Aécio Neves cumprimenta Cristovam Buarque após anuncio de mudança de partido

O senador do Distrito Federal Cristovam Buarque anunciou nesta quarta-feira, em discurso no plenário do Senado Federal, sua saída do PDT, base governista, e ingresso nos quadros do PPS, oposição. Em aparte, o senador do PSDB, de Minas Gerais, Aécio Neves, saudou Cristovam e destacou a história politica do ex-ministro e ex-governador e afirmou que a oposição ganha um importante nome um para trilhar um novo caminho para o Brasil. O presidente nacional do PSDB ressaltou a importância de políticos com a biografia de Cristovam para resgatar a dignidade da atividade pública, tão degradada hoje devido aos diversos esquemas de corrupção que são investigados e envolvem o governo do PT.

Sonora do senador Aécio Neves
“V. Exª traz agora, de corpo inteiro, às oposições um reforço, e talvez ainda V. Exª não tenha a dimensão exata do que ele significa. Neste momento, Senador Cristovam, da criminalização da política, da degradação da atividade pública, do distanciamento, principalmente, dos mais jovens. Então, a minha percepção é de que, com V. Exª, com a liberdade que passará ter a partir de hoje, em um dos mais respeitados partidos brasileiros, o PPS, as oposições ganham, e ganham muito, porque eu nunca vi uma crise de consequências tão graves para a vida cotidiana dos brasileiros como essa na qual o Governo do PT nos mergulhou; crise econômica, crise moral, mas, principalmente, uma crise social – esta, sem precedentes”.

Acompanharam o anúncio de Cristovam o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire, além de parlamentares e dirigentes do partido. Os senadores tucanos Antonio Anastasia, de Minas Gerais, José Serra, de São Paulo e Cássio Cunha Lima, da Paraíba, também acompanharam o discurso. O ato oficial de filiação, quando outras lideranças de Brasília também devem se filiar ao PPS, acontece na próxima segunda-feira, às 19 horas, na sede do PPS-DF. De Brasília, Shirley Loiola.

Boletim

Pronunciamento no Senado

“O PPS e as oposições ganham, e ganham muito. V.Exª nesse agrupamento de homens de bem, certamente terá um papel absolutamente destacado para nos orientar e ajudar a construir, não uma vitória, mas um novo caminho. Um caminho que resgate a vida pública”, disse o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, em saudação ao senador Cristovam Buarque, que oficializou a mudança para o PPS, em pronunciamento no Senado, nesta quarta-feira (17/02).

George Gianni

George Gianni

Pronunciamento sobre a mudança do senador Cristovam Buarque para o PPS

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, saudou nesta quarta-feira (17/02), em pronunciamento, no Senado, a mudança do senador Cristovam Buarque para o PPS.

Aécio destacou a história política do senador, ex-governador e ex-ministro da Educação, e comparou a decisão de Cristovam de sair do PDT para filiar-se ao PPS ao voo de uma ave que, em liberdade, busca alcançar novos objetivos.

“O que V. Exª neste instante busca é o exercício pleno de seu mandato, que é, na verdade, a busca da consolidação das suas ideias”, disse Aécio Neves, acrescentando que as oposições ganham com o ingresso de Cristovam Buarque.

“O PPS e as oposições ganham, e ganham muito. V.Exª nesse agrupamento de homens de bem, certamente terá um papel absolutamente destacado para nos orientar e ajudar a construir, não uma vitória, mas um novo caminho. Um caminho que resgate a vida pública”, afirmou o presidente do PSDB.


Leia a integra do pronunciamento do senador Aécio Neves em saudação ao senador Cristovam Buarque:

Senador Cristovam, este é um momento marcante para o Senado brasileiro. Eu ouvia o início do pronunciamento de V. Exª, e depois, aqui, os vários e qualificados apartes, das mais variadas forças políticas que têm assento nesta Casa, e a palavra que mais ouvi, que mais me chamou a atenção neste momento, e até porque reproduzida já nos veículos de imprensa, que já dão notícia do pronunciamento de V. Exª, é a palavra saída. Senador Cristovam sai do partido no qual estava já há vários anos.

Essa expressão saída nos leva sempre a um sentimento, nos induz a um sentimento de afastamento, de distanciamento, mas, curiosamente, senador Cristovam, aqui, a visão privilegiada que tenho do discurso de V. Exª no plenário do Senado Federal não é essa. A visão que me passa o conjunto das análises aqui feitas, das interpelações feitas a V. Exª é a de uma aproximação, é quase de um aconchego. Porque, com essa opção que faz, se aproxima ou busca readquirir aquilo que absolutamente é essencial para homens públicos da estirpe, da dimensão de V. Exª, que é encontrar as condições para lutar pelos seus sonhos, na busca da sua utopia.

Aqui já foi dito, não preciso eu me aprofundar no respeito que esta Casa tem pela trajetória de V. Exª, pelas contribuições inúmeras que vem dando à boa política no Distrito Federal e também ao Brasil. Mas o que V. Exª neste instante busca é o exercício pleno de seu mandato, que é, na verdade, a busca da consolidação das suas ideias.

Permita-me aqui certa licença poética, mas se tivéssemos que interpretar o homem público, e falo na dimensão maior que essa expressão possa trazer, e V. Exª é um dos mais bem acabados representantes do homem público, na dimensão que interessa às sociedades evoluídas, se os homens públicos fossem animais, deveriam ser uma ave, para que tivessem asas para, com absoluta liberdade, buscar alcançar os objetivos a que se propõem, quando abdicam de várias outras atividades ou possibilidades profissionais e mesmo pessoais para se dedicar à causa comum.

Felizmente, senador Cristovam, a política não é uma ciência exata. Portanto, a questão quantitativa, a não ser nos períodos da apuração eleitoral, não é a mais relevante.

V. Exª traz agora, de corpo inteiro, às oposições um reforço, e talvez ainda V. Exª não tenha a dimensão exata do que ele significa. Neste momento, Senador Cristovam, da criminalização da política, da degradação da atividade pública, do distanciamento, principalmente, dos mais jovens, e V. Exª se referia aqui, tenho certeza, com um sentimento ainda de aperto no coração, à saudade que terá da juventude – e sempre vigorosa juventude – pedetista. Eu próprio tive oportunidade de com ela conviver e faço aqui um parêntese até para dizer, na presença do meu querido amigo Roberto Freire e do líder Rubens Bueno, ao lado do senador Anastasia, que o início da minha caminhada em Minas teve exatamente o apoio do partido que hoje V. Exª deixa e do partido que, a partir de hoje, V. Exª passa a integrar.

A minha percepção é de que, com V. Exª, com a liberdade que passará a ter a partir de hoje, em um dos mais respeitados partidos brasileiros, o PPS, as oposições ganham, e ganham muito. Porque, como disse o senador Serra, poucas vezes – eu, em nenhuma vez anterior a essa, vi uma crise de consequências tão graves para a vida cotidiana dos brasileiros como essa na qual o governo do PT nos mergulhou: crise econômica, crise moral, mas, principalmente, uma crise social – esta, sem precedentes.

Eu não concebo, não consigo enxergar um projeto que coloque fim a esse modelo que aí está, fracassado aos olhos da grande maioria da população brasileira, para iniciarmos um outro ciclo no Brasil. Sei que o PPS dele faça parte, ao lado do PSDB e de outras forças políticas que, tenho certeza, a cada dia se somarão a nós. E V. Exª, nesse agrupamento de homens de bem, certamente terá um papel absolutamente destacado para nos orientar e ajudar a construir, não uma vitória, mas um novo caminho. Um caminho que resgate a vida pública, um caminho onde os homens de bem, como dizia o velho Milton Campos, possam ter um palmo de chão limpo para dialogar, para conversar em busca da construção de um país diferente.

Encerro dizendo, para que fique aqui registrado, que neste momento, como eu dizia, de degradação da vida pública, de desconfiança cada vez maior da sociedade em relação aos seus representantes, V. Exª faz o caminho inverso àquele que se tornou a norma e o procedimento mais comum nesses tempos mais recentes. Eram parlamentares eleitos. E aqui não faço nenhum juízo de valor em relação às motivações de cada um, apenas uma análise realista do que vem acontecendo no Brasil. O que nós assistimos, em grande escala, foi a migração de parlamentares de oposição, ou mesmo independentes, para o seio do governo; não por acreditarem nas propostas desse governo – acredito que poucos acreditavam –, mas exatamente pelo conforto que o governo ensejava a esses que buscavam ali as garantias ou as condições, legítimas, até, para continuarem a sua vida pública.

Isso precisa ser ressaltado: V. Exª faz o caminho inverso. V. Exª sai de um partido da base do governista para ingressar em um dos mais bem estruturados e sólidos partidos da oposição brasileira. Tenho relações no partido de V. Exª, no PDT – partido até hoje de V. Exª – que quero preservar para o futuro. Aqui mesmo está o senador Lasier, ao meu lado; o senador Zezé, dentre outros. São senadores que sempre, de alguma forma, encontraram conosco convergência na busca da construção de uma maneira diferente de fazer política. Fica aqui o meu respeito a esses que continuam no PDT, mas tenho absoluta certeza de que o mandato extremamente vigoroso e profícuo de V. Exª terá ainda uma dimensão ainda maior porque dimensão muito maior, porque V. Exª subirá, a partir de hoje, a essa tribuna como um pássaro com asas e com liberdade para construir a utopia de V. Exª e que é de milhões de brasileiros. Muito obrigado.

Aécio Neves saúda chegada de Cristovam Buarque à oposição

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, saudou nesta quarta-feira (17/02), em pronunciamento, no Senado, a mudança do senador Cristovam Buarque para o PPS.

Aécio destacou a história política do senador, ex-governador e ex-ministro da Educação, e comparou a decisão de Cristovam de sair do PDT para filiar-se ao PPS ao voo de uma ave que, em liberdade, busca alcançar novos objetivos.

“O que V. Exª neste instante busca é o exercício pleno de seu mandato, que é, na verdade, a busca da consolidação das suas ideias”, disse Aécio Neves, acrescentando que as oposições ganham com o ingresso de Cristovam Buarque.

“O PPS e as oposições ganham, e ganham muito. V.Exª nesse agrupamento de homens de bem, certamente terá um papel absolutamente destacado para nos orientar e ajudar a construir, não uma vitória, mas um novo caminho. Um caminho que resgate a vida pública”, afirmou o presidente do PSDB.


Leia a integra do pronunciamento do senador Aécio Neves em saudação ao senador Cristovam Buarque:

Senador Cristovam, este é um momento marcante para o Senado brasileiro. Eu ouvia o início do pronunciamento de V. Exª, e depois, aqui, os vários e qualificados apartes, das mais variadas forças políticas que têm assento nesta Casa, e a palavra que mais ouvi, que mais me chamou a atenção neste momento, e até porque reproduzida já nos veículos de imprensa, que já dão notícia do pronunciamento de V. Exª, é a palavra saída. Senador Cristovam sai do partido no qual estava já há vários anos.

Essa expressão saída nos leva sempre a um sentimento, nos induz a um sentimento de afastamento, de distanciamento, mas, curiosamente, senador Cristovam, aqui, a visão privilegiada que tenho do discurso de V. Exª no plenário do Senado Federal não é essa. A visão que me passa o conjunto das análises aqui feitas, das interpelações feitas a V. Exª é a de uma aproximação, é quase de um aconchego. Porque, com essa opção que faz, se aproxima ou busca readquirir aquilo que absolutamente é essencial para homens públicos da estirpe, da dimensão de V. Exª, que é encontrar as condições para lutar pelos seus sonhos, na busca da sua utopia.

Aqui já foi dito, não preciso eu me aprofundar no respeito que esta Casa tem pela trajetória de V. Exª, pelas contribuições inúmeras que vem dando à boa política no Distrito Federal e também ao Brasil. Mas o que V. Exª neste instante busca é o exercício pleno de seu mandato, que é, na verdade, a busca da consolidação das suas ideias.

Permita-me aqui certa licença poética, mas se tivéssemos que interpretar o homem público, e falo na dimensão maior que essa expressão possa trazer, e V. Exª é um dos mais bem acabados representantes do homem público, na dimensão que interessa às sociedades evoluídas, se os homens públicos fossem animais, deveriam ser uma ave, para que tivessem asas para, com absoluta liberdade, buscar alcançar os objetivos a que se propõem, quando abdicam de várias outras atividades ou possibilidades profissionais e mesmo pessoais para se dedicar à causa comum.

Felizmente, senador Cristovam, a política não é uma ciência exata. Portanto, a questão quantitativa, a não ser nos períodos da apuração eleitoral, não é a mais relevante.

V. Exª traz agora, de corpo inteiro, às oposições um reforço, e talvez ainda V. Exª não tenha a dimensão exata do que ele significa. Neste momento, Senador Cristovam, da criminalização da política, da degradação da atividade pública, do distanciamento, principalmente, dos mais jovens, e V. Exª se referia aqui, tenho certeza, com um sentimento ainda de aperto no coração, à saudade que terá da juventude – e sempre vigorosa juventude – pedetista. Eu próprio tive oportunidade de com ela conviver e faço aqui um parêntese até para dizer, na presença do meu querido amigo Roberto Freire e do líder Rubens Bueno, ao lado do senador Anastasia, que o início da minha caminhada em Minas teve exatamente o apoio do partido que hoje V. Exª deixa e do partido que, a partir de hoje, V. Exª passa a integrar.

A minha percepção é de que, com V. Exª, com a liberdade que passará a ter a partir de hoje, em um dos mais respeitados partidos brasileiros, o PPS, as oposições ganham, e ganham muito. Porque, como disse o senador Serra, poucas vezes – eu, em nenhuma vez anterior a essa, vi uma crise de consequências tão graves para a vida cotidiana dos brasileiros como essa na qual o governo do PT nos mergulhou: crise econômica, crise moral, mas, principalmente, uma crise social – esta, sem precedentes.

Eu não concebo, não consigo enxergar um projeto que coloque fim a esse modelo que aí está, fracassado aos olhos da grande maioria da população brasileira, para iniciarmos um outro ciclo no Brasil. Sei que o PPS dele faça parte, ao lado do PSDB e de outras forças políticas que, tenho certeza, a cada dia se somarão a nós. E V. Exª, nesse agrupamento de homens de bem, certamente terá um papel absolutamente destacado para nos orientar e ajudar a construir, não uma vitória, mas um novo caminho. Um caminho que resgate a vida pública, um caminho onde os homens de bem, como dizia o velho Milton Campos, possam ter um palmo de chão limpo para dialogar, para conversar em busca da construção de um país diferente.

Encerro dizendo, para que fique aqui registrado, que neste momento, como eu dizia, de degradação da vida pública, de desconfiança cada vez maior da sociedade em relação aos seus representantes, V. Exª faz o caminho inverso àquele que se tornou a norma e o procedimento mais comum nesses tempos mais recentes. Eram parlamentares eleitos. E aqui não faço nenhum juízo de valor em relação às motivações de cada um, apenas uma análise realista do que vem acontecendo no Brasil. O que nós assistimos, em grande escala, foi a migração de parlamentares de oposição, ou mesmo independentes, para o seio do governo; não por acreditarem nas propostas desse governo – acredito que poucos acreditavam –, mas exatamente pelo conforto que o governo ensejava a esses que buscavam ali as garantias ou as condições, legítimas, até, para continuarem a sua vida pública.

Isso precisa ser ressaltado: V. Exª faz o caminho inverso. V. Exª sai de um partido da base do governista para ingressar em um dos mais bem estruturados e sólidos partidos da oposição brasileira. Tenho relações no partido de V. Exª, no PDT – partido até hoje de V. Exª – que quero preservar para o futuro. Aqui mesmo está o senador Lasier, ao meu lado; o senador Zezé, dentre outros. São senadores que sempre, de alguma forma, encontraram conosco convergência na busca da construção de uma maneira diferente de fazer política. Fica aqui o meu respeito a esses que continuam no PDT, mas tenho absoluta certeza de que o mandato extremamente vigoroso e profícuo de V. Exª terá ainda uma dimensão ainda maior porque dimensão muito maior, porque V. Exª subirá, a partir de hoje, a essa tribuna como um pássaro com asas e com liberdade para construir a utopia de V. Exª e que é de milhões de brasileiros. Muito obrigado.

Aécio Neves dá boas-vindas aos estudantes do programa Jovem Senador

O senador Aécio Neves participou, nesta terça-feira (17/11), da posse dos 27 estudantes selecionados para o Programa Jovem Senador 2015, que tem o objetivo de aproximar estudantes do ensino médio de escolas públicas estaduais e do Distrito Federal do processo legislativo. A seleção foi feita por meio de um concurso de redação, vencido pela estudante mineira Mariana Souto Pimenta, de Passos (MG).

Durante uma semana, os jovens exercem atividades como se fosse senadores eleitos, participam de comissões e discutem suas propostas em plenário. Ao final, as proposições são levadas como sugestão para a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa e, se aprovadas, podem tramitar como projeto de lei do Senado.

George Gianni

George Gianni

Pronunciamento na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, nessa quarta-feira (12/08), substitutivo do senador Aécio Neves à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 24, que cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Segurança Pública. Relator da proposta apresentada pelo senador João Capiberibe (PSB), Aécio Neves destacou que a PEC representa uma importante contribuição do Senado e do Congresso para o enfrentamento do aumento da criminalidade, assegurando mais recursos para o combate à violência.

Confira os principais trechos do pronunciamento do senador:

Essa é uma matéria de enorme relevância. Acho que estamos tendo a oportunidade agora de permitir que o Congresso Nacional, tão ávido, como assistimos nessas últimas horas, por um protagonismo na superação das dificuldades por que passa o Brasil – isso é louvável –, acho que permite ao Congresso Nacional falar diretamente aos brasileiros dos temas que, certamente, mais os afligem.

Temos, obviamente, ainda correções a fazer, mas é preciso que tenhamos a noção clara de que esta questão não pode ser tratada com viés político. Não pode ser tratada do ponto de vista de governo e oposição. Talvez a sugestão do meu nome, feita pelo senador Capiberibe, tenha tido esse objetivo, transformar esse projeto, e esse é o nosso esforço, esse substitutivo em uma discussão do Senado Federal, e não uma proposta que não tenha, a partir da sua tramitação, nem autor, nem relator, seja a proposta do Poder Legislativo, porque ela incorpora discussões que ocorreram ao longo de todos os últimos anos, inclusive naquela comissão presidida pelo, hoje, governador Pedro Taques. E surgiu como, talvez, o melhor substrato das inúmeras discussões que ali ocorreram.

Apenas faço aqui um registro porque a ilustre senadora Gleisi, quando inicia a sua explanação, começa por dizer que a presidente Dilma Rousseff tem dado enorme atenção, aqui copio suas palavras, à questão da segurança pública. Com todo respeito, devo discordar disso. O Fundo Nacional de Segurança Pública no ano passado teve executado efetivamente, teve pago apenas 30% da sua dotação que já era muito pouco expressiva. O Fundo Penitenciário teve executado, vejam bem senhoras e senhores, o tamanho da importância que o setor da Segurança Pública tem nesse governo – apenas 10% da dotação estabelecida no Orçamento, 10% do que já era muito pouco expressiva.

Certamente não é apenas isso, mas essa omissão, certamente, é também responsável pelo aumento das mortes por homicídio no Brasil que chegam a 60 mil brasileiros anualmente. É mais do que todas as guerras juntas que ocorrem hoje no mundo.

Faço apenas esse registro da mesma forma que concordo com a senadora quando ela fala da bela experiência dos Centros Integrados, de Gestão Integrada que foram constituídos na Copa do Mundo, uma experiência importante, que resiste ainda em alguns estados, em outros lamentavelmente não – não pela ação do governo federal, faço aqui justiça, até mesmo por algo que a senadora elencava e trazia à memória -, há sim um esforço grande de cada uma das corporações de segurança pública por sua própria autonomia. E temos que enfrentar isso.

Me permito recorrer à presença do senador Anastasia a uma experiência que ele comandou como Secretário de Defesa Social de Minas Gerais, que foi, pela primeira vez, a unificação das ações da Polícia Civil, da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros. Pela primeira vez, um estado conseguiu ordenar uma ação conjunta das forças de segurança, respeitadas, naturalmente, as suas individualidades. Mas é uma experiência que hoje ocorre em alguns outros estados e que, certamente, poderá inspirar toda a discussão que vamos construir daqui por diante.

Portanto, se essa PEC surge com esse apoio, com essa manifestação tão ampla de solidariedade, é porque ela preenche uma lacuna.

E quero aqui, no momento em que solicito mais uma vez o apoio das senhoras e dos senhores, dizer que a nossa intenção é que, aprovada essa proposta de emenda à Constituição, aqui no plenário da Comissão de Justiça, nós façamos o entendimento.

Um entendimento para que a proposta de emenda também à Constituição do senador Ferraço – que corrige uma lacuna, uma omissão dos constituintes de 1988, que não incluíram a área da segurança pública naquelas de responsabilidade comum entre os três entes federados (União, estado e município) possa se encontrar com essa e ter uma tramitação conjunta, obviamente sanando eventuais questionamentos, eventuais problemas que possam ocorrer. Mas aqui reitero mais uma vez: a lei complementar é que vai definir de forma clara quais serão as contribuições de cada uma dessas fontes que aqui elencamos.

Portanto, faço um apelo ao plenário, a todos os parlamentares da base e da oposição, para que possamos dar um passo adiante. A aprovação dessa proposta poderá, e faço isso com alegria, significar, quem sabe, a mais importante discussão para a criação de uma LDB, de uma Lei de Diretrizes e Bases da segurança pública no Brasil, que não tivemos efetivamente até aqui. Para que cada ente federado tenha, de forma clara, aprovado esse projeto, definida a sua responsabilidade.

E reitero, ao final, que tramita aqui nessa comissão o PL de minha autoria 698 que garante que os recursos aprovados no orçamento para a área de segurança pública tenham o mesmo instrumento para liberação que têm recursos da área de educação, ou da ciência e tecnologia.

Serão liberados, sem contingenciamento, por duodécimos. É importante para o planejamento das ações de segurança pública dos estados que saibamos com quanto vamos contar, qual é a contribuição que a União dará a cada um dos estados. Porque, senão, os projetos são feitos, são elaborados, e ficam todos na gaveta.

Portanto, dou a palavra, faço o aparte ao senador Ricardo Ferraço, e com toda honra, porque ele trata desse assunto. Solicito que ele já conclua essa minha intervenção apelando mais uma vez aos senhores parlamentares para que possamos aprovar essa matéria.