Aécio Neves – Entrevista à Rádio Itatiaia sobre a vinda da presidente Dilma a Minas

 

O senador Aécio Neves conversou, hoje (08/08), em Brasília, com a equipe da Rádio Itatiaia sobre a visita da presidente Dilma a Minas Gerais e sobre as críticas feitas ao governo FHC.

 

Sobre a visita da presidente a Minas

Minas gerais sempre recebeu muito a presidente da República quando ela nos visita. Mas mais uma vez ela frustra os mineiros. Mais uma vez ela vem com os mesmos compromissos jamais cumpridos. E olha que estamos indo para o último ano de governo da presidente Dilma.

E a questão a se perguntar é: Onde é que estão as obras do metrô que o PT abandonou durante todos esses anos? Não se construiu um palmo sequer de metrô em Belo Horizonte depois que o PT assumiu o governo federal.

Por que até hoje as obras de duplicação da 381 não foram entregues à população, já que foram prometidas no primeiro mandato do presidente Lula?

Era uma oportunidade, talvez, da presidente da República dizer porque tirou de Minas os milhares de empregos da Fiat, levando a sua expansão para outro estado através de uma medida provisória no último dia de governo do presidente Lula.

Por que as obras do Anel Rodoviário, prometidas desde o primeiro mandato do PT, não foram entregues até hoje? E tem gente morrendo a todo instante, a todo dia praticamente, no Anel Rodoviário.

Me lembro que na campanha eleitoral da presidente Dilma, ela dizia que as obras de duplicação da 040 e da 116 ocorreriam logo no início do seu governo. Absolutamente nada até hoje.

A própria questão relativa aos benefícios para as regiões mais pobres do Estado, que incluímos aqui em uma Medida Provisória e a presidente vetou. Ela não trouxe explicação, qual a razão objetiva desse veto.

Me lembro quando ainda era governador negociamos com a Petrobras a criação do polo de acrílico em Minas Gerais. Esse polo de acrílico foi levado para outro estado da Federação pelo seu governo sem que qualquer satisfação ela desse ao Estado.

Onde estão as pouquíssimas obras de asfaltamento de cidades, que eram responsabilidade do governo federal? Eram apenas 5 ou 6, que não foram feitas, enquanto o governo do Estado fez mais de 200.

Portanto, lamentavelmente, o que assistimos é um desprezo, um descaso do governo do PT para com Minas Gerais. É o caso de se perguntar. O que Minas fez o PT que o PT reage com esse distanciamento tão grande das nossas demandas reais?

Lamentavelmente a presidente faz uma visita a Minas Gerais com as mesmas propostas de sempre. E seu governo está acabando sem que nenhuma delas tenha sido objetivamente atendida.

 

Com relação às criticas ao presidente FHC?

É para mim surpreendente. Como a presidente com tantas demandas pela frente, tendo que olhar o futuro, prefira sempre olhar para trás, olhar o passado.

É lamentável que ela traga uma comparação tão despropositada, tão sem sentido, tão fora de contexto, dizendo que agora se gerou mais empregos do que no governo do presidente Fernando Henrique.

Provavelmente sim. Isso se deu, em grande parte, pelas medidas tomadas no governo do presidente Fernando Henrique. A partir, inclusive da estabilidade da economia e do controle da inflação, que o seu governo, o governo do PT, está colocando, hoje, em risco.

A comparação correta, se ela quisesse fazer uma comparação séria, e eu a desafio a fazer essa comparação e vir para esse debate sério com Minas e com o Brasil, é em relação ao mesmo momento. Porque enquanto no governo  do presidente Fernando Henrique, nos quatro anos de governo do residente Fernando Henrique, com imensas dificuldades – eu aqui não estou sendo advogado de defesa do ex-presidente, até porque ele não precisa –, mas com sucessivas crises, foram quatro graves crises internacionais, o Brasil cresceu alguma coisa em torno de 2,3% na média dos quatro anos do governo presidente Fernando Henrique, enquanto nossos vizinhos da América do Sul cresciam apenas 1,3%. O que mostra que o Brasil, mesmo em uma maré desfavorável, estava no caminho correto.

A presidente Dilma, no seu governo, no seu mandato, permitiu que o Brasil crescesse apenas 1,8%, enquanto a América do Sul, em média, cresceu 4,5%. Como explicar isso?

Ouço as declarações da presidente de que os ventos já não ventam tão a favor do mundo, do crescimento da economia. Muito bem, mas é injustificável que o Brasil tenha crescido nesse período 1,8%, e nossos vizinhos, aqui ao lado – não estou indo nem em outras partes do mundo –, cresceram 4,5%.

Esse ano o Brasil vai crescer, na América do Sul, apenas mais do que a Venezuela. Será que esse é o modelo que queremos? Portanto, lamentavelmente, a presidente vem a Minas Gerais sem trazer resposta às reais demandas do Estado, fazendo as mesmas promessas de sempre e, infelizmente, não trazendo qualquer contribuição ao crescimento e à melhoria da qualidade de vida dos mineiros.

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