O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, se reuniu, nesta quarta-feira (17/08), no Senado, com o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Assembleia da Venezuela, deputado Luis Florido, que está em viagem pela América do Sul para pedir apoio internacional ao referendo que pode por fim ao governo de Nicolás Maduro em seu país. Em entrevista à imprensa após o encontro, Aécio Neves ressaltou que o referendo é uma previsão constitucional venezuelana e defendeu a sua realização.
“É mais um apelo que fazem lideranças democráticas da Venezuela para que o PSDB se manifeste, como vem fazendo historicamente, em favor da garantia das liberdades dos presos políticos e do respeito à democracia na Venezuela. Pedem agora apoio do governo do presidente Michel Temer para que o referendo, que foi aprovado pelo número constitucional de venezuelanos, possa ocorrer. O referendo revogatório é uma previsão constitucional na Venezuela”, afirmou o senador Aécio Neves, em entrevista à imprensa após a reunião.
O senador voltou a se solidarizar com os presos políticos do governo Maduro.
“O PSDB se solidariza com Leopoldo Lopez, com os demais presos políticos que lá estão, e espera que, respeitada a Constituição venezuelana, esse povo irmão possa encontrar um caminho para a superação das suas já insuportáveis dificuldades”, destacou Aécio.
1º de Setembro
Luis Florido, acompanhado de outra liderança da oposição, o exilado político Carlos Vecchio, foram recebidos também pelo senador Aloysio Nunes Ferreira, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, e pelo líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Antonio Imbassahy. No encontro, as lideranças venezuelanas convidaram os parlamentares brasileiros a participarem das manifestações em favor do plebiscito, marcadas para 1º de setembro, em Caracas.
“Eles estão fazendo um périplo pela região, não apenas pelo Brasil, solicitando a solidariedade dos partidos democráticos. O PSDB já havia se manifestado por outras vezes. Estivemos lá com outros partidos de oposição ao governo da presidente Dilma. Não conseguimos alcançar os objetivos da visita. Fomos impedidos de avançar. Sentimos ali na pele o pouco apreço à democracia, ao contraditório, do governo venezuelano”, afirmou o presidente do PSDB.
A Venezuela enfrenta atualmente uma grave crise econômica, social e institucional. A população sofre com a falta de alimentos, medicamentos e racionamento de energia. O governo de Maduro também é criticado por organismos internacionais por restringir os direitos humanos e por perseguir com violência seus opositores.
Itamaraty
O senador Aécio Neves voltou a defender a posição do ministro das Relações Exteriores, José Serra, contrária a que a Venezuela assuma a presidência do Mercosul. Para ele, a diplomacia brasileira vive novo momento após 13 anos pautada por um viés ideológico que prejudicou o Brasil.
“O chanceler Serra é que tem sido porta voz da nova política externa brasileira, a meu ver, muito mais correta, muito mais afim às tradições brasileiras que foram rompidas durante esses últimos 13 anos com uma política externa ideológica, que isolou o Brasil do resto do mundo, inclusive da nossa região. Acho importante que a Venezuela continue a participar do Mercosul, mas também acho que não é o momento para que o governo venezuelano assuma a presidência do Mercosul sem a solidariedade dos outros países”, defendeu Aécio Neves.