“Não temos o direito de sacrificar ainda mais a classe trabalhadora brasileira”, diz Aécio Neves

O senador Aécio Neves defendeu, nesta quarta-feira (11/03), a derrubada do veto da presidente Dilma Rousseff à proposta de correção da tabela de Imposto de Renda e descartou apoio do PSDB a um acordo proposto pelo governo. A presidente Dilma vetou a proposta que prevê correção de 6,5%, da tabela do IR, que recuperaria ao menos em parte para os contribuintes a inflação do período. Essa proposta foi apoiada pelo senador Aécio durante a campanha eleitoral.

O governo federal, temendo a derrota com a possível derrubada do veto, propôs um acordo, escalonando a correção. A nova proposta do governo prevê aplicar o percentual de 6,5% de correção apenas para salários mais baixos. Quem recebe mais, teria correção menor. O senador Aécio Neves é contra. Para ele, a proposta em nada beneficia os trabalhadores de menor renda.

“Diferentemente do governo, prezamos muito aquilo que falamos à população. Na campanha eleitoral, eu assumi o compromisso com o reajuste da tabela do Imposto de Renda pela inflação. Por isso, vamos defender os 6,5%. E o governo federal não dá absolutamente nada. Porque, ao apresentar essa tabela, e suprimir esse desconto nos três primeiros meses, na verdade não diminui a sua arrecadação. Ele não dá nada mais aos mais pobres. Poderia, quem sabe, e até talvez pudéssemos estar discutindo, aumentar 6,5% para 7,5% ou 8% para as camadas de mais baixa renda. Mas não. O governo, mais uma vez, contraria o discurso de campanha da presidente da República e nós da oposição vamos votar contra. Não temos o direito de sacrificar mais ainda a classe trabalhadora brasileira como esse acordo do governo que alguns partidos da base acabarão por fazer”, disse Aécio Neves em entrevista.

Brasil Real Imposto de Renda

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Aprovado projeto de lei de Aécio Neves que cria dedução no IR de empresa ou empregador que investir na educação de funcionários

A Comissão de Educação do Senado aprovou, nesta terça-feira (20/05), proposta do senador Aécio Neves que incentiva o investimento na educação de empregados.

O projeto de lei 697, que tramita há três anos, prevê a dedução no Imposto de Renda devido pelas empresas e pessoas físicas dos valores gastos na educação de seus funcionários.

A proposta estabelece que o valor gasto com o fornecimento de ensino aos empregados, em qualquer área do conhecimento ou em qualquer nível de escolaridade, pode ser descontado do Imposto de Renda, seja mensalidade, matrícula ou fornecimento de material de estudo, seguindo a mesma regra hoje vigente para dedução de dependentes.

 

Benefício estendido a quem custear educação de empregados 

A proposta do senador Aécio Neves já havia sido aprovada na Comissão de Assuntos Sociais. Durante o debate sobre o projeto, o benefício da dedução no IR foi estendido à pessoa física que comprovar gastos com a educação de empregados. Assim, despesas com educação de trabalhadores domésticos também serão contemplados.

O teto do valor a ser descontado por empregado seguirá o valor da tabela do IR para dedução de despesas com educação pelas pessoas físicas. Na declaração de 2014, ano-base 2013, o valor foi de R$ 3.230,46. Esse valor valerá para as pessoas física e jurídica.

 

Garantia de recursos investidos

A proposta de Aécio Neves também impede que as despesas com educação possam ser consideradas pela Previdência Social e por fiscais do Trabalho como salário indireto a ser incorporado pelo funcionário, aumentando as despesas do empregador e desestimulando a iniciativa.

O incentivo à educação de funcionários por empresas será analisado, agora, pela a Comissão de Assuntos Econômicos e, em seguida, pelos deputados federais.

Aécio Neves – Entrevista sobre o Pacto Federativo

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista, hoje (14/05), em Brasília (DF), sobre o Pacto Federativo. Aécio Neves falou sobre o novo pacto federativo, compensação financeira aos municípios, manifestações das ruas, programa do PT, inflação e controle de tarifas.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre demandas dos prefeitos.

Existem algumas questões muito pontuais que sempre foram relegadas a um segundo plano pelo atual governo. Mesmo algumas que foram acordadas pelo governo no Congresso Nacional, essa diz mais respeito aos estados, mas faz parte da agenda federativa, como a renegociação da dívida, foi abandonada mesmo tendo o governo firmado acordo. Temos que acabar com a tributação entre entes federativos. O Pasep é hoje uma tributação de 1% das receitas entre estados e municípios e a União. Isso tem que acabar e desafoga, obviamente, os municípios. Tenho pedido apoio de todos os partidos da base e da oposição para proposta que tramita desde fevereiro de 2011, quando me elegi senador da República, a primeira proposta que apresentei no Congresso Nacional, já percebendo o que estava por vir, aquela que garante que feitas as desonerações pelo governo federal, no exercício seguinte, a parcela dos municípios, o Fundo de Participação dos Municípios, de IPI e Imposto de Renda seja devolvida aos estados e municípios.

Você não pode permitir que um município que planeje seu orçamento com determinados investimentos, ao longo do exercício, por uma ação unilateral, sem qualquer discussão com estados e municípios, em especial, veja parte de sua receita extinta pela desoneração que o governo federal fez. Quero deixar muito claro que as desonerações são um instrumento que o poder central pode ter para situações sazonais, cíclicas, conjunturais. Mas o governo só deve, na minha avaliação, e esse é o teor da minha proposta, fazer essas desonerações na parcela da arrecadação que lhe compete.

E temos que ter a visão federativa na gestão pública. O governo atual concentra para poder distribuir favores. O que defendemos é desconcentrar para o país ganhar. Tenho defendido no Congresso propostas no campo da saúde, da educação, que gradualmente melhorem o financiamento, mas qualificar o gasto público – e isso eu conheço, fiz isso em Minas Gerais – é essencial. Não se justifica que de R$ 83 bilhões da rubrica de saúde do ano passado R$ 10 bilhões tenham sido simplesmente transformados em restos a pagar e sabe-se lá quando isso vai ser aplicado na saúde. O recurso já é pouco e aplica-se menos ainda do que aquilo que a legislação define. Qualificar o gasto público é essencial para os estados e principalmente para os municípios brasileiros. E buscar um acordo de contas na questão previdenciária.

 

Sobre PEC da senadora Ana Amélia que prevê aumento no repasse do Fundo de Participação de Municípios.

Defendo a aprovação da PEC da senadora Ana Amélia há muito tempo. E obviamente, aprovada essa PEC, vamos definir a sua implementação. Mas ela sinaliza na direção correta de resgatar pelo menos parcela das receitas perdidas para a União. Não apenas a PEC, mas defendemos um pacto onde qualquer nova despesa, qualquer nova responsabilidade que tenham que assumir os municípios brasileiros, isso passe por um fórum, uma câmara que hoje existe no papel, existe a partir dos protocolos firmados, mas não existe na prática, não funciona. Não se pode autorizar nenhum novo gasto, nenhuma nova despesa para os municípios, sem que haja correspondência financeira para arcar com essas novas despesas. Quase como criar uma Lei de Responsabilidade Fiscal para a União.

 

Sobre rito de medidas provisórias.

Fui relator de proposta que muda o rito de tramitação das medidas provisórias. A medida provisória é um instrumento necessário ao sistema presidencialista brasileiro, mas ela tem que ser a exceção nas relações parlamentares, ou na relação legislativa do governo com o Congresso.  Hoje ela é a regra. Na nossa proposta, a medida provisória só poder tratar de um tema determinado. Você não pode utilizar uma medida provisória sobre determinado assunto para incluir ali, quase como se fosse um balaio de gatos, às vezes, dezenas de temas absolutamente sem vinculação ao tema original. Estão aqui vários parlamentares que sabem exatamente do que estou falando. O que se estabeleceu na relação Poder Executivo e Congresso Nacional? Não vale a pena o congressista cumprir o seu mandato apresentando projetos de lei, discutindo esses projetos de lei. Os congressistas, a verdade é essa, especializam-se em pegar carona nas medidas provisórias, porque só elas vão a voto. Isso tem um lado perverso de contaminar as relações políticas. Não há mais discussão nas comissões de projetos de lei ordinários, projetos de lei complementar. É raro. A regra são as medidas provisórias.

 

Partidos políticos.

A grande verdade é que temos que estabelecer uma nova relação política, não pode ser essa relação mercantilista que hoje rege a política brasileira. Defenderei, durante a discussão eleitoral, o retorno da cláusula de desempenho. Você pode criar partidos políticos, ter o registro civil, com as assinaturas alcançadas, mas o direito a fundo partidário e a tempo de televisão devem ter aqueles partidos que tenham correspondência na sociedade, que sejam partidos de verdade, que representam segmentos de pensamento. Para isso tem que haver um corte, quando aprovamos isso lá atrás, o Supremo derrubou. O corte era de 5% [de votos] da Câmara, divididos em pelo menos nove estados, com pelo menos 3% em cada um desses estados. O corte pode até ser um pouco menor, mas é necessário que voltemos a ter partidos que liderem as negociações políticas. Porque hoje elas são feitas quase que individualmente, são grupos de interesse que hoje negociam a pauta do Congresso Nacional. E aí pergunto o que para mim é uma questão sem resposta.

Para que este governo trabalha para ter uma base tão ampla como tem hoje, talvez nunca antes na história do país, tenhamos uma base tão grande, e sem proposta nenhuma para votar. Esta base só tem servido para uma coisa, ocupar os espaços de governo. Dividir diretorias de bancos e empresas estatais, ocupar ministérios. Não há um amálgama nessa base, não há um projeto no campo federativo, estamos aqui no tema da Federação, no campo tributário e mesmo na reforma política. Cria-se uma base enorme com um custo estrondoso, estão aí 39 ministérios, ocupa-se e desmoralizam-se as agências reguladoras, instrumento de estado fundamental em defesa do cidadão para acompanhar a qualidade dos serviços públicos e não tem nada de estruturante para ser votado. O governo gasta muito com uma base que não oferece nada ao país. Temos de inverter esta lógica e estabelecer uma relação de melhor nível para que possamos ter um projeto de país, substituindo o projeto de poder que hoje nos conduz.

 

Sobre novas manifestações das ruas.

Todos estamos acompanhando esses movimentos que já começam a se organizar. A grande verdade é que não são movimentos, e vou ser muito claro, apenas contra este ou aquele governante. É um movimento de insatisfação da sociedade com a baixa qualidade dos serviços públicos e com a não entrega daquilo que é prometido. O fato concreto que pode preocupar o governo é de que todas aquelas promessas e aqueles compromissos assumidos, em junho do ano passado, quando essas manifestações tomaram as ruas do Brasil, absolutamente nenhum deles foi cumprido.

A segurança não melhorou, o transporte público continua de péssima qualidade, a saúde é uma tragédia. E algo que estava a permear e a emoldurar todas as manifestações que era a questão ética, a questão moral, o respeito ao dinheiro público. Aí então o governo descambou ao longo dos últimos anos porque hoje, a cada dia que você abre os jornais, vê uma nova denúncia de mau uso do dinheiro público. Vamos acompanhar. Obviamente não deve ser tolerada a violência, a depredação do patrimônio público, o atentado contra a vida. É incompatível uma coisa com a outra. Acho até que os movimentos violentos tendem a vitimizar, em primeiro lugar, os manifestantes, que legitimamente têm que ter espaço para ir às ruas defender as suas ideias, bradarem contra o que quer que seja. São duas coisas que, a meu ver, se distinguem. É preciso sim que haja a coibição da violência, da depredação do patrimônio, mas que as forças de segurança estejam amadurecidas, até porque aprenderam muito nas últimas manifestações, para separar uma coisa da outra e garantir segurança a quem queira pacificamente se manifestar.

 

Sobre o programa de televisão do PT.

Achei absolutamente inusitado um governo que chega a praticamente 12 anos, concluindo um ciclo longo como este, só tenha a oferecer à sociedade brasileira o medo. É um governo que deixou de gerar esperança nas pessoas. É algo impensável há algum tempo atrás. Acho que esta propaganda do PT, que, confesso, me surpreendeu pelo seu negativismo a cinco meses da eleição eles abdicaram de apresentar qualquer proposta nova para o Brasil, até porque ninguém acredita mais em propostas desse governo. Mas eu resumiria como um atestado definitivo de fracasso de um governo que vive seus estertores e caminha para o seu final.

 

Sobre o futuro do país.

Tenho muita expectativa de que uma vitória do PSDB e do conjunto de aliados gerará, ao contrário do que acontecerá se houver uma vitória desse grupo político que aí está, um ambiente de maior confiança. E esse ambiente de confiança será muito importante para corrigirmos, sempre preocupados com a sociedade e com o cidadão mais pobre, os equívocos da atual política econômica. Repito, não há nada mais perverso para com a população de mais baixa renda, do que o imposto inflacionário, que nós, do PSDB, acabamos, que nós, do PSDB, corrigimos lá atrás, acabamos com ele. E infelizmente, no momento em que deveríamos estar debatendo a agenda da competitividade, da produtividade, da inserção do Brasil e das empresas brasileiras nas cadeias globais, estamos novamente debatendo inflação, congelamento de preços.

Aécio Neves prepara emenda que corrige o Imposto de Renda pelo IPCA

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, anunciou nesta quinta-feira (1º/05), durante entrevista à Rádio Jovem Pan, de São Paulo, que apresentará, na segunda-feira (05/05), proposta de emenda à Medida Provisória modificando a correção da tabela do Imposto de Renda, sugerida pela presidente da República em pronunciamento oficial ontem (30/04).

Aécio vai propor que, pelos próximos cinco anos, o reajuste da tabela do Imposto de Renda, tenha como base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), assegurando, assim, equivalência com a inflação.

“Portanto, garantindo as perdas reais aos trabalhadores brasileiros, tirando esse tema da agenda política e oportunista como buscou fazer ontem a presidente da República”, disse.

Na noite de quarta-feira (30/04), a presidente Dilma Rousseff anunciou correção da tabela do Imposto de Renda, mas não informou qual será o percentual de ajuste da tabela do imposto de renda, omitindo os valores. Para o PSDB, a medida é inócua e eleitoreira, uma vez que a mudança proposta pelo governo será inferior à inflação.

Aécio reforça compromissos do PSDB com benefícios para os trabalhadores em evento da Força Sindical

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou nesta quinta-feira, Dia do Trabalhador, que o partido continuará lutando pelo reajuste real do salário mínimo e por políticas públicas que melhorem as condições de vida e de trabalho no país. O compromisso foi assumido durante festa organizada pela Força Sindical em comemoração ao 1º de Maio, na Praça Campos de Bagatelle, em São Paulo.

“Estou aqui para reafirmar o compromisso com o fim definitivo da inflação e de fazer políticas públicas que melhorem a saúde, a educação e a segurança do trabalhador. Queremos também fazer um esforço para recuperarmos a indústria e os empregos no país. O Brasil precisa de seriedade e de competência. O Brasil precisa de trabalho e de decência”, ressaltou Aécio Neves durante discurso para milhares de trabalhadores.

Aécio lembrou que o PSDB e o Solidariedade, partido presidido pelo deputado federal Paulinho da Força, protocolaram no início desta semana uma proposta para garantir o reajuste real do salário mínimo.

O presidente nacional do PSDB também afirmou que o partido possui um projeto em tramitação na Câmara dos Deputados para reajustar a tabela do Imposto de Renda de acordo com a inflação, ao contrário do anúncio feito pela presidente Dilma Rousseff em rede nacional de rádio e TV na noite de quarta-feira (30).

Aécio lembrou que a correção de 4,5%, proposta por Dilma, ficou abaixo da inflação, que hoje ameaça romper o teto da meta de 6,5% do governo federal.

“No momento em que ela fala do reajuste da tabela do Imposto de Renda, uma outra demanda inclusive nossa do PSDB, temos um projeto tramitando na Câmara dos Deputados que garante o reajuste da tabela do Imposto de Renda pela inflação, mas ela omitiu os números. O reajuste de 4,5% não atende aos índices inflacionários. Não chega à inflação de 6% que deveria atender”, disse Aécio em entrevista as jornalistas na chegada ao evento.

 

Bolsa Família

O senador Aécio Neves também afirmou que a presidente Dilma mentiu aos brasileiros sobre o aumento do Bolsa Família, anunciado durante pronunciamento em rede nacional de rádio e TV na quarta-feira.

De acordo com o tucano, o reajuste de 10% prometido pela presidente não permitirá que os beneficiários saiam da linha de pobreza de acordo com os parâmetros estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

“A presidente da República, infelizmente, mente aos brasileiros no momento em que diz que o reajuste de 10% no Bolsa Família permite que a remuneração alcance aquele patamar mínimo estabelecido pela ONU de 1,25 dólares por dia, com uma renda mínima para se estar acima da linha da pobreza. Para que isso fosse verdade, o reajuste teria que chegar a 83 reais e não a 77 reais como ela propõe”, explicou.

 

Presidente Dilma não foi

Aécio também criticou o não comparecimento da presidente Dilma ao evento, apesar do convite feito pela Força Sindical à Presidência da República. O representante enviado por ela, o ministro Gilberto Carvalho, foi vaiado ao defender a petista e criticar o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB.

“A presidente foi ontem à televisão, falando que quer dialogar com a classe trabalhadora, e hoje está fechada no Palácio do Governo, não veio aqui para olhar para os trabalhadores e explicar por que a inflação voltou, por que o crescimento sumiu e por que a decência anda em falta no atual governo. Acho sim que é uma presidente que está acuada pelas pressões internas e, infelizmente, pelos atos do seu governo que levaram ao recrudescimento da inflação, isso sim, algo perverso com a classe trabalhadora”, afirmou Aécio Neves.