PSDB de Minas Gerais lança núcleo sindical

Cerca de 150 sindicalistas filiaram-se ao partido; lista de adesão fica aberta por 30 dias

O PSDB de Minas Gerais lançou, neste sábado (20/08), em Belo Horizonte, o Secretariado Estadual de Relações Trabalhistas e Sindicais – o PSDB Sindical. Com a assinatura inicial de cerca de 150 sindicalistas, o partido está aberto a novas filiações de todas as centrais sindicais do Estado, que terão papel fundamental na renovação do partido, na ampliação do diálogo com a sociedade e na discussão de projetos para o país. O lançamento do PSDB Sindical contou com a presença de mais de 400 pessoas, entre elas importantes lideranças do partido como o senador Aécio Neves, o governador Antonio Anastasia, o presidente nacional do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra, o líder do PSDB na Câmara, deputado federal Duarte Nogueira, o presidente do PSDB de Minas, deputado federal Marcus Pestana, além de parlamentares e lideranças sindicais.

Durante o lançamento do PSDB Sindical, o senador Aécio Neves destacou a importância da criação do novo núcleo partidário e afirmou que o braço sindical é uma demonstração clara da preocupação do partido com o social e com os trabalhadores.

“É um momento extremamente importante, de repercussão além das fronteiras de Minas. Estamos recebendo sindicalistas da maior expressão, que vêm formalmente somar conosco no PSDB, dando a demonstração que o PSDB tem um projeto para o país. Obviamente, um projeto que passa pela questão social, pelos interesses do trabalhador”, afirmou Aécio Neves.

A filiação dos trabalhadores, segundo o senador, demonstra ainda que os movimentos sindicais buscam novos interlocutores e que a aproximação do PSDB com as centrais sindicais é um retorno às origens do partido.

“É uma demonstração de que, por maior que tenha sido o esforço do governo federal, ele não conseguiu aparelhar todo o movimento sindical. Parcela dele sim. Mas, aqui estamos vendo, com muita clareza, que o movimento sindical busca outros parceiros, outros intérpretes para os seus sentimentos, suas angústias e seus projetos. O PSDB, ao receber da forma que recebe um grupo tão expressivo de sindicalistas, na verdade, retoma suas origens. E é o que o PSDB tem buscado fazer”, observou Aécio.

Participação dos trabalhadores

Aécio Neves e o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, assinaram as primeiras filiações do PSDB Sindical. Os sindicalistas entregaram aos dirigentes do partido o manifesto “Carta dos Trabalhadores Mineiros”, em defesa da criação do novo secretariado do partido em Minas, terceiro estado a instituir o núcleo sindical. No primeiro semestre deste ano, foram criados núcleos em São Paulo e Tocantins.

Sérgio Guerra afirmou que o PSDB quer ampliar para todo o país a participação dos trabalhadores nas decisões do partido. Segundo Guerra, que cumpre mais um mandato como presidente da Executiva Nacional para o biênio 2011/2013, o objetivo é renovar e modernizar o partido. Para ele, o PSDB precisa falar pelo povo brasileiro que não consegue ter voz.

“O nosso objetivo é que os trabalhadores participem das decisões do partido, que deve representar também suas aspirações e objetivos. Que o partido seja amplo, como amplo é o Brasil. Os trabalhadores não querem ser tutelados. O movimento sindical brasileiro se esvaziou quando algumas das grandes centrais se transformaram em correias de transmissão do poder central. Estamos juntos, com toda a coragem e determinação, sem oportunismo nenhum. Esse partido tem que se encher de gente nova, de sindicalistas, de gente que tem independência e que fale pelo povo, que muitas vezes não consegue falar”, afirmou o deputado.

Tucanos mineiros convocam novos filiados

Em seu pronunciamento, o governador Antonio Anastasia convocou os sindicalistas mineiros a filiarem-se ao PSDB e afirmou que o partido tem uma história vinculada ao trabalhismo. Segundo ele, a legenda foi responsável pela estabilização da economia e pela criação de programas que impediram o colapso financeiro do país como o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer), evitando a demissão de milhares de trabalhadores.

“Temos uma história, um patrimônio na área do trabalhismo e do sindicalismo que nenhum outro partido tem. Se não fosse a estabilidade da nossa moeda, os trabalhadores estariam passando muitas necessidades. É a moeda forte que permite o poder de compra. Se o Proer não tivesse sido feito no governo de Fernando Henrique teríamos quebradeira de banco e demissão de milhares de bancários no Brasil na crise internacional em 2002. Podemos comprovar que de fato o nosso partido é preocupado com a ética, com a qualificação dos trabalhadores e com a geração de empregos”, afirmou o governador.

Eleição da executiva

O presidente do PSDB de Minas, deputado Marcus Pestana, afirmou que o manifesto de adesão ficará aberto para o recebimento de novas filiações. Em seguida, o partido realizará um congresso para eleger a executiva do secretariado. Segundo Pestana, o PSDB-MG irá elaborar, juntamente com os sindicalistas, plano de ações e agenda para os trabalhadores.

“Estamos recebendo os sindicalistas, as pessoas ligadas à Força Sindical, à Nova Central Sindical, à UGT para contribuir na formulação das estratégias partidárias. Queremos com isso enriquecer a nossa concepção programática e a nossa capacidade da comunicação com a sociedade. O manifesto de adesão vai ficar aberto por cerca de 30 dias quando vamos coletar novas adesões para convocar um congresso que elegerá a futura executiva do secretariado sindical de Minas Gerais. Queremos trazer os trabalhadores para dentro da vida partidária. Eles terão assento na executiva estadual e já temos candidaturas em Belo Horizonte, Contagem, Betim e em outras grandes cidades a vereador, de sindicalistas. Teremos uma pauta específica sobre a agenda dos trabalhadores, a temática que interessa aos trabalhadores”, afirmou Pestana.

Pauta trabalhista e da sociedade

O presidente da Força Sindical, Rogério Fernandes, afirmou que o PSDB Sindical será um novo desafio para o sindicalismo em todo o país. Segundo ele, a abertura do PSDB para os sindicalistas será fundamental para ampliar a voz dos trabalhadores no Congresso com mais ética e responsabilidade com os recursos públicos.

“Queremos dar a arrancada para que possamos fazer com que um núcleo sindical seja criado pelo partido em todos os estados, fazendo com que os trabalhadores discutam a pauta trabalhista que temos no Congresso, mas também a pauta da sociedade, que espera um governo sério, um governo ético para dirigir esse país. Não agüentamos mais tanta corrupção”, afirmou.

O vice-presidente nacional da Força Sindical, Melquíades de Araújo, elogiou a iniciativa do PSDB Sindical de Minas e afirmou que a entidade, que representa milhares de trabalhadores em todo o país, buscará participar ativamente das decisões do partido em favor dos interesses do país. “Não é o movimento sindical entrando para as eleições, mas principalmente para participar e participar ativamente”, disse.

O presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores, Gerson Geraldo Cesário, afirmou que estará junto com o PSDB em razão da responsabilidade das lideranças do partido. “O PSDB, por onde passa, tem deixado sua marca de honestidade, de boa administração”, disse.

Anastasia – Um novo líder

O PSDB de Minas Gerais lançou, durante a solenidade de criação do PSDB Sindical, o livro “Antonio Anastasia – Um novo líder a serviço de Minas”. Editado pelo PSDB-MG, com 230 páginas, a publicação mostra a trajetória política e pessoal do governador e documenta a esplêndida trajetória de um servidor público que se tornou governador do Estado com 6,27 milhões de votos dos mineiros.

Senadores pedem agilidade à Câmara na votação das mudanças no rito de MPs

Aécio Neves, ao lado de senadores da oposição e governistas, reafirma importância da proposta de recuperar as prerrogativas do Parlamento brasileiro

O senador Aécio Neves (PSDB/MG) reuniu-se, juntamente com senadores de partidos do governo e da oposição, com o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT/SP), no início da tarde desta quinta-feira (18/08), para pedir prioridade no debate e na votação da PEC 11 aprovada ontem, por unanimidade, no Senado, e que altera o rito das medidas provisórias no Congresso.

A PEC 11 foi aprovada pelos senadores na noite desta quarta-feira com os 74 votos do Plenário, sem voto contrário ou abstenção. Segundo Aécio Neves, o deputado Marco Maia comprometeu-se em dar celeridade à proposta, que depende agora da aprovação dos deputados.

“O presidente Marco Maia assumiu o compromisso de dar a essa discussão a rapidez possível. O texto não o ideal, mas é o texto possível, construído por várias mãos. Por isso, tenho expectativa de que os líderes de todos os partidos recebam essa matéria não como uma matéria da oposição contra o governo, até porque aqui estão alguns dos mais expressivos líderes do governo, mas, como um momento de afirmação do Parlamento e de suas prerrogativas”, disse o senador, que estava acompanhado de 15 senadores do PSDB, DEM, PT, PMDB, PP, PSB, PDT e PSOL.

Aécio Neves alertou para a necessidade de se estabelecer uma nova relação entre os poderes Executivo e Legislativo, que vem sendo preterido pelas regras atuais de tramitação de MPs.

“Cabe ao Poder Executivo compreender que, do jeito que está, as coisas não podem mais ficar. Assim como o presidente Fernando Henrique, em 2001, compreendeu que precisávamos alterar naquele instante o rito que negava ao Congresso sequer o poder de discutir e votar medidas provisórias. Estou convencido de que a presidente Dilma compreenderá também que é preciso reordenar essa relação Poder Executivo, Poder Legislativo, e que não pode submeter esse último aos constrangimentos que temos vivido hoje”, disse Aécio, lembrando a primeira alteração na tramitação de MPs, ocorrida quando ele presidia a Câmara, e que acabou com a reedição automática das medidas.

A proposta

A PEC 11 altera pontos básicos na tramitação de medidas provisórias, como a análise de admissibilidade pelas comissões de Constituição e Justiça e quanto aos prazos de tramitação.

A primeira das mudanças garante um prazo mínimo para que o Senado da República possa discutir e emendar as medidas provisórias. Esse prazo será de 30 dias, ficando a Câmara com 80 dias, no início da tramitação, e 10 dias na eventualidade de ocorrer novas emendas por parte do Senado.

“O segundo aspecto é que, pela primeira vez, vamos ter a oportunidade de cumprir a Constituição, através das comissões de Constituição e Justiça, discutindo a admissibilidade, a relevância e urgência de cada medida provisória até um prazo de 10 dias. Só após a discussão na Comissão de Constituição e Justiça é que a matéria vai a plenário”, detalhou Aécio Neves.

A proposta impede, ainda, que o governo federal edite MPs tratando de matéria que foi tema de outra MP já rejeitada pelo Congresso no mesmo ano legislativo. Outro avanço proporcionado pela PEC, segundo o senador, é o fim dos chamados contrabandos, quando uma MP é acrescida de pontos sem qualquer relação com seu tema principal.

“Já assistimos isso acontecer inúmeras vezes, chegamos a discutir medidas provisórias com mais de 20 temas não correlatos, o que, na verdade, violenta até a razão e o sentido da medida provisória, que deve ser compreendida pelo governo como um instrumento importante, mas, para ser utilizado excepcionalmente, em casos de relevância e urgência”, lembrou Aécio.

Conheça as alterações previstas na PEC 11, que modifica a tramitação das MPs

Admissibilidade

Comissões de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e do Senado terão, cada uma delas, 10 dias para analisar se uma MP pode ou não tramitar. Se decidirem que não, cabe recurso ao plenário de cada Casa. Se a decisão for mantida, MP passa a tramitar como projeto de lei em regime de urgência.

Contrabando de matérias

Uma MP só poderá tratar de um único tema. Ficará proibido que ela seja editada tratando de mais de uma questão e também que receba emendas que não se refiram aquele único tema.

Prazos de votação

Câmara terá 80 dias para análise da MP, Senado 30 dias, e, caso haja emendas no Senado, Câmara terá mais 10 dias para votação. Senado passa, assim, a ter tempo assegurado para analisar as medidas provisórias. Hoje, a Câmara utiliza praticamente todos os 120 dias.

Reedição de matéria

 Fica vedada edição de MP que trate de matéria que foi tema de outra MP já rejeitada pelo Congresso no mesmo ano legislativo.

Senado aprova por unanimidade mudança no rito de MPs

“Estamos dando, desde 2001, a primeira real contribuição ao resgate das prerrogativas dessa Casa, que, como sempre digo, não nos pertence, pertence à população brasileira”, diz Aécio Neves

O Senado Federal aprovou, no fim da tarde desta quarta-feira (17/08), a alteração no rito das medidas provisórias (MPs), em uma decisão histórica para o Parlamento brasileiro. A proposta, articulada pelo senador Aécio Neves (PSDB/MG), estabelece restrições ao uso abusivo de MPs pelo governo federal e inicia o resgate das prerrogativas constitucionais do Congresso Nacional ao restituir ao Parlamento sua atribuição de admitir ou não uma MP.

A mudança no rito das MPs depende, agora, da tramitação da PEC 11 na Câmara dos Deputados. Nesta quinta-feira (18/08), o senador Aécio Neves, acompanhado por senadores de diferentes partidos, reúne-se com o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, para solicitar que a proposta tenha sua tramitação acelerada. Caso seja aprovada na Câmara, a PEC é promulgada em sessão solene do Congresso, não dependendo de sanção presidencial.

“É absolutamente fundamental que as lideranças que aqui estão, dos mais diversos partidos, que construíram esse texto comum, convergente, atuem junto à Câmara dos Deputados no sentido de demonstrar que essa matéria não pode ser compreendida como uma matéria da oposição e que criará restrições ao Poder Executivo. Na verdade, ela caminha para normatizar as relações entre os Poderes”, observou Aécio.

Aprovação inédita

A PEC 11 foi aprovada de forma unânime, com 74 votos – não houve voto contrário nem abstenção. Nesta terça-feira (16/08), a matéria havia sido aprovada em primeiro turno também por unanimidade. Segundo o presidente do Senado, José Sarney, nunca uma PEC tinha sido aprovada sem que houvesse voto negativo ou abstenção. O avanço foi possível após acordo firmado com líderes partidários e a aprovação, na semana passada, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o que garantiu apoio integral ao substitutivo do senador Aécio Neves feito à PEC 11 original.

Mudanças

A proposta final aprovada hoje garante quatro alterações básicas na tramitação das medidas provisórias. A primeira é sobre a admissibilidade das MPs. As CCJs do Senado e da Câmara analisarão se a matéria é urgente e relevante, como exige a Constituição. Dessa forma, pela primeira vez, as comissões decidirão se uma MP pode ou não ser aceita pelo Parlamento. Caso considerem que não, a MP pode ser rejeitada, cabendo, nesse caso, recurso ao plenário da Casa.

Pela regra atual, a tramitação no Congresso é automática, sem possibilidade de análise pelos parlamentares.

Outra modificação garantida pela proposta do senador é em relação aos prazos de votação. A Câmara terá 80 dias para analisar uma MP, cabendo ao Senado 30 dias. Caso o Senado altere o texto aprovado pela Câmara, a MP volta para Câmara, que terá mais 10 dias para apreciá-la.

A proposta também põe fim aos chamados contrabandos. Pela legislação atual, uma MP pode tratar de temas completamente distintos, além de receber emendas sobre assuntos alheios à questão central da MP durante sua tramitação. Segundo o senador Aécio Neves, há a ideia de constitucionalizar essa proibição, incluindo na Constituição Federal artigo que impeça que as MPs tratem de mais de um tema.

A quarta mudança proporcionada pela proposta veta que o governo federal edite medida provisória tratando de matéria que já foi tema de outra MP rejeitada pelo Congresso no mesmo ano legislativo.

“Hoje, é um dia extremamente marcante para esse Parlamento, que, volto a dizer, orgulha-me muito dele fazer parte. Estamos dando, desde 2001, a primeira real contribuição ao resgate das prerrogativas dessa Casa, que, como sempre digo, não nos pertence, pertence à população brasileira, que nos delegou a responsabilidade de aqui defendê-la, como estamos fazendo, no momento em que aprovamos esse substitutivo que resgata o Parlamento brasileiro”, disse Aécio.

Conheça as alterações previstas na PEC 11, que modifica a tramitação das MPs

Admissibilidade

Comissões de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e do Senado terão, cada uma delas, 10 dias para analisar se uma MP pode ou não tramitar. Se decidirem que não, cabe recurso ao plenário de cada Casa. Se a decisão for mantida, MP passa a tramitar como projeto de lei em regime de urgência.

Contrabando de matérias

Uma MP só poderá tratar de um único tema. Ficará proibido que ela seja editada tratando de mais de uma questão e também que receba emendas que não se refiram aquele único tema.

Prazos de votação

Câmara terá 80 dias para análise da MP, Senado 30 dias, e, caso haja emendas no Senado, Câmara terá mais 10 dias para votação. Senado passa, assim, a ter tempo assegurado para analisar as medidas provisórias. Hoje, a Câmara utiliza praticamente todos os 120 dias.

Reedição de matéria

Fica vedada edição de MP que trate de matéria que foi tema de outra MP já rejeitada pelo Congresso no mesmo ano legislativo.

Mudança na tramitação de MPs aprovada em 1º turno

Proposta do senador Aécio Neves tem voto dos 60 senadores presentes e segue para segundo turno nesta quarta

O Senado Federal aprovou em primeiro turno, no início da noite desta terça-feira (16/08), o novo rito de tramitação de medidas provisórias (MPs). A aprovação foi unânime entre os 60 senadores presentes em Plenário, fato classificado como inédito pelo presidente do Senado, José Sarney. A proposta, articulada pelo senador Aécio Neves (PSDB/MG), estabelece restrições ao uso abusivo de MPs pelo governo federal e inicia o resgate das prerrogativas constitucionais do Congresso Nacional. A votação em segundo turno da PEC 11 deve ocorrer nesta quarta-feira (17).

“Foi um avanço. Certamente, não é o projeto ideal, mas foi o projeto possível, e a votação unânime do Senado Federal, acredito, inspirará a Câmara dos Deputados a, da mesma forma, aprovar sem modificações este texto. É o início de um processo de ressurgimento, de revitalização do Congresso Nacional. Isso faz bem à democracia e, por consequência, faz bem também, ao próprio Poder Executivo”, afirmou o senador.

O avanço foi possível após acordo firmado com líderes partidários e a aprovação, na semana passada, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o que garantiu apoio integral ao substitutivo do senador Aécio Neves feito à PEC 11 original.

A avaliação sobre a admissibilidade das medidas provisórias pelas CCJs do Senado e da Câmara antes que elas iniciem sua tramitação é um dos pontos mais importantes da matéria, segundo o senador. Dessa forma, pela primeira vez as comissões decidirão se uma MP pode ou não ser aceita pelo Parlamento. As CCJs verificarão se o tema de que trata a MP é urgente e relevante, como exige a Constituição. Caso considerem que não, a MP pode ser rejeitada, cabendo, nesse caso, recurso ao plenário da casa.

Outra importante alteração trazida pelo substitutivo de Aécio Neves é em relação aos prazos de votação. A Câmara terá 80 dias para analisar uma MP e o Senado 30 dias. Caso o texto aprovado pela Câmara passe por alguma modificação no Senado, a MP volta para Câmara, que terá mais 10 dias para discuti-la e votá-la.

Segundo o senador, o fim do chamado contrabando de matérias também é um avanço fundamental. Hoje, uma MP pode tratar de assuntos absolutamente distintos, além de receber emendas sobre temas alheios ao ponto central da MP durante sua tramitação. O senador informou que a ideia é constitucionalizar essa proibição, incluindo na Constituição Federal artigo que impeça que as medidas provisórias tratem de mais de um tema.

A quarta mudança proporcionada pela proposta veta que o governo federal edite medida provisória tratando de matéria que já foi tema de outra MP rejeitada pelo Congresso no mesmo ano legislativo.

Conheça as alterações previstas na PEC 11, que altera a tramitação das MPs

Admissibilidade

Comissões de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e do Senado terão, cada uma delas, 10 dias para analisar se uma MP pode ou não tramitar. Se decidirem que não, cabe recurso ao plenário de cada Casa. Se a decisão for mantida, MP passa a tramitar como projeto de lei em regime de urgência.

Contrabando de matérias

Uma MP só poderá tratar de um único tema. Ficará proibido que ela seja editada tratando de mais de uma questão e também que receba emendas que não se refiram aquele único tema.

Prazos de votação

Câmara terá 80 dias para análise da MP, Senado 30 dias, e, caso haja emendas no Senado, Câmara terá mais 10 dias para votação. Senado passa, assim, a ter tempo assegurado para analisar as medidas provisórias. Hoje, a Câmara utiliza praticamente todos os 120 dias.

Reedição de matéria

Fica vedada edição de MP que trate de matéria que foi tema de outra MP já rejeitada pelo Congresso no mesmo ano legislativo.

Aécio critica veto da presidente da República, Dilma Rousseff, às emendas feitas à Lei de Diretrizes Orçamentárias

O senador Aécio Neves criticou, hoje, os vetos da presidente da República, Dilma Rousseff, às emendas feitas à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), aprovadas no Congresso em julho e que garantiam mais transparência na utilização de recursos federais. Os vetos foram publicados nesta segunda-feira (15-08-11) no Diário Oficial da União. Emenda de autoria do senador tornava obrigatória a informação no Orçamento da União sobre os recursos do Tesouro usados para o financiamento de estatais e do BNDES. A medida traria importante mudança na prestação de contas aos contribuintes sobre a origem dos recursos públicos usados nas emissões de títulos feitas pelo Tesouro.

Aécio Neves defende mais investimentos na saúde

Senador quer aprovar a proposta que garante mais dinheiro para a área,sem mais impostos e com melhor gestão

O senador Aécio Neves garantiu, nessa quinta-feira (15/08), que a oposição ao governo federal apoiará a regulamentação da Emenda Constitucional nº 29, que definirá os investimentos em saúde no país. A regulamentação deverá ser votada nas próximas semanas no Congresso, após ter permanecido 11 anos paralisada na Câmara dos Deputados.

“Isso significa que poderemos ter os hospitais mais bem equipados, quem trabalha nos hospitais mais bem treinado, postos de saúde com mais medicamentos. Cabe a nós, da oposição, garantirmos a aprovação da emenda 29, que destinará mais recursos para a saúde, mas, principalmente, acompanhar o uso desses recursos, para impedir os atuais desvios, que têm sido muitos, para que a população tenha um tratamento de saúde melhor do que tem hoje”, lembrou Aécio.

Para Aécio Neves, a melhoria da qualidade da saúde pública brasileira só irá acontecer quando o governo federal melhorar a gestão dos serviços prestados. De acordo com o senador, é a população de baixa renda quem mais sofre com a situação atual.

“Precisamos ter qualidade na gestão, precisamos ter instrumentos que comprovem que o dinheiro que chega à saúde é efetivamente gasto na saúde. Na verdade, o que estamos assistindo nos últimos meses são denúncias sucessivas de desvios, de mau uso do dinheiro público. Não há em nenhum outro setor de atividade de responsabilidade do governo um que seja tão dramático para a população, principalmente a de baixa renda, como a baixa qualidade no atendimento de saúde em todo o Brasil, principalmente no interior”, disse.

Novo Imposto

A criação de mais impostos, como desejam aliados do governo federal, também não é necessária, segundo Aécio Neves. Ele garantiu que a oposição ao governo irá impedir que essa ideia seja concretizada.

“O que existe hoje, no Brasil, é uma concentração absurda dos recursos tributários arrecadados nas mãos da União, do governo federal. Criar mais um imposto, como propõem alguns setores do PT, terá nossa oposição ferrenha. O que existe hoje, como assistimos todos os dias, com as denúncias de corrupção que assolam o governo, é o mau uso do dinheiro público. Portanto, rejeitaremos a criação de qualquer imposto, impediremos a criação de qualquer imposto, e vamos fiscalizar a utilização correta do dinheiro público. É isso que atende efetivamente o interesse da população brasileira”, alertou o senador.