Aécio Neves – Entrevista sobre a nova bancada do PSDB, Petrobras e Direitos trabalhistas

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, neste domingo (01/02), em Brasília, onde participou da posse dos senadores eleitos no pleito de 2014 e da solenidade de abertura do ano legislativo. Aécio falou sobre a nova bancada do PSDB, a CPI da Petrobras e a retirada dos direitos trabalhistas.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

A bancada do PSDB é reforçada com a chegada dos senadores José Serra (SP), Tasso Jereissati (CE) e Antonio Anastasia (MG).

O PSDB chega fortalecido ao Congresso Nacional com a mesma pregação: a independência do poder, a capacidade de estarmos sintonizados com as expectativas da sociedade brasileira. E o PSDB chega fortalecido também – não apenas pelos quadros extraordinários que traz ao Senado Federal – mas chega fortalecido pelo respaldo que tem hoje de uma parcela muito expressiva da população brasileira, que despertou nessas eleições, que acompanha como jamais acompanhou no nosso passado mais recente os trabalhos no Congresso, aquilo que acontece no Brasil, seja na economia, seja na educação, seja nos nossos indicadores sociais. Portanto, cabe ao PSDB continuar interpretando esse sentimento de mudança que hoje atinge uma parcela muito ampla da sociedade brasileira. E aqui fazemos aquilo que a Constituição determina que o Congresso faça: fiscalizando as ações do governo, cobrando resultados, cobrando coerência e possibilitando ao Brasil ter uma agenda muito mais ousada do que aquela que nós tivemos nos últimos anos.

 

O senhor foi crítico às medidas anunciadas pela presidente Dilma em relação às mudanças na concessão de benefícios previdenciários. Do ponto de vista do governo, o argumento é para economizar R$ 18 bilhões em fraudes. O PSDB já tem um posicionamento em relação a essas mudanças que vão vir para cá?

Olha, a fraude verdadeira foi o Brasil que a presidente da República apresentou na campanha eleitoral. Um Brasil que prosperava, que não tinha problema com inflação, que crescia, um país que se desenvolvia adequadamente, que não tinha rombo nas suas contas. Passada a eleição, nós estamos assistindo as consequências do desastroso governo da presidente Dilma Rousseff. Essas medidas que estão sendo tomadas – sejam no aumento dos tributos, por um lado, ou na supressão dos direitos trabalhistas por outro – são única e exclusivamente de responsabilidade dos equívocos que nós denunciamos durante a campanha eleitoral – seja em relação ao setor elétrico, teremos agora aumento de tarifas, seja em relação ao preço dos combustíveis, seja em relação aos direitos trabalhistas. Infelizmente, o governo da presidente Dilma fracassou nos últimos quatro anos e quem paga a conta são os brasileiros.

 

O PSDB retoma a CPI Mista da Petrobras?

Prioridade absoluta. Temos a obrigação de participar dessas apurações que levaram à mais desastrosa administração que uma empresa pública brasileira já teve em toda sua história.

Aécio Neves – coletiva sobre a CPI Mista

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista, nesta quarta-feira (07/05), em Brasília, sobre a CPI Mista da Petrobras. Aécio Neves ressatou que, ao contrário do que os líderes do governo declararam, esta não é uma CPI política.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre CPI mista Câmara e Senado.

A CPI existirá. O governo perdeu essa batalha. Bom para a sociedade brasileira e quem não deve, não teme. As investigações ocorrerão. Agora, fica a disputa: Senado ou Congresso? É mais razoável, na nossa avaliação, que seja Congresso porque você não tiraria os parlamentares – os deputados federais – dessa discussão. Mas a razão – e acho que o presidente Renan devia tomar essa iniciativa como presidente do Congresso, sentar com os líderes à mesa. Vamos fazer uma pauta racional. Queremos a investigação. Ao contrário do que tem dito os líderes do governo, esta não é uma CPI política. Não fomos nós, oposicionistas, que acordamos um dia e dissemos: Olha, vamos fazer uma CPI sobre a Petrobras para incomodar a presidente da República. Não, as denúncias estão aí se sucedendo, trazendo indignação aos brasileiros.

Um dos principais diretores da Petrobras, senão o principal no seu tempo, está preso. As denúncias se sucedem. É cada dia uma denúncia nova. Pasadena é apenas uma ponta desse iceberg. Então, as investigações terão que ocorrer. O governo lutou o quanto pôde para que elas não ocorressem. Nos obrigaram a ir ao Supremo Tribunal Federal. Agora, cada vez que o governo busca inibir a investigação, mais claramente mostra que teme as investigações. O racional, a meu ver, é a CPMI mais ampla. Cabe ao presidente do Congresso convocar os líderes. Vamos, quem sabe, fazer uma CPMI com uma pauta pré-definida. Vamos começar a trabalhar.

Não há mais tempo para esse debate entre oposição e governo. A população brasileira, acho que sem exceção, – talvez alguns que estejam envolvidos nessas irresponsabilidades, talvez não, mas a população brasileira tirando eles quer que as investigações ocorram. Quem não tiver responsabilidade será inocentado e quem tiver responsabilidade deve pagar por eventuais maus negócios feitos no comando da companhia.

 

Faz parte da estratégia não indicar integrantes para a CPI exclusiva do Senado para forçar a CPI Mista?

Essa foi uma decisão do líder, que eu respeito porque não adianta funcionar duas CPIs. Isso é, claramente, interesse de quem não quer que as investigações ocorram. Portanto, a tentativa das oposições, apesar de sermos minoria, – mas já vencemos uma luta muito dura para que a CPI ou a própria CPMI ocorresse – é que possamos fazer a investigação mais ampla. Como hoje vai estar sendo oficiado aos líderes partidários indicação para aos membros da CPMI, vamos apoiar a CPMI.

Repito, o presidente do Congresso Nacional, a meu ver, é quem tem as condições de sentar-se com os líderes da base, líderes oposicionistas e preservando o Senado Federal, preservando o Congresso Nacional, definir de que forma essa investigação vai ocorrer. Temos a disposição inclusive de fazer o entendimento em relação à pauta da CPMI da própria CPI. A CPMI mais ampla é melhor para as investigações, a mais restrita, certamente, é pior para as investigações.

 

A oposição vai apoiar a CPI da Alston? Hoje, o PT deve formalizar o pedido para a criação dessa CPI.

Tem toda a legitimidade para fazê-lo lamento até que venha com enorme atraso, porque essas denúncias que estão aí há anos circulando incomodassem realmente o PT do ponto de vista da busca da apuração já poderia ter feito isso lá atrás. Mas é direito deles, a minha assinatura está lá. Eu, pessoalmente, tenho muito curiosidade de saber como foi que a Aston conseguiu, no caso de Porto Alegre e Belo Horizonte, fazer uma licitação com que um resultado é o contrário, o oposto do outro, são obras do governo federal. Vamos investigar tudo. Ninguém tem que ter medo de nada. Mas não vão tirar do povo brasileiro a oportunidade de saber o que aconteceu ou vem acontecendo com a Petrobras e acho que coisas novas vão vir por aí.

Portanto, da nossa parte basta apenas aguardar que o presidente do Congresso Nacional organize o funcionamento da CPI da Petrobras, repito a CPMI é melhor. Outras investigações que venham, não temos que ter medo de absolutamente de nada. Até porque, se no nosso campo político isso não foi comprovado até agora, algum agente político ligado ao partido tenha cometido qualquer irregularidade, tem que responder por essas irregularidades. Acho até que se o PT estivesse realmente interessado nessa investigação, tem maioria para ter feito isso ao longo dos últimos 12 anos. Se faz agora, paciência, vem com um enorme atraso, mas que seja feita.

 

A presidente Dilma falou indiretamente do sr. ontem em um jantar com jornalistas. Sobre medidas impopulares.

Vejo a presidente permanentemente preocupada. O que vamos fazer é corrigir os equívocos do atual governo. O que vamos fazer é acabar com a medida mais impopular tomada por este governo que foi permitir que a inflação voltasse no Brasil. Agora eu vou sim tomar pelo menos duas medidas impopulares, mas impopulares para o PT. Vou acabar com a metade desses ministérios se vencer as eleições. Portanto, com a boquinha de muita gente. E vou acabar com essas falcatruas, com as irresponsabilidades que ocorrem nas empresas públicas brasileiras, em especial a Petrobras.

Aécio Neves: governo federal perdeu ao tentar impedir investigações na Petrobras

O senador Aécio Neves afirmou que o governo federal perdeu a batalha que travou para tentar enterrar as investigações sobre as denúncias de má gestão e corrupção na Petrobras. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (07/05), no Senado, Aécio Neves defendeu a imediata instalação da CPI Mista da Petrobras, composta por senadores e deputados.

 

Sonora do senador Aécio Neves

Queremos a investigação. Ao contrário do que tem dito os líderes do governo, esta não é uma CPI política. Não fomos nós, oposicionistas, que acordamos um dia e dissemos: Olha, vamos fazer uma CPI sobre a Petrobras para incomodar a presidente da República. Não, as denúncias estão aí se sucedendo, trazendo indignação aos brasileiros.

Um dos principais diretores da Petrobras, senão o principal no seu tempo, está preso. As denúncias se sucedem. É cada dia uma denúncia nova. Pasadena é apenas uma ponta desse iceberg. Então, as investigações terão que ocorrer. O governo lutou o quanto pôde para que elas não ocorressem. Nos obrigaram a ir ao Supremo Tribunal Federal. Agora, cada vez que o governo busca inibir a investigação, mais claramente mostra que teme as investigações.

 

Boletim

Sonora