O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, declarou hoje (25/11) que o partido defende a convocação ainda nesta quarta-feira de uma sessão do Senado para votação sobre a manutenção ou não da prisão do líder do governo, senador Delcídio Amaral, como estabelece a Constituição.
Aécio: Líderes da oposição se reunirão para discutir crise política
O senador Aécio Neves, presidente do PSDB, afirmou nesta terça-feira (18) que os líderes da oposição e de setores do PMDB se reunirão nos próximos dias com juristas para discutir a grave crise de governabilidade que paralisa o Brasil.
Em entrevista no Senado, Aécio Neves ressaltou que oposição seguirá agindo de acordo com as regras constitucionais e em defesa dos interesses da sociedade representada nas ações que estão sob julgamento no Tribunal de Contas da União (TCU) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Faremos nos próximos dias uma reunião com os líderes dos partidos de oposição, com setores inclusive do PMDB que já manifestaram disposição de participar desse encontro, com os juristas que têm expressado, de forma muito clara, também, a sua posição em relação à solução dessa crise, como Miguel Reale. Porque nesse instante é absolutamente fundamental que todos nós voltemos os nossos olhos para a ação dos nossos tribunais. Seja o Tribunal de Contas, seja o TSE, para que não sofram qualquer tipo de constrangimento”, afirmou Aécio Neves.
O senador advertiu que a opinião pública não aceitará qualquer tentativa de acordo político que tenha como objetivo manipular as instituições públicas responsáveis pela fiscalização dos atos cometidos pelo governo federal.
“A opinião pública do Brasil repudiou, no último domingo, e repudiará, de forma veemente, qualquer tentativa de acordo, se ele realmente houver, que signifique manietar, constranger as nossas Cortes, que devem discutir as demandas que lá estão, as ações que lá estão, com equilíbrio e com isenção”, afirmou Aécio.
O presidente do PSDB disse que a reunião dos partidos de oposição analisará todas as saídas previstas na Constituição para garantir a governabilidade do país.
“Vamos examinar todas as alternativas e, obviamente, amparados pelos juristas ligados ao PSDB, definindo de que forma vamos agir nas próximas semanas. Mas o sentimento que colhemos é de que este governo perdeu na alma, no coração das pessoas, dos brasileiros quaisquer condições de permitir a retomada do crescimento, a recuperação do emprego, o controle da inflação, a recuperação da economia brasileira”, afirmou.
Renúncia da presidente Dilma
Sobre a possibilidade de um pedido de renúncia pela presidente Dilma Rousseff, Aécio Neves disse que trata-se de um ato que não depende do PSDB ou das oposições. A renúncia é um ato unilateral, que não depende de uma iniciativa do PSDB”, afirmou.
O senador também rebateu o ataque feito hoje pelo PT a Fernando Henrique Cardoso, depois que o ex-presidente da República classificou uma eventual renúncia da presidente Dilma como um ato de grandeza em favor da retomada das condições de governabilidade para o país.
“O que o ex-presidente fez foi expressar um sentimento que ele, como um homem público absolutamente digno e responsável, colhe de tudo o que ele está vendo, de tudo o que está percebendo. Ele considera que a renúncia talvez seja o menos traumático dos processos. E está também na mesa para ser discutido. Não sei se, pelas respostas que ouvi hoje, o governo teria essa grandeza”, afirmou.
E acrescentou: “Ouvi uma declaração inacreditável, que dizia que essas manifestações do ex-presidente Fernando Henrique tinham uma certa expressão de inveja. Um presidente que é respeitado por onde anda no Brasil e fora do Brasil. Por que ele teria inveja? Inveja de quem? Inveja de uma presidente sitiada? Inveja de um ex-presidente investigado e inflado nos céus de Brasília no último domingo? Inveja de um partido político, que é o PT, mergulhado em denúncias?”, questionou o presidente do PSDB.
Aécio Neves – Entrevista sobre a filiação de Pedro Taques
Trechos da entrevista:
Quero começar anunciando agora oficialmente, ao lado do líder Cássio Cunha Lima, do meu companheiro de chapa nas últimas eleições, senador Aloysio Nunes e do deputado Nilson Leitão, que é o presidente do PSDB do Mato Grosso, o PSDB vive hoje um momento de enorme alegria, porque depois de inúmeras conversas que tivemos e de convites expressos por mim e pelo presidente Fernando Henrique, pelos líderes que aqui estão, quero anunciar a vocês a filiação ao PSDB do governador do Mato Grosso, Pedro Taques, um dos mais extraordinários quadros da nova geração de homens públicos brasileiros.
Pedro Taques em muito pouco tempo no Senado mostrou não apenas a sua qualidade intelectual, a sua retidão moral, mas extraordinária coragem para defender as suas posições, inclusive muitas vezes em dissonância com aquilo que orientava a liderança do seu partido. Pedro foi durante todos os dias do seu mandato absolutamente fiel às suas convicções. E isso o aproximou do PSDB. Do PSDB local, do estado do Mato Grosso, onde ele teve uma extraordinária votação nas últimas eleições, nos apoiou na campanha eleitoral, o que já trouxe também uma forte identidade programática do ponto de vista da gestão pública eficiente, dos avanços sociais que precisam vir e hoje, conversava agora há pouco com ele, depois de obviamente consultar os companheiros, ele me autorizou, como presidente do PSDB, anunciar que o PSDB recebe um reforço de altíssima qualidade.
Agradeço ao deputado Nilson Leitão o papel extraordinário que teve em toda essa construção e estaremos todos os tucanos em revoada no próximo dia 29 pela manhã para fazermos lá o ato de filiação. Portanto, agradeço de público ao governador Pedro Taques a confiança em uma hora difícil da vida nacional como essa, a confiança que demonstra ter na condução que o PSDB vem dando à política brasileira no que diz respeito às ações da oposição.
Sobre manifestações de domingo
Vivi um dos mais emocionantes momentos de toda minha trajetória, nos meus mais de 30 anos de mandato, no último domingo, porque há uma percepção clara hoje tantos dos movimentos ou pelo menos de boa parte deles, mas das multidões que lotaram as ruas e avenidas do Brasil inteiro, de que é importante haver esse encontro entre as ruas e a política representativa, para que nós possamos dar andamento às demandas colocadas espontaneamente pelos brasileiros em todas as regiões do Brasil, sem nenhuma exceção.
Faremos nos próximos dias, não marquei ainda a data, uma reunião com os líderes dos partidos de oposição, com setores inclusive do PMDB que já manifestaram disposição de participar desse encontro, com os juristas que têm expressado, de forma muito clara, também, a sua posição em relação à solução dessa crise, como Miguel Reale. Porque nesse instante é absolutamente fundamental que todos nós voltemos os nossos olhos para a ação dos nossos tribunais. Seja o Tribunal de Contas, seja o TSE, para que não sofram qualquer tipo de constrangimento.
A opinião pública do Brasil repudiou, no último domingo, e repudiará, de forma veemente, qualquer tentativa de acordo, se ele realmente houver, que signifique manietar, constranger as nossas Cortes, que devem discutir as demandas que lá estão, as ações que lá estão, com equilíbrio e com isenção. Portanto, o que eu posso dizer também, com enorme alegria, é que o PSDB se sente reconectado com o sentimento das ruas, de repúdio a esse governo, que tanto mal vem fazendo ao país.
Sobre declarações do ex-presidente Fernando Henrique.
O que o presidente Fernando Henrique disse é o que está no sentimento e na alma não apenas dos tucanos, mas de milhões de brasileiros. Ele apresenta uma alternativa para um governo que já deixou de ser governo. Eu lembro, nesse instante, as palavras do grande Ulysses Guimarães, quando comentava um momento parecido com esse, que passava o governo Collor. Disse Ulysses Guimarães: ” Collor pensa que é presidente”. A presidente Dilma pensa que é presidente, mas ela não é mais presidente da República. Porque teve que delegar a condução da economia, a condução da política, e agora sequer tem iniciativa na agenda do país. O PSDB não fugirá a essa conexão, a ser intérprete, como outros partidos da oposição, desse sentimento. Desse sentimento que tomou as ruas de todo o Brasil.
Vamos examinar todas as alternativas e, obviamente, amparados pelos juristas ligados ao PSDB, definindo de que forma vamos agir nas próximas semanas. Mas o sentimento, encerro, que colhemos é de que este governo perdeu na alma, no coração das pessoas, dos brasileiros quaisquer condições de permitir a retomada do crescimento, a recuperação do emprego, o controle da inflação, a recuperação da economia brasileira.
A ideia de renúncia proposta por FHC.
A renúncia é um ato unilateral, que não depende de uma iniciativa do PSDB. Na verdade, o que o presidente fez foi expressar um sentimento que ele, como um homem público absolutamente digno e responsável, colhe de tudo o que ele está vendo, de tudo o que está percebendo. Ele considera que a renúncia talvez seja o menos traumático dos processos. E está também na mesa para ser discutido. Não sei se, pelas respostas que ouvi hoje, o governo teria essa grandeza. Portanto, temos hoje lei no Brasil. Leis para serem cumpridas, em especial pela presidente da República.
Sobre declarações feitas pelo líder do PT no Senado.
Ouvi uma declaração, para mim quase que inconcebível e inacreditável, do líder do PT no Senado, que reputava ou dizia que essas manifestações do presidente Fernando Henrique tinham uma certa expressão de inveja do presidente Fernando Henrique. Fiquei a imaginar: o presidente Fernando Henrique, que anda nas ruas do Brasil sem segurança, que entra nos restaurantes e é aplaudido de pé, que vai ao cinema, como eu fui outro dia com ele e com nossas esposas, e a fila para porque as pessoas quererem abraçá-lo. Um presidente que é respeitado por onde anda no Brasil e fora do Brasil, que não é, depois de oito anos, investigado pelo que quer que seja. Por que ele teria inveja? Inveja de quem?
Inveja de uma presidente sitiada? Inveja de um ex-presidente investigado e inflado nos céus de Brasília no último domingo? Inveja de um partido político, que é o PT, mergulhado em denúncias que hoje alcançam inclusive um terceiro tesoureiro do PT. Não sabia que o PT tinha tantos tesoureiros. Outro tesoureiro é citado por um ex-aliado do PT. Inveja? Não. O presidente Fernando Henrique é um homem que anda de cabeça erguida no Brasil e presta contas apenas à História. E nós nos orgulhamos muito de tê-lo como presidente de honra do PSDB.
Enquanto o PT não compreender a dimensão do que vem acontecendo no Brasil, estará cada dia mais distante de enfrentar e solucionar essa crise.
Aécio Neves – Entrevista coletiva sobre a crise política
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, nesta segunda-feira (10/08), em Recife (PE). Aécio falou sobre a crise política do País.
Leia a transcrição da entrevista do senador:
Semana passada, Michel Temer falou que era preciso alguém que reunificasse o país. Eduardo (Campos) poderia ser essa pessoa se estivesse aqui hoje?
Eduardo teria, qualquer que fosse, tendo vencido ou não as eleições, um papel absolutamente fundamental, pela autoridade, credibilidade que tinha. Se alguém da estatura de Eduardo faz falta a qualquer país, em qualquer momento da sua vida, sobretudo em momentos de crise essa ausência é ainda mais sentida. Temos todos que ter muita responsabilidade para apontar os equívocos desse governo, para permitir ao Brasil recomeçar, reconstruir o seu caminho. E, infelizmente, faremos isso sem a presença física de Eduardo, mas de alguma forma também com os seus exemplos.
Sobre desfecho da crise política.
Não cabe ao PSDB escolher qual o melhor desfecho para essa crise, até porque as alternativas que estão colocadas não dependem do PSDB. Seja a continuidade da presidente, seja a discussão na Câmara dos Deputados da questão do impeachment, seja a questão do TSE, o papel do PSDB é garantir que as instituições funcionem na sua plenitude. O que hoje ainda temos de concreto, de consistente para nos permitir o nosso reencontro novamente com o crescimento, com o desenvolvimento, são as nossas instituições, que funcionam na sua plenitude. E, enquanto oposição, temos que garantir esse seu funcionamento, seja dos tribunais, seja de Contas, seja do Tribunal Regional Eleitoral, seja o Ministério Público e a Polícia Federal. O PSDB é guardião das nossas instituições. E caberá ao governo, não à oposição, superar a crise que ele próprio criou.
O que percebemos é que quanto mais o governo insiste na terceirização de responsabilidades, como assistimos no último programa eleitoral do PT, mais ele se distancia da verdade, mais se distancia da alma, do coração das pessoas.
Vejo esse governo cada vez criando maiores dificuldades porque não teve até hoje a capacidade de fazer a mea culpa, reconhecer que errou, que levou o Brasil para um caminho equivocado. Enquanto isso não houver, mais distante esse governo vai estar dele próprio conseguir superar a crise.
Corte de ministérios à essa altura do campeonato faz alguma diferença?
Acho que qualquer medida tomada que não passe pela crença do próprio governo da sua necessidade, não terá efeito. Eu sempre disse durante a campanha eleitoral, e Eduardo também falou muito disso, da necessidade de cortarmos pela metade o número de ministérios. Acabarmos com pelo menos um terço desses cargos comissionados. Profissionalizarmos a ocupação desses cargos. Trazermos novamente a meritocracia para as agências reguladoras, para as diretorias das principais empresas brasileiras. E o que estamos assistindo hoje? É o oposto disso. O governo para se sustentar faz a maior distribuição de cargos e funções públicas e verbas públicas jamais vista antes na história deste país. O governo vai na direção oposta.
No momento em que a população cobra qualidade, enxugamento da máquina, o governo distribui aos seus aliados, cargos públicos, sem qualquer preocupação com a qualidade desses gestores. Por isso, vejo que o governo se afasta a cada dia das condições de eles próprios superar esta crise.
O sr. acha que a presidente tem coragem de renunciar?
Não sei. É uma coisa muito delicada. O que quero afirmar a vocês aqui hoje, em Pernambuco, em um momento extremamente importante porque Pernambuco é referência para o Brasil da boa política, das boas práticas políticas, eu posso afirmar a vocês, enquanto presidente nacional do PSDB, é que teremos a coragem necessária para apontar caminhos, para denunciar os equívocos deste governo, mas acima de tudo, a responsabilidade necessária para compreender que existe um Brasil que precisa sobreviver a esta aguda crise na qual o PT nos mergulhou. E o PSDB, tenho certeza, assim como o PSB, serão instrumentos da solução e não do impasse, e não da construção da crise como tem sido o PT até aqui.
Aécio Neves em pronunciamento sobre a Reforma Política e o fim da reeleição
Em pronunciamento, nesta quarta-feira (18/03), no Senado Federal, o senador Aécio Neves disse que a reeleição de candidatos no exercício do cargo prejudica o equilíbrio que deve ocorrer nas disputas eleitorais.
“Continuaremos permitindo a reeleição ou vamos encerrar este ciclo com a experiência que já tivemos”, questionou Aécio Neves, ao voltar a defender o fim do instituto da reeleição no Brasil.
Na votação da noite de ontem, o senador se posicionou a favor do projeto de lei que determina a renúncia para o governante que disputar reeleição ao cargo.
Ouça o pronunciamento do senador: