O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou, nesta sexta-feira (06/11), em Salvador (BA), que a irresponsabilidade e a incompetência do governo Dilma Rousseff estão custando mais caro para os moradores da região Nordeste. Ao lado do prefeito de Salvador, ACM Neto, e de lideranças políticas da Bahia, Aécio lamentou o descaso do governo federal com os problemas que mais atingem a região, com medidas de proteção ao emprego e de combate à criminalidade.
“É o Nordeste que paga o preço mais caro da irresponsabilidade do governo do PT. Mais de 200 mil empregos foram perdidos aqui no Nordeste. Quando falamos em aumento da criminalidade, e esse foi o tema do evento de hoje, podemos perceber isso principalmente no Nordeste e Norte brasileiro. A Bahia tem hoje cerca de 8% da população brasileira, mas mais de 11% dos assassinatos do país acontecem no Estado. Andando pelas cidades do interior, percebo o que vocês percebem aqui, o crime chegou lá, a insegurança chegou aos pequenos municípios brasileiros”, afirmou o senador durante debate do Seminário “Caminhos para o Nordeste”, realizado pelo Instituto Teotônio Vilela (ITV) na capital baiana.
Aécio criticou o governo federal pelos baixos investimentos em segurança e por não aplicar sequer os recursos previstos no Orçamento para a área.
“Fiquei rouco de dizer isso ano passado: do conjunto de todos os gastos do governo federal, apenas 0,5% foi investido em segurança pública. Sequer foram repassados os fundos aprovados pelo Congresso: o Fundo Penitenciário, para ampliar os nossos estabelecimentos prisionais, e o Fundo Nacional de Segurança, para apoiar os estados e municípios nas suas ações. O primeiro não foi executado sequer em 7% no ano passado, o Fundo Nacional de Segurança não foi implementado em sequer 30% dos seus recursos”, disse Aécio Neves.
O seminário “Caminhos para o Nordeste” reuniu em Salvador as principais lideranças do PSDB na Bahia, entre elas os deputados federais Antônio Imbassahy, João Gualberto e Jutahy Junior; a ex-desembargadora Luislinda Valois; e o ex-deputado João Almeida, diretor da Executiva Nacional do PSDB, além de deputados estaduais, prefeitos e vereadores tucanos e de partidos aliados.
Após o evento, ao falar com a imprensa baiana, o senador voltou a criticar a ausência do governo do PT no enfrentamento da violência e da criminalidade.
“O governo federal não toma qualquer iniciativa em parceria com estados e municípios e essa ausência na formulação de políticas na área de segurança pública chega a ser criminosa. A verdade é essa e é preciso que seja dita. Solitariamente não há condições de enfrentar esse drama”, afirmou Aécio.
O presidente nacional do PSDB acrescentou que o governo Dilma tem um discurso atrasado para a segurança e parece não se importar com os 60 mil assassinatos registrados no Brasil anualmente.
“Não é possível aceitar isso de forma passiva e achar que é assim mesmo”, criticou.
Bolsa Família
O presidente nacional do PSDB ressaltou que a bancada do partido no Congresso não permitirá que os cortes anunciados pelo governo Dilma atinjam o Bolsa Família, prejudicando as famílias atendidas. Ele lembrou que o valor do benefício permanece congelado pelo governo há mais de um ano, mesmo com a inflação acima dos 10%.
“O Bolsa Família tem que continuar. O PSDB não vai permitir que os cortes anunciados pela base do governo cheguem ao programa, porque também temos responsabilidade com ele”, garantiu o senador Aécio Neves.
Obras paradas
Aécio Neves responsabilizou o governo federal pela paralisação dos projetos de infraestrutura e desenvolvimento do Nordeste prometidos pela presidente Dilma na campanha eleitoral, como a conclusão da transposição do Rio de São Francisco, o Porto Sul em Ilhéus e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol).
“Já na campanha eleitoral, diferente da candidata que venceu, formulamos e lançamos aqui mesmo na Bahia o programa para o Nordeste. E tudo o que o governo propôs na campanha, o governo não fez. As obras de infraestrutura, posso enumerar inúmeras delas, como o projeto inicial de concessão da BR-101, que passava de 700 km e, agora, dizem que são 200. Sabe-se lá se vai fazer. A Fiol parada, vários trechos da transposição parados, o porto do Sul sem ser iniciado. Enfim, tudo o que o governo propôs na campanha, o governo não fez”, disse.