Realidades sem disfarce

Aécio Neves – Folha de São Paulo – 27/03/2017.

A informação divulgada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), de que o Brasil ficou estagnado no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), chamou a atenção. Foi a primeira vez, depois de 11 anos, que deixamos de avançar.

Falo sobre isso em meu artigo de hoje para a Folha de S.Paulo.

Travessia

O programa atendeu as necessidades dos municípios com baixo IDH, com ações de forma integrada com a saúde, a educação e a forma de vida dos mineiros. Mais de 300 municípios e 3 milhões de mineiros foram beneficiados.

Desigualdades regionais

O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, falou com jornalistas, nesta quarta-feira (18/06), no Recife (PE), sobre a necessidade de o governo federal tratar regiões com menor IDH de forma diferenciada, dando maior atenção às necessidades da população.

Aécio Neves – Entrevista coletiva no Recife (PE)

O candidato à Presidência da República e presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, nesta quarta-feira (18/06), em Recife. Aécio Neves falou sobre políticas para o Nordeste, definição do vice, viagem a Pernambuco, encontro com governador João Lyra e ataques do ex-presidente Lula.

 

Leia trechos da entrevista do senador:

Indicação de um nome do Nordeste para vice. 

É uma possibilidade sim. Existem nomes extremamente qualificados aqui. Mas, mais importante que o vice, são ações objetivas que atendam os interesses da população nordestina. E isso nosso governo vai ter. Assim como foi um mineiro, o presidente Juscelino Kubitschek, que teve o primeiro olhar generoso em relação ao Nordeste, com a criação da Sudene, 60 anos atrás, espero, se vencer as eleições, poder demonstrar que tratar essa região de forma diferenciada é muito importante para todo o Brasil, não apenas para o Nordeste. Só se diminuem as diferenças se você trata as regiões que são desiguais de forma desigual. Obviamente, falo em maiores investimentos, em prioridades na conclusão das obras que estão abandonadas – e algumas delas inacabadas – na região, com sobrepreços. Vamos reintroduzir o planejamento na gestão pública brasileira. E o foco do nosso governo, não tenham dúvidas, e a cada dia vocês perceberão isso, será o Nordeste. Como fiz em Minas Gerais, que, para muito orgulho nosso, tem um Nordeste em seu território. Gastei três vezes mais per capita no Nordeste mineiro do que nas regiões mais ricas do Estado. E pretendo fazer isso também, se vencer as eleições para presidente da República.

 

Sobre pacote de medidas para indústria a ser anunciado pelo governo.

É o pacote do desespero. Aplaudo qualquer medida que venha ajudar a retomada do crescimento. Mas acho que o setor produtivo brasileiro tem a sensação de que é uma agenda muito mais eleitoral do que uma agenda estruturante. O Brasil precisa de planejamento, não precisa de improviso. O Brasil vai avançar quando nós tivermos um governo que trabalhe mais focado nos anos futuros do que na pauta eleitoral. E isso, infelizmente, o governo da atual presidente já abandonou há muito tempo. É um governo que se movimenta única e exclusivamente pelos indicadores de pesquisa. Mas todas as medidas que venham reanimar a economia e nos permitir sair dessa situação hoje, do pior crescimento em toda a nossa região, são bem vindas. Mas eu acho que confiança é um ativo muito valioso. E quando se perde, é difícil recuperar.

 

Sobre viagem ao Recife.

É a primeira visita que faço ao Nordeste como candidato à Presidência da República, oficializado na convenção de sábado passado, e é natural que eu comece essa caminhada por Pernambuco, em razão da importância desse Estado, e para dizer que nós apresentaremos ao longo dessa campanha um projeto extremamente bem elaborado de investimentos em infraestrutura e obviamente também de ações sociais em toda a região Nordeste brasileira. Eu venho de Minas Gerais, onde fui governador, e nós conseguimos, ao final do governo, ter investido três vezes mais per capita na região Nordeste do nosso Estado – que tem um IDH parecido com o Nordeste brasileiro – do que nas regiões mais ricas. Então vamos apresentar à discussão dos brasileiros uma proposta formulada por nordestinos que permitirá a melhoria do IDH, mais investimentos em educação, em saúde, e com choque de infraestrutura, para que as obras inacabadas e com sobrepreço possam ser concluídas e gerar os benefícios que ainda não têm sido gerados à população de Pernambuco e do Nordeste.

 

Sobre o desempenho do PT no Nordeste nas últimas eleições.

No Nordeste foi sempre onde o PT buscou os melhores resultados nas últimas eleições. Mas aqui já há uma percepção clara do fim de ciclo por que passa esse governo. O governo do PT perdeu a capacidade de transformar, de apresentar uma agenda para o Brasil. Hoje, a prioridade do PT é a manutenção do poder. E aí entramos nesse vale tudo. O Brasil é o país que menos cresce na região, a inflação está, infelizmente, de volta, atormentando a vida do trabalhador, da dona de casa, os indicadores sociais do Brasil nos colocam na lanterna, nos últimos lugares, também na América do Sul. Nossa educação é de péssima qualidade, a omissão do governo federal no tratamento da saúde é enorme. Hoje, se gasta 10% a menos do governo federal em saúde do que se gastava quando o PT assumiu o governo. E, na segurança pública, eu diria que a omissão do governo federal chega a ser criminosa. Apenas 10% do orçamento do Fundo Penitenciário foi investido pelo governo, apenas 35% do Fundo Nacional de Segurança foi investido, o que mostra um descompromisso do governo federal com essa questão, hoje, tão grave por que passa o Brasil e o Nordeste brasileiro, que é a questão da segurança pública. O que nós queremos é estabelecer um governo onde haja ética, decência; onde as empresas públicas não sofram o que estão sofrendo, como acontece com a Petrobras, por exemplo. E onde haja, ao lado disso, a eficiência. Planejamento. Resgatar o planejamento no Brasil, fazer um choque de infraestrutura no Nordeste, com avanços dos indicadores sociais, vai ser a primeira página a estar emoldurando o nosso programa de governo.

 

Como conquistar o eleitor do Nordeste?  

Dizendo a verdade. Mostrando o que está acontecendo com o Brasil. Eu acho que aqui, no Nordeste, há uma percepção clara de que esse governo faliu. O governo da presidente Dilma fracassou. Fracassou na condução da economia, porque vai nos legar como herança, qualquer que seja o próximo Presidente da República, como eu disse, uma das piores equações econômicas de toda a nossa região – baixo crescimento, inflação de volta, perda crescente da nossa credibilidade. Na infraestrutura, o Brasil é um cemitério de obras inacabadas e sobrevalorizadas por todas as partes. As nossas empresas públicas – e a Petrobras é o maior dos símbolos que temos hoje – deixou a agenda econômica e as páginas econômicas do noticiário para frequentar as páginas policiais. Virou um instrumento de arrecadação de recursos para um grupo político. E os indicadores sociais, hoje, no Brasil, pararam de melhorar. Nós estamos voltando a ver o analfabetismo crescer aqui no Brasil. Como disse aqui hoje, na educação, estamos nos piores lugares nos rankings mais importantes, como o PISA, por exemplo. Então é hora de enterrarmos esse ciclo e iniciarmos um outro. É dizendo a verdade, ouvindo as pessoas. Esse é um governo que não tem tido a capacidade de ouvir. É um governo que tem um viés autoritário muito grande. Que fala, entre outras coisas, em cerceamento da liberdade de imprensa. Nós vamos combater isso dizendo a verdade e dizendo ao Brasil que é muito importante que nós possamos colocar fim a isso que está aí. O Brasil não merece o crescimento pífio que está tendo e os desmandos que se transformaram na principal marca desse governo.

 

Sobre amizade com o governador João Lyra.

Eu tenho uma relação pessoal com o governador João Lyra que extrapola as nossas figuras. Uma relação familiar. Fernando Lyra, seu irmão, foi um dos grandes amigos do meu avô Tancredo, um dos grandes construtores de sua candidatura e um amigo pessoal que tive durante toda sua vida e faz hoje enorme falta. O governador João Lyra, governador de Pernambuco, apóia o ex-governador Eduardo Campos, faz isso de forma absolutamente correta e vamos ver o que vai acontecer lá na frente. Agora, não perderei a capacidade de interlocução. Não apenas com aqueles que estão no meu campo político, mas com outras lideranças, como o governador João Lyra, que têm as preocupações que eu tenho em relação ao Brasil. Portanto, fiquei muito feliz de poder estar aqui com ele trazendo o meu abraço. Vamos respeitar a sua posição e vamos deixar que os brasileiros definam de que forma estaremos juntos.

 

Sobre o encontro com o governador de PE.

Foi uma conversa pessoal entre amigos. O governador João Lyra tem seus compromissos. Irá honrá-los todos com o governador Eduardo Campos, mas não podemos deixar de conversar. Conversar sobre o Brasil. E será sim um interlocutor extremamente privilegiado na relação pessoal que temos.

 

Sobre possível candidatura de Daniel Coelho em Pernambuco.

Daniel Coelho é um nome extraordinário, não apenas para Pernambuco, mas para o Brasil. Um dos novos quadros do PSDB que despontam com um futuro extremamente promissor. A decisão sobre as nossas alianças em Pernambuco sempre foram uma decisão tomada de forma compartilhada pela direção estadual do partido e cabe a mim respeitar. Majoritariamente, a direção nacional optou por este alinhamento com o candidato Paulo Câmara. Eu não colocarei o meu projeto presidencial acima dos interesses locais do partido. Vamos respeitar esta decisão. Acredito nas coisas naturais na política e, obviamente, nossos companheiros do PSDB, a começar pelo prefeito Elias, estarão no comando na coordenação da nossa campanha em Pernambuco.

 

Sobre críticas feitas pelo ex-presidente Lula aos candidatos de oposição.

No meu caso específico, meu governo em Minas Gerais. Não há nada mais inovador. Temos, por exemplo, ao contrário do aparelhamento da máquina pública federal, temos todos os servidores do estado de Minas Gerais avaliados por desempenho. Se você alcança uma meta estabelecida no início do ano, você recebe uma remuneração a mais. A conseqüência objetiva disso: Minas Gerais não é o mais rico dos estados brasileiros, tampouco o mais homogêneo dos estados brasileiros, mas tem a melhor educação fundamental do Brasil. Isto se chama meritocracia, chama-se de gestão eficiente. Também não somos o mais rico estado do Sudeste e temos a melhor saúde pública do Sudeste.

Estabelecer relações políticas altivas, transparentes sem permitir que essas negociações se transformem em um mercado, um balcão hoje como acontece com o PT, que para ter alguns segundos a mais de televisão, distribui nacos de poder, ministérios, diretorias de bancos. Isso é o novo. O novo é olhar para o mundo de forma mais generosa.  Olhar para os estados e municípios também buscando compartilhar responsabilidades. O governo do PT vem transformando o Brasil em um estado unitário. O compadrio prevalece nos alinhamentos políticos, na nomeação dos cargos públicos. Aparelharam as nossas essas empresas públicas de uma forma criminosa e quem diz isso é a Polícia Federal. No momento em que identifica uma organização criminosa e cito palavras expressas da Polícia Federal dentro da nossa maior empresa que perdeu metade do seu valor de mercado. Esse alinhamento ideológico atrasado, arcaico que submeteram o Brasil tem nos levado a ter o pior crescimento de toda a nossa região. A forma leniente como enfrentaram a questão da inflação fez com que ela recrudescesse hoje. Isso tudo é o atraso. Hoje não há nada mais atrasado do que a forma do PT de governar. De se apropriar do estado brasileiro como se fosse seu patrimônio.

Nós temos uma visão mais generosa de país. A eficiência do governo é uma premissa para você atender a todos os brasileiros. Não há nada mais perverso do que essa tentativa do PT de dividir o Brasil entre nós e eles. O nós, para eles, são aqueles que bajulam o governo, são aqueles que têm cargos públicos no governo e dizem amém às vontades da presidente da República. Os eles são aqueles que criticam o governo. Que apontam os equívocos, os descalabros, os atos de corrupção, a incapacidade de geracional do governo. O PSDB, se vencer as eleições, vai fazer um governo para todos os brasileiros, um governo inclusivo, porque os brasileiros são generosos e quem destila, hoje, ódio, certamente não somos nós.

Aécio Neves – Entrevista no Recife

O presidente nacional do PSDB e pré-candidato à Presidência da República, senador Aécio Neves, concedeu entrevista nesta quarta-feira (18/06), em Recife (PE). Aécio Neves, ao comentar sobre a viagem, ressaltou que foi a primeira que ele fez como candidato oficializado pelo PSDB.

 

Leia a transcrição da entrevista de Aécio Neves:

Sobre a viagem.

Alguém que tenha a responsabilidade de disputar a Presidência da República tem que ter uma palavra muito clara para o Nordeste, e em especial para Pernambuco. Esta é a primeira viagem que eu faço como candidato oficializado pelo meu partido. E Pernambuco, por toda sua relevância, pelo seu papel histórico no desenvolvimento do país, e hoje tem um papel extremamente relevante no desenvolvimento também do país, mas em especial do Nordeste, merece um capítulo especial nas nossas discussões.

Venho aqui reencontrar os nossos companheiros. Essa, certamente, é apenas uma de muitas visitas que farei ao estado na construção de um projeto de Brasil, um projeto que seja generoso e inclusivo. Nós, mineiros, temos uma noção clara de que você apenas diminui as diferenças entre regiões e entre pessoas tratando de forma diferente aqueles que são diferentes.

Quando concluí meu governo em Minas, depois de oito anos de mandato, havíamos investido três vezes mais per capita nas regiões de menor IDH em relação às regiões mais pobres do estado. Digo isso não apenas em relação a Pernambuco, mas é preciso que apresentemos uma proposta muito clara que está sendo elaborada para o Nordeste brasileiro.

Quero anunciar inclusive de antemão que pretendo estar aqui novamente em Pernambuco e em alguns outros estados do Nordeste ao longo do mês de julho, e no final do mês de julho vamos apresentar ao Brasil um projeto que será chamado de “O Novo Nordeste”, que passa por um choque de infraestrutura na região, um conjunto intercalado de ações, principalmente de infraestrutura, mas também de enorme impacto social.

Fizemos em Minas um programa que chamamos de “Travessia”, aquele que buscava em um só momento compatibilizar e coordenar um conjunto de ações com o objetivo de ampliação e de melhoria do IDH. E com metas. Com metas que, ao longo do tempo, não vou aqui entrar em detalhes porque eu pretendo anunciar isso no momento certo, mas vamos estabelecer no tempo um prazo para que os indicadores de desenvolvimento humano dessa região, do conjunto da região Nordeste brasileira, possam se equiparar ao de outras regiões mais ricas do país.

 

Sobre reintegração de posse promovida pela Polícia Militar ontem (17/06) no Recife.

Acompanhei pela imprensa, mas, obviamente, não cabe a mim entrar em detalhes e nem julgar a ação da PM. Vou fazer uma visita protocolar ao governador como faço em vários estados em que visito. Essa é uma questão que, obviamente, com entendimento, com conversas e com diálogo será resolvido pelas autoridades locais.

Aécio Neves – Trechos de entrevista em Salvador

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista, nesta segunda-feira (12/05), em Salvador (BA), onde recebeu o título de Cidadão Soteropolitano pela Câmara Municipal.

 

Leia trechos da entrevista do senador:

Sobre notícia de utilização de recursos do fundo partidário para pagamento de advogados dos condenados no Mensalão.

A princípio, nos parece algo ilegal, que não atende ao que especifica a legislação partidária sobre os destinos do fundo partidário. Cabe, se confirmado isso, a justiça se manifestar, em especial a justiça eleitoral. O departamento jurídico do PSDB está acompanhando isso em Brasília, não estive lá hoje ainda, mas acho que, de alguma forma, é mais uma demonstração do pouco compromisso que alguns partidos políticos têm com respeito à legislação. Aliás, no PT, isso tem sido uma praxe. A utilização de convocação de cadeia de rádio e televisão para objetivos partidários, essa dificuldade permanente em discernir, separar, o que é público daquilo que é privado e partidário tem sido uma marca dessa administração. Vamos aguardar que o nosso departamento jurídico analise se há alguma medida possível de ser tomada.

 

Sobre crescimento em pesquisas de intenção de voto.

É claro que quando você cresce nas pesquisas você acha melhor do quando você cai. Mas o que para mim é mais relevante nesse momento é o sentimento de mudança que aumenta a cada pesquisa. Mais de 70%, nessa última, 74% da população, diz que quer mudanças, e mudanças profundas. Quem tiver a capacidade de encarnar, de expressar esse sentimento de mudança de forma mais adequada, tem uma enorme chance de vencer as eleições. Esse é o nosso desafio. O que o PSDB e os nossos aliados temos feito é apresentar ao Brasil um projeto alternativo a esse que está aí. Onde haja ética na condução dos recursos públicos, onde haja planejamento e, portanto, eficiência nas ações de governo. Cada vez mais que os candidatos de oposição vierem se expondo e sendo conhecidos pela sociedade, acho que a tendência é de crescimento. Tenho cada vez mais convencimento de que teremos o segundo turno nessas eleições e que o PSDB estará no segundo turno, o que é muito bom para o Brasil.

 

Sobre os erros do governo federal.

Acho que é o conjunto da obra. Eles falharam na economia, porque nos legarão um crescimento pífio, o menor entre todos os países da América do Sul na última década, com inflação alta voltando a crescer e uma perda crescente da credibilidade do Brasil, o que afeta investimentos e, obviamente geração, de renda e emprego no Brasil. Falharam na gestão do país. O Brasil é um cemitério de obras inacabadas, os mesmos desafios de 10 anos atrás são os desafios de hoje, obras com sobrepreço por todo lado e com inúmeras denúncias de desvios.

Por outro lado, no campo social, que foi sempre uma grande bandeira desse governo, também fracassaram. Recentemente uma enquete internacional, uma avaliação internacional entre 77 países, coloca o Brasil 75° lugar em qualidade de educação. Portanto, no final da fila. Na saúde, a omissão do governo federal é crescente e a saúde é cada vez uma tragédia maior na vida dos brasileiros mais pobres.

O governo do PT vem diminuindo a sua participação ano a ano no conjunto do financiamento da saúde pública do Brasil. Eram 54% quando o PT assumiu, hoje são 45%. É uma responsabilidade também do governo federal a calamidade da saúde pública. E na segurança nem se fala. Aí a omissão do governo federal é criminosa, porque o governo federal tem a responsabilidade de cuidar das nossas fronteiras, de coibir o tráfico de armas e o tráfico de drogas, e a participação da União é de apenas 13%. 87% de tudo que se gasta em segurança pública são de estados e municípios.

Então, o conjunto da obra, permeado por um baixíssimo padrão ético, a meu ver, é o que tem feito com que haja um cansaço crescente na sociedade brasileira em relação a tudo isso que está aí.

Mas, para nós, não é suficiente que apenas haja esse cansaço em relação ao final de ciclo, que percebemos claramente em relação a esse governo. É preciso que nós nos apresentemos como aqueles que têm condições de resgatar as conquistas que nos trouxeram até aqui, entre elas a estabilidade da moeda, com tolerância zero com a inflação, e construir uma agenda. Uma agenda de parceiras com o setor privado, uma agenda que permita uma reintrodução das empresas brasileiras nas cadeiras globais, uma aproximação com países que tenham contrapartida a dar ao Brasil, e não esse alinhamento ideológico que poucos benefícios tem trazido ao Brasil. Então, é necessário o início de um novo ciclo e acho que o PSDB e os nossos aliados temos todas as condições, pela nossa experiência, pelo que representamos, de sermos essa mudança segura que o Brasil espera e que o Brasil almeja.

 

Sobre o ex-governador Eduardo Campos também ter cumprido agenda na Bahia nesta segunda-feira.

É a força da Bahia, não é? Todos os candidatos têm que vir à Bahia muitas vezes. Eu estarei na Bahia inúmeras vezes, para construir o nosso projeto de governo e, obviamente, discutirmos com a população do quarto maior colégio eleitoral do Brasil propostas para o futuro. Os outros candidatos têm que fazer o mesmo e é bom que o façam. Na verdade, temos um propósito, que é substituir o atual governo que aí está. E nada vai nos tirar dessa direção. Vamos continuar respeitando as outras candidaturas, elas são importantes. Até porque o PSDB, ao contrário do PT, desde o início estimulou que outras candidaturas pudessem estar no jogo político. Isso oxigena o debate. Acho isso tudo muito positivo. Quem está em uma disputa como esta não tem de temer adversários, tem de respeitá-los e acreditar nas suas (próprias) propostas. Cada vez mais acredito na possibilidade de irmos para o segundo turno e vencermos as eleições.

 

Baianeiro

Baianeiro é uma mistura de baiano com mineiro. É um sujeito de bem com a vida, trabalhador. Meu pai era baianeiro, gostava muito de ser chamado de baianeiro. Ele é de Teófilo Otoni, de uma região muito próxima à fronteira com a Bahia. Acho que o baianeiro é uma expressão muito bem acabada do que é o brasileiro. Nunca buscaram hegemonia, nem o baiano, nem o mineiro. A hegemonia do que quer que fosse, sempre foram brasileiros na essência maior do que isso representa. Sempre atuaram nos momentos decisivos para que o Brasil se fortalecesse, fosse na independência, a partir dos movimentos de insurreição que ocorreram em Minas e na Bahia, e, agora, na construção da democracia. Em alguns momentos importantes da história a Bahia e Minas estiveram juntos. E vejo com muita alegria a possibilidade de estarmos juntos de novo querendo sempre o bem do Brasil, não apenas dos baianos e dos mineiros.