Aécio Neves diz que governo permanece paralisado por denuncias e cobra rigor nas investigações

“Estamos terminando o nono ano de um mesmo governo. Falta coragem política para enfrentar as grandes reformas”, diz senador.

O senador Aécio Neves reiterou, neste sábado (20/08), as críticas de imobilismo feitas ao governo federal. Em entrevista, o senador afirmou que o governo chega ao final do ano sem realizar as reformas que o país aguardava e sem tomar medidas efetivas de controle sobre a estrutura administrativa dos órgãos e ministérios.

Aécio Neves disse que a faxina prometida pelo governo ainda não ocorreu e atribuiu os desvios e irregularidades denunciados pela imprensa ao atual aparelhamento do Estado, somado à ausência de controles internos.

“Nenhum dos instrumentos que o governo dispõe, através da Controladoria-Geral da União, das auditorias prévias, tem servido para que a chamada faxina ocorra. Na verdade, o governo reage às notícias de jornal, o que não dá a certeza de que há sinceridade efetiva para se mudar o modus operandi do governo. Tudo isso é conseqüência do violento aparelhamento da máquina pública, jamais visto na história do Brasil”, afirmou o senador.

E acrescentou: “O que lamento é que, em oito meses, não apenas a queda dos ministros parece o principal, mas a incapacidade do governo de agir. Onde estão as grandes reformas? O governo hoje se satisfaz em dizer que está afastando A ou B, como se isso fosse programa de governo. Não é. O Brasil precisa de muito mais”, disse Aécio, para quem falta coragem política ao governo: “Estamos terminando o nono ano de um mesmo governo, com as mesmas figuras. Falta coragem política para enfrentar as grandes reformas”.

CPI

O senador voltou a defender a investigação rigorosa das denúncias feitas pela imprensa nos Ministérios da Agricultura, Turismo, Casa Civil e Transportes, e que levaram à substituição de quatro ministros este ano.

Segundo Aécio Neves, a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Congresso dependerá do posicionamento da base do governo. Ele destacou que o comportamento da bancada federal do PSDB, hoje na oposição, não repete o do PT no passado.

“Aqueles que querem efetivamente a investigação irão assinar a CPI. E nós, do PSDB, diferente do PT no passado, teremos a responsabilidade de fazer uma investigação correta, responsável. Portanto, não há o que temer. Aqueles que querem efetivamente as investigações, e virar essa página triste da história do Brasil, não devem temer a CPI”, disse.

O senador participou nesta manhã, em Belo Horizonte, do ato de criação do PSDB Sindical de Minas Gerais, um órgão de atuação partidária integrado por filiados das centrais sindicais Força Sindical, Nova Central Sindical e UGT.

“Estamos recebendo sindicalistas da maior expressão, que vêm formalmente se somar conosco no PSDB, dando a demonstração que o PSDB tem um projeto de País, um projeto que passa pela questão social, pelos interesses do trabalhador”, afirmou.

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