“A volta de Dilma à Presidência é inviável”, diz Aécio

O Estado de S. Paulo – 13/06/2016

Depois da aprovação do afastamento da presidente Dilma Rousseff, o senador Aécio Neves não teve dúvidas que o único caminho possível para o PSDB era o de apoiar o governo provisório liderado por Michel Temer. “Poderíamos lavar as mãos ou procurar fazer o melhor para o Brasil. Esse é o DNA do PSDB”, afirma. Para ele, a incapacidade de tirar o Brasil da crise foi decisiva para que Dilma fosse afastada. E duvida que ela tenha condições políticas de voltar. “Acho impossível esse retorno. Até setores do PT não querem sua volta”, diz.

Saída de Dilma
Ainda é um cenário de grande instabilidade, mas o Brasil passou a ter uma chance de construir um novo roteiro. O fato é que chegou-­se à conclusão de que com ela o País não avançaria. Ela perdeu as condições mínimas de sinalizar para a retomada do crescimento, do emprego, de uma agenda nova para o Brasil.

Governo Temer
A legitimidade de Temer jamais virá das ruas, mas do cumprimento da Constituição e da coragem que tiver para apresentar agenda ousada para o Congresso.

Prioridades
Sugeri que desse prioridade à Lei das Estatais, uma bela sinalização sobre modelagem e organização do Estado. Mas Temer não tem tempo a perder. O tempo é contra a ele. Quanto mais avançar na agenda, mais haverá a sensação de que existe governo com rumo que não pode ser interrompido.

Economia
A questão econômica é central. Enquanto indicar que tem agenda econômica ousada e corajosa, ele vai em frente. Não pode ter preocupação com curva de popularidade, mas com o julgamento da História.

Erros e vai e vem
Ele já teve alguns equívocos, mas pode se recuperar, se estiver mais atento à sociedade e menos aos grupos de interesses que o circundam. Porque esses são os mesmos que há pouco tempo estavam com o outro governo e fizeram apenas baldeação.

Desgaste do PSDB
A primeira alternativa era lavar as mãos e focar num projeto eleitoral próprio. A segunda era compartilhar riscos. Não tenho dúvidas que essa é a postura mais responsável e seremos julgados por ela. Mas nos dá o discurso de que agimos fazendo o melhor para o País. Esse é o DNA do PSDB.

Aliança com PMDB
A forma eficaz para vencer o PT é consolidarmos essa aliança, com uma agenda de centro, responsável, que tenha como prioridades a questão fiscal, a eficiência da máquina pública, relações internacionais a favor do Brasil, em vez da aliança bolivariana como fez o PT.

Volta de Dilma
Inviável. A maior razão da queda política dela foi a incapacidade para tirar o Brasil da crise. Chego a pensar que setores do PT não querem a volta. O PT se sente confortável nesse papel de vítima, sem compromissos com o que precisa ocorrer no Brasil. Acho impossível esse retorno.

Acusação de golpismo
Eles transformaram isso num mantra. Não tem resultado. Cadê o povo nas ruas para acusar as pessoas de golpe? Não tem. As manifestações deles perderam substância. É algo que pode até emocionar os mais fanáticos. Mas não ganhou capilaridade. A democracia está fortalecida. Todos os ritos estão sendo cumpridos.

Lava Jato
Fui citado pelo ex­-senador Delcídio Amaral e quero que as investigações ocorram da maneira mais rápida possível. Nenhum brasileiro foi tão investigado quanto eu. O tempo tem mostrado a inconsistência dessas acusações. A Lava Jato faz parte da realidade do Brasil.

Efeito das acusações
Investigações têm que ocorrer. No meu caso, trata-­se de vingancinha pessoal de Delcídio e fez com que o Ministério Público optasse por abrir a investigação. Ninguém com destaque na política está imune a citações. As que envolvem meu nome são todas vindas de adversários. De pessoas que participaram dessa quadrilha que tomou conta do País. Sou adversário disso. Eu os combato desde sempre.

Leia também aqui.

Seminário “Caminhos para o Nordeste – Mobilidade Urbana”

“O que há hoje é um sentimento de indignação crescente na sociedade brasileira e nós homens públicos temos de ser os intérpretes desses sentimentos. E o que colho nesses últimos dias, principalmente com esses últimos acontecimentos, expressa de forma muito clara essa indignação, seja com a situação da Câmara Federal, seja com a situação do país. O nosso sentimento é que a presidente Dilma Rousseff perdeu as condições de governar o Brasil. No momento de grave crise como esta, no momento em que o líder do seu governo e do seu partido é preso, quem aqui ouviu uma palavra da presidente da República? Nenhuma palavra”, afirmou o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, após participar, nesta sexta-feira (27/11), em Recife (PE), do Seminário “Caminhos para o Nordeste – Mobilidade Urbana”, promovido pelo PSDB em parceria com o Instituto Teotônio Vilela (ITV).

Em Recife, Aécio Neves se encontrou com o ex-governador de Pernambuco, o deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB), com o prefeito de Recife, Geraldo Júlio (PSB) e lideranças políticas pernambucanas.

George Gianni

George Gianni

Encontro com lideranças políticas pernambucanas

“O que há hoje é um sentimento de indignação crescente na sociedade brasileira e nós homens públicos temos de ser os intérpretes desses sentimentos. E o que colho nesses últimos dias, principalmente com esses últimos acontecimentos, expressa de forma muito clara essa indignação, seja com a situação da Câmara Federal, seja com a situação do país. O nosso sentimento é que a presidente Dilma Rousseff perdeu as condições de governar o Brasil. No momento de grave crise como esta, no momento em que o líder do seu governo e do seu partido é preso, quem aqui ouviu uma palavra da presidente da República? Nenhuma palavra”, afirmou o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, após participar, nesta sexta-feira (27/11), em Recife (PE), do Seminário “Caminhos para o Nordeste – Mobilidade Urbana”, promovido pelo PSDB em parceria com o Instituto Teotônio Vilela (ITV).

Em Recife, Aécio Neves se encontrou com o ex-governador de Pernambuco, o deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB), com o prefeito de Recife, Geraldo Júlio (PSB) e lideranças políticas pernambucanas.

George Gianni

George Gianni

Encontro com o prefeito de Recife, Geraldo Júlio

“O que há hoje é um sentimento de indignação crescente na sociedade brasileira e nós homens públicos temos de ser os intérpretes desses sentimentos. E o que colho nesses últimos dias, principalmente com esses últimos acontecimentos, expressa de forma muito clara essa indignação, seja com a situação da Câmara Federal, seja com a situação do país. O nosso sentimento é que a presidente Dilma Rousseff perdeu as condições de governar o Brasil. No momento de grave crise como esta, no momento em que o líder do seu governo e do seu partido é preso, quem aqui ouviu uma palavra da presidente da República? Nenhuma palavra”, afirmou o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, após participar, nesta sexta-feira (27/11), em Recife (PE), do Seminário “Caminhos para o Nordeste – Mobilidade Urbana”, promovido pelo PSDB em parceria com o Instituto Teotônio Vilela (ITV).

Em Recife, Aécio Neves se encontrou com o ex-governador de Pernambuco, o deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB), com o prefeito de Recife, Geraldo Júlio (PSB) e lideranças políticas pernambucanas.

George Gianni

George Gianni

Encontro com Jarbas Vasconcelos

“O que há hoje é um sentimento de indignação crescente na sociedade brasileira e nós homens públicos temos de ser os intérpretes desses sentimentos. E o que colho nesses últimos dias, principalmente com esses últimos acontecimentos, expressa de forma muito clara essa indignação, seja com a situação da Câmara Federal, seja com a situação do país. O nosso sentimento é que a presidente Dilma Rousseff perdeu as condições de governar o Brasil. No momento de grave crise como esta, no momento em que o líder do seu governo e do seu partido é preso, quem aqui ouviu uma palavra da presidente da República? Nenhuma palavra”, afirmou o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, após participar, nesta sexta-feira (27/11), em Recife (PE), do Seminário “Caminhos para o Nordeste – Mobilidade Urbana”, promovido pelo PSDB em parceria com o Instituto Teotônio Vilela (ITV).

Em Recife, Aécio Neves se encontrou com o ex-governador de Pernambuco, o deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB), com o prefeito de Recife, Geraldo Júlio (PSB) e lideranças políticas pernambucanas.

George Gianni

George Gianni

Aécio Neves – Entrevista no Recife

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, nesta sexta-feira (27/11), em Recife (PE). Aécio falou sobre eleições municipais, ação das oposições, silêncio da presidente Dilma Rousseff e crise no governo.

Leia a transcrição da entrevista do senador:
No seminário o sr. citou o deputado Daniel Coelho. Já podemos confirmar o nome de Daniel como candidato nas eleições para prefeito?

Vou fazer aqui mais uma exortação que faço sempre: política é a arte de administrar o tempo. Tenho por Daniel uma extraordinária admiração, como tem demonstrado também a população do Recife. É um quadro extraordinário em condições desse e de qualquer outro desafio. No momento certo, o partido vai tomar a decisão e não será uma decisão tomada pela direção nacional do PSDB. O que posso dizer é que PSDB se sente extremamente honrado de ter nos seus quadros um nome tão qualificado quanto Daniel e outros que temos e em condições da disputa. Mas hoje não é o assunto da nossa agenda. Isso será amadurecido por ele próprio e pelos companheiros do partido e, no momento certo, essa decisão será tomada.


Sobre o encontro com o prefeito de Recife.

Converso com o prefeito sobre questões federativas sempre. E vindo aqui é algo absolutamente natural. Venho de um estado chamado Minas Gerais, onde as pessoas conversam. Um grande governador de Minas Gerais chamado Milton Campos dizia que na política sempre tem de haver um palmo de chão para que as pessoas possam conversar sobre o futuro, possam conversar sobre os problemas locais. Vou estar com o prefeito, com o governador, como estou no meu Estado mesmo com lideranças de partidos políticos que disputam comigo, que disputaram comigo. Aqueles que não têm a capacidade de dialogar, seja com aliados, seja com adversários, não deveriam estar na política.


O deputado Jarbas disse que pretende, junto com o sr., apresentar o cenário na Câmara sobre a situação do país. Tem uma agenda formada?

É importante ressaltar que estive hoje com o ex-governador Jarbas Vasconcelos que também é de um partido político que hoje participa do governo federal. Será que não é saudável para a política essas conversas? Acho que é absolutamente saudável e ficamos de falar esta semana.

O que há hoje é um sentimento de indignação crescente na sociedade brasileira e nós, homens públicos, temos de ser os interpretes desses sentimentos. E o que eu colho nesses últimos dias principalmente com esses últimos acontecimentos e eu o chamo de senador porque foi meu colega até pouco tempo, hoje deputado Jarbas Vasconcelos, expressa de forma muito clara essa indignação, seja com a situação da Câmara Federal, seja com a situação do país.

O nosso sentimento é que a presidente Dilma Rousseff perdeu as condições de governar o Brasil. No momento de grave crise como este. No momento em que o líder do seu governo e do seu partido é preso, quem aqui ouviu uma palavra da presidente da República? Nenhuma palavra. Como se ela não tivesse qualquer responsabilidade, por exemplo, com a nomeação desses ex-diretores da Petrobras que estão hoje presos, condenados. Como se não tivesse sido ela a retirar esse senhor Cerveró de uma diretoria da Petrobras, por boas razões não deve ter sido, mas o colocou em uma outra diretoria de uma subsidiária extremamente importante.


Será que não é natural, não é esperável que uma presidente da República que respeite aqueles que ela governa não vá para a televisão, ou convoque uma coletiva, ela que gostava tanto de cadeia de rádio e televisão, para dizer o que vem acontecendo? Qual é a sua posição em relação ao que está acontecendo?

Então, essa omissão permanente da presidente da República que já delegou e terceirizou a condução da economia, não tem mais agenda política para o país, nos apresenta um ajuste extremamente rudimentar sustentado pelo aumento de impostos por um lado, seremos contra, e supressão de direito por outro, sem qualquer aceno, sem qualquer perspectiva de retomada do crescimento da economia e da volta dos empregos.

Temos no Brasil hoje uma não presidente. A verdade é essa. Se prepara para mais uma viagem como se nada estivesse acontecendo no Brasil. Por isso, com Jarbas, com outras lideranças das oposições e de outros partidos que se disponham a conversar, esses próximos dias serão dias de intensas conversas e o sentimento crescente de todos nós, companheiros e deputados que aqui estão, é de que a presidente, a cada dia perde as condições objetivas de nos retirar da crise. Não sei qual será o caminho, mas o caminho precisará ser encontrado para que o Brasil volte a crescer e os brasileiros voltem a ter esperança.


Qual será a sua participação no interior de Pernambuco nas eleições próximas?

Vou estar à disposição dos meus companheiros aonde eles acharem que eu não atrapalho, que eu não tiro voto, onde acharem que eu possa ajudar minimamente. Quero dar uma atenção muito especial a Pernambuco. Há um solo fértil para que o partido cresça nessas eleições aqui em Pernambuco. Eu estou muito confiante de que vamos ter extraordinários resultados em todo estado.

Pernambuco, pela sua importância, pela repercussão do que acontece aqui e em todo o Nordeste, talvez seja a nova porta de entrada do PSDB para o Nordeste. E temos que ter a preocupação clara de falar para essa região, para os problemas que essa região vem vivendo e mostrar que esse modelo que está não se sustenta mais. E somos o caminho mais seguro para a recuperação econômica e social também no Nordeste brasileiro.


Sobre uma possível delação premiada de Delcídio Amaral.

É muito cedo para se imaginar isso. O que eu posso dizer é que as delações que estão em curso já são dor de cabeça suficiente para esse governo.


O senador Renan Calheiros disse em passagem essa semana por Recife que o Congresso fez tudo que podia para amenizar a crise econômica. Isso aconteceu? O Congresso Nacional fez a parte dele?

Essa crise é uma crise intrasferível. É uma crise do governo, gestada, germinada dentro desse governo. E como não se tem liderança é muito difícil que o Congresso Nacional faça as coisas avançarem na velocidade e na direção correta. Fui presidente da Câmara dos Deputados, fui parlamentar, líder do governo Fernando Henrique por muitos anos, e o nosso presidencialismo, ele tem uma força tamanha, e se não há uma ação do governo em determinadas questões, sobretudo aquelas onde é necessária maioria constitucional, elas não caminham. O que acontece hoje no governo? A base que apoia esse governo não o apoia porque acredita nesse governo, porque acha que esse governo vai melhorar a vida das regiões que eles representam. A base que apoia o governo hoje, apoia pela distribuição abusiva e, a meu ver, irresponsável, de cargos públicos, o que desqualifica a gestão pública no país, pela liberação de recursos e emendas. É uma base muito fluida. A qualquer pressão, a qualquer contrariedade, ela se move.

A presidente da República, mesmo tendo terceirizado o governo, distribuído ministérios como se distribui bananas vencidas em uma feira livre, ela não consegue ter a liderança do Congresso Nacional necessária a impor para valer uma agenda que permita ao Brasil acreditar ou caminhar para a retomada do crescimento. Vamos ter agora um grande embate, porque a presidente da República cometeu novamente um crime de responsabilidade, no momento em que não alcança as metas de superávit previstas no Orçamento aprovado. Isso é obrigação do governante. O que faz o governo? Mobiliza suas bancadas, nomeia um aqui, nomeia outro ali, para que possa ser alterada essa meta. Para que ela não incorra novamente em crime de responsabilidade.


Sobre a investigação do TSE da campanha presidencial.

Chamo atenção para uma outra questão: o TSE, pela primeira vez na história do país, abre uma investigação em relação à campanha presidencial, com indícios que levaram a essa abertura de que houve dinheiro da propina utilizado na campanha presidencial. É possível que no desdobramento dessas investigações, outras denúncias nessa direção ocorram, e isso pode fazer com que, além do crime de responsabilidade que a presidente cometeu, segundo o Tribunal de Contas, aquilo que se estabeleceu chamar de “pedaladas fiscais”, pedaladas feitas pela presidente da República, pode ser que agora, no campo eleitoral, daqui a pouco, o TSE se depare com a comprovação de crimes cometidos pela presidente da República.

A questão que vai ser colocada – e que os brasileiros sobre ela vão se debruçar – é a seguinte: o presidente da República tem um salvo-conduto? Ele pode cometer crimes, porque a retirada do presidente é algo extremamente grave? Reconheço que é e é algo que impacta na vida econômica do país. Então a presidente está acima da lei ou ela deveria ser a primeira a dar o exemplo e cumprir a lei? Fico com a segunda alternativa.

Esse é o papel hoje vigoroso do PSDB. Temos que blindar as nossas instituições, fortalecê-las no limite que pudermos, como fizemos com o Tribunal de Contas (TCU), com o TSE, apoiarmos o Ministério Público, apoiarmos a Polícia Federal, o Poder Judiciário, porque o que vai nos tirar dessa crise são as nossas instituições, que se mostraram extremamente vigorosas nesses últimos episódios, inclusive o Congresso Nacional.