Aécio Neves – Entrevista – Frente Parlamentar da Adoção

Assunto: Lançamento da Frente Parlamentar da Adoção

Entrevista do senador Aécio Neves

(SEM REVISÃO)

Qual a importância desse lançamento?

Estamos fazendo, hoje, um esforço. Não da forma tradicional como o Congresso costuma agir, porque essa não é uma Frente Parlamentar apenas. O que estamos buscando, com esforço do deputado Gabriel Chalita, do senador Lindberg e outros companheiros do Congresso Nacional é fazer essa Casa começar a tratar dos problemas reais das pessoas. Fazer com que nos aproximemos dos problemas onde eles estão. O que estamos buscando fazer aqui é reunir parlamentares, mas além de parlamentares, as pessoas que tratam do tema da adoção no seu cotidiano, no seu dia a dia. Temos hoje 30 mil crianças em abrigos e, hoje, 4 mil apenas em condições de adoção, e um certo preconceito em relação à adoção de crianças a partir de uma determinada faixa etária. O que queremos, de um lado, é avançar do ponto de vista legislativo, com uma legislação mais moderna, mais ágil e menos burocratizada para facilitar os processos de adoção. E queremos também comunicar com a sociedade brasileira, mostrar pras pessoas que é preciso vencer esse preconceito em relação a essas crianças acima de 3 ou de 4 anos, que têm uma dificuldade enorme de serem adotadas. Queremos falar muito do apadrinhamento afetivo, que é a forma de buscar vínculo com crianças que estão em abrigos sem a necessidade da adoção formal. Portanto, acho que há um espaço enorme para a gente trabalhar ouvindo essas entidades, o Poder Judiciário e Ministério Público que trata dessa questão. Depoimentos, que vamos ouvir aqui hoje, de pessoas que viveram e vivem com essa possibilidade de criar uma família nova a partir da adoção. A presença do padre Fábio, aqui hoje, também para nós é extremamente gratificante. Queremos mobilizar o Brasil para uma tese que é de todos. Acima de partidos políticos, das questões de governo e de oposição. Estamos tratando de um problema real e acredito que há espaço para modernizar a legislação por um lado e informar as pessoas todo processo para uma adoção, como ele pode ser feito. Há uma ignorância muito grande no Brasil hoje. Enquanto assistimos a crianças abandonadas hoje em lixeiras, nas portas de casas, é preciso que essas mães, sobretudo mais humildes, saibam que se não tiverem condições de criar um filho, elas podem oferecer esse filho a entidade e não colocá-lo em risco como acontece quase que rotineiramente hoje. Portanto, estou muito feliz com a companhia dos companheiros que participam desse esforço conosco no Parlamento, mas essa é uma campanha que tem que ser da sociedade brasileira. Vamos estar dispostos a viajar o país informando aquilo que pode ser feito para que as pessoas possam adotar uma criança e aqui, do ponto de vista legislativo, ajudando a facilitar uma legislação ainda mais moderna em todo esse processo.

Quais as falhas na legislação atual que precisariam ser corrigidas?

É muito burocrático. Para você ter uma idéia, hoje somente 4 mil crianças aproximadamente, esses são os dados que nós temos, estão em condições de ser adotadas. Há uma demora muito grande, por exemplo, para que se desfaça um eventual vínculo de uma criança que fica anos e anos num abrigo aguardando que um familiar, que tem sempre a preferência, possa lhe adotar e acaba passando da idade preferencial para a adoção. Somos todos aqui ouvintes hoje. Convidamos para participar desse esforço algumas das entidades que no Brasil hoje tratam dessa questão, vivem o dia a dia essa realidade e elas é que vão nos apontar os caminhos para que, com o mandato que temos, possamos orientá-lo para trazer esse mandato para essa causa que, repito, não é de um parlamentar nem de um partido, mas da sociedade brasileira

A questão da idade das crianças é um dos problemas?

É uma das questões que estão colocadas. Vamos falar sobre isso daqui a pouco

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