Aécio Neves comenta sobre o governo Dilma e a corrupção

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, em coletiva, em Brasília, falou sobre os resultados da pesquisa CNI divulgada hoje (01/07) e que aponta 83% de desaprovação dos brasileiros ao governo Dilma Rousseff. 

 

Leia trechos da entrevista do senador:

Sobre 83% de desaprovação ao governo Dilma.

O governo do PT hoje paga o preço da irresponsabilidade com a qual conduziu o Brasil nos últimos anos. Infelizmente, esse preço é dividido com o conjunto da sociedade brasileira e penaliza principalmente os mais pobres. O que estamos vendo acontecer no Brasil, acredito eu, é algo absolutamente inédito no mundo. E para homenagear a presidente, acho que desde a Idade Média não assistimos um cenário em qualquer país em que a popularidade da presidente começa a ser menor do que a própria inflação.

É isso que temos no Brasil hoje, uma inflação que caminha para ser maior do que a popularidade da presidente da República. Mas o que nos preocupa – não apenas a mim, com líder de oposição, mas ao conjunto da sociedade – é a perda da capacidade de governabilidade que o governo vem demonstrando. Seja na sua articulação no Congresso Nacional, seja na reação ao desemprego crescente, à taxa de juros exorbitante, enfim, ao desânimo que tomou conta da economia em absolutamente todos os setores.

Portanto, o que há hoje de grave no Brasil é um sentimento de desânimo porque quando você olha para o governo não o encontra. O Brasil hoje tem um vácuo de poder que preocupa a todas as pessoas que acompanham o agravamento e a forma com que vem se deteriorando o quadro político e econômico no país.

 

O líder do PSDB Cássio Cunha Lima defendeu que a presidente renuncie ao mandato. Essa é uma posição do partido? 

É uma posição do líder que tem que ser respeitada. Como presidente do PSDB, tenho tido toda cautela, inclusive nas discussões com o conjunto das oposições. Mas não é novidade para ninguém que há uma preocupação crescente. E essa preocupação não está apenas no campo oposicionista em relação às garantias de governabilidade que venhamos a ter. Vejo hoje setores do governo e do próprio PT extremamente preocupados, como disse, com a forma como vem se deteriorando rapidamente as condições mínimas da presidente da República de assumir a iniciativa.

Estamos fazendo aquilo que a oposição deve fazer, com absoluta serenidade, agindo junto ao Tribunal de Contas para que eventuais crimes sejam punidos; junto à Procuradoria Geral para que as investigações que devam ocorrer, ocorram, e também junto ao Tribunal Superior Eleitoral no sentido de que eventuais desvios ocorridos durante a campanha eleitoral sejam penalizados.

 

Sobre as tentativas do governo e do PT de interferir no trabalho da PF, MP e Justiça brasileira.

O Brasil felizmente tem hoje instituições que funcionam e o que temos que combater com extremo vigor é essa tentativa inadmissível da presidente da República e de outros agentes do seu campo político de combater as instituições. O que tem que ser combatido é o crime, não a Polícia Federal como ocorreu recentemente pela palavra do ministro da Justiça, não o Ministério Público e sequer os delatores. O que tem que ser combatido, repito, é a corrupção desenfreada.

E isso passa pelo fortalecimento das nossas instituições. Quanto mais os setores do PT querem cobrar, por exemplo, do ministro da Justiça que conduza a Polícia Federal, mais distante estaremos do Estado de Direito. Essas instituições, e durante a campanha disse isso reiteradas vezes para a presidente, que não sei se não compreendeu até hoje, essas instituições não são de governo, elas são de Estado.

A Polícia Federal pertence ao Estado brasileiro, e tem que investigar, e tem que buscar punir todos os agentes que cometeram crimes, independente de partidos políticos ou de tendências ideológicas. O Ministério Público tem que ser apoiado também enquanto faz o seu trabalho também em defesa do Estado de Direito, em defesa da honradez, em defesa da justiça.

Então, o que me preocupa é que quando essa onda de denúncias mais vai se aproximando do Palácio do Planalto, ou de figuras ilustradas do petismo, a reação é diferente daquela que assistimos na campanha eleitoral. Não é a de fortalecer as instituições e garantir que elas atuem como vem atuando a Justiça, com isenção, com equilíbrio, e obviamente com independência.

 

Ouça a entrevista do senador:

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