“O PSDB é um partido que não governa com ódio ou com rancor. É um partido que conduz as suas decisões com generosidade, pensando na população”, diz Aécio
O senador Aécio Neves (PSDB/MG) quer manter unidos, nas eleições municipais deste ano, os partidos que dão sustentação ao Governo de Minas Gerais desde 2002. Na manhã desta segunda-feira (05/03), ele participou de reunião em Belo Horizonte com os presidentes estaduais de oito partidos que compõem a base de apoio do governo estadual. PSDB, DEM, PPS, PTB, PSD, PV, PP e PR discutiram composição de alianças eleitorais nas principais cidades mineiras, propostas que apresentarão à população, e o fortalecimento do governo do Estado.
“Estaremos buscando, sempre que possível, alianças com esses companheiros. O nosso governo, o nosso projeto, vitorioso em Minas em 2002, 2006 e 2010, foi vitorioso porque contou com essa ampla aliança. É preciso que ela prevaleça, obviamente, respeitadas as circunstâncias de cada município. Quando o PSDB tiver uma candidatura viável, vamos buscar lançá-la, mas, quando não houver, temos toda a disposição de disputar as eleições apoiando candidatos dentro desse arco de alianças. Essa reunião é preparatória. Vamos falar de algumas cidades, mas sempre buscando garantir um fortalecimento da identidade que une esses companheiros de todos esses partidos desde 2002”, afirmou o senador, em entrevista.
Na avaliação de Aécio Neves, a união desses partidos aponta para a vitória desse grupo político mesmo nas cidades hoje governadas pelo PT.
“Temos uma expectativa muito positiva de vitórias em várias cidades hoje administradas pelo PT, seja na Região Metropolitana, como Betim e Contagem, por exemplo, seja na região Leste do Estado, em Valadares, seja em Teófilo Otoni. Há um conjunto de cidades onde a força dessa aliança pode nos trazer perspectivas fortes de vitória. E, na verdade, é também a consolidação do apoio ao governador Anastasia e ao projeto que ele vem conduzindo em Minas Gerais. Esse é grupo político que vem, repito, vencendo as eleições ao longo dos últimos dez anos em Minas”, disse o senador.
Belo Horizonte
Aécio Neves considerou natural a aliança para a reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB). Ele lembrou que o prefeito, seu ex-secretário de Desenvolvimento Econômico no Governo de Minas, foi apoiado em 2008 pelo PSDB e pelo PT, e assegurou que, no que depender de seu partido, a aliança permanecerá.
“A candidatura de Marcio Lacerda nasceu de uma construção nossa com apoio do então prefeito Fernando Pimentel. Para nós, ela sempre foi absolutamente natural. E a boa avaliação da administração Marcio Lacerda mostra que estávamos certos e vamos continuar contribuindo para sua administração. Acho que, nacionalmente, o PSDB de Minas, como um todo, certamente é um dos mais fortalecidos no país. E é um bom exemplo da boa convivência, da boa coalizão com forças políticas diversas”, declarou.
Questionado sobre críticas do ex-ministro Patrus Ananias à aliança do PT com o PSDB na capital mineira, o senador afirmou que via nelas mais uma satisfação de Ananias ao seu grupo, após ter mudado de opinião e decidido apoiar Marcio Lacerda, o que não ocorreu em 2008.
“Nossos palanques são diferentes sim. O palanque do ex-ministro tem sido o palanque do ex-governador Newton Cardoso, do candidato Hélio Costa nas últimas eleições. Temos que compreender, mais do que o quê diz o político, porque ele diz. Compreendo as declarações do Patrus porque, no momento em que ele muda de posição – era contra a candidatura de Marcio Lacerda, para apoiá-la – ele, de alguma forma, paga um pedágio interno, por mais que possa haver alguma incoerência nessas declarações. Porque ele critica o meu governo, a sua ação social, no momento em que anuncia o apoio ao secretário de Desenvolvimento do meu governo”, afirmou.
O senador acrescentou que o ex-ministro é bem vindo à aliança, assim como outras lideranças que decidiram mudar de posição em apoio a Marcio Lacerda.
“Estamos com Marcio Lacerda porque acreditamos que ele pode continuar a fazer um belíssimo trabalho em Belo Horizonte ao lado do governador Anastasia. Mas, todos aqueles que quiserem mudar sua opinião e vir conosco, rever sua posição, devem vir com a humildade daqueles que se equivocaram no passado. Patrus é uma figura que fez parte da história da cidade e ele, assim como qualquer outro belo-horizontino, é bem-vindo na nossa aliança”, disse Aécio.
São Paulo
Aécio Neves defendeu também a manutenção da aliança entre PSDB e PSB nas eleições em São Paulo em apoio à candidatura de José Serra.
“Tenho conversado com o governador Eduardo Campos. Acho que deveria prevalecer o sentimento da base do partido em São Paulo. Tanto do ponto de vista municipal, da cidade de São Paulo, quanto no estado, o PSB é nosso parceiro. Qualquer decisão à fórceps pode não trazer o resultado que se busca na base. Não tenho dúvida que a identidade hoje em São Paulo do PSB é muito maior com o PSDB”, disse.
Eleições 2014
O senador colocou-se à disposição dos candidatos a prefeito do PSDB e de partidos aliados para participar de campanhas no segundo semestre. Ele frisou que sua preocupação no momento é com as eleições municipais e que suas viagens não guardam relação com a disputa de 2014.
“Vou estar à disposição dos meus companheiros de partido no Brasil inteiro, buscando fortalecê-lo nas eleições municipais. Fortalecer os candidatos do PSDB com eventuais aliados nossos que tenham como adversários aqueles cujo governo combatemos, cujo modelo de gestão combatemos, que é o PT. Portanto, vou viajar pelo Brasil, principalmente no segundo semestre, com foco municipal. Vamos discutir as questões regionais, as questões locais, fortalecendo o palanque do PSDB. Aí, a meu ver, o ano de 2013, provavelmente no segundo semestre, seja o momento para que o PSDB, no que depender de mim, através de prévias, possa caminhar para decidir qual será o seu representante nas eleições de 2014. Nem antes, nem muito depois, na minha modesta avaliação”, afirmou.
Apesar de considerar que uma vitória de José Serra em São Paulo fortalecerá o PSDB para uma disputa nacional, independentemente de quem seja o candidato, Aécio Neves afirmou que ainda é cedo para se tratar da disputa presidencial e que a eleição municipal não muda o cronograma de decisões do partido.
“Eu não faço essa ligação direta entre as duas coisas. A candidatura do companheiro José Serra em São Paulo era uma demanda do partido, foi um gesto, como já disse, de desprendimento político dele, e realmente traz a eleição de São Paulo para o plano nacional ainda com maior vigor. Será uma eleição onde projetos divergentes estarão em debate. A questão de 2014 tem que ser vista em 2014, em um outro ambiente, após as eleições municipais. Vamos trabalhar para vencer as eleições no maior número possível de municípios e, repito, acho que a definição ou o encaminhamento para a definição da candidatura presidencial do PSDB deve se dar a partir do segundo semestre do ano de 2013”, disse o senador.