Indicadores econômicos trazem algum alento

Aécio Neves – Folha de S. Paulo – 25/07/2016

Ainda não dá para comemorar, mas pelo menos já é possível ter um pouco mais de esperança na lenta e difícil recuperação econômica do Brasil.

Após dois anos engolfado pela crônica má gestão e adernado em contradições, descrédito e desconfiança, o país consegue, pela primeira vez nesse tempo, estabilizar a curva abissal da crise, que soma recessão profunda, desemprego crescente e inflação alta.

Se ainda é muito cedo para se pensar em um início de reversão, é hora de saudar os primeiros indicadores de recuperação da confiança.

É evidente que, mesmo sofrendo os tradicionais efeitos da transitoriedade, o governo Temer tem responsabilidade nesta mudança de humor e de expectativa. Ninguém questiona os acertos da escolha da equipe liderada por Henrique Meirelles e os esforços para colocar em ordem os fundamentos da economia.

Instituições importantes como a Fundação Getúlio Vargas, entre outras, atestam simultaneamente os sintomas de algum alento no horizonte do curto prazo. O primeiro deles e o mais importante é um recuo menor do PIB do ano, que deve fechar com uma retração de 3,5% e não mais de 4% como havia previsto antes. Já nas contas do governo, a retração seria ainda menor, de 3,1%.

O melhor, no entanto, é a projeção de que podemos voltar a crescer algo em torno de 1,5% já no ano que vem, segundo os dados do Instituto Internacional de Finanças, que reúne os 500 maiores bancos do mundo e acompanha a evolução dos países neste campo específico. É uma projeção no mínimo ousada e surpreendente, para os que esperavam uma trajetória muito mais penosa até a efetiva retomada dos investimentos.

Há outros dados internos, como os da indústria automotiva, que apontam o mesmo caminho, com uma razoável probabilidade de retomada das vendas. E estudos sérios, indicando o retorno gradual do investimento estrangeiro já nos próximos meses. Por tudo isso, o chamado “risco Brasil” também caiu de forma relevante agora.

Todo esse novo cenário já reflete um início de mudança da percepção dos brasileiros, segundo o Datafolha. Agora, 38% já acreditam que a situação vai melhorar; 15% esperam que a inflação diminua; 20% contam com um desemprego menor.

Não é muito e ainda prepondera, é claro, no geral, um clima de pessimismo e desilusão. Importa saber, no entanto, que já foi muito pior. E pelo menos não estamos mais à deriva.

Já abordei aqui a necessidade de o novo governo dialogar com a população para dar a verdadeira dimensão dos problemas e dos desafios. Como se sabe, não há soluções e saídas fáceis. Mas também não há outro caminho senão fazer o que precisa ser feito. Com convicção e coragem. E sem perda de tempo. É o que o Brasil exige.

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Participação popular

Aécio Neves – O Globo – 14/08/2015

As ruas e as redes sociais têm sido eloquentes. A população não se sente representada e quer ampliar seus canais de participação na política. A insatisfação com o governo de Dilma Rousseff se aproxima da unanimidade, mas as queixas atingem outras instituições.

Pesquisa do Ibope mostrou uma queda significativa na confiança de tudo ligado à política. A Presidência, os partidos, o Congresso e os governos perderam credibilidade. Números fáceis de compreender, mas que não deixam de ser preocupantes.

Todos sabemos das incongruências do sistema político-partidário, carente de reformas profundas. Mas é preciso que tenhamos clareza da importância da credibilidade e da legitimidade dos canais de representação partidária para o fortalecimento da democracia. E credibilidade e legitimidade são conquistadas em uma atuação política que respeite, antes de tudo, a população.

Os mesmos números que condenam a política trazem boas notícias para o PSDB. O Datafolha revelou que a preferência pelo partido é crescente — dobrou, batendo seu recorde histórico. E o mais importante: o crescimento foi ainda maior entre os jovens de 18 a 24 anos.

Nosso partido é aquele que tem mais parlamentares jovens. São pelo menos 15 deputados federais abaixo dos 35 anos, movidos por ideais e disposição para trabalhar pelo país.

Para dar força a essa renovação e ampliar o diálogo com a população, o PSDB apresenta uma série de iniciativas. Hoje, em Maceió, tem início a sua campanha nacional de filiação. Nosso objetivo é trazer para a política aqueles que se encontram inconformados e estão dispostos a colaborar para uma mudança séria, em um partido que sempre respeitou as regras democráticas e as diferenças e traz uma rica história de responsabilidade pública e de inovação nas políticas sociais.

Queremos aprofundar nossa presença nas escolas e universidades, nas entidades de classe, nos sindicatos e nos movimentos sociais. A campanha é um momento de reencontro com antigos filiados e de novos encontros com brasileiros de todas as partes.

A partir dela, lançaremos outros canais de diálogo, resultado do fortalecimento do Instituto Teotônio Vilela, órgão de estudos e debates do partido. Uma série de cadernos tratará da realidade brasileira com setores profissionais. O primeiro abordará a questão social.

Teremos ainda um Observatório da Gestão Pública, que dará destaque às boas práticas da administração e manuais de orientação a gestores municipais. Por fim, reeditaremos o Conversa com os Brasileiros, canal de debate com os nossos militantes e a população.

A voz das ruas e das redes tem nos dito muito e não pode ser ignorada. Os partidos que preferirem se encastelar em sua burocracia e arrogância estarão fadados à irrelevância e à rejeição.

Nosso desafio coletivo é estabelecer uma nova audição do que pensa, quer e nos cobra a sociedade e, com ela, estabelecer um novo diálogo nacional, que seja sincero em seus propósitos e responsável na sua condução. Nunca precisamos tanto dele.

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Programa do PT zomba dos brasileiros ao ignorar a corrupção e ao ironizar panelaços, afirma Aécio Neves

O senador Aécio Neves afirmou, nesta quinta-feira (06/08), que o programa de TV que o PT levará ao ar na noite de hoje zomba da inteligência dos brasileiros ao não trazer uma palavra sequer sobre os escândalos de corrupção na Petrobras e a prisão dos dirigentes do partido, e ainda ironizar os panelaços realizados contra o governo da presidente Dilma Rousseff.

“O governo do PT perde hoje mais uma extraordinária oportunidade de falar a verdade. Zomba da inteligência dos brasileiros. O programa de 10 minutos não foi capaz, seja pela voz do seu presidente nacional, seja pela voz do ex-presidente da República ou da própria presidente Dilma, de dizer uma palavra sequer em relação ao que vem acontecendo no país na Operação Lava Jato, sobre a prisão do tesoureiro do partido, sobre o fato da maior liderança do partido do ponto de vista da sua organização, o ex-ministro José Dirceu, estar preso”, questionou Aécio Neves, em entrevista coletiva no Senado.

Sobre a nova pesquisa Datafolha, divulgada hoje, e que mostrou que 71% dos brasileiros consideram o governo Dilma ruim ou péssimo, Aécio Neves atribuiu ao estelionato eleitoral praticado pelo PT, que levou o país à recessão econômica, à inflação e ao desemprego.

“É inacreditável o PT achar que com o marketing, com as trucagens de um programa continuarão a enganar os brasileiros. Os brasileiros têm sim muitas razões para se indignar. O governo e a presidente da República pagam cada dia mais caro o preço da mentira e do descompromisso com a verdade e com a ética. É o conjunto da obra que faz com que hoje a presidente Dilma tenha a pior avaliação dentre todos os presidentes da República”, afirmou Aécio Neves.


Panelaços

O presidente tucano criticou também o ataque do PT, em seu programa de TV, às pessoas que têm se manifestados nos panelaços.

“O PT zomba de forma agressiva daqueles que se manifestam nos panelaços, seja por qualquer outra via, contra a corrupção, que se manifestam contra a carestia, contra a inflação, com a perda de investimentos e com o crescimento negativo da nossa economia”, disse.


Crise social

Aécio Neves considerou que a crise social é a de maior alcance hoje no país em razão das consequências na vida dos brasileiros mais pobres.

“Para vencer as eleições, como a presidente dizia, faz-se o diabo. E fizeram o diabo. Só que quem está pagando a conta hoje é a população mais pobre. É o desemprego. Já são 350 mil postos formais que perdemos no Brasil apenas este ano, metade disso no Nordeste. É a inflação de alimentos já em dois dígitos há mais de ano, juros escorchantes com 50 milhões de famílias já endividadas. É um governo que perdeu a capacidade de governar. A presidente, infelizmente, hoje, não governa mais o Brasil”, avaliou.

Nota sobre o programa do PT

Quem esperava que o programa do PT fosse um espaço de bom senso, com uma clara autocrítica ao estelionato eleitoral cometido pelo partido e com explicações sobre a sua impressionante complacência diante da poderosa rede de corrupção montada nas estatais federais com a participação, inclusive, de dirigentes petistas, se surpreendeu ao ver, no programa exibido hoje, o PT de sempre: arrogante, alheio à realidade e intolerante para com seus críticos.
Com arrogância, voltam a amedrontar os brasileiros. Dessa vez, com imagens de alçapões e labirintos. Quem sabe os mesmos nos quais o partido se perdeu e jogou o Brasil.
Mais uma vez, insistem na divisão do país entre o PT e os outros. A mesma arrogância e intolerância exibida nos últimos anos, quando não apenas a oposição, mas também todos os principais setores da sociedade alertaram para o risco da recessão, da inflação e do desemprego. O PT não ouviu. Ignorou a todos de forma arrogante.
A presidente Dilma e o comando do PT se calam sobre a crise social, minimizam a crise econômica e divulgam a crise política com obra da oposição. Querem parecer vítimas injustiçadas e não autores do enredo das múltiplas crises em que enterrou o Brasil e os brasileiros.
Com arrogância de sempre, agem como quem não precisa prestar contas à população, ignoram as graves provas da corrupção instalada nos governos no PT. Nenhuma palavra sequer sobre corrupção! Nenhuma palavra sobre a prisão de um dos principais líderes do partido, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.
O presidente nacional do PT ao invés de defender o partido da acusação de ter recebido R$ 10 milhões de propina na sua própria sede, o mesmo partido que levou o Brasil à maior recessão dos últimos 20 anos, teve o desplante de recomendar juízo aos outros.
Ao final, em nova e inacreditável manifestação de arrogância e de cinismo, ironizam os milhões de brasileiros que promovem panelaços como forma de expressar indignação pelas mentiras e pela corrupção institucionalizadas neste governo.
O programa do PT ofende e desrespeita os brasileiros, agride as forças políticas democráticas da oposição e mostra na TV que o principal compromisso do PT continua sendo com ele mesmo.

Aécio Neves – Presidente Nacional do PSDB

Entrevista coletiva sobre o novo programa do PT

“É inacreditável o PT achar que com o marketing, com as trucagens de um programa continuarão a enganar os brasileiros”, disse o senador Aécio Neves, em entrevista, hoje, sobre o programa de TV que o PT levará ao ar nesta quinta-feira (06/08). O presidente do PSDB disse que o partido da presidente Dilma zomba da inteligência dos brasileiros ao não tratar da corrupção ocorrida no governo e das prisões do tesoureiro do partido e do ex-ministro José Dirceu.

Sobre os ataques à oposição feitos no programa, Aécio Neves agradeceu ao PT: agradeço a oportunidade de milhões de brasileiros saberem que eu não estou do lado do PT. Estou do lado do povo. Eu sou contra este governo que infelicita cada dia mais o Brasil.

Entrevista coletiva sobre o novo programa do PT

“É inacreditável o PT achar que com o marketing, com as trucagens de um programa continuarão a enganar os brasileiros”, disse o senador Aécio Neves, em entrevista, hoje, sobre o programa de TV que o PT levará ao ar nesta quinta-feira (06/08). O presidente do PSDB disse que o partido da presidente Dilma zomba da inteligência dos brasileiros ao não tratar da corrupção ocorrida no governo e das prisões do tesoureiro do partido e do ex-ministro José Dirceu.

Sobre os ataques à oposição feitos no programa, Aécio Neves agradeceu ao PT: agradeço a oportunidade de milhões de brasileiros saberem que eu não estou do lado do PT. Estou do lado do povo. Eu sou contra este governo que infelicita cada dia mais o Brasil.

George Gianni

George Gianni