto, esse apoio é bem-vindo, como o de qualquer cidadão de Belo Horizonte que tenha optado por um outro candidato no 1º turno. Nós queremos o apoio desses cidadãos, da população de Belo Horizonte.

O sr. teme racha com as prévias, como ocorreu em São Paulo? Lá o partido se dividiu.

É verdade, mas não temos que temer isso. Temos que aprimorar esse processo. A prévia pressupõe não haver convergência. Por exemplo, em 2014 falou-se muito de prévias, e não teve porque houve uma convergência em torno do meu nome em um determinado momento. Isso pode haver em torno de qualquer um dos nomes colocados pelo PSDB, mas se não houver, o que se faz? Consulta-se as bases do partido. Acho que não devemos temer as prévias, por mais que isso possa gerar algum tipo de disputa interna, pior do que isso é a opressão, pior do que isso é o cerceamento das oportunidades que todos os possíveis nomes devem ter. Falo com muita sinceridade, não temo isso.

Agora, acredito que a responsabilidade nossa é tão grande que é possível que um nome surja em uma convergência, que obviamente não precisa ser em torno do meu, do A, B ou C. Pode ser em torno de um outro nome que tenha melhores condições naquele momento, mas quando vamos ter essa avaliação é só em 2018. Há um compromisso de todos nós de não anteciparmos o processo eleitoral. Vamos deixar 2018 para ser tratado em 2018. Passada essa eleição, é esforço absoluto, concentração absoluta no Senado Federal e na Câmara dos Deputados para que essa agenda que vai salvar o Brasil, que vai tirar o Brasil do abismo no qual os governos do PT nos mergulharam possa ser viabilizada.

Apoiar a agenda impopular do governo Temer pressupõe alguma aliança para 2018?

Nós temos conversado muito com vários setores do PMDB, é a nossa obrigação. Acho que há uma aproximação natural do plano nacional do PSDB e de setores do PMDB que apostam nas reformas. É uma parte expressiva do PMDB, representada pelo próprio presidente Michel Temer, que compreende que sem essas reformas, o seu governo não terá qualquer chance de êxito.

Então essa aliança programática existe e temos ali que fazer o papel que temos feito: cobrar permanentemente que essa agenda se viabilize. O governo Michel Temer não pode governar preocupado com curvas de popularidade. Ele tem que ter a responsabilidade de governar pensando, quem sabe, no reconhecimento da história, e, para isso, estaremos ao seu lado para viabilizar as medidas necessárias a retirar o Brasil da mais profunda recessão da nossa história contemporânea, responsabilidade absoluta, exclusiva, do PT e dos governos Lula e Dilma.