Nordeste paga o preço mais caro da irresponsabilidade do governo do PT, afirma Aécio, na Bahia

“O PSDB não vai permitir que os cortes anunciados pela base do governo cheguem ao programa, porque também temos responsabilidade com ele”, garantiu o senador sobre o Bolsa Família

Foto : George Gianni

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou, nesta sexta-feira (06/11), em Salvador (BA), que a irresponsabilidade e a incompetência do governo Dilma Rousseff estão custando mais caro para os moradores da região Nordeste. Ao lado do prefeito de Salvador, ACM Neto, e de lideranças políticas da Bahia, Aécio lamentou o descaso do governo federal com os problemas que mais atingem a região, com medidas de proteção ao emprego e de combate à criminalidade.

“É o Nordeste que paga o preço mais caro da irresponsabilidade do governo do PT. Mais de 200 mil empregos foram perdidos aqui no Nordeste. Quando falamos em aumento da criminalidade, e esse foi o tema do evento de hoje, podemos perceber isso principalmente no Nordeste e Norte brasileiro. A Bahia tem hoje cerca de 8% da população brasileira, mas mais de 11% dos assassinatos do país acontecem no Estado. Andando pelas cidades do interior, percebo o que vocês percebem aqui, o crime chegou lá, a insegurança chegou aos pequenos municípios brasileiros”, afirmou o senador durante debate do Seminário “Caminhos para o Nordeste”, realizado pelo Instituto Teotônio Vilela (ITV) na capital baiana.

Aécio criticou o governo federal pelos baixos investimentos em segurança e por não aplicar sequer os recursos previstos no Orçamento para a área.

“Fiquei rouco de dizer isso ano passado: do conjunto de todos os gastos do governo federal, apenas 0,5% foi investido em segurança pública. Sequer foram repassados os fundos aprovados pelo Congresso: o Fundo Penitenciário, para ampliar os nossos estabelecimentos prisionais, e o Fundo Nacional de Segurança, para apoiar os estados e municípios nas suas ações. O primeiro não foi executado sequer em 7% no ano passado, o Fundo Nacional de Segurança não foi implementado em sequer 30% dos seus recursos”, disse Aécio Neves.

O seminário “Caminhos para o Nordeste” reuniu em Salvador as principais lideranças do PSDB na Bahia, entre elas os deputados federais Antônio Imbassahy, João Gualberto e Jutahy Junior; a ex-desembargadora Luislinda Valois; e o ex-deputado João Almeida, diretor da Executiva Nacional do PSDB, além de deputados estaduais, prefeitos e vereadores tucanos e de partidos aliados.

Após o evento, ao falar com a imprensa baiana, o senador voltou a criticar a ausência do governo do PT no enfrentamento da violência e da criminalidade.

“O governo federal não toma qualquer iniciativa em parceria com estados e municípios e essa ausência na formulação de políticas na área de segurança pública chega a ser criminosa. A verdade é essa e é preciso que seja dita. Solitariamente não há condições de enfrentar esse drama”, afirmou Aécio.

O presidente nacional do PSDB acrescentou que o governo Dilma tem um discurso atrasado para a segurança e parece não se importar com os 60 mil assassinatos registrados no Brasil anualmente.

“Não é possível aceitar isso de forma passiva e achar que é assim mesmo”, criticou.


Bolsa Família

O presidente nacional do PSDB ressaltou que a bancada do partido no Congresso não permitirá que os cortes anunciados pelo governo Dilma atinjam o Bolsa Família, prejudicando as famílias atendidas. Ele lembrou que o valor do benefício permanece congelado pelo governo há mais de um ano, mesmo com a inflação acima dos 10%.

“O Bolsa Família tem que continuar. O PSDB não vai permitir que os cortes anunciados pela base do governo cheguem ao programa, porque também temos responsabilidade com ele”, garantiu o senador Aécio Neves.


Obras paradas

Aécio Neves responsabilizou o governo federal pela paralisação dos projetos de infraestrutura e desenvolvimento do Nordeste prometidos pela presidente Dilma na campanha eleitoral, como a conclusão da transposição do Rio de São Francisco, o Porto Sul em Ilhéus e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol).

“Já na campanha eleitoral, diferente da candidata que venceu, formulamos e lançamos aqui mesmo na Bahia o programa para o Nordeste. E tudo o que o governo propôs na campanha, o governo não fez. As obras de infraestrutura, posso enumerar inúmeras delas, como o projeto inicial de concessão da BR-101, que passava de 700 km e, agora, dizem que são 200. Sabe-se lá se vai fazer. A Fiol parada, vários trechos da transposição parados, o porto do Sul sem ser iniciado. Enfim, tudo o que o governo propôs na campanha, o governo não fez”, disse.

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