REPÓRTER:
A base que defende o impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, se reuniu, neste domingo, na liderança do PSDB no Senado para definir a estratégia para o depoimento de Dilma nesta segunda-feira, na última fase da instrução do julgamento pelo Senado. Em entrevista, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou que o tom será dado pela presidente afastada, mas que a oposição espera uma sessão respeitosa e serena. Aécio destacou que a orientação dos partidos será fazer perguntas técnicas sobre os decretos e as chamadas pedaladas fiscais que embasam o pedido de impeachment.
SONORA DO SENADOR AÉCIO NEVES
“Em primeiro lugar, nosso sentimento é de que poderemos ter uma sessão, nessa segunda-feira, histórica, mas respeitosa. Caberá à senhora presidente afastada dar o tom, porque ela é a primeira a falar. Sendo assim, toda nossa disposição de fazer perguntas duras, técnicas, sempre na direção dos crimes, a nossa ver, cometidos pela presidente da República para que ela possa se manifestar em relação a eles. Só que esperamos uma sessão serena, respeitosa porque o Brasil inteiro vai estar acompanhando o que está acontecendo aqui no Congresso Nacional.”
REPÓRTER:
A presidente afastada terá 30 minutos para fazer um pronunciamento em defesa própria, tempo que poderá ser estendido a critério do presidente da sessão, o ministro Ricardo Lewandowki, do Supremo Tribunal Federal. Depois do discurso, Dilma será questionada pelos senadores. Aécio Neves acredita que o depoimento da presidente não deverá mudar os votos dos senadores, assim como ocorreu ao longo da semana com os depoimentos das testemunhas de defesa, que segundo ele, não acrescentaram em nada no processo.
SONORA DO SENADOR AÉCIO NEVES
“Acredito que a presença da presidente aqui nessa segunda-feira não tem o objetivo de mudar votos. A convicção de cada senador veio sendo formada ao longo do tempo, mesmo antes do início desse processo, e obviamente essa convicção se consolida na oitiva das testemunhas na comissão, depois aqui no plenário. Eu achei que a participação das testemunhas de defesa não acrescentou absolutamente nada naquilo que já se conhecia. Portanto, não vejo que isso tenha alterado absolutamente nenhum voto, e cada senador acho que já acordará amanhã sabendo como apertará o botão do painel.”
REPÓRTER:
Além dos líderes e senadores do PSDB, participaram da reunião parlamentares do PDT, PMDB, PP, PR, PSD, PV e DEM.
De Brasília, Shirley Loiola.