Aécio Neves – Entrevista no dia da abertura da Copa do Mundo

O presidente nacional do PSDB e pré-candidato à Presidência da República, senador Aécio Neves, concedeu entrevista, nesta quinta-feira (13/06), no Rio de Janeiro (RJ). Aécio Neves falou sobre a abertura da Copa do Mundo, a estreia da seleção brasileira de futebol e as manifestações contra a presidente da República.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre a estreia da seleção.

Estreia é muita tensão. O Brasil sofreu essa tensão, a pressão da estreia, mas o importante é que ganhou. Acho que daqui para frente, olha que acompanho muito futebol, o time vai jogar mais solto. O Brasil tem um time muitas vezes superior a esse time da Croácia. Sentiu a pressão, o que é absolutamente natural. Vamos torcer para que nos próximos jogos a seleção deslanche, se solte mais e jogue o futebol que tem para jogar. O importante é começar com vitória, isso ajuda tudo, tranquiliza demais daqui por diante.

É a tensão da largada, do primeiro jogo. Acho que o Brasil vai jogar muito mais solto daqui por diante e vai estar, com certeza, nas próximas fases. Agora é fazer o que sabe fazer, o que se preparou para fazer. Passou o sufoco. Eu vi um ex-jogador, não sei se o Ronaldo ou o Cafu, que disse que o primeiro jogo é sempre mais tenso até que a final. É isso que acontece. Todo mundo querendo saber como o time vai estar, como cada jogador vai corresponder. Então, acho que foi bom, foi uma bela vitória.

 

Sobre manifestações contra a presidente da República hoje no Itaquerão.

O que fica para a história é que tivemos, depois de algumas décadas, no mundo, uma Copa do Mundo em que o chefe de Estado não se vê em condições de se apresentar à população. Isso é reflexo do que está acontecendo com o Brasil.

Temos hoje uma presidente sitiada, uma presidente que só pode aparecer em eventos públicos protegida. É dessa forma que ela fará a campanha. Isso, mais do que qualquer palavra minha, retrata o que vem acontecendo no Brasil, o sentimento dos brasileiros em relação ao governo.

 

O senhor esperava a reação que houve?

Não, nem torço por isso. Mas acho que é o sentimento que existe hoje no Brasil. Não em relação à própria presidente em especial, mas a tudo que vem acontecendo no governo. Acho que a realidade é que temos hoje uma presidente sitiada, só pode aparecer em público muito protegida. E aí, usa e abusa de instrumentos de Estado para fazer o seu proselitismo político, como aconteceu mais uma vez essa semana, em mais uma convocação de mais uma cadeia de radio e televisão.

 

Sobre manifestações nas ruas.

Tenho dito sempre que as manifestações têm de ser não só permitidas, mas respeitadas. E as nossas forças de segurança devem garanti-las. A violência que assistimos de novo hoje, depredação do patrimônio, isso tem de ser contido. O que percebi é que é um número muito menos expressivo do que assistimos algum tempo atrás. Acho que as forças de segurança têm que conter e conter mesmo aqueles que vêm às ruas para depredar patrimônio, para atentar contra a integridade física das pessoas. Isso tem de ser contido. Isso nada tem a ver com manifestação. Ao contrário, o que mais inibe as manifestações são esses atos de violência. As manifestações provavelmente ocorrerão ou continuarão ocorrendo, em que dimensão for, essas têm de ser respeitadas e, repito, protegidas pelas forças de segurança. A violência não. Esta tem de ser contida e contida de forma exemplar.

 

Sobre decisão tomada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.

É uma decisão da Justiça. O Ministério Público está fazendo a sua parte. O que tenho dito é que a liberdade de imprensa é fundamental. A liberdade de informação é absolutamente natural. Agora, o crime é crime fora e dentro da rede. E cabe à Justiça fazer essa avaliação. Está nas mãos da Justiça.

Aécio Neves – Entrevista no Rio de Janeiro sobre a Copa e as eleições

O presidente nacional do PSDB e pré-candidato à Presidência da República, senador Aécio Neves, concedeu entrevista, nesta quarta-feira (11/06), no  Rio de Janeiro (RJ), sobre a Copa do Mundo e as eleições deste ano.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre o ex-governador Marcello Alencar. 

Marcello deixa uma saudade enorme na boa política brasileira e, em especial, naqueles que o conheceram mais de perto. Marcello foi muito importante na minha trajetória política, em várias etapas da minha vida profissional e também na minha vida pessoal Marcello foi sempre um grande conselheiro, um amigo extremamente próximo. Hoje, me emocionei porque recebi do deputado Luiz Paulo um bilhete que Marcello escreveu há 15 dias e que pediu que Luiz Paulo me entregasse na convenção, quase que uma premonição.

Ele disse: “Caro presidente Aécio, somente o impedimento absoluto me ausentará de estar ao seu lado nesse dia de luz, em que você se dispõe a governar o nosso país. Se não puder estar, Luiz Paulo estará ao seu lado e o fará”. Ele fala que apenas o impedimento absoluto o impediria de estar lá no próximo sábado, não é? A morte. Então, é uma demonstração do apreço, do carinho, vou guardar isso com muito carinho. Acabei de receber.

E fica sempre o exemplo de homem que soube ter lado na política, desde a resistência à ditadura, e, depois, representante o Rio de Janeiro como prefeito, como governador, como um dos fundadores do PSDB. A minha caminhada na liderança do partido, depois na Presidência da Câmara, teve seu apoio aberto, claro, incondicional, enquanto poucos do meu próprio partido faziam isso. Marcello sempre teve uma clareza muito grande das suas posições.

E me estimulava, nos últimos tempos, nessa caminhada rumo à Presidência da República. Venho aqui não homenagear apenas o homem público, mas um amigo querido, a Célia, sua esposa, seus filhos, lembrando sempre dos privilégios que tive dos seus conselhos e da sua amizade.

 

Sobre a importância de Marcello Alencar para o PSDB-RJ.

Os melhores momentos do PSDB no Rio de Janeiro foram sob a condução de Marcello Alencar. Ele liderou o partido com uma penetração popular muito forte, na Zona Oeste, de forma muito expressiva. Falava ali com a deputada Lucinha, falando que ele foi fundamental também na sua caminhada. Marcello soube levar a mensagem do PSDB a regiões onde o PSDB tem tido ao longo os últimos anos maiores dificuldades de penetração, a grande verdade é essa. Fica aí o exemplo e uma sinalização. Marcello era o PSDB próximo das pessoas, próximo do povo, como precisava voltar a ser, como tentado fazer com que volte a ser.

Mas é uma perda, para mim, muito pessoal. Era um dos conselheiros mais próximos que eu tinha, inclusive na minha própria vida pessoal. Em muitas vezes que vinha ao Rio, o visitava em São Conrado, era vizinho da minha mãe, muitas e muitas vezes ia lá tomar café com o Marcello e, agora, não terei mais este privilégio. Vai ficar sempre a boa lembrança. A lembrança dos bons momentos, da boa e alegre companhia, do bom humor do Marcello, daquela ironia fina que os bons políticos têm e, sobretudo, o seu amor ao Rio, à sua gente. Ele viveu e morreu fazendo política, respirando política. E essa demonstração aqui de vontade de estar conosco no sábado próximo, é uma demonstração clara de que, até o último dia, ele pensava no Brasil.

Sobre pesquisa Ibope divulgada ontem. O segundo turno é inevitável?

Acho que sim. As pesquisas que mostram que mais de 70%, em alguns estados como São Paulo mais de 80% da população querem mudanças profundas, certamente, levarão as eleições para o segundo turno. E acredito que quem for ao segundo turno com a atual presidente da República, se ela lá estiver, e essa é uma questão que tem que começar a ser avaliada, tem uma grande chance de vencer as eleições. O sentimento é de final de ciclo. O governo perdeu a capacidade de ousar, de transformar, de falar ao futuro das pessoas.

As participações da presidente da República, ontem, nas convenções em que ela esteve foram absolutamente patéticas. A presidente falando de medo, a presidente culpando a inflação, culpando o baixo crescimento da economia ao papel da oposição. Esquecendo-se de que o passado são eles. O passado desses 11 últimos anos são eles que estão no poder, é PT.  Se temos um crescimento pífio da economia hoje, uma inflação saindo do controle, uma perda enorme de credibilidade do país, uma ausência de melhoria nos nossos indicadores sociais, a responsabilidade única e exclusiva é do atual governo. Por isso, esse ciclo caminha para terminar. E o PSDB tem a obrigação de se colocar com a alternativa consistente, corajosa, verdadeira para fazer as mudanças que o Brasil precisa.

Estou muito tranquilo nesse momento da caminhada. A partir do sábado próximo já me ouvirão falar como candidato formalmente à Presidência da República. E vamos falar de propostas. Enquanto eles falarem de passado, vamos falar do futuro. Enquanto eles falarem de medo, vamos falar de esperança para os brasileiros.

 

Sobre o PSDB-RJ.

Respeitarei a decisão que o partido tomar. Agora, recebo manifestações de apoio de forças políticas que vão além do meu partido. E esse apoio é muito importante para nossa caminhada. Hoje, a nossa responsabilidade maior é com a construção das bases de um projeto nacional. Ter uma posição importante no Rio de Janeiro, sustentada no Rio de Janeiro, é extremamente decisiva. Sobretudo, porque, muito provavelmente, avançaremos bem em Minas Gerais, temos uma construção muito sólida em São Paulo, com o governador do Estado, uma ampla base de apoio, e o terceiro maior colégio eleitoral é exatamente o Rio de Janeiro. E a aliança que pretendemos ter aqui, os apoios que busco ter, vão além da nossa base nacional de apoio.

Pretendo manter a nossa base com o Democratas, o Solidariedade e outros partidos que possam somar a nós, mas, do ponto de vista regional, ela será ampliada, como acontece em vários estados. As lógicas estaduais, as lógicas regionais, nesse quadro político exageradamente plural que temos hoje, um número exagerado de partidos políticos, isso leva a construções regionais que quase nunca seguem a lógica das alianças nacionais.

Você vê que ontem, na minha avaliação, a presidente da República recebeu uma derrota fragorosa. No momento em que o PMDB, apesar de toda a participação que tem no governo, da oferta sem limite de espaços públicos, de cargos públicos, apenas 60% do partido, ou menos um pouco, manifestam apoio a ela. E se formos ver nos votos válidos, porque muitos deixaram de comparecer, praticamente metade do partido diz não à candidatura da presidente da República.

Depois de 11 anos, ter este resultado é, na verdade, a sinalização da falência desse modelo, porque nem o seu sócio majoritário na aliança consegue dar apoio integral a este projeto. Como já disse, a presidente da República terá alguns minutos a mais de apoio de tempo de televisão, com base nesta oferta de espaços de governo, mas não terá o trabalho, entusiasmo, a militância de nenhum desses partidos políticos. E vamos respeitar as construções locais. E elas, na verdade, se dão a partir dessa realidade local e não pela influência nacional. 

 

A Copa pode ter alguma influência no bom humor do eleitorado?

Sinceramente, não acredito. Acho que isso é coisa do passado. Na década de 1970 via-se essa preocupação: o futebol vinculado à política. O que é triste é a presidente da República querer fazer reviver os tempos da ditadura. Se apropriar do sucesso da seleção, como fez ontem acintosamente em mais uma ilegal convocação de cadeia de rádio e televisão. Para avisar o Brasil que vamos ter Copa do Mundo a partir desta quinta-feira? É usar o dinheiro público para fazer campanha eleitoral. E querer se apropriar, lembrando sim os piores momentos da ditadura, do êxito da seleção como patrimônio eleitoral. Ela vai se frustrar porque vamos vencer a Copa do Mundo, espero que isso aconteça para dar alegria aos brasileiros, e vamos vencer as eleições para dar ainda mais alegria aos brasileiros.

Aécio Neves – Entrevista em Belo Horizonte sobre as eleições e sobre a presidente Dilma

O presidente nacional do PSDB e pré-candidato à Presidência da República, senador Aécio Neves, concedeu entrevista, nesta terça-feira (10/06), em Belo Horizonte (MG), onde participou da convenção nacional do PTdoB e da convenção do PSDB-MG. Aécio Neves falou sobre eleições 2014, declarações da presidente Dilma, pesquisa Ibope e Copa do Mundo.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre declarações da presidente Dilma Rousseff nesta terça-feira (10/06).

É muito triste vermos uma presidente da República, no momento em que recebe apoio à sua candidatura, não conseguir olhar para o futuro. Ela só olha no retrovisor da história. E, mesmo assim, com comparações que não são corretas. A presidente, que levou o Brasil a ter o terceiro pior crescimento desde a proclamação da República, fala que vai nos levar a um crescimento contínuo. A presidente, que perdeu o controle sobre a inflação, nos fala que vai legar no futuro inflação controlada.

Isso é um acinte para com a dona de casa, o trabalhador que sabe que a inflação de alimento já está em dois dígitos há muito tempo. E ela acha que pode enganar, com frases feitas pelo seu marqueteiro, provavelmente, a população brasileira, quando faz uma comparação com o índice inflacionário do seu governo e o governo do presidente Fernando Henrique. O Brasil não merece uma presidente que faça uma comparação tão absurda como essa.

O presidente Fernando Henrique, quando deixou o governo, a inflação era em torno de 12%. Sim, mas quando ele assumiu o governo, ela era de 916% ao ano. E parte desses 12% foi em razão do efeito Lula. Ela deveria saber, como economista que é, em razão da eleição do presidente Lula, e o descontrole econômico que aquela eleição gerou nos primeiros meses. É preciso que se diga a verdade. Ninguém vai vencer as eleições enganando as pessoas.

Mas o mais surpreendente que eu vi hoje da presidente – uma presidente desconectada da realidade, aflita com os resultados que vem tendo na economia, na área social – é o absurdo de ela dizer, como disse na convenção do PDT, que ela é invencível. Invencível seremos nós, brasileiros, que vamos encerrar esse ciclo de governo do PT que está infelicitando o país. A democracia é invencível. E a democracia é que vai mostrar, de forma muito clara, que o Brasil não quer mais o desgoverno do PT hoje representado pela presidente da República.

Estou aqui hoje, em Minas, para falar de futuro. Enquanto eles falam de medo, eu vou falar de esperança. Enquanto eles distribuem cargos para terem apoio, nós vamos distribuir medidas que permitam ao Brasil retomar o crescimento em bases sólidas, e controlar a inflação. As nossas propostas são diametralmente opostas.

E a presidente hoje, infelizmente, deve dormir com uma enxaqueca, porque ela sofreu um flagorosa derrota na convenção do PMDB. Depois de tudo que foi feito, a distribuição dos espaços que vem distribuindo para o PMDB no governo, que já manda quase mais, pelo menos um setor do PMDB, do que o próprio PT, a oposição à aliança ter mais de 40% dos votos, é uma derrota flagorosa. Isso significa que a presidente levará alguns minutos a mais para a propaganda eleitoral, mas não levará a base, o trabalho, o sentimento dos seus aliados.

E fico me perguntando: para que tanto esforço para ganhar alguns minutos a mais na televisão, se esse governo não tem absolutamente nada a apresentar aos brasileiros, a não ser falsas projeções, a não ser maquiagem fiscal e, infelizmente, indicadores sociais e econômicos extremamente ruins.

 

Sobre a militância do PMDB.

Não estará com o governo, pelo que assistimos lá hoje. O governo, tendo feito o que fez para atrair o PMDB, tendo esse resultado em torno de 60%, considero uma derrota flagorosa da base do governo, daqueles que querem aliança. Esses 40%, certamente, significam, apontam para uma rejeição, que hoje é muito maior do que isso nas bases do PMDB, à aliança com o PT. Porque os peemedebistas estão vendo o que acontece com o Brasil, estão assistindo.

Ninguém que mais isso que está aí. A grande verdade é essa. Ninguém ilude o cidadão brasileiro como a presidente quer iludir. O resultado desse governo é inflação alta sim, por mais que a presidente diga que ela está sob controle. É crescimento baixo, por mais que ela diga que vai nos levar ao futuro ao crescimento sustentável. A perda de qualidade de nossos indicadores sociais e a desesperança.

O governo do PT é o governo da desesperança e nós seremos o governo da esperança.

 
Sobre divisão do PMDB.

Acho que o PMDB, e aí é uma tradição, em vários estados, estará próximo a nós, em outros estados estará próximo a outras candidaturas. O resultado da convenção do PMDB, repito, é uma derrota para um governo que não teve limites na distribuição de cargos e na oferta de espaços para manter a base aliada. O governo há um ano não faz outra coisa, por isso os resultados são tão ruins em todas as áreas. O governo só faz cooptar forças políticas para garantir tempo de televisão à presidente. Isso será absolutamente insuficiente para que ela vença as eleições.

 

Sobre o resultado de pesquisa Ibope.

É um sentimento que a gente percebe em outras pesquisas também. Mas vou repetir o que eu digo sempre. O sentimento crescente no Brasil é de enfado, é de cansaço em relação a tudo que está acontecendo no Brasil. Não há marqueteiro que leve o PT à vitória. Podemos nos preparar para um novo e grande governo a partir de 2015 e vamos trabalhar para isso.

 

O desempenho da seleção brasileira na Copa do Mundo pode influenciar na eleição?

De forma alguma. Vamos ganhar no campo e vamos ganhar em outubro. Vamos ganhar, dar uma grande alegria para os brasileiros. Vou estar lá na primeira fila torcendo muito pela vitória do Brasil. Acho que nós ali, ao lado da Alemanha, Argentina e eventualmente a Espanha somos quatro favoritos e o Brasil, com a torcida, tem tudo para ganhar. Vamos ganhar em campo e vamos ganhar nas ruas em outubro.

 

Sobre o modelo de governo do PT.

Sempre fui oposição a esse modelo. Esse modelo está fazendo muito mal à economia brasileira e, por conseqüência, aos brasileiros, sobretudo com o retorno da inflação, por mais que a Presidência diga que ela está sobre controle. Está fazendo muito mal aos investimentos que deixam de vir para o Brasil por esse intervencionismo absurdo do governo. Está fazendo mal à educação, à saúde, à segurança pública, pela omissão do governo federal. As minhas diferenças são com o governo que está aí. Eu não vou desviar as minhas atenções e gastar a minha energia com outra coisa que não seja aquilo que quer a população brasileira: mudança. E nós seremos a mudança segura, a mudança verdadeira que o Brasil precisa viver. Eu tenho uma tranquilidade de poder fazer uma campanha dizendo a verdade e absolutamente coerente com os meus valores, com os meus princípios e com as minhas crenças.

Aécio Neves – Entrevista em Campo Grande (MS)

O presidente nacional do PSDB e pré-candidato à Presidência da República, senador Aécio Neves, concedeu entrevista, nesta sexta-feira (06/06), em Campo Grande (MS), onde participou de encontro com lideranças políticas. Aécio Neves falou sobre eleições 2014, pesquisa Datafolha, inflação, Pacto Federativo, saúde, segurança pública, ministérios e carga tributária.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre baixo crescimento da economia e aumento da inflação.

Infelizmente há sim um pessimismo generalizado em relação aos nossos indicadores econômicos. Tivemos um crescimento no primeiro trimestre de 0,2%. Não fosse o agronegócio – o Brasil tem que vir aqui nessa região, em especial nesse Estado, agradecer e reverenciar o esforço daqueles que trabalham e produzem no campo – teríamos um crescimento negativo. O crescimento do agronegócio nesse primeiro trimestre foi 3,6%. Se não acontece isso, o crescimento teria sido negativo. Aliás, ao longo dos últimos anos, é o agronegócio que tem segurado minimamente o crescimento da economia brasileira. Costumo dizer que da porteira para dentro não há ninguém mais produtivo do que o brasileiro, em especial o brasileiro dessa região. O problema está da porteira para fora, quando faltam rodovias adequadas, duplicadas, quando faltam ferrovias construídas, quando faltam hidrovias, enfim, quando faltam portos competitivos. Aí quem perde, obviamente, é aquele que se esforça e que produz.

Vejo que, por outro lado, os resultados da economia, os últimos, não nos inspiram confiança nos próximos.  O Brasil foi o país, como disse, o país que menos cresceu na America do Sul ao longo desse período. A inflação de alimentos já está na casa de dois dígitos há mais de ano, e é ela que pune aquele que mais precisa, porque quem ganho hoje até dois e meio salários mínimos consome, no mínimo, 30% da sua renda com alimentação e sabemos que a inflação de alimentos está muito mais alta que esses 6 e poucos por cento que ainda contêm preços controlados, como combustíveis, como energia, como transportes públicos. Acho que o Brasil vai precisar de um choque no Custo Brasil para garantir maior eficiência, maior produtividade, maior competitividade à quem produz, e uma vitória do PSDB gerará um ânimo novo, gerará um ambiente muito mais propício à retomada dos investimentos do que a permanência desse grupo que está aí no poder.

 

Sobre pesquisa Datafolha.

As pesquisas, sempre as vejo com muita cautela. Não posso deixar de perceber que a nossa proposta, a clareza da oposição que fazemos a tudo isso que está aí, reconhecendo inclusive os avanços quando eles ocorreram, vem permitindo que a nossa candidatura seja apontada, cada vez mais, como a da mudança. Essa mesma pesquisa à qual você se refere traz dois dados que, para mim, são mais relevantes do que o próprio indicador de intenções de votos. O primeiro deles, que consolida esse sentimento que outras pesquisas já mostraram, de que mais de 70% da população brasileira quer mudanças e mudanças profundas em relação a tudo que está aí. E essa pesquisa, no seu detalhe, mostra que a população percebe que, entre os candidatos colocados, aquele que tem as melhores condições, na visão da população, para fazer essas mudanças, é o candidato do PSDB. Esse é um dado que me alegra e me anima.

 

Sobre candidaturas do PSDB no MS e nacional.

O meu sentimento é que há um vento mudancista chegando aqui também e Reinaldo (Azambuja) é quem encarna essa mudança. Porque mudar não pode ser uma palavra solta ao vento. Mudança tem que vir com consistência com planejamento, com projetos. O que o Reinaldo comandou, o PSDB e alguns outros partidos aliados, ao longo desses últimos meses e anos aqui no estado, começou em Campo Grande com aquele movimento Pensando Campo Grande e depois Pensando Mato Grosso do Sul, vou dizer para vocês, inspirou outros estados da Federação, porque possibilitou a esse grupo político que aqui está a construção já com alguma antecedência daquilo que outros têm sentido dificuldade de fazer, que é um projeto para o estado, que é uma radiografia, um diagnóstico de onde estão as potencialidades ainda não utilizadas na sua total dimensão, onde estão as dificuldades que precisam ser superadas.

Então, vejo que esse sentimento de mudança se confundirá com a candidatura de Reinaldo Azambuja e os candidatos que o acompanharão nessa caminhada. O nosso apoio será sempre no sentido de mostrar que há, entre o comando nacional da campanha e o projeto nacional que o PSDB conduzirá, uma absoluta identidade com o projeto do estado. E, na política, tudo que você não precisa explicar muito é bom. E a nossa aliança não precisa de explicação, é muito natural, muito convergente, muito homogênea. A minha convicção, que não vem de hoje, em razão de uma campanha eleitoral, em relação à importância do agronegócio no desenvolvimento do país, vem do meu berço, de onde eu nasci. Sou do interior de Minas Gerais. Sou de uma família de pequenos produtores de café. Sei do esforço do homem do campo para sobreviver hoje, com o altíssimo Custo-Brasil, com essa escorchante carga tributária, com a incapacidade do Estado de oferecer competitividade, de garantir o escoamento da produção, de crédito efetivo, de investimentos em armazenagem – que é outro desafio que essa região, especificamente, vive. Falei aqui das obras de infraestrutura de rodovias, de ferrovias e de hidrovias.

Vou usar aqui uma figura de linguagem. Eu vejo o Mato Grosso do Sul, com as suas extraordinárias potencialidades, como um leão enjaulado. Com tudo para ir ao mundo, para avançar, para crescer, para se industrializar cada vez mais, gerando empregos cada vez de maior qualidade, mas enjaulado pela incapacidade do governo federal de oferecer a infraestrutura adequada que aqui se produz para que possa ser mais competitivo ainda do que é. Então, vamos romper com essas grades e permitir que o Mato Grosso do Sul vá para o mundo, se desenvolvendo, vendendo seus produtos cada vez mais valorizados, e, obviamente, gerando mais renda e mais desenvolvimento social no estado.

 

Sobre Pacto Federativo.              

Sua pergunta é excepcional porque me permite fazer aqui uma síntese daquilo que é a base fundamental da nossa proposta para o Brasil. A Federação no Brasil acabou. O Brasil se transformou em um Estado unitário, onde apenas o governo central arrecada, retém recursos e apenas ele define o que fazer com esses recursos. Se voltarmos um pouco no tempo, Ruy Barbosa, quando da Proclamação da República, costumava dizer que o Império caíra não por ser Império, mas por não ter uma visão federalista do Brasil. E dizia ainda que ele era federalista antes sequer de ser republicano. Porque um país das dimensões do Brasil é ilógico, é irracional ser administrado da forma como vem sendo, com essa concentração crescente de recursos nas mãos da União. Faço justiça aqui. Isso não começou no governo do PT. Agravou-se no governo do PT. Mas vínhamos em um processo.

No Brasil, desde a República, essa concentração e desconcentração de receitas vêm funcionando quase como uma sanfona. No Império, a concentração era grande. Veio o primeiro período da República, há uma primeira desconcentração. De novo, na década de 1930, no primeiro governo ditatorial de Getúlio, há de novo uma concentração de receitas nas mãos da União, e ali se iniciou o processo de industrialização do país. Vem a Constituinte de 1946, há um novo momento de desconcentração de receitas, com os estados ganhando algumas prerrogativas de tributação. Vem o Golpe de 1964, de novo a concentração. Estou sendo aqui bem sintético, mas a Constituinte de 1988, da qual eu já participei, vem com um viés de desconcentração.

Mas o que ocorre logo após a década de 1980? O processo hiperinflacionário, no Brasil, levou o governo central a iniciar a cobrança muito vigorosa de contribuições. As contribuições são aqueles impostos que não são distribuídos, compartilhados com os estados e municípios. O contrato do Imposto de Renda, do IPI, que constituem as cestas do fundo de participação que é distribuído. Pare se ter uma ideia, em 1988, a soma das contribuições – só do governo federal – representavam 20% da soma do Imposto de Renda mais o IPI. Hoje, as contribuições representam mais de 100% da soma do Imposto de Renda com o IPI. E ainda com agravantes. O governo federal, quando faz essas bondades, quando faz essas isenções de IPI e Imposto de Renda para determinados setores da economia, faz com o chapéu alheio, faz com parte das receitas dos estados e municípios. Tenho um projeto que tramita no Senado Federal – e o governo do PT, o Palácio do Planalto e a base aliada do governo impedem que seja votado – que determina que desoneração pode ser um instrumento importante do governante. Se tem uma competição desigual de outro país sobre determinado setor da economia, que você não pode permitir que desempregue, que se fragilize, você pode fazer desoneração. Mas o meu projeto permite a desoneração na parcela de tributos do governo federal.

 

Sobre o baixo investimento federal em Saúde e segurança pública.

Quando o governo do PT assumiu o governo, em 2003, 54% do conjunto dos investimentos em saúde pública vinha da União. Onze anos se passaram e hoje 45% apenas vêm da União. A União se empobreceu? Deixou de arrecadar? Está arrecadando menos? Ao contrário. Está arrecadando cada vez mais. E quem paga essa diferença? Os que menos têm. Os municípios, principalmente, no caso da saúde.

Na segurança, essa distorção, costumo dizer, é quase criminosa, porque 87% de tudo que se gasta em segurança pública no Brasil, hoje, vêm dos estados e de uma parcela pequena dos municípios. Apenas 13% da União. E a União é responsável pelo quê? Pelo tráfico das nossas fronteiras, – e aqui nós temos essa enorme fronteira desprotegida pelo tráfico de drogas e de armas – e não há uma política nacional de segurança pública.

 

Sobre o plano nacional de segurança pública.

Vou apresentar ao Brasil um plano nacional de segurança pública onde haja o impedimento, a proibição dos contingenciamentos sucessivos que ocorrem hoje no Fundo Nacional de Segurança e no Fundo Penitenciário, porque o governo não gosta muito de falar a verdade, de enfrentar as questões com clareza.

Me lembro que, há alguns meses, o ministro da Justiça disse “as cadeias, as penitenciárias brasileiras são masmorras medievais”. Nos últimos três anos, desde que ele está no ministério – vou dizer apenas do que foi aprovado no orçamento, que já não é grande coisa –, do que foi aprovado no orçamento para o sistema penitenciário para avançarmos na direção de transformarmos os presídios brasileiros em espaços com o mínimo de dignidade humana, apenas 10,5% foram executados. O resto foi para superávit primário. Do uso dos recursos do Fundo Nacional de Segurança, pouco mais de 30% foram efetivado, o resto foi para superávit. O governo não tem a visão de que segurança pública é prioritária.

A discussão que estamos fazendo no Congresso, de revisão do Código Penal e do Código de Processos Penal, porque hoje o sujeito para ser preso, tendo um bom advogado, um razoável advogado, para ser preso no Brasil tem que fazer um esforço enorme. A verdade é essa. Quando tentamos recrudescer o Código Penal, quando nós tentamos fazer uma reforma no Código de Processos para que não haja essas chicanas permanentes que impeçam a punição, aí vem esse sentimento de impunidade prevalecendo, a bancada do PT votou permanentemente contra.

Refundar a Federação é um gesto não de interesse eleitoral ou político, mas de inteligência, de responsabilidade para com o Brasil. Governei o estado brasileiro que tem o maior número de municípios por oito anos. São 853 municípios, e aprendi muito cedo que o que o município puder fazer, é o município que tem que fazer. O estado deve fazer só aquilo que o município não puder fazer. E a União apenas aquilo que município e estado não puderem fazer. Vamos mudar essa lógica e refundar a Federação no Brasil.

 

Sobre corte de ministério e Custo Brasil.

Falei inicialmente que vamos fazer uma guerra ao Custo Brasil. Um governo precisa também dar exemplos, sinalizar. Então, deixo aqui hoje em Campo Grande um compromisso para que eu seja cobrado. Em primeiro lugar, falando das sinalizações, dos exemplos.

Vamos acabar com metade desses ministérios que estão aí. É um acinte, uma vergonha um país como o Brasil ser administrado por 39 ministérios que não entregam, não apresentam serviços. O Estado brasileiro hoje foi aparelhado de uma forma, aí sim, que jamais antes se viu na história brasileira, em benefício da manutenção de um projeto de poder. Não é de um projeto de país, transformador de país. As agências reguladoras foram embora, viraram instrumento de nomeação de apaniguados, que as utilizaram para fazer negócios, as nossas empresas públicas também viraram instrumento da obtenção de vantagens parciais, pessoais e partidárias, como assistimos envergonhados e indignados o que está acontecendo com a Petrobras.

Me lembro que sofremos aquela campanha leviana, o termo é esse, de alguns dos nossos adversários de que íamos privatizar a Petrobras, privatizar Banco do Brasil, algo que jamais passou pela cabeça de nenhum de nós. Ao contrário. Defendemos as privatizações e as faríamos de novo no setor de telecomunicações, que foi essencial à universalização do acesso não apenas à telefonia, à informação que veio a partir do acesso à telefonia. Defendo a privatização do setor siderúrgico, que apresentava uma conta amarga, salgada para o governo pagar a cada final de ano. A privatização da Embraer foi essencial para ganharmos mercado, escala e qualidade tecnológica em várias partes do mundo.

Agora, a Petrobras, sabe o que eu vou fazer se vencer as eleições? Eu vou reestatizar a Petrobras, devolvê-la aos brasileiros. Vou tirar a Petrobras das garras desse grupo político que tomou conta da empresa e fez com que ela perdesse metade do seu valor em apenas quatro anos e se transformasse na empresa mais endividada de todo o mundo. A Petrobras era a 12ª maior empresa do mundo. Hoje é a centésima vigésima alguma coisa, e deixou de habitar as páginas econômicas e hoje está nas páginas policiais.

Apenas como alguns exemplos daquilo que pretendemos fazer para transformar o Estado brasileiro em instrumento de benefício, de melhoria da qualidade de vida das pessoas, e a questão tributária se incorpora nisso como algo absolutamente urgente.

Hoje, se gasta no Brasil mais de R$ 45 bilhões anualmente, o conjunto das nossas empresas, apenas para pagar tributos, para sustentar a máquina pagadora de tributos. Porque essa simplificação, que ordenará principalmente os impostos indiretos que existem hoje, esse emaranhado, esse cipoal de impostos indiretos, é que vai nos abrir espaço para que, a médio prazo, possamos avançar numa desoneração, numa diminuição horizontal da carga tributária. Hoje, os gastos correntes do governo federal, apenas nos primeiros três meses desse ano, cresceram em média 15%, enquanto as receitas cresceram 7%. Enquanto não racionalizarmos o Estado, os gastos públicos, qualificarmos esse gasto, enquanto o custo do Estado crescer em uma velocidade duas vezes maior do que crescem as receitas, teremos dificuldades para efetivamente diminuirmos a carga tributária.

Então, vamos fazer um esforço fiscal, com transparência. Vamos enfrentar a inflação no centro da meta, e não no teto da meta como vem acontecendo hoje. Não há imposto mais perverso para qualquer cidadão, principalmente aquele de mais baixa renda, do que o imposto inflacionário, e acredito que a nossa presença, a equipe extremamente qualificada que estamos montando, vai nos dar condições sim de enfrentarmos a questão econômica e, a médio prazo, garantir estabilidade, crescimento sustentável e, espero eu também, a redução da carga tributária para que possamos ser mais competitivos e termos uma política externa que avance em novos mercados com os produtos brasileiros.

Aécio Neves – Trechos do discurso no Ato de apoio de lideranças de 17 partidos no RJ

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), participou, nesta quinta-feira (05/06), de ato de apoio à sua pré-candidatura à Presidência da República, promovido por vários partidos no Rio de Janeiro. Mais de 1.600 lideranças e militantes de 17 legendas compareceram ao encontro, incluindo 60 prefeitos dos 92 municípios fluminenses.

 

Leia abaixo trechos do discurso do senador:

Ato político no RJ

Hoje, os olhos do Brasil estão postos sobre o Rio de Janeiro. Aqui, ao chegar, fiquei surpreendido pela dimensão que tomara esse encontro. Quando começamos muitos a pensar em um entendimento, imaginava que íamos encontrar hoje com algumas das mais expressivas lideranças do Rio de Janeiro. Mas não. Tenho andado muito pelo Brasil, por todos os estados e inúmeras vezes, mas tenho que começar essas minhas palavras de agradecimento e reconhecimento dizendo que hoje acontece o mais importante evento político de toda essa pré-campanha. Acontece pelas mãos dos senhores e das senhoras que aqui estão. Jovens, idosos, lideranças de todas as partes e de vários partidos.

 

Tempo novo 

Se eu tinha alguma dúvida da capacidade que temos de enfrentar essa avassaladora máquina pública usada sem limites por aqueles que se apropriaram do Estado nacional em benefício próprio, essa dúvida hoje está dissipada, porque hoje o Rio de Janeiro através das suas mais expressivas lideranças políticas diz sim a um tempo novo.

 

Herança econômica

Diz sim a um tempo novo, onde a retomada do desenvolvimento seja absolutamente prioritária. A herança que esse governo que está aí nos deixará é a pior do ponto de vista econômico das últimas décadas. Crescimento pífio, inflação alta e a perda crescente de credibilidade do país.

 

Cemitério de obras

Do ponto de vista da gestão, o Brasil, infelizmente, se transformou em um cemitério de obras inacabadas, abandonadas e com sobrepreços por todas as partes.

 

Educação

Todos nós, que buscamos a melhoria dos indicadores sociais nas nossas comunidades, nas nossas cidades, estamos vendo que a educação está no final da fila. Se formos olhar os rankings internacionais, é exatamente o Brasil o lanterna em qualidade em educação na nossa região.

 

Saúde 

Na saúde pública, a falta de generosidade do governo federal fez com que, nesses últimos onze anos, a presença do financiamento público da União caísse em torno de 10% em relação ao quadro que encontraram há dez anos, quando assumiram o governo.

 

Segurança Pública 

Na segurança pública, aí a omissão do governo federal é quase que criminosa, e aqui merece de pronto uma palavra minha de reconhecimento e de cumprimentos ao esforço do governo Sérgio Cabral na busca do enfrentamento da criminalidade.

 

UPPs

E quero reafirmar, pela primeira vez de público, as UPPs serão exemplos a serem levados a todas as regiões metropolitanas do Brasil. Levadas com honra e orgulho, como um exemplo exitoso do governo do estado do Rio de Janeiro. E vamos aprimorá-la. Vamos vencer aqui mesmo no Rio as segundas etapas, além do policiamento, da acessibilidade, vamos levar também o desenvolvimento econômico e social a essas comunidades, pois é ele que trará a paz definitiva a tantos irmãos e irmãs que lá estão vivendo.

 

Caminhos

Dois caminhos ficarão muito claros no momento em que a eleição se avizinhar. Um é a consagração de tudo o que nós estamos assistindo: aparelhamento perverso da máquina pública, razão maior da ineficiência e dos desvios que se avolumam por toda parte.

 

Projeto de país

Mas, do outro lado, vai estar uma proposta em que vamos substituir esse aparelhamento pela meritocracia, pela responsabilidade com os resultados das ações do governo federal, por uma visão de mundo muito mais adequada aos reais interesses do Brasil. Vamos juntos construir uma pauta desenvolvimentista para o Brasil, e vamos olhar com orgulho o futuro que nos espera. Porque, meus amigos e minhas amigas, o problema não é o Brasil. O problema é o governo que hoje toma conta do Brasil, e que abdicou, que abriu mão de ter um projeto transformador de país para se contentar única e exclusivamente em conduzir um projeto de poder.

 

Responsabilidade

Tenho absoluta convicção de que o que nos espera é um momento de extrema responsabilidade, mas as dificuldades serão amainadas, porque todos os momentos em que eu olhar para o lado, para os meus companheiros, eu vou encontrar as mais representativas lideranças do Rio de Janeiro e dizer: Vá em frente, empunha a bandeira da ética e da seriedade porque é isso que o Brasil espera de cada um de nós.

 

Desenvolvimento do Rio

O que quero dizer a cada um de vocês é que caminharei junto, com lealdade e com responsabilidade para com essa terra. O desenvolvimento do Rio de Janeiro é o desenvolvimento do Brasil, e tudo o que se fizer pelo Rio de Janeiro, eu estarei fazendo pelo Brasil.

Costumam às vezes me perguntar: mas Aécio, você fala muito no Rio, gosta muito do Rio, vai muito ao Rio. Quero responder de público: se gostar do Rio, se admirar, se respeitar o Rio e os fluminenses for um defeito, é um defeito que no meu coração e na alma aumenta a cada dia, porque o Rio de Janeiro precisa retomar, com maior vigor ainda, o ciclo de crescimento que viveu ao longo dos últimos anos.

 

Valores

Ao final, no momento em que agradeço a este extraordinário ato, que reafirmo o meu compromisso de lealdade absoluta aos valores que Dornelles e eu trazemos do berço, do nosso querido Tancredo Neves, dos compromissos com a coragem para tomas as medidas necessárias para que o Brasil volte a avançar.

Aécio Neves – Entrevista sobre o Ato Político no Rio de Janeiro

O presidente nacional do PSDB e pré-candidato à Presidência da República, senador Aécio Neves, concedeu entrevista, nesta quinta-feira (05/06), no Rio de Janeiro (RJ). Aécio Neves comentou sobre o ato político, que participou, de apoio à sua pré-candidatura à Presidência da República, promovido por vários partidos no Rio de Janeiro.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre ato político no Rio de Janeiro.

Quero dizer que estou imensamente feliz de ter participado hoje do maior evento que o Rio de Janeiro fez nessa pré-campanha eleitoral. Aqui hoje estão se encontrando forças políticas de várias matizes, de várias regiões do estado, se unindo em torno, em primeiro lugar, do fortalecimento econômico e do desenvolvimento social do Rio de Janeiro e, acima de tudo, de um novo ciclo de governo no Brasil, onde ética e eficiência possam caminhar juntas. Recebo essa manifestação como uma das mais eloqüentes manifestações de mudança que tenho visto por todo o Brasil. O Rio de Janeiro, com qual tenho enorme familiaridade, vivi muitos anos da minha vida no Rio de Janeiro, minha filha nasceu no Rio de Janeiro… Isso para mim, portanto, tem um significado do ponto de vista pessoal também muito grande.

Mas o que vejo é que várias forças políticas compreenderam que, se pudermos ter um belo resultado no Rio de Janeiro, podemos botar fim a esse ciclo de governo que está colocando em risco as principais conquistas que nos trouxeram até aqui ao longo desses últimos anos, como a estabilidade da moeda, a credibilidade internacional do Brasil e, mais do que tudo, os avanços sociais que viemos conquistando ao longo dos anos. tudo isso está sendo colocado em risco por um governo que, para se manter no poder, abandonou um projeto de país.

Hoje, os caminhos que se apresentam são muito claros. O da continuidade fará muito, mas muito mal mesmo ao Brasil. E o da mudança, que espero poder encarnar, é do início de um novo e virtuoso ciclo de desenvolvimento no Brasil.Quero dizer que estamos prestes a comemorar, nós, brasileiros, de todos os partidos ou sem partidos, duas grandes vitórias: vamos torcer para que o Brasil vença a Copa do Mundo e vamos trabalhar para que o Brasil vença também, derrotando o PT nas próximas eleições e elegendo um governo honrado, digno e, sobretudo eficiente.

 

É praticamente um lançamento de pré-campanha aqui?

Acho que sim. Mais do que isso. Acho que é uma demonstração de apoio e solidez à nossa pré-candidatura que se transforma, a partir de agora, em uma candidatura suprapartidária. A minha candidatura será a candidatura do Rio de Janeiro. A candidatura dos melhores valores do Rio, do desenvolvimento econômico do Rio, dos avanços sociais do Rio de Janeiro. Minha candidatura não tem a marca do partido A ou B, tem a marca dos brasileiros, cariocas e fluminenses honrados, que estão indignados com tudo isso que está acontecendo no Brasil. Fico muito honrado de poder estar recebendo hoje apoios tão importantes, tão expressivos e de regiões tão diversas do estado, o que me dá uma grande confiança de que poderemos vencer as eleições no Rio de Janeiro. Isso facilitará e muito a nossa vitória no Brasil.

 

Sobre apoio formal do PSDB ao pré-candidato Pezão. 

O meu partido está discutindo isso e dirá nos próximos com o Democratas, com o PPS, com os quais temos aliança proporcional já fixada. E vamos definir de que forma o PSDB formalmente participará da campanha. Eu, pessoalmente, estou extremamente honrado de ser candidato dos melhores sentimentos dos fluminenses, dos cariocas, dos melhores sentimentos do Rio de Janeiro. E no Rio de Janeiro vamos vencer. Vencendo no Rio, vamos vencer no Brasil.

 

Sobre o governador do Rio.

Pezão é meu amigo de muitos anos. Pezão é um governador honrado e tem todas as condições de vencer as eleições. Estar ao seu lado recebendo o apoio de forças políticas que o apoiam para mim é uma honra.

 

Sobre ações do governo federal em segurança pública já que é uma atribuição estadual.

Você acha que o governo federal não pode participar da política nacional de segurança? Ao contrário. O que falta ao Brasil hoje é uma política nacional de segurança. O governo federal gasta apenas 13% de tudo que se investe em segurança pública no Brasil, 87% são dos municípios. Queremos uma política nacional de segurança, onde o Fundo Penitenciário e o Fundo Nacional de Segurança Pública sejam impedidos de ser contingenciados, para que possamos fazer um planejamento com estados e municípios.

Fui governador por oito anos e senti quanta falta faz ao país uma política nacional de segurança, uma garantia para os estados e municípios de transferências mensais de recursos. Grande parte dos recursos de segurança pública tem sido contingenciados ao longo desses últimos anos. Para citar um exemplo, apenas o Fundo Penitenciário, do que foi aprovado ao longo dos últimos três anos no governo da presidente Dilma, apenas 10,5% foram executados. Do Fundo Nacional de Segurança Pública, apenas 35%.

No momento em que formos aplicar, implementar com inteligência, com planejamento, todos os recursos aprovados no orçamento da União, vai haver espaço para parcerias com estados e municípios para levarmos sim experiências vitoriosas, como essa do Rio de Janeiro, (as UPPS) que, obviamente, precisará e terá sempre aprimoramentos, a outras regiões metropolitanas de todo o Brasil.

 

Jorge Picciani é pé quente? 

Pé quente e foi o grande responsável por essa organização aqui.