Instabilidade do governo Dilma impede solução para crise econômica, avalia Aécio Neves

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, se reuniu nesta terça-feira (04/08), com lideranças do partido em Brasília para avaliar o quadro político, agravado com os novos desdobramentos da Operação Lava Jato e pela piora dos indicadores econômicos. Após o encontro, o senador afirmou que a falta de credibilidade e a instabilidade política do governo da presidente Dilma Rousseff impedem uma solução de curto prazo para a crise da economia brasileira.

“Lamentavelmente, vivemos uma política econômica extremamente grave e que, na verdade, impede uma solução de curto prazo pela absoluta instabilidade do governo. O Brasil tem um desgoverno. As coisas já não caminham minimamente na direção correta porque falta ao governo autoridade, falta ao governo credibilidade. E isso não se conquista com palavras vazias, com discursos de boas intenções. E as ações do próprio governo e das empresas do governo federal só agravam este descrédito”, declarou Aécio Neves em entrevista à imprensa na sede do partido.

O senador também afirmou que a presidente Dilma Rousseff precisa assumir sua responsabilidade pela grave crise na qual seu governo mergulhou o país. Sem isso, avalia, ela terá grandes dificuldades para governar.

“A presidente Dilma tem que governar o Brasil, tem que assumir esse mandato e para isso é fundamental que ela faça mea culpa, que ela pare de dizer que a responsabilidade com o que ocorre no Brasil é responsabilidade da crise internacional ou da seca do Nordeste. Enquanto a presidente não olhar para os brasileiros e dizer a verdade, ela terá muitas dificuldades para recuperar aquilo que é essencial para quem governa: confiança, credibilidade. Momentos difíceis todos os governos passam por eles, mas se as pessoas olham para a presidente da República e não enxergam ali verdade, sinceridade no que diz, certamente a confiança vai se distanciar cada vez mais”, avaliou.


Assalto aos cofres públicos

Aécio Neves também avalia que a 17ª fase da Operação Lava Jato, que resultou na prisão do ex-ministro da Casa Civil da Presidência no governo Lula, José Dirceu, aproxima o Palácio do Planalto do escândalo de corrupção da Petrobras.

“Acho que já chegaram muito perto [do Planalto] porque o extrato desse assalto aos cofres públicos em boa parte serviu para alimentar esse projeto de poder. As denúncias e, obviamente, elas precisarão vir acompanhadas também de comprovações, de provas, mostram que isso atendeu aos interesses de um projeto de poder. Se alguns sim se enriqueceram lateralmente desse processo devem responder por isso. Mas a montagem dessa organização e dessa estrutura, segundo o Ministério Público, continuada após o mensalão, teve um objetivo central: manter esse grupo político que está no poder”, afirmou.

O presidente nacional do PSDB classificou de inadmissível o fato de as investigações do Ministério Público Federal apontarem que o assalto aos cofres da Petrobras ocorreu paralelamente ao julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

“Essa questão relativa à prisão do ex-ministro José Dirceu, como disse ontem o nosso líder, senador Cássio Cunha Lima, o que nos salta é a continuidade da obra, não bastassem as condenações que ocorreram muito pouco tempo atrás. O crime foi, segundo diz o Ministério Público, continuado, reiterado. Isso é absolutamente inadmissível”, disse Aécio Neves aos jornalistas.

O senador destacou a gravidade das novas investigações da Lava Jato que apontam para a cobrança de um ‘pedágio’ também das empresas que prestavam serviços para a Petrobras.

“Quando assistimos agora empresas prestadoras de serviços também tendo que pagar propina, como denuncia o Ministério Público nessa última fase da delação que levou inclusive em parte à prisão do ex-ministro José Dirceu, é a demonstração de que para se trabalhar com esse governo tinha que se pagar pedágio. E isso fica cada vez mais claro. E se isso terá efeito nas manifestações do dia 16, só o dia 16 vai dizer isso, mas que a indignação das pessoas é cada vez maior, isso se constata em qualquer esquina do Brasil, em qualquer reunião da qual você participe.”

Inserções do PSDB

Aécio Neves também anunciou que as próximas inserções do PSDB no rádio e na TV irão convidar a população para as manifestações previstas para o dia 16 de agosto.

“O PSDB vai apresentar na quinta e no sábado, nas suas inserções, no horário da propaganda eleitoral, um claro convite aos brasileiros que estão, como nós, indignados com a corrupção e com a mentira, para que participem, ressaltando sempre o protagonismo desses movimentos que as organizam. O PSDB vai participar como parcela da sociedade brasileira”, destacou.

Aécio Neves – Entrevista em Brasília

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, hoje (04/08), em Brasília. Aécio falou sobre a prisão de José Dirceu, instalação de CPIs, reforma política e governo Dilma.

Leia a transcrição da entrevista do senador:
Sobre a prisão de José Dirceu.

O PSDB não comemora e tampouco lamenta as novas prisões da Lava Jato, inclusive a do ex-ministro José Dirceu. O que nós esperamos é que nossas instituições continuem funcionando como vêm funcionando até aqui. Com independência, com altivez e com coragem, como ocorre com o Ministério Público e com a Polícia Federal. E, acreditamos, ocorrerá também com o Tribunal de Contas, no momento do julgamento das contas da presidente da República, e com o TSE, no momento do julgamento das ações que lá estão. O papel principal do PSDB, como maior partido de oposição nesse instante, é garantir o funcionamento das nossas instituições. E quem tenha cometido crime, independentemente do cargo que já ocupou ou do cargo que ocupe, pague por ele, responda por ele. É dessa forma que nós vamos estar fortalecendo a democracia no Brasil.

Como o PSDB avalia as articulações na Câmara para excluir o PT do comando das CPIs ?

O PSDB é minoria na Câmara, não tem sequer esse poder. O que nós não vamos permitir é que CPIs – seja da Petrobras, ou outras que venham a se estruturar – estejam a serviço de interesses menores. O PSDB tem responsabilidades com a sociedade. É isso que nós estamos fazendo na CPI da Petrobras, garantindo que as investigações avancem. Estamos prontos para participar também das outras comissões parlamentares de inquérito – inclusive no Senado, onde já estamos instalando nesses próximos dias a CPI dos Fundos de Pensão, onde as denúncias são extremamente graves em relação ao governo, mais uma vez a utilização das estruturas dos fundos de pensão para beneficiar eleitoral e pessoalmente figuras do governo, e também a CPI do BNDES. Portanto, vamos ter um agosto de muita movimentação. E onde o PSDB tiver espaço para participar, vai participar, em defesa do aprofundamento das investigações e da própria democracia.

E a reforma política?

Essa é uma urgência para nós, no Senado, já que foram interrompidas algumas votações para o início do recesso parlamentar. Existe um conjunto de iniciativas que já estão prontas para ir ao plenário. Pretendemos votá-las nessas 15 dias. Eu converso hoje com o senador Renan para definirmos claramente qual a prioridade para o Senado neste segundo semestre. E a reforma política, a meu ver, é a primeira delas.

Com relação às propostas.

O que está sendo discutido hoje não são mais as questões, vamos chamar, estruturantes. O sistema eleitoral, por exemplo, foi derrubado na Câmara dos Deputados. O que nós estamos buscando fazer no Senado é dar uma contribuição para que as eleições fiquem mais baratas, para que as eleições fiquem mais fiquem mais isonômicas, as disputas sejam mais equilibradas, e tenham maior transparência. Portanto, há um conjunto de ações, como a inibição de determinado tipo de material de campanha, algumas que falam da diminuição do tempo de televisão e do próprio início das campanhas eleitorais, que não estão sendo discutidas e eu acredito que poderão passar.

E a redução da duração dos mandatos?

Eu sempre defendi, e continuo defendendo, por mais que não seja uma proposta consensual nem na Câmara e nem no Senado, o mandato de cinco anos sem reeleição para todos os cargos eletivos. Eu acho que essa era a modificação mais adequada, que possibilitaria o surgimento de novas lideranças, e o Brasil não assistiria mais episódios como nós assistimos nas últimas eleições: o Estado, as empresas públicas, o governo colocado a serviço de um projeto de poder, de um projeto de um partido político. A reeleição foi uma experiência que o Brasil viveu, mas eu acho que devemos ter a coragem para avaliar, e esse é o meu ponto de vista – que o melhor seria a interrupção desse processo de reeleição, com o mandato de cinco anos para todos os cargos majoritários.

Pergunta inaudível.

Alguns dos seus aliados dizem que a presidente hoje é uma presidente alheia, distante da realidade do país. E quanto mais ela é levada a dizer coisas como esta, como disse recentemente em uma reunião de governadores, lembrando a data final do seu mandato, mais demonstra a insegurança dela própria. A presidente Dilma tem que governar o Brasil, tem que assumir este mandato, e para isso é fundamental que ela faça mea culpa, que ela pare de dizer que a responsabilidade em relação ao que ocorre no Brasil é da crise internacional ou é da seca no Nordeste. A responsabilidade em grande parte para que o Brasil seja hoje, entre os emergentes, o país em situação mais crítica é do governo da presidente Dilma. É desse ciclo do PT que, por maiores que fossem os alertas, não fez a correção de rumos que poderia ter feito. Priorizou as eleições. E hoje transfere aos brasileiros, principalmente os mais humildes, através das escorchantes taxas de juros, inflação fora de controle e o desemprego já na estratosfera a conta mais dura desse ajuste.

Enquanto a presidente não olhar nos olhos dos brasileiros e dizer a verdade, ela terá muitas dificuldades para recuperar aquilo que é essencial para quem governa: confiança, credibilidade. Porque momentos difíceis todos os governos passam por eles. Mas se as pessoas olham para a presidente da República e não enxergam ali verdade, sinceridade no que diz, certamente a confiança vai se distanciar cada vez mais. O que assistimos em uma matéria ontem do jornal O Globo é algo muito grave. A defesa da Petrobras em uma ação que corre na Justiça americana, instaurada por investidores que se sentiram lesados pelo esquema de corrupção da Petrobras, é algo assombroso.

Porque, ao ser cobrada, a Petrobras, sobre os anúncios que veiculava falando de governança, falando de transparência, falando de retidão, dos instrumentos modernos de governança que utilizava, ao ser instada pelo juiz a dizer porque não cumpriu isso, o advogado da Petrobras disse simplesmente que isso era uma peça de propaganda, não era para levar a sério. É dessa forma que o governo do PT tratou os brasileiros: faltando com a verdade. E não satisfeito com isso, agora também internacionalmente continua incorrendo nesse mesmo equívoco, eu diria que quase criminoso, de falsear a verdade. E esse é um governo que, infelizmente, se tornou mitômano, é um governo que não consegue mais viver sem a mentira.

Aécio Neves – Entrevista sobre reunião com lideranças do PSDB

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, nesta terça-feira (04/08), após reunião com lideranças tucanas na sede da Executiva Nacional, em Brasília. Aécio falou sobre o encontro, Petrobras, novas investigações da Operação Lava Jato, manifestações dia 16 e inserções do PSDB.

Leia a transcrição da entrevista do senador:
Fizemos uma reunião com a presença dos líderes do PSDB, dos vice-presidentes do PSDB, do secretário-geral e de vários senadores do partido para uma análise do quadro político e externamos mais uma vez a nossa grande preocupação com a instabilidade política do país. Lamentavelmente vivemos uma política econômica extremamente grave e que, na verdade, impede uma solução de curto prazo pela absoluta instabilidade do governo. O Brasil tem um desgoverno. As coisas já não caminham minimamente na direção correta porque falta ao governo autoridade, falta ao governo credibilidade. E isso não se conquista com palavras vazias, com discursos de boas intenções. E as ações do próprio governo e das empresas do governo federal só agravam este descrédito.

Estávamos aqui hoje perplexos com uma notícia que chegou, publicada em um importante jornal, que dá conta de que a Petrobras, na ação que existe hoje na Justiça americana, na corte de Nova York, contra ela, uma ação coletiva de investidores que querem receber a reposição das perdas que tiveram em relação à corrupção sistêmica que tomou conta da Petrobras. E houve uma cobrança por parte do juiz em relação aos comunicados que a Petrobras ao longo do tempo vinha fazendo sobre boas práticas de governança, sobre padrões de ética inquestionáveis, sobre a condução dos seus negócios com transparência e integridade, essas são algumas das informações que a Petrobras lançou ao mercado norte-americano. E a defesa da Petrobras, qual foi? O advogado da Petrobras, em nome da nossa maior empresa, disse que essas informações eram apenas peças de propaganda. Isso é absolutamente grave.

O vice-presidente da CPI da Petrobras, deputado Antônio Imbassahy, vai nesta quinta-feira apresentar um requerimento para ter acesso a essas afirmações, a essa defesa da Petrobras. Porque está claro que ali a empresa, se defendeu desta forma, considerando os seus comunicados como peças de mera propaganda, incorreu em crime de responsabilidade. Se isso efetivamente se confirma, é a constatação de que este governo, não satisfeito em mentir reiteradamente para os brasileiros, passa a mentir também para os estrangeiros, para aqueles que investem no país. E um governo que age desta forma, cada vez se distancia mais do resgate da sua própria credibilidade.

Manifestações dia 16

Reiteramos aqui o nosso apoio às manifestações que tomarão conta das ruas do Brasil no próximo dia 16 de agosto, registrando sempre que são manifestações da sociedade, organizadas por um conjunto de movimentos e nós, dentro dos limites da democracia, mostraremos também a nossa indignação com a corrupção, a nossa indignação com tanta mentira, com tanto descalabro que tomou conta do país. É uma posição do PSDB, que já havia anunciado alguns dias atrás, hoje reiterada pelo conjunto das lideranças que aqui estiveram, de apoio a essa movimentação da sociedade civil da qual o PSDB é parte. Não somos protagonistas desses atos, nem temos a intenção de sê-lo, mas assumiremos a nossa responsabilidade clara de dar apoio àqueles que se sentem indignados com tudo que vem acontecendo no Brasil.

O PSDB apóia o impeachment?

A questão não é apoiar o impeachment. O que apoiamos são as investigações. O que defendemos são as nossas instituições. Aqueles que falam em golpe na verdade deviam conhecer um pouco mais a nossa Constituição. Porque golpe é constranger os nossos tribunais no exercício das suas funções constitucionais. O papel do PSDB nesse instante é, acima de qualquer outro, garantir que as nossas instituições continuem funcionando com autonomia, com independência, com coragem como vem fazendo o Ministério Público, como vem fazendo a Polícia Federal e como continuarão fazendo, tenho certeza, o Tribunal de Contas e o TSE. O desfecho desse processo depende muito mais do governo do que de nós. Não adianta transferir uma responsabilidade que não é das oposições.

O que queremos no Brasil é o cumprimento da lei e vamos garantir que isso ocorra. Aqueles que falam em golpe são aqueles que tentam golpear as nossas instituições levando a elas constrangimento para que cumpram a sua função. Acredito nessas instituições, elas são o alicerce fundamental da democracia no Brasil e tenho certeza de que quanto melhor elas funcionarem, quanto maior for a sua independência, certamente mais forte será a democracia. E, obviamente, aqueles que eventualmente cometeram delitos em qualquer campo terão que responder por eles, não importa o cargo que ocuparam ou o cargo que hoje ocupam.

A prisão de José Dirceu vai dar mais força para essa manifestação?

O que percebo é que há uma indignação crescente no país. É o conjunto da obra. Essa questão relativa à prisão do ex-ministro José Dirceu, como disse ontem o nosso líder, senador Cassio Cunha Lima, o que nos salta é a continuidade da obra, não bastassem as condenações que ocorreram muito pouco tempo atrás. O crime foi, segundo diz o Ministério Público, continuado, reiterado. Isso é absolutamente inadmissível.

Disse ontem e repito: o PSDB não comemora e também não lamenta a prisão de qualquer agente político. Apenas esperamos que, como vem ocorrendo, elas se deem com base em indícios muito claros de malversação de dinheiro público, de delitos cometidos. E é óbvio que os avanços da Lava Jato somados ao agravamento da crise econômica, levando a desemprego em níveis estratosféricos, a inflação absolutamente fora de controle, isso tudo acentua o sentimento dos brasileiros de que foram enganados. Enganados deliberadamente por um governo que não tem compromisso com o país. Tem compromisso único e exclusivamente com o seu projeto de poder.

Nada é mais eloquente do que um dia depois do outro. Nada é mais eloquente do que a constatação de que uma organização criminosa tomou conta de algumas empresas públicas do Brasil e de setores do governo para simplesmente de manterem no poder. E chamo a atenção para um outro dado dessa última fase da delação, que coloca por terra a tentativa de alguns setores do governo de considerar todo esse esquema de corrupção como uma simples formação de cartel por parte de algumas empresas públicas contratadas pela Petrobras.

Isso já era inadmissível porque trata-se de apenas um contratador. Não há nesse campo nenhum outro contratador, nessa área, que não seja a Petrobras. É óbvio que as empresas têm a sua responsabilidade e estão respondendo por ela. Mas quando nós assistimos agora empresas prestadoras de serviços também tendo que pagar propina, como denuncia o Ministério Público nessa última fase da delação que levou inclusive em parte à prisão do ex-ministro José Dirceu, é a demonstração de que para se trabalhar com esse governo tinha que se pagar pedágio. E isso fica cada vez mais claro. E se isso terá efeito nas manifestações do dia 16, só o dia 16 vai dizer isso, mas que a indignação das pessoas é cada vez maior, isso se constata em qualquer esquina do Brasil, em qualquer reunião da qual você participe.

As investigações estão chegando perto do Planalto?

Acho que já chegaram muito perto porque o extrato desse assalto aos cofres públicos em boa parte serviu para alimentar esse projeto de poder. As denúncias e, obviamente, elas precisarão vir acompanhadas também de comprovações, de provas, mostra que isso atendeu aos interesses de um projeto de poder. Se alguns sim se enriqueceram lateralmente desse processo devem responder por isso. Mas a montagem dessa organização e dessa estrutura, segundo o Ministério Público, continuada após o mensalão, teve um objetivo central: manter esse grupo político que está no poder. E chegaram a mais uma vitória mentindo à população brasileira e utilizando recursos retirados da sociedade. E hoje quem paga a conta, o mais grave é isso, é essa mesma sociedade, principalmente os mais pobres, com inflação sem controle, com o desemprego crescendo e com a desorganização absoluta da nossa economia.

Aumentou o ambiente de instabilidade do governo?

O que eu percebo é que o Brasil tem hoje um governo – não bastasse a sua fragilização, a sua incapacidade de iniciativa – é um governo à beira de um ataque de nervos, porque não sabe quem será o alvo amanhã, porque não há mais como controlar essas investigações, felizmente para a democracia brasileira.

Não antecipamos cenários, não comemoramos prisões individuais. O nosso dever é simplesmente garantir que as instituições continuem funcionando e, felizmente para o Brasil, isso acontece. O que vai acontecer no dia de amanhã o tempo que dirá. Portanto, o nosso papel, enquanto oposição, é exatamente este: garantir o funcionamento das instituições e, mais uma vez em relação às manifestações, de forma muito clara, o PSDB reconhece o protagonismo dos movimentos sociais muito bem organizados, vários deles. O PSDB, enquanto parcela da sociedade indignada com a corrupção e com a mentira, participará desses protestos.

Novas inserções do partido.

O PSDB vai apresentar na quinta e no sábado, nas suas inserções, no horário da propaganda eleitoral, um claro convite aos brasileiros que estão, como nós, indignados com a corrupção e com a mentira, para que participem, ressaltando sempre o protagonismo desses movimentos que as organizam. O PSDB vai participar como parcela da sociedade brasileira.

O senhor vai ?

Estou resolvendo ainda. Estou pensando, até porque este é o sentimento majoritário do partido. Não quero transformar isso em uma presença do presidente de um partido político para que fiquemos no nosso limite. Se eu estiver lá nas movimentações, – e é possível que eu esteja – estarei como mais um entre milhões de cidadãos brasileiros. Esses movimentos não são de partidos políticos, nem devem ser. Quanto menos forem de partidos e mais forem da sociedade, mais abrangentes eles serão.

Agora, os partidos são parcelas da sociedade e, obviamente, de forma muito clara para que não gere qualquer dúvida, devem participar. O PSDB, através dos seus militantes, dos seus representantes, das suas lideranças (pelo menos grande parte delas) estará fazendo valer o seu direito de cidadão. É o que, a princípio, pretendo fazer.