“Além da crise econômica de proporções gravíssimas que hoje vem punindo principalmente os brasileiros mais pobres, além da crise moral sem precedentes conduzida por esse governo, há uma crise de confiança a impedir que os agentes econômicos, que os investidores venham a ser parceiros de um governo no qual não confiam”, disse Aécio Neves.
Seguem trechos do pronunciamento:
“Talvez o último dos dogmas do PT foi hoje por terra. Ao ver alguns discursos exatamente na direção oposta à pregação histórica e tradicional do PT, que na verdade impediu o Brasil de avançar em obras de infraestrutura, porque se negavam a aceitar as privatizações – aqueles que as propunham e executavam eram chamados de vendilhões – e hoje, pela gravidade da situação econômica na qual mergulharam o Brasil, cedem aquilo que já deveriam ter cedido lá atrás.
Mas o triste é que a coisa é feita com tamanho improviso que aquele conjunto de boas intenções hoje alardeado, cantado em verso e prosa em todo país, certamente nos frustrará mais uma vez, como ocorreu em 2012. Anunciou-se um volume expressivo de R$ 194 bilhões em investimento de concessões, apenas R$ 60 bilhões para esse atual mandato e R$ 20 bilhões desses R$ 60 bi contando com promessas do governo chinês, e sem levar em conta aquilo que é essencial e que infelizmente, e hoje as bolsas já registram negativamente esse anúncio porque já percebem isso, esse governo carece daquilo que é essencial para alavancar um projeto dessa dimensão: credibilidade, confiança. Além da crise econômica de proporções gravíssimas que hoje vem punindo principalmente os brasileiros mais pobres, além da crise moral sem precedentes conduzida por esse governo, há uma crise de confiança a impedir que os agentes econômicos, que os investidores venham a ser parceiros de um governo no qual não confiam.
Infelizmente propostas requentadas como o conjunto de obras de ferrovias que não saíram do papel, outras, de portos que também não saíram do papel. Na verdade, permitiram ao Brasil tomar conhecimento aglomerado de intenções, obras algumas sem sequer o projeto básico ainda consolidado, uma ferrovia transoceânica que vem ocupar o lugar do trem bala, mais uma vertigem, mais uma ilusão de um governo que perdeu o chão, de um governo que perdeu a capacidade de apresentar para o Brasil um projeto de desenvolvimento econômico com a ampliação também dos direitos sociais. É esse o governo que propaga durante o processo eleitoral a ampliação dos direitos e que quando governa suprime e apresenta aos brasileiros um país cor de rosa, mas que agora se mostra um país com um horizonte cinzento pela frente”.