“A própria presidente Dilma abdica agora de forma definitiva dos poucos poderes e iniciativas que lhe restavam. Mesmo com as sucessivas denúncias de irregularidades na campanha, ela abdica, portanto, desse mandato em favor do presidente Lula”, declarou o presidente do PSDB, senador Aécio Neves sobre a nomeação anunciada hoje do ex-presidente Lula para o Ministério da Casa Civil.
Aécio Neves – Entrevista sobre a Petrobras e a CPMI
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, nesta quarta-feira (04/02), em Brasília. Aécio comentou a saída de Graça Foster, ressaltando que o seu desligamento tardio da diretoria da estatal trouxe diversos prejuízos para a Petrobras. O senador afirmou, também, que a coleta de assinaturas para a instalação de uma nova CPMI da Petrobras já começou.
Leia a transcrição da entrevista do senador:
Sobre demissão Graça Foster.
Ao longo desse último ano, a presidente Dilma teve todos os motivos para demitir a diretoria da Petrobras. Seja pela má governança, seja pela corrupção sem limite que tomou conta da companhia. Agora escolheu o único momento em que a presidente Graça Foster falou a verdade. No momento em que ela registra um prejuízo de ativos da Petrobras de mais de R$ 80 bilhões em razão da corrupção. No momento em que, no balanço, a Petrobras assume o prejuízo de obras das refinarias do Ceará e do Maranhão, que não deveriam ter sido iniciadas sequer se os pareceres técnicos valessem alguma coisa no governo do PT. Exatamente no momento em que ela diz a verdade, ela cai. Mas ela não cai porque foi demitida, ela cai porque ficou insustentável a sua permanência.
Quais foram os prejuízos dessa saída tardia dela?
Os prejuízos são enormes para a Petrobras. A maior empresa brasileira, a maior petroleira da América Latina é conhecida no mundo como a empresa da corrupção. E a questão vai além dos prejuízos financeiros. A governança da Petrobras inexistiu ao longo desses últimos anos. Obras absolutamente inexequíveis do ponto de vista econômico e financeiro foram realizadas. E o que eu quero afirmar é que nós estaremos instalando uma nova CPMI, e todas as irresponsabilidades e todas as irregularidades que foram cometidas continuarão a ser apuradas. A presidente Graça Foster buscou blindar a presidente da República ao longo de todo esse último ano, mas isso não foi suficiente. Nós vamos investigar quem foram os responsáveis pelos desatinos que comandaram as decisões da Petrobras ao longo desses últimos anos de governo do PT.
Uma nova diretoria pode mudar isso?
Certamente, será melhor do que a atual. Mas isso não apaga as irresponsabilidades, os crimes que foram cometidos contra o erário. Eu já dizia isso na campanha eleitoral. A Petrobras, na verdade, se transformou em um grande caixa para financiar um projeto de poder. Como diz a Polícia Federal, uma organização criminosa se instalou no seio da nossa maior empresa para sustentar um projeto de poder. Os responsáveis por isso têm que ser punidos exemplarmente, e é isso que a oposição estará fazendo no Congresso Nacional: exigindo a punição e a responsabilização daqueles que lesaram o patrimônio público.
A coleta das assinaturas da CPMI já começou?
Já começou. Na Câmara, já alcançamos, já foi protocolado o requerimento. Estamos colhendo hoje do Senado para buscar uma instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito.
O PSDB vai ficar fora da mesa, senador?
Nós vamos discutir isso aqui agora.
Aécio Neves em Goiânia (GO)
A boa política se faz com coerência e convicção. Aécio Neves explica sua posição sobre as irregularidades do governo do PT, em visita à Goiânia, no dia 09 de Setembro.
Aécio Neves defende que investigações sobre denúncias da Petrobras sejam ilimitadas
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, defendeu nesta sexta-feira (14/11), em São Paulo, que as investigações em torno das irregularidades envolvendo a Petrobras sejam ilimitadas. Aécio afirmou que a prisão de Renato Duque, que operava para o PT dentro da Petrobras, comprova que há sustentação nas suspeitas da oposição sobre a complexidade do esquema de corrupção na estatal. Para ele, os desvios atingem os mais elevados níveis da empresa.
“Temos que estar vigilantes para que não haja qualquer limitação a essas investigações. Quando nós, no Senado Federal, propusemos a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, eu me lembro que líderes do PT foram à tribuna para dizer que não existia nada de errado na Petrobras, que aquilo era uma manobra eleitoreira das oposições”, afirmou Aécio.
O senador destacou que, em fevereiro de 2015, no retorno das atividades legislativas, a oposição entrará com um pedido de abertura de uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras. Segundo ele, o que se observa atualmente é a ausência de boa vontade para apurar as irregularidades na estatal.
“Vamos impedir que qualquer manobra no Congresso Nacional no sentido de impedir que as investigações, também no Congresso, avancem. Já orientamos nossas bancadas para começarem a coleta de assinaturas para, imediatamente, após o reinício dos trabalhos do Congresso, em fevereiro, nós tenhamos uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito, porque todas essas informações poderão ser utilizadas pela nova Comissão Parlamentar, já que estamos percebendo que não há uma vontade clara, ao contrário do que diz a presidente da República, da sua base em avançar nessas investigações ainda esse ano”, ressaltou Aécio.
Para o senador, as irregularidades cada vez mais intensas envolvendo a Petrobras indicam irresponsabilidade do governo. “Quem está denegrindo a imagem e a história da nossa maior empresa, é a irresponsabilidade desse governo, que montou lá, segundo a Polícia Federal, uma organização criminosa. Essa é uma expressão usada pela Polícia Federal” afirmou Aécio.
Em seguida, Aécio Neves acrescentou que: “O que percebo é que as coisas estão chegando muito próximo dos mais altos dirigentes desse governo e é preciso que essas investigações ocorram. O que posso assegurar é que tem muita gente em Brasília sem dormir nesses últimos dias, e continuarão sem dormir”.
Aécio reiterou seu respeito às ações conduzidas pela Polícia Federal, informando que sua desconfiança é sobre a ausência de vontade política. “Tenho muito respeito pelas instituições do Estado Brasileiro, em especial pela Polícia Federal”, disse ele.
