Aécio Neves – Entrevista após a reunião da bancada tucana com o presidente do Senado

“Nossa crítica será sempre contundente e digo que não vejo na presidente Dilma as condições mínimas para liderar o processo de retomada do crescimento e de recuperação do poder aquisitivo do assalariado e do trabalhador brasileiro”, diz Aécio Neves.


Leia a entrevista do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, após reunião da bancada de senadores tucanos com o presidente do Senado para discussão de uma pauta conjunta de votações na Casa, este ano:

“Nós do PSDB sempre soubemos diferenciar os equívocos do governo dos interesses do país. O PSDB continuará a ser extremamente crítico a este desgoverno, à incapacidade que a presidente da República demonstra de gerar uma agenda que possa pelo menos minimizar, não digo nem retirar o país da crise, mas minimizar os efeitos da crise principalmente para os brasileiros mais pobres. Nunca nos negamos a discutir as matérias que sejam de interesse do país. E chamados pelo presidente Renan a apresentar propostas, aqui ao lado do senador (José) Serra, do líder Cássio (Cunha), do senador Aloysio (Nunes) e de vários outros líderes do PSDB, apresentamos sugestões que passam, por exemplo, pela proposta do senador Serra em relação à retirada da obrigatoriedade da Petrobras de ser a operadora única do pré-sal.

Proposta como a relatada pelo senador Tasso que cria uma nova realidade de transparência e de eficiência para a gestão das empresas estatais. Na mesma linha, uma proposta nossa que permite que também os fundos de pensão sejam profissionalizados e desaparelhados pelas máquinas partidárias. Há um conjunto de outras ações também no campo da saúde propostas pelo Serra.

Estamos também no campo social propondo que seja agora apresentado como projeto de lei algo que já havia sido aprovado na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), e foi vetado pela presidente da República, que é a garantia do reajuste do Bolsa Família pela inflação. É a forma de garantir minimamente o poder aquisitivo desses dependentes do programa Bolsa Família.

Agora, quero reiterar mais uma vez. As propostas de reformas sempre anunciadas e jamais apresentadas pelo governo e, em especial, a da previdência, só será discutida por nós, da oposição, que compreendemos a sua necessidade, no momento em que ela chegar aqui apresentada pelo governo com apoio da sua base parlamentar, em especial do PT. Porque o que nos parece é que o governo da presidente Dilma tem apenas uma proposta para o Brasil que é a CPMF, que é, portanto, a transferência para a sociedade brasileira, para o trabalhador brasileiro, para as famílias, o preço do ônus, dos equívocos e das irresponsabilidades cometidas por esse governo.

Estaremos aqui, como sempre estivemos, prontos para discutir e aperfeiçoar propostas que sejam de interesse do país. Mas a nossa crítica será sempre contundente e digo que não vejo na presidente Dilma as condições mínimas para liderar o processo de retomada do crescimento e de recuperação do poder aquisitivo do assalariado e do trabalhador brasileiro”.

Share on FacebookTweet about this on TwitterShare on Google+