“A ponta do iceberg”, diz Aécio Neves sobre condenações de réus da Lava-Jato

O senador Aécio Neves afirmou, nesta quarta-feira (22/04), que as condenações de oito réus investigados pela Justiça Federal por desvios na Petrobras são apenas a ponta do iceberg de um esquema de corrupção que a cada dia surpreende a sociedade brasileira pelo volume assombroso de dinheiro público desviado.

“O que assistimos hoje, quase que incrédulos, é que, infelizmente, institucionalizou a corrupção no governo do PT. E não se atém apenas à questão da Petrobras. O volume de recursos e os números são tão assombrosos que é difícil em qualquer parte do mundo crer que isso possa ter acontecido sem o conhecimento das mais altas autoridades. Na verdade, institucionalizou-se a corrupção e aqueles responsáveis por ela estão sendo punidos. Mas eu acho que estamos ainda apenas assistindo a ponta do iceberg”, disse Aécio Neves em entrevista à imprensa no Senado.

Nesta quarta-feira (22), a Justiça Federal condenou o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, o doleiro Alberto Youssef e outros seis réus. As condenações dizem respeito a crimes cometidos em obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. O valor do projeto, orçado inicialmente em R$ 2,5 bilhões, já supera os R$ 20 bilhões.

Para Aécio Neves, a condenação do ex-diretor Paulo Roberto Costa traz à tona a necessidade de se investigar quem comandou o esquema de corrupção na Petrobras.

“Não sou juiz para avaliar a extensão da pena, mas é uma pena expressiva para alguém que, assumidamente e confessadamente, cometeu um crime continuado. Mas será que é ele apenas que cometeu? Ele seria o último beneficiário daquilo que aconteceu na Petrobras? Acho que outros desdobramentos ainda virão, e os brasileiros de público devem apoiar, e apoiar o trabalho que o juiz Sérgio Moro vem conduzindo, que o Ministério Público vem conduzindo. Esperamos que no Supremo isso aconteça da mesma forma”, afirmou Aécio Neves.

“PSDB agirá dentro da lei”, afirma Aécio ao comentar denúncias contra o governo Dilma

O senador Aécio Neves garantiu, nesta quarta-feira (22/04), que o partido agirá com responsabilidade e de acordo com a Constituição Federal no processo de análise das denúncias de corrupção na Petrobras e de eventuais crimes de responsabilidade cometidos pela presidente Dilma Rousseff. Aécio afirmou que os tucanos não terão o mesmo comportamento que o PT teve durante o governo Fernando Henrique Cardoso, quando o partido pediu o impeachment do então presidente da República.

“Não vamos nos precipitar, não vamos fazer nenhuma ação panfletária como fez no passado o PT. Vamos agir com a responsabilidade de um partido da oposição que a cada dia mais percebe que ilícitos foram cometidos ao longo do ano passado e, eventualmente, até já alguns este ano. E vamos agir conforme determina a lei. Não vamos fazer absolutamente nada que fuja ao que determina a Constituição. Aliás, uma Constituição que eu assinei e que, lamentavelmente, alguns petistas renegaram”, ponderou Aécio Neves em entrevista à imprensa no Senado.

O presidente nacional do PSDB confirmou que uma equipe de juristas, liderada pelo ex-ministro da Justiça, Miguel Reale Júnior, está avaliando os últimos casos de eventuais crimes de responsabilidade cometidos no âmbito do governo federal.

Segundo Aécio Neves, a equipe de juristas está debruçada sobre a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que considerou crime de responsabilidade as chamadas “pedaladas fiscais” do governo federal. Outra denúncia em análise é um possível crime de prevaricação da Controladoria-Geral da União (CGU) em denúncia envolvendo a empresa holandesa SBM OffShore.

“A posição do PSDB tem sido a mesma desde que essas denúncias surgiram. Nós dissemos: o impeachment deve ter como base, claramente, indícios muito fortes de que houve crime de responsabilidade. E os indícios são cada vez mais claros, mas só avançaremos nesta proposição no momento em que tivermos consistência nesta análise”, ponderou o presidente do PSDB.

Outra denúncia sob investigação da Justiça é a suspeita de que dinheiro desviado da Petrobras possa ter abastecido a campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff por meio de repasses feitos pelo ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, réu da operação Lava-Jato preso na semana passada.

“Se comprovado que esses recursos eram ilícitos e que havia conhecimento de que eles eram fruto de propina, será mais uma frente que se abre. Estamos absolutamente serenos em relação a essa questão. Vamos fazer o papel que cabe à oposição, fiscalizar o governo, investigar onde as denúncias sejam contundentes, e muitas delas são, e, a partir daí, vamos definir qual tipo de ação vamos empreender. Portanto, é papel sim da oposição garantir, com responsabilidade, mas também com coragem, que essas investigações ocorram, e se alguém cometeu crime de responsabilidade que pague por este crime”, afirmou.

 

União

Aécio Neves também destacou que qualquer decisão em relação a um eventual pedido de impeachment, se tomada, será feita por todo o partido.

“O PSDB estará unido no momento em que definir qual a ação cabível, e mais do que isso, estará unido aos demais partidos de oposição. Temos um entendimento entre nós de que os cinco partidos de oposição se manifestarão de forma conjunta, no momento em que chegarmos à conclusão de que houve o cometimento de crime de responsabilidade. Não iremos nos omitir, tampouco vamos nos precipitar”, afirmou.

Aécio Neves – Entrevista sobre pedido de impeachment e sentenças da Lava Jato

O senador Aécio Neves, entrevista coletiva, nesta quarta-feira (22/05), em Brasília, afirmou que a oposição vai investigar todas as denúncias contra o governo federal e vai trabalhar unida e com responsabilidade no debate sobre um pedido de impeachment da presidente da República.

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre pedido de impeachment.

A posição do PSDB tem sido a mesma desde essas denúncias surgiram. Nós dissemos: o impeachment deve ter como base, claramente, indícios muito fortes de que houve crime de responsabilidade. E os indícios são cada vez mais claros, mas nós só avançaremos nesta proposição no momento em que tivermos consistência nesta análise.

O doutor Miguel Reale (Jr.), ex-ministro da Justiça, grande jurista, e uma equipe de advogados está examinando cada uma das frentes onde estas denúncias vêm se sucedendo. Seja através do Tribunal de Contas que considerou, por unanimidade dos seus membros que teria havido crime de responsabilidade com as chamadas pedaladas fiscais, seria os bancos públicos emprestando para o seu controlador, o que é vedado de forma absolutamente cabal e definitiva na Lei de Responsabilidade Fiscal.

Sejam os indícios que a Controladoria-Geral da União poderia ter prevaricado ao omitir informações que recebeu durante o processo eleitoral sobre o pagamento de denúncias por parte de uma empresa holandesa a dirigentes da Petrobras. Sejam as ações que já foram feitas junto ao Tribunal Superior Eleitoral que demonstram a utilização de empresas públicas, como os Correios e Telégrafos, de forma ilegal para beneficiar a candidatura oficial.

Mais uma utilização indevida da máquina pública em torno de um projeto de poder, inclusive, estas sucessivas denúncias de que recursos arrecadados ilicitamente pelo tesoureiro do PT, que está preso, possa ter irrigado o caixa da campanha da atual presidente da República. Porque houve transferência de recursos do diretório nacional para a campanha.

Se comprovado que esses recursos eram ilícitos e que havia conhecimento de que eles eram fruto de propina, será mais uma frente que se abre. Nós estamos absolutamente serenos em relação a essa questão. Vamos fazer o papel que cabe à oposição, fiscalizar o governo, investigar onde as denúncias sejam contundentes, e muitas delas são, e, a partir daí, vamos definir qual tipo de ação vamos empreender. Portanto, é papel sim da oposição garantir, com responsabilidade, mas também com coragem, que essas investigações ocorram, e se alguém cometeu crime de responsabilidade que pague por este crime.

 

Existe divisão no PSDB em torno da questão do impeachment? 

De forma alguma. O que existe em um partido democrático como o PSDB são nuances diferentes em relação às mais variadas questões. Seria estranho se não houvesse. Mas apesar dessas nuances, e essas posições são cada vez mais convergentes, no momento da ação a unidade será absoluta. Conversei essa semana com o presidente Fernando Henrique, hoje almocei com o senador José Serra e com outros líderes do partido. Há absoluta convergência entre nós. Não vamos nos precipitar, não vamos fazer nenhuma ação panfletária como fez no passado o PT. Vamos agir com a responsabilidade de um partido da oposição que a cada dia mais percebe que ilícitos foram cometidos ao longo do ano passado e, eventualmente, até já alguns este ano. E vamos agir conforme determina a lei. Não vamos fazer absolutamente nada que fuja ao que determina a Constituição. Aliás, uma Constituição que eu assinei e que, lamentavelmente, alguns petistas renegaram.

 

Hoje saíram as penas para os envolvidos na Lava-Jato. Como o sr. vê a aplicação de penas mais duras que as previstas?

O que assistimos hoje quase que incrédulos é, infelizmente, que institucionalizou-se a corrupção no governo do PT, e não se atem apenas à questão da Petrobras. O volume de recursos, os números são tão assombrosos que é difícil em qualquer parte do mundo que se creia que isso possa ter acontecido sem o conhecimento das mais altas autoridades. Na verdade, institucionalizou-se a corrupção e aqueles responsáveis por ela estão sendo punidos.

Mas acho que estamos ainda apenas assistindo a ponta do iceberg. É incontrolável que essas investigações continuem ocorrendo e que outras pessoas envolvidas, que se beneficiaram dela, tenham também que prestar esclarecimentos. A sorte do governo do PT é que tem na oposição, como maior partido, o PSDB, um partido que tem responsabilidade. Mas não faltará ao PSDB a coragem necessária para, no momento certo, se identificados realmente os crimes que agora são noticiados, vamos agir como esperam de nós a grande maioria dos brasileiros.

               

O Miguel Reale Jr. deu algum prazo para apresentar o parecer sobre o impeachment?

Não e nem pedimos prazo ao jurista Miguel Reale. Ele está examinando todas essas frentes, se detendo especialmente nessa do Tribunal de Contas. Algumas outras informações estão sendo colhidas por nós, como, por exemplo, o fato de que, neste ano, dos primeiros meses pode eventualmente ter havido continuidade dessa ação, que configura crime de responsabilidade, o que agrava a situação do governo. E analisando essas outras frentes, tanto na junta da Justiça Eleitoral, quanto a Controladoria-Geral.

Não temos prazo para isso, mas quero afirmar de forma muito clara: o PSDB estará unido no momento em que definir qual a ação cabível, e mais do que isso, estará unido aos demais partidos de oposição. Temos um entendimento entre nós de que os cinco partidos de oposição se manifestarão de forma conjunta, no momento em que chegarmos à conclusão de que houve o cometimento de crime de responsabilidade. Não iremos nos omitir, tampouco vamos nos precipitar. E, por isso, não há um prazo determinado para que isso ocorra. O volume de informações que nos chegam e que chegam a vocês, ou através de vocês, à sociedade brasileira é muito grande.

 

Sobre balanço relativo às contas da Petrobras na gestão de Ademir Bendine.

Precisamos ver esses números. Vamos ver de que forma eles vão admitir a corrupção que deixou pelo ralo alguns bilhões de reais. É preciso que ele demonstre ter a coragem e a independência necessária – e essa é a dúvida que todos nós, brasileiros, temos – para admitir que, seja em relação à Abreu e Lima, seja em relação à Pasadena, e vários outros investimentos, como o Comperj no Rio de Janeiro, houve dolo.

É preciso que ele admita de forma clara que houve corrupção, que houve desvios e aponte quem são os responsáveis por ele, porque algo apenas teórico, compreendo até o esforço do ministro Joaquim Levy de dizer que a Petrobras iniciará uma nova história a partir da apresentação deste balanço. Se não admitir de forma clara a corrupção endêmica que tomou conta da companhia, infelizmente, ela continuará no mesmo caminho.

 

Sobre a condenação de Paulo Roberto Costa. Foi branda?

Não sou juiz para avaliar a extensão de uma pena, mas é uma pena expressiva para alguém que, assumidamente e confessadamente, cometeu um crime continuado. Mas será que é ele apenas que cometeu? Ele seria o último beneficiário daquilo que aconteceu na Petrobras? Acho que outros desdobramentos ainda virão e os brasileiros de público devem apoiar o trabalho que o juiz Sérgio Moro vem conduzindo, que o Ministério Público vem conduzindo. Esperamos que no Supremo isso aconteça da mesma forma.

Aécio Neves – Entrevista coletiva sobre TCU, Impeachment e Reforma Política

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira (16/04). Aécio falou sobre o crime de responsabilidade apontado pelo TCU, impeachment, reforma política e fim da reeleição.

 

Leia transcrição da entrevista do senador:

Sobre decisão do TCU que considerou crime o uso dos bancos públicos para manobras fiscais realizadas pelo governo Dilma.

Segundo o TCU, é crime de responsabilidade. O que nós precisamos agora averiguar é quais foram os responsáveis por essa fraude, porque há uma proibição formal. Os bancos   públicos não podem emprestar para o Tesouro. E foi isso que, de forma maquiada,  a última equipe econômica fez.

Mas nós temos que ir além disso.  Fez em benefício de quem? Portanto, nós estamos aqui  com absoluta serenidade analisando essa sucessão de denúncias que não cessam para que, se caracterizado, na avaliação, de juristas respeitáveis do Brasil, que tenha havido crime de responsabilidade, a nossa obrigação é realmente apresentar algo para se coibir esse crime e para punir os responsáveis por ele. Portanto, o TCU, e não nós (oposição), afirma que houve  o cometimento de crime pela equipe econômica. Nós temos que ver se esse crime ele se limita à equipe econômica ou se vai além dela.

 

Essa decisão do TCU abre caminho para um pedido de impeachment?

Eu tenho tido muita cautela quando se fala em impeachment.  O que eu quero reiterar aqui hoje é que essa não é uma palavra proibida. Impeachment  é uma previsão constitucional, mas para que ela ocorra é preciso que haja algo factual, é preciso que haja caracterização de crime de responsabilidade.

O TCU aponta que houve um crime de responsabilidade ,  mas o relatório o limita ao ministro da Fazenda. Nós temos que examinar se é possível limitar esse crime apenas àqueles que eventualmente cumpriam orientação de quem teria sido beneficiário maior daquela decisão. E outras questões estão na pauta. Um grupo de deputados da CPI (da Petrobras) está indo a Londres para ouvir o funcionário de uma empresa  que em agosto entregou documentos à CGU  comprobatório do pagamento de propina  a dirigentes da Petrobras  por parte dessa empresa  SBM, dessa empresa holandesa. A Controladoria Geral da União, que tem o dever de zelar pela transparência na gestão pública, omitiu dos cidadãos brasileiros  essas gravíssimas informações até que se terminasse o período eleitoral. Será que isso também não é crime de responsabilidade?

Então nós estamos avaliando. Não é um julgamento político que eu faço. Nós temos sim, e não apenas o PSDB , temos o compromisso dos partidos de oposição  de agirem juntos nessa questão, conectados com o sentimento amplo  da sociedade brasileira. Vamos ter a responsabilidade  e a prudência para tomar qualquer decisão, mas vamos ter a coragem, se considerarmos que houve  cometimento de crime de responsabilidade, nós vamos agir como  determina a Constituição.

 

Sobre as mudanças que PSDB defende na reforma política.

O consenso é o nosso objetivo.  As virtudes jamais estão nos extremos, geralmente estão no meio.  Percebo que há aqui, pelo menos pelos depoimentos que ouvi,  posições de vários partidos favoráveis ao voto distrital misto, seja o modelo alemão, com dois votos , um candidato do distrito e outro mista, seja o modelo coreano, da Coreia do Sul, que é um voto apenas para definir inclusive a composição da lista.

Mostrei aqui a enorme preocupação com a proposta  do distritão, que descaracteriza, que fragiliza e que a meu ver aniquila com os partidos políticos. Cada deputado eleito será dono do seu próprio mandato , sem qualquer tipo de responsabilidade partidária. E nós que vivemos em uma democracia participativa não conseguiremos  avançar na definição de reformas estruturais ou das graves questões nacionais, sem que os partidos políticos existam e funcionem e estejam conectados com  a sociedade. Portanto, essa é uma questão central para nós.

Em relação ao financiamento de campanha, nós apresentamos  uma proposta inovadora, que garante o financiamento  misto. Em primeiro lugar propaganda eleitoral sem  trucagem, sem essa marquetagem  sem limites, sem esse ilusionismo que nós assistimos  na última eleição. É o candidato pessoalmente com debates entre os candidatos que deverá orientar a campanha eleitoral. O custo será infinitamente menor do que o custo das campanhas na televisão hoje.

Estamos propondo que as pessoas físicas possam doar aos candidatos até determinado limite. Esse limite terá que ser discutido na Comissão, um limite razoável, aceitável. E pessoas jurídicas também, com limites muito mais estreitos, possam doar aos partidos políticos que irão, de forma isonômica, atender aos candidatos tanto majoritários como os candidatos proporcionais. Tanto a questão do sistema, – e defendemos o sistema eleitoral distrital misto – quanto a questão do financiamento, acho que as propostas do PSDB estão no centro, não estão nos extremos. E por isso tenho confiança de que elas possam eventualmente ser aprovadas ou até aprimoradas na Comissão e no plenário.

Agora é a última chance que o Brasil moderno tem de fazer uma reforma política, porque hoje na Câmara já são 28 partidos, depois da próxima eleição vão ser mais de 40 partidos. E aí, infelizmente, as negociações se tornarão quase que impossíveis.

 

O sr. defende um teto para as doações tanto de pessoas físicas quanto jurídicas aos candidatos? Um teto único para presidente e para deputados?

É fundamental que haja, senão vamos continuar assistindo a essas distorções que vimos nas últimas eleições, não apenas presidenciais, onde elas foram grandes, mas em todas as outras eleições. Sim, defendo a liberação para o financiamento de pessoas físicas diretamente aos candidatos e de pessoas jurídicas sempre com um teto para os partidos, mas teto para cada uma das candidaturas, sejam elas do Legislativo, sejam elas do Poder Executivo. Acho que existem dois sentimentos, pelo menos meus, maiores que devem orientar o tratamento de todas essas matérias. Primeiro, o fortalecimento dos partidos políticos. Segundo, a isonomia e transparência na disputa das eleições. O estabelecimento de um teto para os candidatos é essencial.

 

Com relação à reeleição e tempo de mandato, o que o sr. defende?

Tenho defendido – e vocês se lembrarão desde a campanha eleitoral – o fim da reeleição com mandato de cinco anos para todos os cargos eletivos. Já não tinha dúvidas, mas se alguém tinha alguma dúvida sobre o efeito nefasto da reeleição, essa última eleição presidencial mostrou que ela não pode continuar.

A atual presidente da República desmoralizou o instituto da reeleição. Assistimos – olha que não sou eu apenas que digo – aos Correios, segundo o Tribunal de Contas, sendo utilizados criminosamente para defender, apoiar ou beneficiar uma candidatura. Agora, estamos assistindo à Controladoria-Geral da União, segundo denúncias desse dirigente da empresa holandesa, omitindo informações. Assistimos a um terrorismo desenfreado em todo o território nacional com a utilização da máquina pública contra o candidato da oposição. Esse novo crime ontem anunciado pelo Tribunal de Contas da União, da maquiagem fiscal, a utilização indevida de recursos das instituições financeiras – e nos debates já denunciava isso – para pagamento de Bolsa-Família, para pagamento de outros benefícios e até mesmo de crédito rural através do Banco do Brasil.

Portanto, o que assistimos nessa última eleição presidencial foi o mais acintoso, vergonhoso processo de utilização do Estado Nacional em favor de um projeto de poder, nem um projeto de país, mas um projeto de poder. Portanto, acho que o fim da reeleição é adequado ao Brasil, com uma isonomia maior para todas as candidaturas.

Aécio e líderes da oposição recebem reivindicações dos movimentos que foram às ruas contra o governo Dilma Rousseff

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) e presidentes dos partidos de oposição receberam, nesta quarta-feira (15/04), no Congresso, uma pauta de reivindicações dos 26 movimentos que foram às ruas em 15 de março e 12 de abril nos protestos contra o governo Dilma Rousseff.

O documento reúne propostas dos manifestantes para o combate à impunidade e à corrupção, e em favor da reforma política, da maior transparência na gestão pública e por mais qualidade da educação. Na carta, os movimentos de rua pedem o resgate da ética e da decência na política e a investigação rigorosa dos escândalos que envolvem o PT e o governo no uso de empresas públicas em favor do partido.

Aécio destacou que as reivindicações das ruas vão ao encontro à agenda da oposição no Congresso.

“Alguns dos principais responsáveis pelos movimentos que mobilizaram milhões de brasileiros nas ruas de todos os estados brasileiros apresentam uma pauta que consideram a pauta síntese desses protestos e esta pauta tem uma enorme convergência com aquilo que a oposição vem buscando fazer no Congresso. E o mais importante, a meu ver, um fato histórico que hoje ocorre, é que esta pauta passará a ter um acompanhamento desses movimentos e o apoio desses movimentos agora dentro do Congresso Nacional”, afirmou.

Também participaram do encontro os presidentes do PPS, deputado Roberto Freire, do DEM, senador Agripino Maia, do Solidariedade, deputado Paulo Pereira da Silva, do PV, José Luis Penna, Beto Albuquerque, representante do PSB, além de outros senadores e deputados da oposição.

 

Crime de responsabilidade

O senador Aécio Neves confirmou que o PSDB encomendou pareceres jurídicos para averiguar se a presidente Dilma Rousseff cometeu crime de responsabilidade nas diferentes denúncias feitas pela imprensa e nas irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), como o uso de mecanismos fiscais para maquiar as contas do governo, o uso eleitoral dos Correios e também da Controladoria Geral da União (CGU), que teria adiado para depois das eleições a denúncia de pagamento de propinas pela empresa holandesa SBM OffShore em contratos da Petrobras.

“Estamos sim encomendando estudos jurídicos junto a alguns dos mais renomados juristas brasileiros para compreender se, dentre tantas denúncias, houve crime de responsabilidade cometido pela presidente da República que possa embasar um processo de abertura de investigação e, portanto, de impeachment”, disse Aécio Neves.

O presidente nacional do PSDB classificou o encontro com os movimentos como um aprofundamento dos laços entre a oposição e a sociedade.

“As oposições que atuam no Congresso Nacional estavam todas aqui representadas pelos seus dirigentes maiores e encontraram uma enorme sintonia com esse movimento que vem das ruas. Acho que esse é o casamento que o Brasil precisa para superar a corrupção e o desgoverno no qual a atual administração do PT mergulhou o Brasil e os brasileiros”, frisou Aécio Neves.

PSDB propõe cassação de registro de partidos que receberem propinas

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou nesta quarta-feira (18/03), que o partido vai apresentar um projeto de lei na Câmara dos Deputados prevendo a cassação do registro de partido político que receber dinheiro de corrupção.

“Quero afirmar que o PSDB está apresentando hoje um projeto, através do seu líder na Câmara dos Deputados, que determina que partido político que comprovadamente tiver recebido dinheiro da corrupção, tiver recebido propina, tenha imediatamente o seu registro cassado. E queremos pedir o apoio do PT para a tramitação deste projeto”, afirmou Aécio Neves.

A proposta do PSDB é uma resposta às reivindicações da sociedade por mais ética na vida pública. “Temos que resgatar a confiança da sociedade brasileira também na classe política”, ressaltou o presidente do partido.

De acordo com o senador Aécio Neves, o pacote contra a corrupção apresentado pela presidente Dilma Rousseff, nesta quarta-feira, não traz novidade. Ele lembrou que as propostas feitas pela chefe do Executivo já tramitam no Congresso há vários anos e nunca contaram com o apoio do PT.

“Em todos os momentos que o governo é pressionado, ele volta com as mesmas e inócuas propostas. Na verdade vários desses projetos já tramitavam aqui no Congresso há muito tempo sem o que o governo se mobilizasse para que fossem aprovados”, criticou o presidente nacional do PSDB.

O senador Aécio Neves criticou também a falta de credibilidade das medidas anunciadas por Dilma Rousseff, citando, como exemplo, a falta de uma posição firme da presidente sobre o tesoureiro do PT João Vaccari Neto, denunciado pelo Ministério Público Federal por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha no escândalo envolvendo a Petrobras.

“O que o Brasil clama é por exemplos. Na campanha eleitoral, já perguntava a presidente da República se ela confiava no tesoureiro do seu partido, responsável por arrecadar recursos para as campanhas eleitorais. Ela disse que sim. Volto a fazer a pergunta: a presidente da República ainda confia nas ações do tesoureiro do seu partido? Porque ele não é afastado até como um exemplo para que a sociedade acredite efetivamente na sinceridade das ações do governo. Mas lamentavelmente as respostas estão muito aquém das expectativas da sociedade brasileira”, disse Aécio Neves.

Apesar de avaliar que as propostas do governo são paliativas, o presidente do PSDB garantiu que a oposição irá analisá-las.

“Vamos discuti-las. Tudo que vier no sentido de dar transparência ao processo político, punir de forma exemplar as empresas, os agentes públicos que cometeram delitos certamente são bem-vindas, mas falta ao governo dar exemplos claros de que essas medidas são para valer. Não adianta apenas a legislação. É preciso que as pessoas corretas, honradas, estejam na condução dos negócios públicos, o que, infelizmente, não aconteceu em várias áreas do governo do PT ao longo desses últimos 12 anos”, reiterou Aécio Neves.