“Mostrem o banco e a conta e essa farsa ficará desmascarada”, rebate Aécio sobre falsa acusação de Veja

“A democracia vive da verdade, das pessoas que têm, como eu, a coragem de estar aqui mostrando o rosto, mostrando a face. A democracia não se faz com aqueles que se escondem nas sombras do anonimato para, covardemente, tentar destruir reputações, sabe-se lá com que objetivo”, afirmou o senador no Senado, nesta terça-feira.

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, subiu à tribuna do Senado nesta terça-feira (04/04) para rebater a falsa acusação feita pela revista Veja de que ele seria beneficiário de uma conta em banco de Nova York, abastecida com recursos ilícitos da Odebrecht. Movido por um forte sentimento de indignação, Aécio cobrou responsabilidade da revista na publicação da acusação, feita por fonte não identificada e sem apresentar qualquer tipo de comprovação.

“Mostrem o banco, mostrem a conta e essa farsa ficará desmascarada de forma definitiva. Mais importante do que descobrir a origem da mentira, é desmascará-la. Em qualquer que seja a hipótese, lamentavelmente, a revista, mesmo alertada do erro da informação, mesmo não dispondo sequer do nome do banco a qual se referia, não teve a precaução de confirmar a denúncia antes de estampá-la em sua capa”, afirmou em seu pronunciamento.

Aécio voltou a defender o fim do sigilo sobre as delações feitas para que todos possam conhecer o conteúdo verdadeiro das citações feitas e possam exercer o direito de defesa. A citação publicada pela Veja atribuída ao ex-executivo da Odebrecht Benedicto Jr. foi desmentida pelo próprio advogado do delator.

“A democracia vive da verdade, das pessoas que tem, como eu, a coragem de estar aqui mostrando o rosto, mostrando a face. A democracia não se faz com aqueles que se escondem nas sombras do anonimato para covardemente tentarem destruir reputações sabe-se lá com qual objetivo”, afirmou.

O senador alertou para os vazamentos de trechos de supostas delações, ocorridos nos últimos meses sempre de forma parcial e clandestina.

“Que interesses escusos manobraram, nas sombras, afirmações que nunca existiram, travestidas de informações pretensamente de interesse público?”, questionou.

É mentira

Sobre a falsa acusação publicada, o senador destacou que alertou a revista sobre a inexistência da conta e ofereceu toda colaboração para esclarecer a informação, mas nem mesmo o nome do banco que abrigaria tal conta a revista soube informar.

“Mesmo alertada do erro da informação, mesmo não dispondo sequer do nome do banco a qual se referia, não teve a precaução de confirmar a denúncia, antes de estampá-la em sua capa. Digo ao Brasil e aos mineiros de forma especialíssima com todas as letras: É mentira. É calúnia. É injúria. É difamação. É crime”, afirmou Aécio.

O senador encaminhou um pedido ao ministro do STF Edson Fachin para ter acesso à delação mencionada pela revista.

“Solicitei formalmente ao ministro Fachin duas providências: que investigue a origem desse pseudo-vazamento criminoso e puna aqueles que o cometeram. E que me permita, por outro lado, acesso à delação premiada deste executivo, como forma de saber do que e por quem estou sendo acusado. Reputações não podem permanecer reféns da má-fé de vazamentos selecionados”, defendeu Aécio.

Nova história

Em seu pronunciamento, o presidente nacional do PSDB relembrou sua trajetória na vida pública durante mais de 30 anos e agradeceu as mensagens de apoio tem recebido. No domingo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, governadores, ministros e as bancadas do PSDB no Senado e na Câmara dos Deputados divulgaram uma nota conjunta em apoio a Aécio.

Nesta tarde, o senador foi cumprimentado por seu pronunciamento por colegas de diferentes partidos.

“O Brasil está escrevendo as primeiras páginas de uma nova história. Para que ela seja a história que o país espera e merece, precisa ser escrita sobre dois pilares: o da verdade e da justiça. Qualquer coisa menor que isso será uma traição aos brasileiros e uma manipulação do desejo da nossa sociedade. Verdade e justiça é o que devemos buscar e alcançar”, disse Aécio Neves.

Leia aqui o pronunciamento do senador Aécio Neves em 04/04/2017.

(In)feliz aniversário

Aécio Neves – Folha de S. Paulo – 26/10/2015

Há exatamente um ano os brasileiros foram às urnas carregados de esperança. Era enorme a expectativa de que o país iniciasse uma era de prosperidade e reencontrasse seus valores mais caros.

Um breve olhar para esses 12 meses só faz aumentar minha convicção de que a oposição travou na eleição o bom combate.

Falando a verdade, apresentamos aos brasileiros os problemas que o país precisava enfrentar e as nossas ideias para superá-los. Infelizmente a candidatura vitoriosa privou o Brasil desse debate, optando por criar uma grande ilusão em relação à situação do país, usando e abusando da mentira e da calúnia como principais armas de campanha.

O que prevíamos –e a presidente negava– aconteceu: o país parado, a economia em recessão, corrupção institucionalizada, ineficiência do governo escancarada, inflação e desemprego em disparada.

Os riscos se avolumaram. Soluções que apresentamos e foram hostilizadas passaram a ser agora perseguidas, ainda que de forma deturpada. A candidata vencedora fez o inverso do que prometera na campanha.

Mesmo sabendo da gravidade da situação fiscal do país e da necessidade urgente de ajustes, a presidente candidata insistiu na estratégia ilusionista até a última hora. No dia da eleição, publicou nesta Folha artigo pródigo em autoelogios e repleto de indicadores que já sabia serem insustentáveis.
Nele, ela se vangloriou das baixas taxas de desemprego, da inflação sobre controle e de “um importante equilíbrio macroeconômico”. Vendeu a ideia de um país governado com responsabilidade fiscal, quando já havia sido gestado o desastre em curso.

Somos um povo generoso que tende a perdoar erros e até mesmo a relevar a incompetência, quando percebe que há boa intenção. O engodo deliberado e a má-fé é que são imperdoáveis para nós, brasileiros. E é exatamente isso o que a população está dizendo todos os dias à presidente Dilma e ao PT.

Não há na política, especialmente nas crises, ativos mais valiosos do que confiança e credibilidade. A perda desses atributos é extremamente grave porque dificilmente se consegue recuperá-los. Essa é a verdadeira crise que atormenta o petismo.
Se a vitória nas urnas não nos coube, a missão que nos foi delegada pela população não foi menos nobre: fiscalizar o governo eleito e zelar pelo país.

Em um dos anos mais difíceis das últimas décadas, enfrentamos dois desafios centrais: proteger os brasileiros do caos econômico e social ao qual fomos dragados pelo governo do PT e, em aliança com a sociedade, defender a verdade, as instituições e a democracia, bases do novo Brasil que buscamos.

Aniversários são datas em que o tempo ganha concretude e nos lembra que colhemos o que plantamos.

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