O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, realizou palestra, hoje (o5/05), no Sindicato Nacional dos Aposentados, em São Paulo (SP).
Confira trechos da palestra do senador:
Aposentados
A minha vinda aqui hoje é sinal de absoluto respeito e de grande preocupação pela situação que passa os aposentados de todo o Brasil. Agradeço por ser o primeiro pré-candidato que vem a esse sindicato. Espero não ser o único, até porque quem se dispõe a presidir o Brasil, com os desafios e as complexidades que temos pela frente, tem que ter coragem de olhar no olho das pessoas e dizer a verdade, o que pensa e o que pretende fazer.
Confiança
Tenho hoje uma missão, que estou cumprindo com toda determinação e coragem. A primeira é não temer, é enfrentar, como estamos enfrentando, com coragem, com clareza, aqueles que se apoderaram do Estado brasileiro em benefício próprio. Para restabelecermos a decência e a eficiência no governo federal, duas coisas absolutamente hoje no Brasil. Só no momento em que resgatarmos a credibilidade no governo federal estaremos em condições de iniciar essa nova agenda, que é a agenda daqueles que trabalham, produzem, ajudaram ou ajudam o Brasil a se desenvolver.
Salário Mínimo
Quero dizer desde já que a questão do salário mínimo, e falo do reajuste real, não pode ser uma peça eleitoral a ser utilizada em toda véspera de eleição, como fez a presidente da República em mais uma acintosa cadeia de rádio e televisão. Por isso, o projeto assinado pelo Paulinho e pelo líder do meu partido, deputado Antonio Imbassahy, que garante até 2019 a correção real do salário mínimo terá o nosso apoio e espero que seja aprovado na Câmara e no Senado o mais rapidamente possível.
O nosso compromisso com os ganhos, reajuste real do salário mínimo, será transformado em lei. Para que cada eleição isso não seja uma moeda de barganha e não haja as aflições e angústias que hoje vive a classe trabalhadora sempre que essa questão é colocada e, discussão.
Saúde
Outra questão que considero absolutamente essencial é a questão da qualidade da saúde pública e de seu financiamento. Não há nada mais trágico hoje no Brasil do que o atendimento da saúde pública. Quando o PT assumiu o governo no ano de 2003, o governo federal gastava 54% de todo investimento em saúde pública no Brasil. 54% do governo federal, estados e municípios 46%. Passaram-se onze anos de governo do PT. Hoje o governo federal só investe 45%.
E a arrecadação do governo federal é a que mais cresce. Nesse período, os tributos do governo federal, a carga tributária do governo federal aumentou em 5%. Um absurdo. A dos estados 0,8% e a dos municípios 0,5%. Ao invés de, proporcionalmente, o governo federal financiar mais a saúde, ele financia menos. E quem paga essa conta? Principalmente os municípios, que são os que menos têm. Resgatar a responsabilidade do governo federal no financiamento da saúde pública é uma responsabilidade que nós discutiremos.
Boa gestão
O Brasil é carente de gestão em todas as áreas. Gestão na saúde é fundamental para que a qualidade do atendimento melhore. E falo isso com a autoridade de quem governou por oito anos Minas Gerais, que tem hoje, segundo o Ministério da Saúde, a melhor saúde pública de toda região Sudeste e a melhor educação fundamental de todo Brasil. Isso é gestão.
Não existe nenhuma medida de maior alcance social do que a boa aplicação do dinheiro público. Com planejamento, com transparência e com metas a serem alcançadas. Isso precisa chegar na saúde.
Desindustrialização
A verdade é que, nesse últimos 4 anos, perdemos cerca de 3 milhões de empregos industriais, empregos de maior salário. E o Brasil voltou a ser o que éramos na década de 1950, somos de novo exportadores de commodities. A indústria de manufaturados participa com 13% apenas do PIB e é muito pouco, porque já participou com 29% na década de 1980. 13% apenas do PIB, das riquezas brasileiras, vem sendo construído através do emprego na indústria.
Resgatar a indústria brasileira, garantir novos mercados para quem produz aqui, garantir uma nova interlocução das empresas brasileiras com as cadeias globais. Tudo isso é fundamental para que nós possamos estancar o declínio da indústria e iniciar um processo virtuoso de retomada do seu crescimento.
O Brasil tem condições para isso, já demonstrou no passado essas condições, e não podemos permitir que o equívoco do governo na condução da política econômica nos traga uma consequência das mais perversas, a perda de empregos na indústria.
Baixo crescimento
Falávamos aqui da indústria automotiva. Não me lembro de, no mês de abril, termos tantas indústrias parando, tantos trabalhadores em casa. Isso é algo novo, é mais, aí sim, uma herança maldita de um governo que não soube conduzir o controle inflacionário. Que nos fez crescer abaixo de todos os países da América do Sul e da América Latina. Meus amigos, a média de crescimento do Brasil, nesses 11 anos de PT, é a menor de todos os países da América do Sul. Menor que todos os países da América Latina.
Inflação alta
A equação que o PT vai nos legar, para deixar para o futuro, é inflação alta, inflação de alimentos já acima de dois dígitos no Brasil inteiro, mesmo com preços represados, por isso que está no teto da meta, mas esse teto da meta já está sendo alcançado nos próximos meses, crescimento muito baixo e perda de credibilidade do Brasil.
Desconfiança
A grande verdade, infelizmente, e participo de fóruns internacionais, de discussão com investidores brasileiros, é que há um clima de desconfiança em relação ao Brasil. O intervencionismo do governo, que tem matado os setores estratégicos para o crescimento, como o de energia, sinaliza negativamente na busca de investimentos que venham gerar empregos de maior qualidade e renda para os brasileiros.
Imposto de Renda
O meu compromisso, absolutamente claro, dentre tantos, chega também na questão da correção da tabela do Imposto de Renda, que não pode ser, de novo, moeda eleitoral. Disse, quando tive o prazer de ser recebido, por muitos dos que estão aqui, no evento da Força no 1º de maio, que temos que ter uma regra.
Estou apresentando, no Senado Federal, no Congresso Nacional, uma proposta que garante o reajuste da tabela do Imposto de Renda com base no IPCA pelos próximos cinco anos. Vamos parar com essa mania de querer fazer bondade pela metade, como ficou claro no anúncio dessas últimas medidas.
Compromisso
Quero falar, ao final, resgatando mais uma vez, e reiterando o compromisso de discutirmos com muita responsabilidade, com muita seriedade, cada um dos itens dessa pauta. Porque o que eu posso oferecer a vocês, além da minha determinação, além da minha coragem de enfrentar os nossos adversários, que não têm limites, não têm escrúpulos para se manter no poder, é a minha responsabilidade. É a minha sensibilidade para com os problemas daqueles que enfrentam os problemas maiores. Fiz isso ao longo de toda a minha vida.
Dois caminhos
A minha história honrada de homem público, construída em Minas Gerais, com os valores que me ensinou a minha família, em especial, o meu querido avô Tancredo, são aqueles que me conduziram e me conduzirão no futuro. Agora, é chegada a hora de uma encruzilhada.
O Brasil vai ter que escolher entre dois caminhos muito diferentes. Um é esse que está aí representado pelo aparelhamento da máquina pública, pela ineficiência da gestão pública, pela corrupção que campeia por várias áreas do governo; mas existe um outro.
O outro é o da seriedade. O da responsabilidade. É o da generosidade. É o governo das pessoas sérias e honradas, que querem fazer o Brasil voltar a crescer.
Presidente da República
Não é possível que a gente, todo dia em que abra o jornal, veja lá mais uma denúncia em relação à Petrobras, mais uma denúncia em relação aos fundos de pensão. E sabe o que estou percebendo?
Estou vendo a presidente da República quase que como, vocês se lembram daquelas crianças que criavam um amigo imaginário e saíam conversando com ele? A presidente agora está criando o inimigo imaginário, e começa a brigar com ele.
Nos jornais, hoje, a presidente está dizendo: “não vou deixar que privatizem a Petrobras”. Meu Deus! Quem está falando em privatizar a Petrobras? O que eu quero é reestatizar a Petrobras, porque ela foi privatizada pelos interesses escusos de um grupo político que dela se apoderou para fazer negócios. Não.
Meritocracia
Nós queremos a meritocracia, gente qualificada nos cargos públicos. Vamos acabar com metade desses ministérios que só servem para acomodar alguns parceiros do governo, e não prestam serviços de qualidade, em nenhuma área, à população brasileira.
Respeito aos trabalhadores
É uma caminhada longa. Eu sei que não encontraremos facilidade. Mas tenho certeza que ninguém terá ao seu lado, nessa caminhada, os companheiros que eu terei. Do Solidariedade, aqueles da Força que vierem conosco, porque queremos mudar o Brasil. Em benefício dos trabalhadores e dos aposentados. É um convite. Venham comigo, para fazer a grande transição do Brasil de hoje para o Brasil da decência, do trabalho, e do respeito a cada um dos trabalhadores.