Encontro com Jarbas Vasconcelos

“O que há hoje é um sentimento de indignação crescente na sociedade brasileira e nós homens públicos temos de ser os intérpretes desses sentimentos. E o que colho nesses últimos dias, principalmente com esses últimos acontecimentos, expressa de forma muito clara essa indignação, seja com a situação da Câmara Federal, seja com a situação do país. O nosso sentimento é que a presidente Dilma Rousseff perdeu as condições de governar o Brasil. No momento de grave crise como esta, no momento em que o líder do seu governo e do seu partido é preso, quem aqui ouviu uma palavra da presidente da República? Nenhuma palavra”, afirmou o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, após participar, nesta sexta-feira (27/11), em Recife (PE), do Seminário “Caminhos para o Nordeste – Mobilidade Urbana”, promovido pelo PSDB em parceria com o Instituto Teotônio Vilela (ITV).

Em Recife, Aécio Neves se encontrou com o ex-governador de Pernambuco, o deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB), com o prefeito de Recife, Geraldo Júlio (PSB) e lideranças políticas pernambucanas.

George Gianni

George Gianni

Aécio Neves – Entrevista no Recife

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, nesta sexta-feira (27/11), em Recife (PE). Aécio falou sobre eleições municipais, ação das oposições, silêncio da presidente Dilma Rousseff e crise no governo.

Leia a transcrição da entrevista do senador:
No seminário o sr. citou o deputado Daniel Coelho. Já podemos confirmar o nome de Daniel como candidato nas eleições para prefeito?

Vou fazer aqui mais uma exortação que faço sempre: política é a arte de administrar o tempo. Tenho por Daniel uma extraordinária admiração, como tem demonstrado também a população do Recife. É um quadro extraordinário em condições desse e de qualquer outro desafio. No momento certo, o partido vai tomar a decisão e não será uma decisão tomada pela direção nacional do PSDB. O que posso dizer é que PSDB se sente extremamente honrado de ter nos seus quadros um nome tão qualificado quanto Daniel e outros que temos e em condições da disputa. Mas hoje não é o assunto da nossa agenda. Isso será amadurecido por ele próprio e pelos companheiros do partido e, no momento certo, essa decisão será tomada.


Sobre o encontro com o prefeito de Recife.

Converso com o prefeito sobre questões federativas sempre. E vindo aqui é algo absolutamente natural. Venho de um estado chamado Minas Gerais, onde as pessoas conversam. Um grande governador de Minas Gerais chamado Milton Campos dizia que na política sempre tem de haver um palmo de chão para que as pessoas possam conversar sobre o futuro, possam conversar sobre os problemas locais. Vou estar com o prefeito, com o governador, como estou no meu Estado mesmo com lideranças de partidos políticos que disputam comigo, que disputaram comigo. Aqueles que não têm a capacidade de dialogar, seja com aliados, seja com adversários, não deveriam estar na política.


O deputado Jarbas disse que pretende, junto com o sr., apresentar o cenário na Câmara sobre a situação do país. Tem uma agenda formada?

É importante ressaltar que estive hoje com o ex-governador Jarbas Vasconcelos que também é de um partido político que hoje participa do governo federal. Será que não é saudável para a política essas conversas? Acho que é absolutamente saudável e ficamos de falar esta semana.

O que há hoje é um sentimento de indignação crescente na sociedade brasileira e nós, homens públicos, temos de ser os interpretes desses sentimentos. E o que eu colho nesses últimos dias principalmente com esses últimos acontecimentos e eu o chamo de senador porque foi meu colega até pouco tempo, hoje deputado Jarbas Vasconcelos, expressa de forma muito clara essa indignação, seja com a situação da Câmara Federal, seja com a situação do país.

O nosso sentimento é que a presidente Dilma Rousseff perdeu as condições de governar o Brasil. No momento de grave crise como este. No momento em que o líder do seu governo e do seu partido é preso, quem aqui ouviu uma palavra da presidente da República? Nenhuma palavra. Como se ela não tivesse qualquer responsabilidade, por exemplo, com a nomeação desses ex-diretores da Petrobras que estão hoje presos, condenados. Como se não tivesse sido ela a retirar esse senhor Cerveró de uma diretoria da Petrobras, por boas razões não deve ter sido, mas o colocou em uma outra diretoria de uma subsidiária extremamente importante.


Será que não é natural, não é esperável que uma presidente da República que respeite aqueles que ela governa não vá para a televisão, ou convoque uma coletiva, ela que gostava tanto de cadeia de rádio e televisão, para dizer o que vem acontecendo? Qual é a sua posição em relação ao que está acontecendo?

Então, essa omissão permanente da presidente da República que já delegou e terceirizou a condução da economia, não tem mais agenda política para o país, nos apresenta um ajuste extremamente rudimentar sustentado pelo aumento de impostos por um lado, seremos contra, e supressão de direito por outro, sem qualquer aceno, sem qualquer perspectiva de retomada do crescimento da economia e da volta dos empregos.

Temos no Brasil hoje uma não presidente. A verdade é essa. Se prepara para mais uma viagem como se nada estivesse acontecendo no Brasil. Por isso, com Jarbas, com outras lideranças das oposições e de outros partidos que se disponham a conversar, esses próximos dias serão dias de intensas conversas e o sentimento crescente de todos nós, companheiros e deputados que aqui estão, é de que a presidente, a cada dia perde as condições objetivas de nos retirar da crise. Não sei qual será o caminho, mas o caminho precisará ser encontrado para que o Brasil volte a crescer e os brasileiros voltem a ter esperança.


Qual será a sua participação no interior de Pernambuco nas eleições próximas?

Vou estar à disposição dos meus companheiros aonde eles acharem que eu não atrapalho, que eu não tiro voto, onde acharem que eu possa ajudar minimamente. Quero dar uma atenção muito especial a Pernambuco. Há um solo fértil para que o partido cresça nessas eleições aqui em Pernambuco. Eu estou muito confiante de que vamos ter extraordinários resultados em todo estado.

Pernambuco, pela sua importância, pela repercussão do que acontece aqui e em todo o Nordeste, talvez seja a nova porta de entrada do PSDB para o Nordeste. E temos que ter a preocupação clara de falar para essa região, para os problemas que essa região vem vivendo e mostrar que esse modelo que está não se sustenta mais. E somos o caminho mais seguro para a recuperação econômica e social também no Nordeste brasileiro.


Sobre uma possível delação premiada de Delcídio Amaral.

É muito cedo para se imaginar isso. O que eu posso dizer é que as delações que estão em curso já são dor de cabeça suficiente para esse governo.


O senador Renan Calheiros disse em passagem essa semana por Recife que o Congresso fez tudo que podia para amenizar a crise econômica. Isso aconteceu? O Congresso Nacional fez a parte dele?

Essa crise é uma crise intrasferível. É uma crise do governo, gestada, germinada dentro desse governo. E como não se tem liderança é muito difícil que o Congresso Nacional faça as coisas avançarem na velocidade e na direção correta. Fui presidente da Câmara dos Deputados, fui parlamentar, líder do governo Fernando Henrique por muitos anos, e o nosso presidencialismo, ele tem uma força tamanha, e se não há uma ação do governo em determinadas questões, sobretudo aquelas onde é necessária maioria constitucional, elas não caminham. O que acontece hoje no governo? A base que apoia esse governo não o apoia porque acredita nesse governo, porque acha que esse governo vai melhorar a vida das regiões que eles representam. A base que apoia o governo hoje, apoia pela distribuição abusiva e, a meu ver, irresponsável, de cargos públicos, o que desqualifica a gestão pública no país, pela liberação de recursos e emendas. É uma base muito fluida. A qualquer pressão, a qualquer contrariedade, ela se move.

A presidente da República, mesmo tendo terceirizado o governo, distribuído ministérios como se distribui bananas vencidas em uma feira livre, ela não consegue ter a liderança do Congresso Nacional necessária a impor para valer uma agenda que permita ao Brasil acreditar ou caminhar para a retomada do crescimento. Vamos ter agora um grande embate, porque a presidente da República cometeu novamente um crime de responsabilidade, no momento em que não alcança as metas de superávit previstas no Orçamento aprovado. Isso é obrigação do governante. O que faz o governo? Mobiliza suas bancadas, nomeia um aqui, nomeia outro ali, para que possa ser alterada essa meta. Para que ela não incorra novamente em crime de responsabilidade.


Sobre a investigação do TSE da campanha presidencial.

Chamo atenção para uma outra questão: o TSE, pela primeira vez na história do país, abre uma investigação em relação à campanha presidencial, com indícios que levaram a essa abertura de que houve dinheiro da propina utilizado na campanha presidencial. É possível que no desdobramento dessas investigações, outras denúncias nessa direção ocorram, e isso pode fazer com que, além do crime de responsabilidade que a presidente cometeu, segundo o Tribunal de Contas, aquilo que se estabeleceu chamar de “pedaladas fiscais”, pedaladas feitas pela presidente da República, pode ser que agora, no campo eleitoral, daqui a pouco, o TSE se depare com a comprovação de crimes cometidos pela presidente da República.

A questão que vai ser colocada – e que os brasileiros sobre ela vão se debruçar – é a seguinte: o presidente da República tem um salvo-conduto? Ele pode cometer crimes, porque a retirada do presidente é algo extremamente grave? Reconheço que é e é algo que impacta na vida econômica do país. Então a presidente está acima da lei ou ela deveria ser a primeira a dar o exemplo e cumprir a lei? Fico com a segunda alternativa.

Esse é o papel hoje vigoroso do PSDB. Temos que blindar as nossas instituições, fortalecê-las no limite que pudermos, como fizemos com o Tribunal de Contas (TCU), com o TSE, apoiarmos o Ministério Público, apoiarmos a Polícia Federal, o Poder Judiciário, porque o que vai nos tirar dessa crise são as nossas instituições, que se mostraram extremamente vigorosas nesses últimos episódios, inclusive o Congresso Nacional.

Aécio Neves volta a criticar incapacidade da presidente Dilma para tirar o país da crise

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, voltou a criticar, em viagem a Recife (PE), a incapacidade do governo Dilma Rousseff para tirar o Brasil da crise econômica e social que se encontra. O tucano desembarcou, na manhã desta sexta-feira (27/11), na capital pernambucana para participar do seminário “Caminhos para o Nordeste – Mobilidade Urbana”, promovido pelo PSDB e Instituto Teotônio Vilela. O encontro, que faz parte da comemoração de 20 anos do ITV, tem percorrido várias capitais do país.

“A presidente da República, mesmo tendo terceirizado o governo, distribuído ministérios como se distribui bananas vencidas em uma feira livre, ela não consegue ter a liderança do Congresso Nacional necessária a impor para valer uma agenda que permita ao Brasil acreditar ou caminhar para a retomada do crescimento”, apontou Aécio, ressaltando que o apoio da base governista pela distribuição abusiva e irresponsável de cargos públicos desqualifica a gestão pública no país.

Durante a coletiva, o senador cobrou novamente um pronunciamento oficial da presidente Dilma pela prisão do líder do seu governo no Senado, o senador Delcídio Amaral, do PT, e de subordinados ao Planalto. “Não é esperável que uma presidente da República que respeite aqueles que ela governa não vá para a televisão, ou convoque uma coletiva, ela que gostava tanto de cadeia de rádio e televisão, para dizer o que vem acontecendo. Qual é a posição da presidente Dilma em relação ao que está acontecendo?”, questionou Aécio.

Ao comentar o encontro que teve anteriormente ao evento com o ex-governador de Pernambuco, o deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), o presidente do PSDB disse que o sentimento de ambos é que a presidente Dilma Rousseff perdeu as condições de governar o Brasil.

“No momento de grave crise como este, no momento em que o líder do seu governo e do seu partido é preso, quem aqui ouviu uma palavra da presidente da República? Nenhuma palavra. Como se ela não tivesse qualquer responsabilidade, por exemplo, com a nomeação desses ex-diretores da Petrobras que estão hoje presos, condenados. Como se não tivesse sido ela a retirar esse senhor (Nestor) Cerveró de uma diretoria da Petrobras, por boas razões não deve ter sido, mas o colocou em uma outra diretoria de uma subsidiária extremamente importante”.


Crime de responsabilidade

Ainda na coletiva, Aécio destacou um novo embate no Congresso. Segundo o tucano, a presidente da República cometeu novamente crime de responsabilidade por não ter alcançado as metas de superávit previstas no Orçamento aprovado.

“Isso é obrigação do governante. O que faz o governo? Mobiliza suas bancadas, nomeia um aqui, nomeia outro ali, para que possa ser alterada essa meta. Para que ela não incorra novamente em crime de responsabilidade”, afirmou.

O senador disse que, pela primeira vez na história do país, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abriu uma investigação em relação à campanha presidencial por indícios de que houve utilização de dinheiro de propina no pleito.

“É possível que no desdobramento dessas investigações, outras denúncias nessa direção ocorram, e isso pode fazer com que, além do crime de responsabilidade que a presidente cometeu, segundo o Tribunal de Contas, aquilo que se estabeleceu chamar de ‘pedaladas fiscais’, pedaladas feitas pela presidente da República, pode ser que agora, no campo eleitoral, daqui a pouco, o TSE se depare com a comprovação de crimes cometidos pela presidente da República”, ressaltou o tucano, defendendo que apenas com o fortalecimento das instituições, o país sairá da crise moral, social e econômica.


Nordeste

Ainda em Recife, o senador Aécio Neves disse que Pernambuco poderá se tornar a nova porta de entrada do PSDB para o Nordeste e ressaltou a importância de discutir os principais problemas da região. “Temos que ter a preocupação clara de falar para essa região, para os problemas que essa região vem vivendo e mostrar que esse modelo que está não se sustenta mais. Somos o caminho mais seguro para a recuperação econômica e social também no Nordeste brasileiro”.

Questionado sobre as eleições no próximo ano, o senador afirmou que o PSDB dará uma atenção especial a Pernambuco e está aberto ao diálogo. “Cada um tem a sua forma de fazer e de ver a política. Política para mim é a arte do diálogo. O que eu posso garantir para vocês é que as definições em relação a candidaturas, seja do Recife, seja de outras cidades do Estado, serão tomadas pelo PSDB”.

Após a entrevista, o Aécio fez uma rápida visita ao prefeito de Recife, Geraldo Júlio (PSB), onde conversou sobre ações implantadas pelo município para combater a epidemia de microcefalia que atinge a cidade, além do future do país.

No encontro, o prefeito anunciou ao tucano que fará uma homenagem ao seu avô, o presidente Tancredo Neves, e o ex-governador pernambucano Miguel Arraes ao nomear duas creches que serão inauguradas em março do próximo ano. Antes de embarcar para Brasília, Aécio almoçou em um restaurante no Marco Zero, no Centro Antigo de Recife, acompanhado do presidente estadual do PSDB-PE, deputado estadual Antônio Moraes; os deputados federais Betinho Gomes, Bruno Araújo, Daniel Coelho (PE) e Raimundo Gomes de Matos (CE); o vereador de Recife, André Régis; e lideranças políticas pernambucanas.

Aécio recebe título de Cidadão Recifense e ressalta luta dos pernambucanos pela democracia

Ao som do maracatu e da presença marcante dos tradicionais bonecos de Olinda, o presidente nacional e candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves, recebeu, na noite desta quarta-feira (18/06), o título de Cidadão Recifense na Câmara de Vereadores da capital pernambucana. Ao discursar, Aécio agradeceu aos pernambucanos pela homenagem e lembrou a luta de homens públicos como Miguel Arraes, Fernando Lyra, Roberto Magalhães, Sérgio Guerra, Jarbas Vasconcelos e Marco Maciel na construção da democracia brasileira.

“Cito alguns desses nomes para mostrar que Pernambuco sempre ofereceu ao Brasil homens íntegros e honrados, de posições distintas, o que necessário, mas que lutavam por suas ideias”, afirmou Aécio Neves.

Ao recorrer à história para traçar um paralelo entre Minas Gerais e Pernambuco, Aécio lembrou da luta dos dois estados pelo fim do Império.

“Antes mesmo da República, na busca da libertação da Coroa Portuguesa, a revolução pernambucana completou o esforço dos mineiros que na Inconfidência conseguiram dar os primeiro passos na busca da nossa libertação. Se o Brasil se transformou no final daquele século em uma República, isso se deu em grande parte pelo suor, pela coragem e pelo sangue dos pernambucanos e dos mineiros”, ressaltou Aécio Neves.

O candidato tucano também aproveitou o discurso para destacar que o próximo presidente da República terá a missão de unir o país, diante da política adotada pelo PT de dividir a nação entre “nós” e “eles”.

“Faço uma palavra de repúdio àqueles que querem dividir o Brasil ao meio, entre nós e eles.  Isso não é digno, não é legítimo e não atende aos interesses dos brasileiros. Nossos desafios serão imensos. Precisamos de um Brasil em que todos sejamos nós. Nós com melhor educação, nós com segurança, nós com saúde digna, nós com empregabilidade. Esse é o sonho de cada um de nós”, reiterou Aécio Neves.

 

Pluralidade 

Em gesto de civilidade política, Aécio ressaltou como positivo para o processo democrático a candidatura do ex-governador Eduardo Campos à Presidência.

“Ele oxigena a disputa eleitoral e permite que haja pluralidade de ideias e que o debate não se dê apenas no antagonismo com aqueles que estão no governo”, disse Aécio.

 

Maracatu

A sessão em homenagem ao senador mineiro foi feita pelo vereador André Régis, líder do PSDB na Câmara de Vereadores do Recife. Ao chegar, o candidato tucano foi recebido pela banda de maracatu Maracambuco e por bonecos de Olinda que representavam sua própria figura e as de seu avô, Tancredo Neves, e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Aécio também foi presenteado com um guerreio de lança, símbolo da resistência do povo pernambucano.

Ao discursar, o vereador André Régis destacou a trajetória de Aécio Neves em defesa da democracia e da eficiência na gestão pública.

“É uma grande hora conceder esse título a Aécio Neves. É notório o sucesso dele em seus 30 anos de vida pública. Estamos homenageando um líder que entende que é preciso valorizar a cidadania, a confiança e a prosperidade do povo brasileiro. Esperamos que as calçadas do Recife conduzam Aécio a inúmeras vitórias”, afirmou o vereador André Régis.

A cerimônia foi acompanhada pelo senador tucano Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), pelos deputados federais Antônio Imbassahy (PSDB-BA), líder do partido na Câmara dos Deputados, Bruno Araújo, presidente do PSDB em Pernambuco, e pelo deputado Mendonça Filho, líder do DEM na Câmara. Também estiveram presentes os deputados estaduais Terezinha Nunes e Daniel Coelho, o presidente da Câmara de Vereadores, Vicente Gomes, o vereador Raul Jungmann (PPS), entre outras lideranças.

Aécio Neves e líderes da oposição recorrem 
ao STF para garantir a CPI da Petrobras

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, e os principais líderes da oposição entraram, hoje (08/04), com mandado de segurança no STF (Supremo Tribunal Federal) em defesa da garantia de instalação da CPI para investigar as graves denúncias de má gestão e corrupção na Petrobras. Aécio Neves afirmou que a oposição quer passar a limpo as denúncias e o Parlamento deve ter garantido seu direito constitucional de investigação dos atos do governo.

“Todos os requisitos foram cumpridos. O número de assinaturas, o fato determinado. Cabe ao presidente do Senado Federal não enviar a um outro colegiado para que ele tome uma decisão o protocolo da CPI, e sim simplesmente instalá-la. O que queremos é que se cumpra a Constituição e que se cumpra o regimento do Senado Federal. Se prevalecer a posição do presidente Renan, estamos abdicando ad aeternum, para sempre, do direito das minorias investigarem qualquer denúncia grave que ocorra em relação a atos do governo.  Esse nosso ato tem uma dimensão até maior do que o simples pedido de instalação da CPI da Petrobras. Estamos garantindo também um direito sagrado das minorias, que é o de investigar delitos cometidos pelo governo”, disse Aécio Neves.

O pedido de mandado de segurança foi protocolado com as presenças dos presidentes do DEM, senador Agripino Maia, e do Solidariedade, deputado federal Paulinho da Força, os senadores Pedro Simon (PMDB), Aloysio Nunes (PSDB), Álvaro Dias (PSDB), Rodrigo Rollemberg (PSB), Ranfolfe Rodrigues (PSOL), Jarbas Vasconcelos (PMDB), Cristovam Buarque (PDT) e Pedro Taques (PDT) e os deputados Antônio Imbassahy (PSDB), Domingos Sávio (PSDB) e Mendonça Filho (DEM).

Aécio Neves respondeu a alegação feita pela presidente Dilma Rousseff de que a CPI tem objetivo eleitoral, e não o de investigação das denúncias reveladas pela imprensa e pela Polícia Federal.

“Não foi a oposição que criou os fatos que hoje derivam para a necessidade de uma CPI. Hoje, estamos vendo uma teia de relações promíscuas dentro da Petrobras com ex-diretores presos e com outros sob gravíssimas suspeitas, com parlamentares participando deste jogo. É importante que isso seja passado a limpo. A oposição está fazendo o que precisa fazer. É sua obrigação. É sua responsabilidade investigar. E esperamos que a base do governo e o próprio governo aprendam a viver em democracia. Não permitir essa investigação é um atentado contra a própria democracia”, disse Aécio Neves em entrevista.

Ele reiterou que todos os requisitos constitucionais para a criação da CPI foram cumpridos pelo Parlamento. Assim, o presidente do Senado ou qualquer outra liderança não tem a prerrogativa da escolha sobre como agir, mas sim a obrigação de determinar o início das investigações.

 

Rombo de US$ 1,2 bilhão

A CPI da Petrobras busca investigar suspeitas relativas à compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), que voltou à tona após a revelação de que a então ministra Dilma Rousseff, que era a presidente do Conselho de Administração da Petrobras, apoiou a negociação que seria responsável pelo maior rombo da história da empresa.

Em 2006, a Petrobras pagou US$ 360 milhões por 50% da refinaria, que um ano antes havia sido avaliada em US$ 42,5 milhões. Em 2012, devido a obrigações previstas no contrato por ela assinado, a Petrobras foi obrigada a comprar a outra metade da refinaria, dessa vez por US$ 839 milhões, totalizando US$ 1,2 bilhão. Ainda assim, a Refinaria de Pasadena não consegue fazer o processamento do petróleo brasileiro, mais pesado que o norte-americano.

Além disso, parlamentares também querem apurar os US$ 20 bilhões investidos na construção da refinaria Abreu e Lima, após previsão inicial de US$ 2 bi, em parceria com a Venezuela; denúncias de pagamento de suborno a diretores da empresa para beneficiar a companhia holandesa SBM; e a colocação em alto-mar de plataformas que ofereciam risco aos funcionários da Petrobras.