“Nosso país ainda discrimina e discrimina muito. Portanto, combater o preconceito, apoiar políticas inclusivas do ponto de vista do trabalho, da igualdade salarial, das oportunidades, valorizando também a presença cada vez maior dos negros nas escolas, nas universidades, será sempre uma prioridade para o PSDB”, afirmou o senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, durante homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra realizado pelo PSDB de Minas Gerais e o Tucanafro, nesta sexta-feira (20/11), em Belo Horizonte (MG).
Aécio Neves celebra o Dia da Consciência Negra em MG e reconhece que o país ainda sofre com discriminação social
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, participou de evento nesta sexta-feira em comemoração ao Dia Nacional da Consciência Negra na sede do diretório do partido, em Minas Gerais. Em entrevista, Aécio destacou que o Brasil é um país que ainda discrimina muito e que é preciso incentivar políticas para promover oportunidades iguais de trabalho, salário e estudos. Para o senador, a valorização do negro é prioridade para o partido.
Sonora do senador Aécio Neves
“O Brasil – e vamos ser realistas – é um país que ainda discrimina e discrimina muito, e portanto, combater o preconceito, apoiar políticas inclusivas do ponto de vista do trabalho, da igualdade salarial, das oportunidades, valorizando também a presença cada vez maior dos negros nas nossas escolas, universidades, será sempre uma prioridade para PSDB.”
O senador enfatizou também que o PSDB fez grandes planos de políticas para promoção da igualdade racial propostas durante sua campanha presidencial, em 2014.
Sonora do senador Aécio Neves
“Nós colocamos como uma das principais propostas lá registrada para ser cumprida, a criação do Fundo Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, vinculado ao Conselho Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial para garantir a implementação e articulação das ações do Sistema Nacional de Promoção de Igualdade. E incentivando, nós iríamos fazer isso se tivéssemos vencido as eleições, que os Estados e municípios criassem conselhos correlatos. Era a forma de nós darmos um salto no enfrentamento da discriminação que nós temos que admitir, reconhecer, ainda existe hoje no Brasil.”
O senador chamou atenção para a violência desproporcional sofrida pelas mulheres negras. Segundo dados do Mapa da Violência coletados entre 2003 e 2013, os homicídios contra negras aumentaram 54%. De Brasília, Jéssica Vasconcelos.
Boletim
“Nosso país ainda discrimina e discrimina muito”, afirma Aécio Neves no Dia da Consciência Negra
O senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, afirmou que a discriminação racial no Brasil ainda representa um grave problema a ser combatido pela sociedade brasileira. Durante celebração do Dia Nacional da Consciência Negra, organizado pelo PSDB-MG e o Tucanafro, em Belo Horizonte, nesta sexta-feira (20/11), Aécio Neves afirmou que é prioridade do partido combater o preconceito e apoiar políticas de inclusão social.
“Vamos ser realistas: nosso país ainda discrimina e discrimina muito. Portanto, combater o preconceito, apoiar políticas inclusivas do ponto de vista do trabalho, da igualdade salarial, das oportunidades, valorizando também a presença cada vez maior dos negros nas escolas, nas universidades, será sempre uma prioridade para o PSDB”, afirmou o senador em entrevista na sede do diretório estadual do partido em Minas.
A celebração do Dia da Consciência Negra reuniu diversas lideranças do partido e representantes de movimentos sociais e da militância negra do PSDB mineiro. Ao lado do presidente do diretório estadual, deputado federal Domingos Sávio, e do presidente do Tucanafro, Juvenal Araújo, Aécio Neves criticou a falta de propostas do PT para o país e para os menos favorecidos, lembrando que a crise econômica está penalizando, principalmente, os mais pobres.
“É inacreditável o conjunto da obra executada pelo PT. Conquistas, inclusive para a inclusão racial, conquistas do ponto de vista da geração de empregos e da estabilidade da moeda, a verdade é que demoraremos muito para recuperá-las”, afirmou o senador.
PT penaliza os mais pobres
Em seu discurso, o presidente do Tucanafro criticou o governo da presidente Dilma por reduzir o orçamento das políticas de promoção da igualdade racial. Segundo ele, o orçamento do governo federal para o segmento em 2016 é de cerca de R$ 60 milhões, menos do que os R$ 80 milhões previstos para compra de café para a Presidência da República e ministérios.
“Para o PT, o negro vale menos do que um cafezinho. É uma política vergonhosa. Os negros sempre foram usados politicamente pelos governos do PT e, na hora que esperávamos um aceno do governo, tivemos o rebaixamento nos gastos de custeio na Secretaria [de Igualdade Racial]”, criticou Juvenal Araújo.
Aécio defende repasse de recursos para vítimas de tragédia de Mariana
Durante entrevista em Belo Horizonte, Aécio Neves defendeu que os recursos originados de multas impostas pelo Ibama à mineradora Samarco, responsável pela tragédia de Mariana, sejam direcionados às famílias atingidas. Há duas semanas, o rompimento de uma barragem de rejeito de minério devastou os distritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, causando várias mortes e deixando 600 pessoas desabrigadas.
“A empresa tem que responder pela sua responsabilidade nessa tragédia sem precedentes na história de Minas. Temos que fazer com que as multas impostas pelo Ibama não acabem indo para um fundo que amanhã vai ajudar apenas a fazer superávit de caixa. Têm que ir para as vítimas”, afirmou o senador.
Aécio Neves destacou a importância do projeto apresentado esta semana pelo senador Antonio Anastasia que prevê a destinação das multas aplicadas em casos de desastres ambientais, em sua totalidade, na recuperação das áreas atingidas.
“Nosso esforço é para que todos os recursos das sanções que a empresa estiver recebendo sejam investidos nas pessoas que foram vítimas desse acidente e, obviamente, na recuperação da flora e da fauna de toda a região. O que mais me preocupa é que estamos vendo multas sendo aplicadas e não estou vendo em Mariana, ou em outras cidades do Rio Doce, as pessoas tendo a perspectiva de que esse dinheiro, daqui a 15 dias ou um mês, vai estar lá botando tijolo nas casas, telhado na casa dessas pessoas, e o mínimo de tranquilidade para que elas possam reorganizar suas vidas”, disse.
Dia da Consciência Negra – “A centenária luta dos negros: é preciso continuar”, por Juvenal Araújo, presidente do Tucanafro
“Negro não nasceu pra ser escravo, negro não nasceu pra ter senhor”! Ouvi essa frase como refrão marcante de uma música em uma roda de capoeira. A primeira vez que a ouvi, era Fuzileiro Naval do 1º Distrito Naval da Marinha, situado na Praça Mauá, no Rio de Janeiro. As rodas de capoeira sempre me fascinaram. Primeiro, porque enfrenta as leis da física e os limites do corpo com a performance malabares dos seus jogadores, ritmicamente marcadas; e segundo — e para mim o mais importante — porque é a perpetuação, centenas de anos depois, da primeira manifestação de luta e resistência contra a escravidão e subjulgo dos negros. Agora em novembro, mês da Consciência Negra, período em que seguimentos organizados da sociedade se propõe refletir a situação do racismo no país, veremos que a situação do negro remonta muito da violência do período imperial, quando não nos era reconhecida a condição humana, animalizam-nos, e nossa vida não tinha muito valor.
E é recorrendo a um clichê, o que diz que “frente aos fatos não há argumentos”, que exemplifico com números o genocídio (emprego o termo sem medo de incorrer em arroubos retóricos) a qual comunidade negra brasileira está submetida.
Começando pela pesquisa mais recente, a do aumento do número de homicídio de mulheres negras. No documento, registra-se com todas as letras que “as taxas de homicídios da população branca tendem, historicamente, a cair enquanto aumentam as taxas de mortalidade entre os negros”. Assim, ao analisar a violência contra as mulheres, mostra que o número de homicídios de mulheres brancas caiu de 1.747 vítimas, em 2003, para 1.576, em 2013. Uma queda de 9,8% no total de homicídios do período.
Já os homicídios de mulheres negras, entretanto, aumentaram 54,2% no mesmo período, passando de 1.864 para 2.875 vítimas.
O estudo foi elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), com o apoio três entidades da Organização das Nações Unidas (ONU).
Paralelamente, o Mapa da Violência Contra Jovens 2015,— ainda que em sua versão preliminar — já mostra números “genocídios” contra os jovens negros. Na faixa de 0 a 17 anos de idade, morreram vítimas de homicídio 1.127 “crianças e adolescentes brancos, e 4.064 negros”. Nesse total, ao refinar a análise, com a idade entre 16 e 17 anos, foram mortos 703 brancos (62,4%), e 2.737 negros (67,3%).
Fazendo a equivalência desses números a grupos de 100 mil habitantes, quando observasse os adolescentes de 16 e 17 anos, a taxa de homicídios de brancos foi de 24,2 por 100 mil. Já a taxa de adolescentes negros foi de 66,3 em 100 mil. “A vitimização, neste caso, foi de 173,6%. Proporcionalmente, morreram quase três vezes mais negros que brancos”, assinala o estudo.
Pra realçar ainda mais esse “quadro macabro”, a Pesquisa de Violência por Morte Matadas por Arma de Fogo, ressalta “que em todas as categorias de raça/cor, os homicídios são a forma quase exclusiva de utilização das Armas de Fogo”. Para os negros, porém, esse fato adquire sua máxima expressão: 95,6% de suas vítimas de bala foram assassinados, fato que se repete em maior número entre os jovens negros.
Entre os 28.946 negros mortos por arma de fogo, em 2012, 95,6% foram por homicídio. Suicídios e acidentes também entram na classificação de morte por armas de fogo.
A população branca, cujas mortes por arma de fogo totalizaram no mesmo período 10.632 — quase um terço do total de negros menor — 90,9% foi por homicídio. Em suma, morreram duas vezes e meia mais negros do que brancos por arma de fogo.
Esse drama foi constatado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Violência Contra Jovens Negros e Pobres. Presidida por um parlamentar do PT, o seu relatório final, entregue no dia 15 de julho, em nada sensibilizou a presidente Dilma Rousseff, quando anunciou, em outubro, o rebaixamento do status ministerial da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR),
A remoção do status de ministério da SEPPIR, simbólico para 97 milhões de brasileiros que se declararam pardos ou negros, foi o ponto alto do desmonte do Programa de Enfrentamento ao Racismo e Promoção da Igualdade Racial. Nos últimos anos houve uma redução sistemática do orçamento destinado à Seppir. Em 2012, foram orçados 105,5 milhões. Em 2013 o valor caiu para R$ 76,1 milhões e, em 2014, desceu para R$ 64,8 milhões. Seguindo a mesma lógica, e potencializado pelos cortes orçamentários feitos pelo governo, a SEPPIR, para 2015, teve apenas R$ 28 milhões.
Após a subordinação do Seppir a outro ministério, a imprensa apurou que o governo federal gastará em 2016 mais com cafezinho nos ministérios e na Presidência da República, que com o Programa de Enfrentamento ao Racismo e Promoção da Igualdade Racial. Serão gastos até 2016 cerca de R$ 81,4 milhões em contratos com o cafezinho.
Assim, consciência, enquanto percepção dos estímulos a sua volta e que confirmam a existência humana, é o que todos devem ter com relação ao negro brasileiro.
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Ato promovido pelo PSDB-MG celebra o Dia Nacional da Consciência Negra
Um ato homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra reuniu dezenas de representantes da comunidade negra da Região Metropolitana de Belo Horizonte na sede do PSDB-MG, na capital mineira, nesta sexta-feira, 20 de novembro. Promovido pelo Secretariado da Militância Negra do PSDB (Tucanafro), o evento contou com as presenças do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, do presidente do PSDB-MG, deputado federal Domingos Sávio. Participaram também o deputado federal Paulo Abi-Ackel e os deputados estaduais tucanos João Vítor Xavier, João Leite, Gustavo Valadares, Antônio Carlos Arantes e Tito Torres (todos do PSDB), além de Gustavo Corrêa, do Democratas, Alencar da Silveira Jr. (PDT) dentre outras lideranças políticas e comunitárias.
“Nosso compromisso é com a igualdade racial de fato. Queremos negros e brancos, independente da cor da pele, juntos pela promoção da igualdade racial. Nós, do Tucanafro, lutamos para que o negro e o não negro estejam juntos. Por isso, nosso slogan é seguinte: a luta não é só do negro é de todos nós”, afirmou o presidente nacional do Tucanafro, Juvenal Araújo, ao lado de Neli Martins, representante das comunidades religiosas de matrizes africanas, Soraya Cruz, representante das mulheres do Tucanafro, e Diego Moreno de Assis Santos, representante dos Jovens Militância Negra Tucana.
Em sua fala, o presidente Nacional do PSDB, senador Aécio Neves, ressaltou que enfrentar a desigualdade racial no Brasil foi, é e sempre será uma prioridade para o partido, não só no discurso, mas na prática, com ações concretas. “Quero ressaltar a importância de estar aqui hoje, ao lado dos nossos companheiros do Tucanafro, participando das homenagens ao Dia Nacional da Consciência Negra. O Brasil, vamos ser realistas, é um país que ainda discrimina, e discrimina muito. Portanto, combater o preconceito, apoiar políticas inclusivas do ponto de vista do trabalho, da igualdade salarial, das oportunidades, valorizando a presença cada vez maior dos negros nas escolas e universidades, será sempre uma prioridade para o PSDB”, enfatizou Aécio.
Para o presidente do PSDB-MG, Domingos Sávio, é fundamental fazer de cada dia o dia da consciência da igualdade racial e respeito aos negros. “Estamos aqui para prestar reverência, fazermos o reconhecimento e, acima de tudo, renovarmos cada vez mais o nosso compromisso de respeito, valorização dos nossos irmãos e irmãs negras, que fizeram e fazem a história e a cultura desse país”, ressaltou o dirigente tucano, acrescentando que a consciência da igualdade racial é uma ação de cidadania que diz respeito a todos.
As atividades do PSDB-MG de reflexão sobre a consciência negra prosseguem nesta sexta-feira (20/11). Às 19h30, também na sede do partido, o Tucanafro realiza o evento “1695-2015: Valeu Zumbi! Sua Luta Continua”, no qual diversas personalidades negras serão homenageadas. As atividades lembram os 320 anos de falecimento do líder quilombola Zumbi dos Palmares (1695-2015).
Atividades marcam mês da consciência negra
Desde o início de novembro, o Tucanafro-MG está realizando diversas atividades para celebrar este que é considerado o “mês da consciência negra”. De acordo com o presidente do Tucanafro, Juvenal Araújo, a programação serve como estímulo à reflexão sobre a situação dos afrodescendentes no Brasil.
As atividades começaram no dia 9 de novembro, no auditório da sede do PSDB-MG, onde foi aberta a campanha “Novembro Azul – Troque o Preconceito pela Vida”. O objetivo foi promover a conscientização sobre o câncer de próstata, principalmente com os homens negros, mais suscetíveis à doença.
No dia 16 foi a vez do “Café Cultural – Consciência Negra é a Educação do Olhar”, realizado na Associação Mineira de Imprensa, em Belo Horizonte. Foram promovidas palestras, homenagens e apresentações de maculelê, capoeira e dança cigana. Os participantes também puderam apreciar o rap gospel do grupo Raciocínio Consciente e o chorinho do conjunto Todo Choro.
Confira o restante da programação:
Palestra sobre violência contra as mulheres negras
Palestrantes: Delegadas da Polícia Civil Ana Maria dos Santos Paes da Costa (chefe da Delegacia Regional de Contagem) e Laise Rodrigues (titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Contagem)
Local: Auditório do PSDB-MG, rua Ouro Preto, 846, Barro Preto, Belo Horizonte (MG)
Data: 26/11 (quinta-feira)
Horário: 19 horas
Atividades de brincadeiras com crianças e palestrinha com José do Carmo de Araújo, professor de História da África e Tradições Mineiras
Local: Sede do PSDB-MG, rua Ouro Preto, 846, Barro Preto, Belo Horizonte (MG)
Data: 28/11 (sábado)
Horário: 9 horas
Ações tucanas voltadas para os negros
Em 2001, o então deputado federal Aécio Neves presidia a Câmara dos Deputados e instalou a Comissão Especial do Estatuto da Igualdade Racial. No âmbito do Governo do Estado, na administração de Aécio Neves (2003-2010), se estabeleceu o sistema de cotas na Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) e na Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).
Ainda na gestão do tucano no Estado, foram realizadas as duas primeiras Conferências Estaduais de Promoção da Igualdade Racial, que resultaram na criação do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial, em 2009, e abriu o caminho para a criação da Coordenadoria Especial de Políticas Pró-Igualdade Racial no governo de Antonio Anastasia (2010-2014).
Outro ponto que merece destaque no governo de Aécio Neves em Minas é a visibilidade que as comunidades quilombolas tiveram. Nesse período, iniciaram-se em Minas Gerais ações voltadas para essas comunidades, como o programa de alfabetização Cidadão Nota Dez, onde foram formados professores quilombolas para alfabetizar as comunidades. O programa teve como objetivo assegurar que a cultura dessas populações não fosse apagada, além de garantir renda para os quilombolas que se tornaram professores.
Foi também no governo de Aécio Neves que se realizou o diagnóstico situacional socioeconômico e cultural em 40 comunidades quilombolas. Nesse período, ainda foram realizados mutirões para erradicação do subregistro civil e emissão de documentação civil básica, tais como certidão de nascimento, casamento, carteira de trabalho, identidade e CPF.
