Aécio Neves – Entrevista coletiva do senador Aécio Neves em Caracas, na Venezuela

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, nesta quinta-feira (18/06), em Caracas, na Venezuela. Aécio falou sobre a visita à capital venezuelana e sobre a tentativa do governo de Nicolás Maduro impedir o encontro entre as oposições.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre a visita a Caracas.

Estamos fazendo a nossa parte. O conjunto das manifestações, não apenas da região, mas de lideranças democráticas de outras partes do mundo, acredito que poderão, sim, sensibilizar as autoridades venezuelanas e levar aquilo que todos queremos. Em um clima de paz e de democracia permitir que a população venezuelana escolha seu destino. Estamos aqui cumprindo o nosso papel já que houve, no meu entendimento, uma omissão grande do governo brasileiro nessa questão. 

Viemos manifestar uma posição humanitária, inclusive pedindo o encerramento da greve de fome por parte de Leopoldo Lopez. Buscar, fazer coro, ao lado de outras lideranças democráticas do mundo, pela liberação dos presos políticos, e também cobrar a definição da data das eleições parlamentares, que devem acontecer, inclusive, sob a fiscalização de organismos internacionais. Nós fomos impedidos sequer de chegar ao nosso destino. O veículo no qual eu estava foi cercado por manifestantes, obviamente a serviço do governo, organizados, colocando em risco a vida dos senadores. É uma demonstração clara de que o governo brasileiro não só se omite; o governo brasileiro, de alguma forma, é cúmplice daquilo que vem acontecendo na Venezuela, e colocou em risco a vida dos senadores brasileiros.

 

 

O governo quis impedir um encontro de oposições?

Eu acredito que, se foi essa a intenção, fez da pior forma possível. Hoje inúmeros países já se manifestam em solidariedade a essa nossa visita. Nós viemos em missão de paz, não viemos destituir governos. Nós viemos exigir democracia. E quando se fala em democracia, e quando se fala em liberdade, em direitos humanos, não há que se respeitar fronteiras. O Brasil viveu as trevas da ditadura e foram importantes manifestações de países democratas e de lideranças democratas que ajudou que aquele ciclo se encerrasse. E o que é mais alarmante é que o Brasil é hoje governado por uma ex-presa política, que não demonstra a menor solidariedade e a menor sensibilidade com o que vem acontecendo hoje com irmãos seus de luta no passado. São pessoas que hoje lutam apenas pela democracia na Venezuela estão tendo seus direitos mínimos de liberdade cerceados por um governo autoritário.

 

 

Que previdências o sr. acha que devem ser tomadas depois dessa visita?

O presidente do Senado, Renan Calheiros, que foi muito importante na viabilização dessa viagem, que é uma viagem oficial, e eu conversei com ele agora há pouco, ele se manifestaria pessoalmente junto à Presidência da República, e é preciso que haja uma manifestação do governo brasileiro. Inclusive, na minha avaliação, pedindo o retorno do embaixador brasileiro na Venezuela para saber o que efetivamente aconteceu. Infelizmente uma delegação oficial do Brasil foi impedida de caminhar por Caracas, de cumprir sua missão.

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