O senador Aécio Neves comentou, hoje (28/09), sobre a proposta do Encontro Regional do PSDB na região Sul, a formação de novos partidos políticos, a inflação, as eleições em 2014 e a palestra que fará em Nova York, na semana que vem, para investidores internacionais.
Leia a entrevista:
Sobre o encontro do PSDB em Curitiba
O PSDB faz um conjunto de reuniões pelo Brasil, para construir a sua proposta. Para dar as linhas finais a um projeto antagônico a este que está aí. Estamos aqui iniciando este caminho. Estivemos no Nordeste, na semana passada, hoje aqui em Curitiba, pela importância do Paraná na construção deste projeto, pela extraordinária liderança do governador Beto Richa. Pela presença hoje entre nós, para grande alegria minha, do senador e ilustre colega, líder do Senado, Álvaro Dias. Hoje, é um momento de convergência, de reencontro do PSDB com a sua própria história e, cada vez mais, de forma afirmativa, vamos dizer ao Brasil que este ciclo de governo do PT, em benefício dos brasileiros, merece ser encerrado.
Vamos contrapor a nossa visão da meritocracia na administração pública ao aparelhamento da máquina pública feita pelo PT. A nossa visão de política externa pragmática, em favor dos interesses nacionais, vamos contrapor a este alinhamento ideológico que tem orientado a política externa brasileira. Vamos falar de ética e de eficiência para nos contrapormos aos desvios éticos que este governo do PT tem mostrado ao Brasil e, ao mesmo tempo, a ineficiência como a sua principal marca.
Portanto, é um momento, muito vigoroso do PSDB. E começando pelo Paraná nos dá segurança de que teremos grande êxito, como temos tido aqui o PSDB no estado do Paraná ao longo dos últimos anos.
Sobre formação de novos partidos
Condenamos, lá atrás, a portabilidade, a possibilidade de alguém levar o seu tempo de televisão, o parlamentar eleito por um partido, levar a sua proporcionalidade no tempo, na constituição do fundo partidário. Houve uma decisão, a meu ver equivocada, do Supremo Tribunal Federal. O governo federal se apropriou e se aproveitou desta decisão e estimulou com as benesses que tem, oferecendo espaços de governo, estimulou que parlamentares migrassem da oposição para o governo. E depois quis impedir que isso acontecesse na direção oposta. É aquela velha história do menino que pega a bola, faz um gol e quer levar a bola para casa. Defendemos que nesta legislatura houvesse um tratamento isonômico seja para Marina criar seu partido, seja para que outras forças também se consolidassem. Mas eu defendo que encerrado este prazo de filiações partidárias haja, por parte do Congresso Nacional, uma rediscussão deste tema para que o mandato conquistado por um partido político pertença a aquele partido político. Apenas neste processo, não podíamos permitir que se liberasse a criação de partidos apenas no campo governista contra a oposição. Por isso, apoiamos a criação do Solidariedade, único partido que foi criado fora das benesses do governo.
Esse partido deve apoiar sua candidatura?
O tempo vai dizer. Temos agora de fazer uma conexão com a sociedade. O que temos feito nessas nossas andanças, é falando com o Brasil. É falando que o Brasil pode muito mais do que está tendo. Vamos crescer este ano apenas mais que a Venezuela aqui na América do Sul. A inflação de alimentos já ultrapassa 10%. Isso não é justo com os brasileiros. O PSDB tem a responsabilidade, não é nem a opção, não é nem a possibilidade, é a responsabilidade de apresentar este projeto. E lá na frente vamos ver quais serão os nossos aliados. Tenho absoluta convicção que vamos chegar, no momento certo, extremamente competitivos. O Brasil vai querer algo novo, algo que seja eficiente, que seja ético, e que seja ousado. Esta é a marca do PSDB
Sobre importância dos encontros regionais para campanha do ano que vem.
Estou aqui como presidente nacional do PSDB. As candidaturas, até porque a lei assim determina, devem surgir no ano que vem. E surgirão com muita naturalidade. Tenho muita confiança de que o PSDB vai estar unido. Outras forças vão se somar a nós. Isso é extremamente importante. E vamos chegar lá na frente dando muito trabalho. E dizendo ao Brasil o seguinte: chega de ineficiência, chega de aparelhamento, o Brasil precisa avançar muito mais. Porque o mundo está indo, nós estamos ficando no final da fila. O resultado dos últimos processos de concessão mostram isso. Uma enorme descrença, uma enorme desconfiança em relação ao Brasil.
Sobre convite para palestra em Nova York
Faço, na semana que vem, uma palestra em Nova York, para cerca de 800 investidores na América Latina, e a pauta que me chega é essa. Quando vai parar a intervenção do governo federal nos contratos assinados? Quando vai parar a mudança permanente das regras no jogo administrativo no Brasil? Essa semana passada muda-se mais uma vez as regras para concessão de aeroportos. Já tinham mudado há 15 dias atrás, e que já eram outras há 30 dias atrás. Isso gera uma enorme insegurança jurídica. Enquanto isso, outros países estão avançando e levando investimentos que poderiam estar chegando no Brasil.
Sobre pesquisa Ibope divulgada
O que essas pesquisas mostram para mim, de forma muito consistente, é que, em todas elas a mesma leitura, entre 60 e 65% da população brasileira não quer votar na atual presidente da República mesmo com essa mídia fantástica que ela tem. E nessa última pesquisa publicada ontem, do Ibope, em sete quesitos de avaliação do governo, seis avaliações extremamente negativas. Cerca de 80% da população acha que a gestão do atual governo em relação à saúde é muito ruim, em relação à educação, cerca de 70%, em relação à segurança, mais de 70% acham que é muito ruim. Apenas para citar alguns exemplos. Isso que é concreto.
Não dá para você comparar hoje, alguém que tem 100% de conhecimento, já disputou eleição presidencial, está todos os dias na mídia, com pessoas que não são ainda conhecidas. O dado consistente e que deve preocupar muito o governo é esse. Porque na minha avaliação, quem for para o segundo turno com a atual presidente da República, ganha as eleições. E eu espero que seja o PSDB.