A favor do Brasil

Aécio Neves – Folha de S. Paulo – 29/02/2016

Temos um embate muito claro no Brasil de hoje. De um lado, ideias ultrapassadas que insistem em um modelo que privilegia o Estado centralizador, demoniza o capital privado, subestima os fundamentos econômicos e dispõe da máquina pública para servir a um projeto de poder. O resultado é o país imerso em escândalos e com a economia em frangalhos.
De outro lado – e estamos falando da grande maioria dos brasileiros – estão os que acreditam na urgência de se promover mudanças capazes de resgatar o país e recolocá-lo em uma rota de crescimento e credibilidade.
Ciente de suas responsabilidades neste momento delicado, a oposição tem dado provas concretas de que fará o que for possível em favor do Brasil.
Duas vertentes têm nos mobilizado: a primeira passa por manter o apoio claro e decidido à operação Lava Jato, assim como às investigações que se dão no âmbito do Tribunal Superior Eleitoral e por fortalecer a crítica aos descaminhos desse governo.
A segunda é o esforço para, mesmo sendo minoritários nas duas Casas do Congresso Nacional, garantir a aprovação de iniciativas que possam sinalizar o início de um novo momento no país. Alguns projetos em tramitação ilustram bem este movimento. A mudança na lei do petróleo, proposta pelo senador José Serra, é um bom exemplo. A iniciativa é tão significativa que a Firjan já calcula que a nova regra, ao destravar os processos licitatórios e estimular a cadeia de fornecedores da indústria, pode trazer US$ 420 bilhões em investimentos até 2030.
Também é urgente enfrentar o loteamento político no Estado e a ineficiência dos serviços públicos, que tanto prejudicam os brasileiros
O projeto de lei 555, de autoria do senador Tasso Jereissati, estabelece normas de governança corporativa para as empresas públicas e torna a gestão mais transparente. Já o projeto do senador Paulo Bauer combate o aparelhamento político dos fundos de pensão das estatais, que, sob o comando de sindicalistas ligados ao PT, estão hoje com um rombo bilionário, ameaçando o futuro dos beneficiários. Outra proposta pronta para ser votada é a que apresentei e que limita o número e garante critérios de meritocracia para o preenchimento dos cargos comissionados, hoje em grande parte ocupados pelos “companheiros”.
Essas iniciativas, dentre outras, não vão por si só nos tirar do abismo econômico em que as administrações petistas nos lançaram, mas servem de alento em um país que se especializou em medidas equivocadas.
A verdade é que o Brasil não aceita mais este padrão de governo, incompetente na administração, conivente com a corrupção, incapaz de prover os cidadãos de serviços mínimos de qualidade em qualquer área.

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Aécio Neves: “Está na hora da presidente da República devolver limpo o macacão da Petrobras”

A inaptidão do governo federal na gestão do patrimônio da maior empresa brasileira, a Petrobras, foi alvo de críticas do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, durante entrevista coletiva na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), nesta segunda-feira (14/04). O senador rebateu acusações feitas pela presidente da República, Dilma Rousseff, de que a oposição fazia “campanha negativa” contra a estatal.

“Quem está ferindo, está sujando a imagem da Petrobras, é o aparelhamento que o PT estabeleceu já há vários anos na empresa. A partir desse aparelhamento absurdo, estamos vendo todo tipo de irresponsabilidades. O caminho correto, nesse instante, seria a presidente da República pedir desculpas aos brasileiros, aos servidores da Petrobras, que construíram durante 60 anos essa extraordinária empresa. Desculpas em especial aos trabalhadores que colocaram ali recursos do seu Fundo de Garantia. Quem, em 2009, colocou R$ 100 na Petrobras, hoje tem R$ 35. Perdeu, portanto, 65% daquele investimento. Acho que está na hora da presidente da República devolver limpo o macacão da Petrobras”, disse Aécio.

 

Investigações

Aécio Neves condenou a tentativa do PT e de partidos da base aliada de diminuir a relevância e o alcance das investigações que seriam promovidas por Comissão Parlamentar Mista de Inquérito acerca de negócios nebulosos da Petrobras. O senador discordou do fato de a presidente Dilma considerar “irrelevante” uma empresa do porte da Petrobras ter um diretor atualmente preso e uma governança que permita a aquisição de um ativo que valia US$ 45 milhões por US$ 1,2 bilhão, caso da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

“Por isso que defendemos e vamos continuar defendendo a Petrobras. E isso não é pouco. A Petrobras é um patrimônio dos brasileiros. Queremos reestatizar a Petrobras, tirá-la das garras de um grupo político e entregá-la aos interesses da sociedade brasileira. A Petrobras é um instrumento vital, fundamental ao crescimento da economia brasileira, mas foi submetida a instrumento de política econômica para controlar a inflação. A empresa está descapitalizada e, infelizmente, tentam desmoralizá-la. O que a oposição quer é impedir que ela continue sendo conduzida da forma que vem sendo até aqui”, afirmou.

Após entrevista coletiva, Aécio Neves se reuniu e discutiu a situação econômica do país com empresários da capital carioca. O senador realizou palestra no âmbito do “Visões de Futuro”, evento de debates com propostas para o Rio de Janeiro e para o Brasil.

 

Economia

Aécio Neves defendeu o rigor no combate à inflação e a diminuição da carga tributária, com uma política fiscal transparente.

“Precisamos vencer etapas. Entre elas, adequar os gastos públicos, os gastos correntes ao limite do crescimento do PIB. Não fechará jamais uma equação em que os gastos correntes crescem mais do que cresce a própria economia. Isso é um pressuposto para que possamos abrir um espaço fiscal que leve, inclusive, a médio prazo, ao início da redução horizontal da carga tributária. No momento em que tivermos uma política fiscal transparente e focarmos objetivamente no centro da meta, acho que criamos um ambiente adequado para a retomada de investimentos e, aí sim, para estabilidade necessária à retomada desse crescimento”, disse Aécio Neves.