O presidente do Senado, Renan Calheiros, acatou uma cobrança feita pelo senador Aécio Neves e antecipou, de terça para segunda-feira da próxima semana, a instalação da comissão especial que irá analisar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado.
“A sociedade brasileira, que acompanhará diuturnamente agora os trabalhos desta Casa, se sentirá melhor representada se perceber que há disposição dos senadores, sem pressa demasiada, mas também sem aguardarmos dias e dias sem trabalhar, de que essa decisão possa ser compartilhada com todo o Brasil. O país tem pressa”, afirmou Aécio Neves, em plenário.
Além de pedir a antecipação da instalação da comissão, Aécio também cobrou que o colegiado trabalhe de segunda a sexta. O pedido deverá antecipar em uma semana a votação do impeachment pelo plenário do Senado, que decidirá pelo afastamento ou não da presidente da República.
Ao iniciar os trabalhos na segunda, dia 25, a previsão é que a comissão conclua o parecer em 6 de maio. Com isso, a votação em plenário deverá ocorrer na segunda semana de maio. Antes estava prevista para o dia 17.
“O que me parece que não será compreendido pela sociedade brasileira é que, após a sexta-feira, prazo final para indicação daqueles partidos ou blocos que não fizeram as suas indicações, nós não iniciarmos imediatamente os trabalhos desta comissão. O Brasil trabalha às segundas, aliás, muitos brasileiros estão tendo que trabalhar no final de semana para reporem as perdas que tiveram durante todo este último período”, afirmou Aécio Neves.
Reunião com líderes
Na manhã desta terça, após deixar reunião de líderes partidários com o presidente do Senado, Aécio defendeu que a comissão fosse instalada já na tarde desta terça-feira (19/04). Renan Calheiros, porém, decidiu abrir prazo de 48 horas para que os partidos indiquem os membros da comissão e marcou a eleição do presidente e do relator da comissão para a terça, dia 26.
O PSDB e DEM já indicaram os membros da oposição na comissão: os senadores Aloysio Nunes, Antonio Anastasia, Cássio Cunha Lima e Ronaldo Caiado.
Em seu pronunciamento, Aécio defendeu que os senadores cumpram o prazo de 10 sessões, estabelecido no rito do STF, para análise do processo de impeachment.
“Deveríamos começar na próxima segunda, cumprimos até o limite de dez dias úteis para que o relatório seja votado na Comissão. Isso nos permitiria, sem açodamento, com amplo direito de defesa garantido que, no máximo até dia 10 ou 11 de maio, o relatório possa estar sendo submetido a esta Casa, sem antecipação, sem açodamento, mas sem postergação”, defendeu Aécio Neves.