Trechos da entrevista
Como será a sucessão em Belo Horizonte?
Vim ouvir os companheiros. Companheiros não de hoje, mas companheiros de um projeto que transformou Minas Gerais e governou o Estado por 12 anos. É muito bom ver que, mesmo na oposição circunstancial que estamos no Estado, as nossas bases, aqueles companheiros que foram fundamentais, protagonistas das transformações que foram feitas em Minas Gerais estão juntos. O que ouvi foi um sentimento de que devemos estar juntos na eleição municipal. Nosso sentimento é este. Acho que as coisas naturais na política são aquelas que acabam dando bom resultado. Nossa intenção é que nesta aliança possa estar o prefeito Marcio Lacerda, que também é parte deste grupo político. Porque a eleição de Belo Horizonte, além de permitir a continuidade dos avanços que a cidade vem tendo, ela sinalizará de forma muito clara para que possamos derrotar em 2018 o PT e tudo aquilo que ele representa em Minas e no Brasil.
Saio daqui extremamente honrado com as manifestações de apreço e de apoio, mas, sobretudo, de solidariedade política. Esse grupo que aqui está, estará junto agora em 2016 e estará junto também em 2018.
O grupo sairá com um candidato de consenso ou poderá ter mais de um candidato?
As duas alternativas foram colocadas à mesa. Se pudermos construir uma aliança onde todos esses partidos, todas essas importantes lideranças políticas possam estar juntas, tanto melhor. Aqui estão inclusive nomes altamente qualificados para nos representar como candidato a prefeito, como candidato a vice-prefeito. Todos os depoimentos mostram o desprendimento dessas lideranças e a compreensão que elas têm de que o que está em jogo em primeiro lugar é Belo Horizonte, o interesse da população de Belo Horizonte. Ninguém desconhece que Belo Horizonte será observada também pelo Brasil. E esse resultado sinalizará uma reorganização política em Minas Gerais para colocar fim a essa trágica e vergonhosa página da nossa história protagonizada pelo PT.
Qual a dificuldade para encontrar o nome de consenso?
A qualidade dos nomes porque são muitos e de várias forças políticas que aqui se fizeram presentes. A política é isso. O problema que temos é o oposto dos nossos adversários. Nós temos excesso de nomes qualificados. Mas vamos encontrar, a partir de conversas, sem imposição de nenhuma parte. Não há imposição de parte alguma, não há da minha parte, não haverá certamente do prefeito Marcio Lacerda, que é um ator importante nesse jogo. Eu saio daqui convencido de que essa aliança construída não agora, construída a partir de 2002, está mais forte do que nunca. É bom para Belo Horizonte a vitória de alguém que possa dar continuidade aos avanços conquistados por essa administração. Mas, da mesma forma, é muito bom para o Brasil perceber que Minas Gerais está forte e unida para ajudar a derrotar o governo do PT nacionalmente e também aqui, no Estado.
O Lula disse que é candidato e que vai fazer caravana de novo. Como é que o senhor avalia?
Eu não vou entrar nessa provocação. Esse é um momento de muita serenidade. Já disse no último final de semana e repito hoje: é preciso que as lideranças políticas desse país tenham compreensão do momento por qual passamos e não invistam no acirramento dos ânimos. Isso não faz bem ao Brasil, isso não faz bem aos brasileiros. Estamos vivendo a mais profunda crise econômica da nossa história contemporânea, obra do governo do PT. Já com um quadro social dramático para milhões e milhões de brasileiros. Isso somado à crise moral por que passa o país deveria recomendar às lideranças lúcidas que apoiam o governo maior serenidade do que estão tendo nesse instante. A questão do PT hoje, a meu ver, não é a polarização com a oposição. A questão do PT hoje diz respeito à Justiça, cabe ao PT responder às acusações sucessivas que recaem sobre as suas principais lideranças.
Portanto, estamos convidando os brasileiros para o próximo domingo, próximo dia 13, estarem nas ruas mostrando a sua indignação com tudo isso que vem acontecendo com o Brasil, a sua constatação de que a presidente Dilma perdeu as mínimas condições de governar o Brasil, de nos tirar da crise na qual estamos mergulhados. E a saída, para nós, se dará sempre dentro daquilo que prevê a Constituição. Essa manifestação do dia 13 pode ser um indutor muito importante para buscarmos, em benefício dos brasileiros, uma saída para esse impasse no qual o PT nos mergulhou
Sobre ataques feitos por petistas e declarações de Gilberto Carvalho.
O PT, acuado como está, e esse cidadão, mesmo alvo de tantas e graves denúncias, passam a atacar os adversários. Estou pronto para o ataque e não é de hoje. Enfrento o PT, e vocês aqui de Minas são testemunhas disso, há pelo menos duas décadas e sei como eles agem. Sei os métodos que eles usam. Vimos isso na última eleição.
Na verdade o PT tenta voltar seus holofotes, voltar os seus ataques para a oposição. Deveria o PT cuidar de defender-se na Justiça, seja esse cidadão e vários outros que estão sendo acusados dos mais graves crimes. Estaremos, inclusive falarei amanhã, no plenário do Senado Federal, alertando os brasileiros para a tentativa torpe e vergonhosa de ataque às nossas instituições, de ataques à liberdade de imprensa. O que vai nos permitir sair dessa crise são as nossas instituições sólidas, preservadas. Não é o PSDB que vai decidir se a presidente vai sair pelo impeachment, pela cassação do Tribunal Eleitoral, ou se ela vai renunciar.
As instituições, e obviamente em último caso ela própria, é que definirão esse desfecho. Cabe a nós, da oposição, protegermos as instituições e garantir que elas não sofram qualquer tipo de constrangimento, como passou o PT a fazer nesses últimos dias atacando a Lava Jato, atacando o juiz Moro, atacando a Polícia Federal ou atacando o Ministério Público, quando deveria estar dando a resposta que os brasileiros estão aguardando.
Atacando a impressa livre que está ansiosa por ouvir as defesas e as respostas das lideranças do PT. Faremos política. O PT nesse momento deve respostas à Justiça.
Sobre enfrentamento nas ruas dia 13. O PSDB vai reagir?
Eu tenho dito para os nossos companheiros: não vamos aceitar provocações. Acho que é natural que o PT se manifeste, acho natural que eles possam ir para as ruas defenderem as suas bandeiras, mas que façam isso em paz. Essa democracia para a qual eles próprios contribuíram na sua defesa, para a sua retomada, exige de nós nesse momento responsabilidade. Que nós enxerguemos além das nossas circunstâncias, por mais dramáticas que elas sejam hoje para o PT.
No dia 13 os brasileiros estarão pacificamente indo às ruas para dizer o que pensam em relação à atual crise econômica. Tenho certeza de que os movimentos que apoiam o PT, e é legítimo que o façam, poderão fazer a mesma coisa no tempo certo, em outro momento.
Mas eles querem dia 13 também.
Aí já não será uma manifestação. Será uma tentativa de confronto, e obviamente eu espero que as lideranças lúcidas, no campo governista, compreendam que aquilo que atinge hoje o PT não pode ser transferido para a população, para a sociedade brasileira. A sociedade brasileira merece respeito, e respeito significa estarmos nas ruas, defendendo as nossas bandeiras, sem qualquer tipo de provocação. Não aceitaremos provocação, mas não nos intimidaremos. Estaremos nas ruas, defendendo um novo Brasil, um novo governo.
O sr. vai às ruas no domingo?
Estou me programando para participar e vou anunciar até sexta-feira aonde vou. Há uma cobrança para que eu esteja em mais de um lugar neste domingo. Vou anunciar até quinta-feira. Obviamente, a minha responsabilidade e meu coração estimulam que eu venha a Belo Horizonte, mas vou decidir isso até quinta-feira.