Aécio Neves – Entrevista coletiva em Brasília – Relatório da oposição à CPMI Petrobras

O senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, nesta quarta-feira (17/12), em Brasília, após apresentar um novo relatório à CPMI da Petrobras, produzido pela oposição ao atual Governo federal. Aécio detalhou o novo relatório e manifestou sua insatisfação com o texto anterior, apresentado pelo relator, deputado Marco Maia, do PT.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre o relatório da CPMI apresentado pela oposição 

O relatório apresentado hoje pelas oposições na CPMI da Petrobras, pelo deputado Carlos Sampaio, supre uma enorme lacuna deixada pelo relatório oficial e, portanto, resgata o papel do Congresso Nacional mostrando a complexidade dessa organização criminosa que se instalou ao longo desses últimos 12 anos de governo do PT no núcleo da nossa maior empresa. A Petrobras de grande orgulho nacional, até o governo do PT, se transformou hoje em uma grande vergonha internacional. E é urgente que os indiciamentos propostos pelo deputado Carlos Sampaio ocorram, que haja a substituição da diretoria da Petrobras até que seja comprovada, até eventualmente, a inocência dos seus membros. A Petrobras, infelizmente, não apenas do ponto de vista ético e moral, mas ela também hoje do ponto de vista econômico, vem sofrendo prejuízos sucessivos e quem paga a conta final desse prejuízo é a sociedade brasileira.

O trabalho do deputado Carlos Sampaio foi extraordinário. Com informações, com documentos, ele mostra a extensão dessa organização criminosa e a sua proximidade pela indicação tanto de presidente quanto de diretores da empresa. E ele pede que seja aprofundada algumas das investigações e pede também a responsabilização dos diretores e dos membros do conselho de administração da empresa, responsáveis pelo péssimo negócio que foi a compra da refinaria de Pasadena.

 

Senador, o que faltava no relatório do deputado Marco e que veio agora no relatório da oposição?

O relatório do deputado Marco Maia, por mais que tenha por ele enorme respeito pessoal, começa por considerar a compra de Pasadena como um negócio razoável. Inclusive hoje ele busca fazer uma tardia correção. Na verdade, o relatório do deputado Marco Maia parece estar vendo um país diferente e uma empresa que não é a Petrobras. Porque hoje a Polícia Federal já investigou e encontrou responsáveis. O Ministério Público já denunciou e a Justiça já indiciou esses responsáveis. E alguns deles já confessaram o crime que cometeram. E o relatório inicial proposto pela maioria nesta Casa passa de forma absolutamente superficial por todas estas questões.

O deputado Carlos Sampaio hoje resgata o papel da CPMI e comprova não apenas o envolvimento de dirigentes da empresa, a parceria de representantes de empresas privadas, mas ele fala de forma específica, do núcleo político, que comandou o maior crime que já se cometeu contra a administração pública brasileira. Porque o episódio da Petrobras não é apenas o maior escândalo de corrupção da nossa história contemporânea. Ele é o maior escândalo de corrupção da história contemporânea do planeta. E, por isso, precisamos reagir.

 

Como fica a imagem do Senado uma vez que nomes de alguns senadores aparecem na lista de indiciamento?

Na verdade, o que se sugere ali é que possa-se avançar nas investigações em relação aos nomes citados. Não se tem aqui que botar pano quente em relação a qualquer uma das denúncias. Quaisquer que sejam as pessoas, parlamentares ou não, pertencentes ou não a partidos políticos, da base ou da oposição, que tenham sido referidos, precisam ter essas investigações avançadas e as apurações feitas. Não é possível que a maioria governista impeça o Congresso Nacional de participar da elucidação desta criminosa organização política que se estabeleceu no seio da Petrobras.

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