Aécio Neves considera insustentáveis as explicações dadas pela defesa dos marqueteiros do PT

Em entrevista à Rádio Jovem Pan FM de São Paulo, nesta manhã, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves afirmou que são insustentáveis as explicações da defesa dos marqueteiros do PT para os US$ 7,5 milhões recebidos no exterior de empresas envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras investigado pela Operação Lava Jato.

“Um operador da Petrobras, esse senhor Zwi (Skornicki), que fazia exclusivamente a distribuição do dinheiro da propina de uma das empresas beneficiadas pela Petrobras, fazia esse dinheiro chegar a diretores da Petrobras já muito conhecidos de todos nós, gerentes da Petrobras. Fez chegar também, durante o período eleitoral, e esse é um fato que merece destaque muito grande, ao marqueteiro da campanha. Hoje, os jornais dão notícia de um depoimento da esposa do marqueteiro relacionando esses recursos a contas no exterior a serviços prestados no exterior, o que me parece não se sustentará”, afirmou.

João Santana, e sua esposa, Mônica Moura, que é sócia do marido e também trabalhou em campanhas presidenciais do PT, incluindo a da presidente Dilma Rousseff em 2014, foram presos acusados de receber US$ 7,5 milhões no exterior pagos por empresas envolvidas no pagamento de propinas ao partido.

Aécio Neves reforçou que o PSDB trabalha para que os documentos relacionados à prisão dos marqueteiros sejam anexados à ação movida pelo partido contra a chapa Dilma/Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em razão dos suspeitos indícios de uso de caixa 2 na campanha.

“Desde o início da operação Lava Jato, estamos vendo uma sucessão de indícios muitos fortes que comprometem, obviamente, o governo como um todo, mas, de forma especial, a última campanha presidencial, seja através de delações ou mesmo de depoimentos que não são delações. Mas o que ocorreu essa semana, na minha avaliação, foi o fato mais grave até aqui. Pela primeira vez temos provas documentais que vinculam a campanha da presidente Dilma à corrupção na Petrobras”, afirmou.


Manifestações do dia 13

Aécio Neves também falou sobre o apoio dos partidos de oposição às manifestações contra o governo programadas para o dia 13 de março. Na última terça-feira, PSDB, PPS, DEM, PV e Solidariedade lançaram nota convocando a sociedade a comparecer nos protestos.

“Meu velho avô Tancredo costumava dizer que a única coisa que faz tremer as estruturas do parlamento é o povo na rua. O Congresso se moverá. Há um sentimento crescente hoje na sociedade brasileira de que a continuidade da presidente Dilma no governo não é ruim para a oposição, é ruim para o país”, disse.

O senador acredita que o Brasil não conseguirá virar a página e superar a crise econômica enquanto a presidente Dilma Rousseff governar o país.

“Há na sociedade um sentimento em relação à insustentabilidade da presidente da República, inclusive de aliados, gente fora da política, que compreende que o Brasil não vai virar essa página, o Brasil não vai retomar minimamente um clima adequado ou propício ao crescimento enquanto ela tiver governando o Brasil”, afirmou Aécio Neves.

Ouça aqui a entrevista do senador.

Aécio Neves considera insustentáveis as explicações dadas pela defesa dos marqueteiros do PT

Em entrevista à Rádio Jovem Pan FM de São Paulo, nesta manhã, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves afirmou que são insustentáveis as explicações da defesa dos marqueteiros do PT para os US$ 7,5 milhões recebidos no exterior de empresas envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras investigado pela Operação Lava Jato.

“Um operador da Petrobras, esse senhor Zwi (Skornicki), que fazia exclusivamente a distribuição do dinheiro da propina de uma das empresas beneficiadas pela Petrobras, fazia esse dinheiro chegar a diretores da Petrobras já muito conhecidos de todos nós, gerentes da Petrobras. Fez chegar também, durante o período eleitoral, e esse é um fato que merece destaque muito grande, ao marqueteiro da campanha. Hoje, os jornais dão notícia de um depoimento da esposa do marqueteiro relacionando esses recursos a contas no exterior a serviços prestados no exterior, o que me parece não se sustentará”, afirmou.

João Santana, e sua esposa, Mônica Moura, que é sócia do marido e também trabalhou em campanhas presidenciais do PT, incluindo a da presidente Dilma Rousseff em 2014, foram presos acusados de receber US$ 7,5 milhões no exterior pagos por empresas envolvidas no pagamento de propinas ao partido.

Aécio Neves reforçou que o PSDB trabalha para que os documentos relacionados à prisão dos marqueteiros sejam anexados à ação movida pelo partido contra a chapa Dilma/Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em razão dos suspeitos indícios de uso de caixa 2 na campanha.

“Desde o início da operação Lava Jato, estamos vendo uma sucessão de indícios muitos fortes que comprometem, obviamente, o governo como um todo, mas, de forma especial, a última campanha presidencial, seja através de delações ou mesmo de depoimentos que não são delações. Mas o que ocorreu essa semana, na minha avaliação, foi o fato mais grave até aqui. Pela primeira vez temos provas documentais que vinculam a campanha da presidente Dilma à corrupção na Petrobras”, afirmou.


Manifestações do dia 13

Aécio Neves também falou sobre o apoio dos partidos de oposição às manifestações contra o governo programadas para o dia 13 de março. Na última terça-feira, PSDB, PPS, DEM, PV e Solidariedade lançaram nota convocando a sociedade a comparecer nos protestos.

“Meu velho avô Tancredo costumava dizer que a única coisa que faz tremer as estruturas do parlamento é o povo na rua. O Congresso se moverá. Há um sentimento crescente hoje na sociedade brasileira de que a continuidade da presidente Dilma no governo não é ruim para a oposição, é ruim para o país”, disse.

O senador acredita que o Brasil não conseguirá virar a página e superar a crise econômica enquanto a presidente Dilma Rousseff governar o país.

“Há na sociedade um sentimento em relação à insustentabilidade da presidente da República, inclusive de aliados, gente fora da política, que compreende que o Brasil não vai virar essa página, o Brasil não vai retomar minimamente um clima adequado ou propício ao crescimento enquanto ela tiver governando o Brasil”, afirmou Aécio Neves.

Aécio Neves – Entrevista coletiva sobre os projetos do PSDB

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, nesta quinta-feira (25/02), em Brasília. Aécio falou sobre mudanças nas regras do pré-sal, Petrobras, PEC cargos comissionados, projeto que altera Fundos de Pensão, impeachment presidente Dilma e PMDB.

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre o projeto aprovado ontem que altera regras da exploração do pré-sal. Apesar das mudanças acordadas com o governo, o PT se posicionou contra. O sr. concorda?

O que assistimos ontem foi absolutamente inédito e mostra a ausência de governo pela qual passa o país. Nós assistimos o líder do governo orientando a bancada do PT, o partido do governo e da presidente da República, a votar contra o governo! É algo absolutamente inusitado.

Estou no Parlamento há muitos anos e não tinha visto uma cena como essa. Numa matéria que é de importância enorme para o Brasil, para o próprio Rio de Janeiro. O que fizemos ontem não foi sequer entrar na discussão do modelo de partilha, no modelo de concessão, qual seria o mais adequado, por mais eu considere que o modelo de concessões seria o mais adequado. O que fizemos ontem, isso diz muito a respeito também ao Rio de Janeiro, foi tirar da Petrobras a obrigatoriedade de ser ela operadora única e participar com pelo menos 30% da exploração de todas as áreas.

A Petrobras, por obra e graça do PT e deste governo, é a empresa não financeira mais endividada do mundo. A Petrobras tem uma dívida de R$ 500 bilhões. A Petrobras apresentou um projeto de desinvestimento, que poderíamos sem esforço chamar de privatização, de mais de US$ 50 bilhões, representa mais do que o conjunto de todas as privatizações do setor de telecomunicações do governo do presidente Fernando Henrique e fazem isso, não por uma visão estratégica, poderia até ser justificável em determinados setores, mas pela necessidade de caixa para diminuir seu endividamento.

Se não se aprova essa proposta, os leilões de novas áreas estarão sempre condicionadas à capacidade de caixa da empresa, o que não é lógico, não é racional. E a própria indústria do petróleo, que depende de investimentos da Petrobras, está sendo esfacelada, cidades que vivem, que tem no petróleo sua base econômica mais sólida, estão virando, em grande parte delas, cidades abandonadas, desassistidas. Este setor será o maior beneficiário da vinda de novos capitais, de capitais estrangeiros para participar da exploração de áreas do pré-sal.

A Petrobras não perde a prerrogativa. Ela é quem vai definir o que ela quer. Se ela quiser participar de determinada área por julgar estratégica, com 100%, ela poderá fazer. O que nós fizemos, em síntese, para terminar, foi tirar dela o ônus de participar obrigatoriamente de todas as áreas, de ser operadora de todas as áreas, dando a ela o bônus da escolha daquilo que é estratégico. Uma medida extremamente correta, que lamentavelmente o PT, com a sua visão arcaica, atrasada do Brasil, do papel do Estado, ainda não compreendeu.


Está na pauta a PEC do senhor que trata dos cargos comissionados. Haverá resistência por parte do governo?

A minha ideia é colocá-la na pauta logo após a votação do projeto das estatais, do senador Tasso. E essa proposta restabelece a meritocracia na ocupação desses cargos em comissão. Você sabe que tudo que o governo disse que ia fazer, não fez. O governo está tão fragilizado que sequer cortar os cargos comissionados, ou dar a eles um viés mais qualificado, com critérios para sua ocupação, o governo conseguiu fazer. A presidente anunciou que ia cortar o seu salário – um gesto de sinalização de uma nova postura do novo governo – e sequer isso ela conseguiu fazer. Esse nosso projeto estabelece critérios para a ocupação desses cargos. As pessoas têm que ter conhecimento específico na área onde vão atuar, e não basta apenas ter a carteirinha de filiação partidária.

Eu pretendo também nas próximas duas semanas colocar em votação no plenário um projeto que eu relato que estabelece uma nova governança nos fundos de pensão, que foram ocupados, aparelhados e assaltados por este governo. Nós estamos profissionalizando os fundos de pensão, trazendo as mais modernas práticas que ocorrem no mundo, especialmente na Holanda, que está mais avançada nisso, com transparência, com qualidade dos gestores. Portanto, o Brasil precisa virar esta página terrível, perversa, de governo que o PT representa para que outros avanços, como esses a que me referi, possam fazer parte da vida cotidiana dos brasileiros.


Seria o fim do apadrinhamento político?

O absoluto fim do apadrinhamento político. Os fundos de pensão têm servido à companheirada, a negócios escusos. Todos eles, sem exceção, estão com déficits bilionários. Isso significa que são os contribuintes desses fundos que vão ter de arcar com os prejuízos causados por gestões temerárias, feitas por pessoas sem qualquer qualificação, apadrinhados em especial pelo PT.

Pelo projeto não poderá haver qualquer nomeação, seja para conselho desses fundos ou para direção dos fundos, pessoas que tenham vinculação partidária. Não poderá haver nomeação de pessoas que tenham qualquer tipo de interesse em relação à controladora. As pessoas têm de passar por um processo de certificação externa. Empresas independentes serão contratadas para identificar os melhores perfis daquelas pessoas que vão ocupar os cargos nesses conselhos que definem investimentos extremamente vultuosos. Os fundos de pensão bem geridos são instrumentos essenciais ao desenvolvimento de qualquer país. No Brasil virou instrumento para que a companheirada fizesse a farra como a CPI dos Fundos de Pensão na Câmara dos Deputados está mostrando a todo o país.


O partido tende a uma reaproximação com o PMDB agora que o debate do impeachment está reaquecendo?

Como diria os meus conterrâneos de Minas Gerais, o PSDB é como Minas: está onde sempre esteve, fazendo oposição a este governo com a sensação cada vez maior de que a atual presidente da República não tem mais as condições mínimas de liderar o processo de retomada do crescimento no país. As alternativas estão aí colocadas. O PSDB não as escolhe até porque não temos número para isso. Não temos a prerrogativa de definir se será pelo impeachment, será pela cassação no TSE ou pela renúncia da presidente. Mas a sensação, que não é apenas minha, como presidente do partido, é da sociedade brasileira, dos agentes produtivos, dos cidadãos, que estão vendo o desemprego avançar em todas as áreas. Este governo perdeu aquilo que é essencial para que o Brasil vire esta página: confiança, credibilidade. Vejam o que aconteceu na Argentina. Sem nenhuma medida estrutural ter sido aprovada, o ambiente já mudou. Por que? Por que o governo sinaliza de forma clara aquilo que pretende fazer. E esse governo não tem mais a confiança da população, a credibilidade necessária, para fazer a guinada que o Brasil precisa. Se setores do PMDB ou de outras forças políticas se somarem a esse esforço da oposição, não sei se isso vai ocorrer, tanto melhor para o Brasil.

Aécio defende projeto de lei de Serra sobre pré-sal

“Esse é um projeto em favor do Brasil, em especial da Petrobras e, mais em especial ainda, de todas as empresas e daqueles que vivem e trabalham nessas empresas ligadas ao setor”, afirmou o senador Aécio Neves em pronunciamento na noite desta quarta-feira (24/02), em apoio ao projeto de lei 131, do senador José Serra que, aprovado, flexibilizará as regras da exploração do pré-sal, mantendo todas as garantias hoje asseguradas à Petrobras.

Aécio destacou em seu pronunciamento que o projeto mantém todas as garantias atuais à Petrobras e não alterará a atuação da empresa na administração da extração do pré-sal. Ao contrário, permitirá recuperação da empresa hoje em dificuldades financeiras em razão da má gestão do governo nos últimos anos e aos desvios de recursos sob investigação no país na Operação Lava Jato.

“A questão essencial que a meu ver traz luzes a esta discussão, aprovada a proposta do Senador José Serra, a Petrobras continua podendo participar de qualquer leilão do pré-sal no modelo de partilha, comprando qualquer percentual do campo, como também ser a operadora. Ninguém retira da Petrobras essa prerrogativa. O que esse projeto faz? Retira da Petrobras o ônus de ter a obrigatoriedade de ter a participação de 30% e ser a operadora exclusiva desses campos quando achar que isso não é necessário. Na verdade, esse projeto retira da Petrobras esse ônus e dá a ela o bônus da escolha”.

“Hoje, o Senado da República tem uma possibilidade histórica de corrigir erros crassos, erros gravíssimos deste governo, em benefício da Petrobras, daqueles que construíram essa extraordinária empresa, orgulho de todos os brasileiros, daqueles que trabalham no setor. Mas, principalmente, é hora de o Senado da República dizer um “sim” ao Brasil e uma virada de página definitiva no atraso, na irresponsabilidade”, afirmou o senador.

Confira o pronunciamento do senador Aécio Neves:

Não podia deixar de trazer aqui uma pequena contribuição a esse debate de consequências tão relevantes para a vida do País, pois o que se discute aqui, não se restringe apenas à Empresa Brasileira de Petróleo. O que nós estamos decidindo aqui – é a oportunidade que nos dá o Senador José Serra com seu projeto de lei – é como vamos contribuir, no momento em que o Brasil vive, talvez, a mais aguda crise econômica da nossa história contemporânea; de que forma o Congresso Nacional e o Senado da República, em especial, podem contribuir para, minimamente, retomar o aquecimento de alguns setores da economia brasileira.

Eu ouço, permanentemente, cobranças a esta Casa. O tom crítico das oposições é prerrogativa de quem perde as eleições. Fiscalizar, cobrar, denunciar, temos feito cotidianamente, mas as proposições que temos apresentado nesta Casa e que, infelizmente, a nossa condição de minoria, na maioria das vezes, não nos permite aprovar, têm sido imensamente questionadas por setores importantes da sociedade brasileira.

Este é um episódio, este é um momento em que esse projeto chega à deliberação desta Casa, em que a oposição se afirma de forma absolutamente clara, com uma proposta em benefício do País. Eu, que aguardei esse debate ao longo de todas essas últimas semanas e mesmo meses, cheguei a achar, sinceramente, que essa poderia ser uma contribuição do coletivo desta Casa, do conjunto das forças políticas do Senado Federal, dada a transparência, dada a forma cristalina como essa proposta e seus benefícios se apresentam.

Não consigo compreender que, num momento trágico por que passa o País, a visão ideológica, arcaica, atrasada de setores da política brasileira impeçam o Brasil de minimamente sinalizar com algo que seja positivo, que permita inclusive a recuperação de empresas nacionais do setor.

A proposta apresentada pelo senador Serra não deveria ter sequer questionamentos maiores nesta Casa, porque, na verdade, ela não entra inclusive na questão central que nós discutimos na campanha eleitoral, quando eu defendi que o modelo de concessões implementado no governo do Presidente Fernando Henrique pudesse ser recuperado. Foi o momento melhor pelo qual a indústria petroleira passou.

Quando se introduziu o modelo de partilha no Brasil – e aqui eu volto um pouco no tempo, para lembrar de 2007 até o ano de 2013, quando foi feito o primeiro leilão já no sistema de partilha, cerca de US$ 300 bilhões foram movimentados, investidos pelo setor de petróleo ao redor do mundo. E, naquele período em que esses US$300 bilhões foram alocados em várias partes do mundo, quanto veio para o Brasil? Nada. Zero! E em uma época em que o preço do barril circulava os US$100. Perdemos uma oportunidade histórica.

Volto apenas a esse rápido passeio na história para pedir aos Senadores esta reflexão: não podemos perder, neste momento, uma outra oportunidade como essa, que nos dá o projeto do Senador José Serra. Não vamos entrar na questão estrutural. Não estamos sequer revendo o modelo de partilha, que permanece. É mantido, inclusive, o art. 12 da Lei nº 12.351, que permite à União – vejam bem – entregar campos do pré-sal à Petrobras sem licitação. A prerrogativa continua sendo da União, se considerar determinadas áreas estratégicas.

É mantida a PPSA, empresa criada exclusivamente para gerir o modelo de partilha, como membro de todos os consórcios vencedores do pré-sal. É mantida a ANP. É preciso que nós desmistifiquemos um pouco algumas questões que aqui estão sendo colocadas. É a mesma ANP de hoje a responsável pela regulação e fiscalização desses campos.

E a Petrobras, a questão essencial que a meu ver traz luzes a esta discussão, aprovada a proposta do Senador José Serra, a Petrobras continua podendo participar de qualquer leilão do pré-sal no modelo de partilha, comprando qualquer percentual do campo, como também ser a operadora. Ninguém retira da Petrobras essa prerrogativa. O que esse projeto faz? Retira da Petrobras o ônus de ter a obrigatoriedade de ter a participação de 30% e ser a operadora exclusiva desses campos quando achar que isso não é necessário.

Na verdade, esse projeto retira da Petrobras esse ônus e dá a ela o bônus da escolha.

Esse é um projeto em favor do Brasil, em especial da Petrobras e, mais em especial ainda, de todas as empresas e daqueles que vivem e trabalham nessas empresas ligadas ao setor.

Quem acompanha o que vem acontecendo no setor do petróleo, ao redor do Brasil, com a Bahia, agora, parando a sua produção, com o Rio de Janeiro e várias cidades que vivem ou viveram, durante longas décadas, estimulados pela produção, pela indústria do petróleo, estão vendo essa indústria sucateada, essa é a realidade, e, se nada for feito, esse sucateamento será ainda maior.

Aqui já foi dito, já foi repetido, inúmeras vezes, depoimentos sobre o endividamento da Petrobras: R$500 bilhões. A Petrobras é, hoje, a mais endividada de todas as empresas não financeiras do mundo. A Petrobras capta hoje, no mercado, recursos, pagando juros – este é um dado de hoje, em torno de 10% – vamos falar de outras duas, pelo menos, algumas outras grandes empresas –, enquanto a Shell, a Exon, que, em última instância, são concorrentes também da Petrobras, captam recursos a 2, 3%. Por que isso? Pelo risco, pela ausência de credibilidade dessa empresa sucateada nestes últimos anos e que tomou decisões absolutamente equivocadas ao longo deste último período de Governo.

A Petrobras apresenta hoje um conjunto de proposta de desinvestimento, portanto, de vendas de ativos que ultrapassam os US$50 bilhões. Este Governo, que diz defender a Petrobras, coloca no mercado um conjunto de ativos à venda na Bacia das Almas, não por uma visão estratégica, não para introduzir ou incorporar parceiros que agreguem tecnologia ou uma nova visão de mercado, que seria até correto e deveria ser discutido, mas única e exclusivamente para diminuir o seu endividamento. A Petrobras tem um projeto de desinvestimento de venda de ativos até o ano de 2018 de mais de US$50 bilhões.

Isso é muito mais do que a privatização de todo o setor de telecomunicações feita no governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso – apenas para que tenhamos a dimensão daquilo que está acontecendo com a empresa hoje. Na verdade, teremos que tomar uma decisão, e felizmente, aí, cumprimento, inclusive, aqueles Parlamentares que defendem o modelo atual, de estarem permitindo que este debate flua de forma democrática e adequada, para que, aqui, haja uma decisão.

Quero chamar atenção para algo que tem sido usado como um argumento em favor da manutenção do sistema atual, que é o de que temos que privilegiar as empresas nacionais, temos que garantir que as empresas ligadas ao setor possam continuar trabalhando, pois é exatamente o contrário o que está acontecendo.

O que vai permitir o enriquecimento da cadeia do petróleo é a possibilidade de que novos leilões possam ser feitos e que outros parceiros venham aqui, a partir da conveniência, da visão estratégica da empresa, a contribuir para o enriquecimento do setor.

Há um dado que não vi aqui nos debates dos quais participei e que merece, também, uma reflexão dos senhores, neste instante. Apenas do ano de 2011, até o ano de 2014, até o ano passado, as perdas da Petrobras com a defasagem dos preços de gasolina e óleo diesel…E quantas vezes, falamos da necessidade de tirarmos a tampa dessa panela de pressão que sufocava a empresa. Apenas com a defasagem dos preços, de 2011 a 2014, as perdas chegaram a R$ 60 bilhões. Além disso, tivemos um prejuízo de mais de R$80 bilhões de sobrepreço na construção daquelas famosas refinarias… Estou falando aqui, por baixo, de R$ 140 bilhões de perdas, de responsabilidade da atual administração do país e da Petrobras. Isso, na verdade, é 20% do endividamento da empresa. A irresponsabilidade, a inconsequência das decisões, a visão ideológica arcaica e o oportunismo eleitoral é que levaram a Petrobras a essa situação de quase insolvência.

Aprovada essa proposta, não haverá obrigatoriedade de transferir a outras empresas, de outras partes do país, sem que a Petrobras ache conveniente, absolutamente nenhuma exploração, nenhuma área. Mas repito, para encerrar, que essa expressão sintetiza aquilo que propõe, de modo adequado, com apoio integral do PSDB, que tem parceiros e formuladores extremamente qualificados, que nos ajudam a compreender em profundidade essa questão. Na verdade, esse projeto simplesmente retira da Petrobras um ônus com o qual ela não tem mais condições de atender e dá a ela o bônus da escolha. A lógica dos investimentos da Petrobras não pode ser orientada pelo seu caixa, pelas suas dificuldades financeiras, tem de ser orientada pelo mercado, por aquilo que estrategicamente seja adequado ou não. Se o preço agora do petróleo, do barril, é mais baixo, que se discuta um momento mais adequado para determinados investimentos.

Mas, hoje, o Senado da República tem uma possibilidade histórica de corrigir erros crassos, erros gravíssimos deste governo, em benefício da Petrobras, daqueles que construíram essa extraordinária empresa, orgulho de todos os brasileiros, daqueles que trabalham no setor. Mas, principalmente, é hora de o Senado da República dizer um “sim” ao Brasil e uma virada de página definitiva no atraso, na irresponsabilidade.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Aécio defende projeto de lei de Serra sobre pré-sal

“Esse é um projeto em favor do Brasil, em especial da Petrobras e, mais em especial ainda, de todas as empresas e daqueles que vivem e trabalham nessas empresas ligadas ao setor”, afirmou o senador Aécio Neves em pronunciamento na noite desta quarta-feira (24/02), em apoio ao projeto de lei 131, do senador José Serra que, aprovado, flexibilizará as regras da exploração do pré-sal, mantendo todas as garantias hoje asseguradas à Petrobras.

Aécio destacou em seu pronunciamento que o projeto mantém todas as garantias atuais à Petrobras e não alterará a atuação da empresa na administração da extração do pré-sal. Ao contrário, permitirá recuperação da empresa hoje em dificuldades financeiras em razão da má gestão do governo nos últimos anos e aos desvios de recursos sob investigação no país na Operação Lava Jato.

“A questão essencial que a meu ver traz luzes a esta discussão, aprovada a proposta do Senador José Serra, a Petrobras continua podendo participar de qualquer leilão do pré-sal no modelo de partilha, comprando qualquer percentual do campo, como também ser a operadora. Ninguém retira da Petrobras essa prerrogativa. O que esse projeto faz? Retira da Petrobras o ônus de ter a obrigatoriedade de ter a participação de 30% e ser a operadora exclusiva desses campos quando achar que isso não é necessário. Na verdade, esse projeto retira da Petrobras esse ônus e dá a ela o bônus da escolha”.

“Hoje, o Senado da República tem uma possibilidade histórica de corrigir erros crassos, erros gravíssimos deste governo, em benefício da Petrobras, daqueles que construíram essa extraordinária empresa, orgulho de todos os brasileiros, daqueles que trabalham no setor. Mas, principalmente, é hora de o Senado da República dizer um “sim” ao Brasil e uma virada de página definitiva no atraso, na irresponsabilidade”, afirmou o senador.


Confira a íntegra do Pronunciamento do senador Aécio Neves:

Não podia deixar de trazer aqui uma pequena contribuição a esse debate de consequências tão relevantes para a vida do País, pois o que se discute aqui, não se restringe apenas à Empresa Brasileira de Petróleo. O que nós estamos decidindo aqui – é a oportunidade que nos dá o Senador José Serra com seu projeto de lei – é como vamos contribuir, no momento em que o Brasil vive, talvez, a mais aguda crise econômica da nossa história contemporânea; de que forma o Congresso Nacional e o Senado da República, em especial, podem contribuir para, minimamente, retomar o aquecimento de alguns setores da economia brasileira.

Eu ouço, permanentemente, cobranças a esta Casa. O tom crítico das oposições é prerrogativa de quem perde as eleições. Fiscalizar, cobrar, denunciar, temos feito cotidianamente, mas as proposições que temos apresentado nesta Casa e que, infelizmente, a nossa condição de minoria, na maioria das vezes, não nos permite aprovar, têm sido imensamente questionadas por setores importantes da sociedade brasileira.

Este é um episódio, este é um momento em que esse projeto chega à deliberação desta Casa, em que a oposição se afirma de forma absolutamente clara, com uma proposta em benefício do País. Eu, que aguardei esse debate ao longo de todas essas últimas semanas e mesmo meses, cheguei a achar, sinceramente, que essa poderia ser uma contribuição do coletivo desta Casa, do conjunto das forças políticas do Senado Federal, dada a transparência, dada a forma cristalina como essa proposta e seus benefícios se apresentam.

Não consigo compreender que, num momento trágico por que passa o País, a visão ideológica, arcaica, atrasada de setores da política brasileira impeçam o Brasil de minimamente sinalizar com algo que seja positivo, que permita inclusive a recuperação de empresas nacionais do setor.

A proposta apresentada pelo senador Serra não deveria ter sequer questionamentos maiores nesta Casa, porque, na verdade, ela não entra inclusive na questão central que nós discutimos na campanha eleitoral, quando eu defendi que o modelo de concessões implementado no governo do Presidente Fernando Henrique pudesse ser recuperado. Foi o momento melhor pelo qual a indústria petroleira passou.

Quando se introduziu o modelo de partilha no Brasil – e aqui eu volto um pouco no tempo, para lembrar de 2007 até o ano de 2013, quando foi feito o primeiro leilão já no sistema de partilha, cerca de US$ 300 bilhões foram movimentados, investidos pelo setor de petróleo ao redor do mundo. E, naquele período em que esses US$300 bilhões foram alocados em várias partes do mundo, quanto veio para o Brasil? Nada. Zero! E em uma época em que o preço do barril circulava os US$100. Perdemos uma oportunidade histórica.

Volto apenas a esse rápido passeio na história para pedir aos Senadores esta reflexão: não podemos perder, neste momento, uma outra oportunidade como essa, que nos dá o projeto do Senador José Serra. Não vamos entrar na questão estrutural. Não estamos sequer revendo o modelo de partilha, que permanece. É mantido, inclusive, o art. 12 da Lei nº 12.351, que permite à União – vejam bem – entregar campos do pré-sal à Petrobras sem licitação. A prerrogativa continua sendo da União, se considerar determinadas áreas estratégicas.

É mantida a PPSA, empresa criada exclusivamente para gerir o modelo de partilha, como membro de todos os consórcios vencedores do pré-sal. É mantida a ANP. É preciso que nós desmistifiquemos um pouco algumas questões que aqui estão sendo colocadas. É a mesma ANP de hoje a responsável pela regulação e fiscalização desses campos.

E a Petrobras, a questão essencial que a meu ver traz luzes a esta discussão, aprovada a proposta do Senador José Serra, a Petrobras continua podendo participar de qualquer leilão do pré-sal no modelo de partilha, comprando qualquer percentual do campo, como também ser a operadora. Ninguém retira da Petrobras essa prerrogativa. O que esse projeto faz? Retira da Petrobras o ônus de ter a obrigatoriedade de ter a participação de 30% e ser a operadora exclusiva desses campos quando achar que isso não é necessário.

Na verdade, esse projeto retira da Petrobras esse ônus e dá a ela o bônus da escolha.

Esse é um projeto em favor do Brasil, em especial da Petrobras e, mais em especial ainda, de todas as empresas e daqueles que vivem e trabalham nessas empresas ligadas ao setor.

Quem acompanha o que vem acontecendo no setor do petróleo, ao redor do Brasil, com a Bahia, agora, parando a sua produção, com o Rio de Janeiro e várias cidades que vivem ou viveram, durante longas décadas, estimulados pela produção, pela indústria do petróleo, estão vendo essa indústria sucateada, essa é a realidade, e, se nada for feito, esse sucateamento será ainda maior.

Aqui já foi dito, já foi repetido, inúmeras vezes, depoimentos sobre o endividamento da Petrobras: R$500 bilhões. A Petrobras é, hoje, a mais endividada de todas as empresas não financeiras do mundo. A Petrobras capta hoje, no mercado, recursos, pagando juros – este é um dado de hoje, em torno de 10% – vamos falar de outras duas, pelo menos, algumas outras grandes empresas –, enquanto a Shell, a Exon, que, em última instância, são concorrentes também da Petrobras, captam recursos a 2, 3%. Por que isso? Pelo risco, pela ausência de credibilidade dessa empresa sucateada nestes últimos anos e que tomou decisões absolutamente equivocadas ao longo deste último período de Governo.

A Petrobras apresenta hoje um conjunto de proposta de desinvestimento, portanto, de vendas de ativos que ultrapassam os US$50 bilhões. Este Governo, que diz defender a Petrobras, coloca no mercado um conjunto de ativos à venda na Bacia das Almas, não por uma visão estratégica, não para introduzir ou incorporar parceiros que agreguem tecnologia ou uma nova visão de mercado, que seria até correto e deveria ser discutido, mas única e exclusivamente para diminuir o seu endividamento. A Petrobras tem um projeto de desinvestimento de venda de ativos até o ano de 2018 de mais de US$50 bilhões.

Isso é muito mais do que a privatização de todo o setor de telecomunicações feita no governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso – apenas para que tenhamos a dimensão daquilo que está acontecendo com a empresa hoje. Na verdade, teremos que tomar uma decisão, e felizmente, aí, cumprimento, inclusive, aqueles Parlamentares que defendem o modelo atual, de estarem permitindo que este debate flua de forma democrática e adequada, para que, aqui, haja uma decisão.

Quero chamar atenção para algo que tem sido usado como um argumento em favor da manutenção do sistema atual, que é o de que temos que privilegiar as empresas nacionais, temos que garantir que as empresas ligadas ao setor possam continuar trabalhando, pois é exatamente o contrário o que está acontecendo.

O que vai permitir o enriquecimento da cadeia do petróleo é a possibilidade de que novos leilões possam ser feitos e que outros parceiros venham aqui, a partir da conveniência, da visão estratégica da empresa, a contribuir para o enriquecimento do setor.

Há um dado que não vi aqui nos debates dos quais participei e que merece, também, uma reflexão dos senhores, neste instante. Apenas do ano de 2011, até o ano de 2014, até o ano passado, as perdas da Petrobras com a defasagem dos preços de gasolina e óleo diesel…E quantas vezes, falamos da necessidade de tirarmos a tampa dessa panela de pressão que sufocava a empresa. Apenas com a defasagem dos preços, de 2011 a 2014, as perdas chegaram a R$ 60 bilhões. Além disso, tivemos um prejuízo de mais de R$80 bilhões de sobrepreço na construção daquelas famosas refinarias… Estou falando aqui, por baixo, de R$ 140 bilhões de perdas, de responsabilidade da atual administração do país e da Petrobras. Isso, na verdade, é 20% do endividamento da empresa. A irresponsabilidade, a inconsequência das decisões, a visão ideológica arcaica e o oportunismo eleitoral é que levaram a Petrobras a essa situação de quase insolvência.

Aprovada essa proposta, não haverá obrigatoriedade de transferir a outras empresas, de outras partes do país, sem que a Petrobras ache conveniente, absolutamente nenhuma exploração, nenhuma área. Mas repito, para encerrar, que essa expressão sintetiza aquilo que propõe, de modo adequado, com apoio integral do PSDB, que tem parceiros e formuladores extremamente qualificados, que nos ajudam a compreender em profundidade essa questão. Na verdade, esse projeto simplesmente retira da Petrobras um ônus com o qual ela não tem mais condições de atender e dá a ela o bônus da escolha. A lógica dos investimentos da Petrobras não pode ser orientada pelo seu caixa, pelas suas dificuldades financeiras, tem de ser orientada pelo mercado, por aquilo que estrategicamente seja adequado ou não. Se o preço agora do petróleo, do barril, é mais baixo, que se discuta um momento mais adequado para determinados investimentos.

Mas, hoje, o Senado da República tem uma possibilidade histórica de corrigir erros crassos, erros gravíssimos deste governo, em benefício da Petrobras, daqueles que construíram essa extraordinária empresa, orgulho de todos os brasileiros, daqueles que trabalham no setor. Mas, principalmente, é hora de o Senado da República dizer um “sim” ao Brasil e uma virada de página definitiva no atraso, na irresponsabilidade.

Muito obrigado, Sr. Presidente.